Esta história se passa um pouco depois do mangá de número 16, quando parece que Momo vai se acertar com Kairi e Sae e Toji estão "namorando"...
O outro lado da Sae.
Depois de algum tempo circulando pra lá e pra cá com o Toji, Sae já não demonstrava a felicidade de antes.As palavras de Kairi ainda martelavam em sua cabeça: 'Você nunca vai ser feliz como a Momo'...Sae começava a se perguntar o que ela realmente queria; Toji a tratava como um empregado, não um namorado; Momo, que com o passar do tempo esclaresceu que só sentia amizade por Kairi, parecia bem conformada agora, com a equipe de natação e a 'Estética da sala', e, definitivamente não eram esses os planos de Sae...
- O que eu quero?- Sae- Eu quero ser mais feliz que a Momo, eu quero tudo o que ela tem...Beijar o Toji, eu já beijei. Ser a mais popular, eu já sou. Até ganhei o concurso de modelos que ELA queria...A única diferença é que a minha pele é muito mais bonita e eu ainda sou virgem...Eu ainda sou virgem(!), e a Momo foi pra cama com o modelo mais famoso desse país!- Sae começava a ficar com rosto vermelho e aquelas orelhinhas estranhas e os dentinhos afiados começavam a aparecer- Como eu fui burra!Eu entraguei o homem mais perfeito pra aquela...Humpf...Quando ela ficar mais velha, e menos burra, e esquecer o banana do Toji, ela vai sair por aí, se gabando de com quem foi a primeira vez dela...E quase que a minha primeira vez foi com aquele porco nojento!
No meio de sua ira, Sae olha em cima da mesa e encara o rosto de Gígolo na capa da última Men's Mon.
-Hum...É ISSO QUE EU QUERO!
Enquanto isso, no estúdio da revista, Goro posava com o olhar perdido.
- Ele não está nada bem hoje.
- Já faz tempo que ele não está nada bem...Tudo bem, Goro.Por hoje é o suficiente.
Gígolo saiu meio mole, meio rastejante, sem pressa. Seu celular tocou e, sem ânimo, ele foi atender.
- Alô?- Era uma vozinha desesperada, dessas de alguém que está chorando há horas- Gígolo, eu sei que a última pessoa que você quer ver nesse mundo sou eu...Snif...mas eu preciso muito falar com você...Snif...Se você puder, me encontre no parque, perto da escola, ao meio-dia...Eu, Snif, eu vou estar esperando..
Tu tu tu tu tuuuuuuuuuuu
-Ela desligou, ela desligou! Me fala tudo isso e desliga!- As maõs de Goro tremem e o suor começa a molhar sua testa- O que ela quer? Pedir pra eu dormir com mais alguém? Ela sabe que eu não ia cair de novo...Mas aquela voz de choro- Dor no coração-E se tiverem se vingado dela, se ela estiver mesmo em apuros? Quer dizer, se não fosse sério, ela não me procuraria...
Ooji olhou pro relógio, marcava 11:24.
-Dá tempo.
Chegando no parque, ele não viu ninguém.
-Sabia, ela só quer me magoar, brincar comigo.
Mas um chorinho vindo do chão, de alguém sentado 'de indiozinho', atrás do banco chamou a atenção dele.
- Sae?
- Gígolo! Você veio...Snif...Que bom...- Sae parecia se levantar pra começar uma conversa normal, e sentar num banco, como pessoas normais, mas definitivamente não foi isso que ela fez. Ela se pôs de joelhos, abaixou a cabeça e, assim, olhando pro chão, voltou a falar de um jeitinho que comove até cobra cascavel com fome-Eu fui um monstro, eu sei. Eu te usei, e não dei a mínima pro seu amor e eu sei que eu não te mereço, mas, mesmo assim (snif), eu preciso te pedir perdão. Me perdoa, por favor! Eu nunca mais te perturbo, eu juro, mas o seu rancor tá arrancado o meu coração do meu peito (snif e lágrimas)...Eu...Eu tô aprendendo na pele aquilo de só dar valor a uma coisa quando a gente perde...Eu perdi você, Goro, e a culpa é toda minha...Se eu pudesse voltar no tempo...Mas eu não posso, eu não te mereço, eu sinto muito por tudo isso, é só que, se um dia você me perdoar,eu...Ah, Goro, EU TE AMO...(muitas lágrimas)
Gígolo estava estático, não sabia o que dizer. Demorou um pouco pra cabeça dele processar aquele tanto de informações, afinal a garota que pisou tanto nele estava ali, de cabeça baixa, de joelhos, lambendo o chão pra ele passar e se humilhando ao máximo.
-Você fez mesmo muita maldade, mas...Você não me perdeu, Sae. Nunca vai perder. Eu também te amo, você é...Meu vício.
Sae levantou a cabeça e se deparou com a mão de Goro estendida em sua direção. E eles se beijaram apaixonadamente, assim, no meio da praça, com todo mundo olhando torto.
Toji não encontrava o celular, aliás, desde o dia em que ele tinha mandado o celular da Momo pelo correio, passou a detestar e, portanto, perder o aparelho. Finalmente, achou.
-Alô.
-Sou eu.
-Sae?
- Quem mais? Escuta, a gente precisa dar um tempo. Claro que você sabe que está nas minhas mãos, mas eu não quero mais, não por enquanto.
E desligou.
- Ah! Eu não acredito! Livre! Eu estou livre! Por enquanto...LIVRE!
E, realmente os dias seguintes eram como uma nova vida pra ele, Sae nem sequer sentava perto durante as aulas, era só um 'bom dia' de longe. Mas, mesmo assim, ele não conseguia se aproximar da Momo, aquela coisa de 'por enquanto' continuava na cabeça dele.
- Ainda não posso, enquanto eu não tiver aquelas fotos, eu tenho que continuar na minha.
Sae voltava pra casa triunfante
-Melhor, impossível!(risinhos), o Goro ainda me ama...Mas também, quem não se comoveria com a minha atuação incrível?Eu merecia um Oscar! Um,não. Vários. Ninguém me supera...E eu preciso sair desse fundo de poço...Que que é isso?O pobretão do Toji mal me leva pra um passeio, nem sobre ameaça de morte, que dirá me dar alguma coisa...Tô precisando de um pouco de paparico...Paciência se o único disponível pra me paparicar é o modelo mais bonito e famoso do Japão e primeiro homem na vida da Momo... HUAHUA!
E, realmente, perdão, inacreditavelmente, Sae parecia...Satisfeita. E sabemos que ela nunca está satisfeita com nada, mas depois de tanto tempo como "namorada" do Toji, era muito bom ter um escravo como o Gígolo...Todos os dias, ele ia até a escola e saia com ela, comprava presentes e sempre usava as três palavrinhas mágicas ("Eu te amo").
Mesmo assim, o plano dela não estava concluído, já que por mais que o Ooji fosse seu servo, tecnicamente, Momo já tinha vivido coisas mais...hum...intensas com ele.E na cabecinha doente da Sae, não existia espaço pra intensidade das experiências alheias, ainda mais se tratando de Momo Adachi.
E, claro, alguns dias depois...
Sae, passeando com Ooji no carro dele:
-Goro, já faz tempo que a gente ta namorando, e, bom, você me conhece bem, sabe onde eu estudo, as coisas que eu gosto, onde eu moro...Mas eu não sei nada sobre você...Tipo, onde você mora?
- Onde eu moro? Hahaha!(com aquele sorriso lindo, tipo "ilumina mais que o sol") Pensei que você fosse perguntar alguma coisa mais pessoal, mais sentimental, um segredo, sei lá...Eu vou te mostrar onde eu moro
Goro parou na frente de um prédio simples, bem no meio da cidade, mas meio isolado das casas e perto do centro comercial e de alguns estúdios.
-É aqui.
-AQUI?(ela não queria acreditar)
-Não, bobinha, aqui.
Esse 'aqui' referia-se a um outro prédio, exatamente do outro lado da rua, todo chique,com umas estruturas clássicas e uma entrada digna de um palácio.
-É ali- apontando para a cobertura- vem conhecer.
-Nossa, como é lindo, Goro!
-Brigado. Essa é a sala, lógico, ali fica a cozinha ...Hum, esse é o meu quarto.
Sae se aproxima toda carinhosa e dá um beijo em Ooji.
- Você é muito alto, hiihihihi- nisso, o "empurra" até sentá-lo na cama.
-Assim, sim.
SMACK
SMACK
SMACK
-Eu te amo.
- Eu também te amo.
Continua...