N/A:Obrigaaada pelas reviews! Comentando:
miaka
– É talvez ele esteja fugindo... É aquela velha história do pobre garoto rico...rs! Qto a idéia da Narcisa, eu achei ótima! Mas ela é Black (e Malfoy tb) demais para pedir ajuda a uma Weasley! – Na verdade eu já explorei a Narcisa demais em Beleza...rs!
Laura Black Malfoy - Nha, thanks! Eu pretendo fazer uma cont pra Beleza, só não me pergunte quando...rs!
Miri
– Yeap, eu acho que to pegando pesado... E só vai piorar...! – Yellow adora ver o Draco sofrer...
Ka
Céus, nem eu me acostumei com esses cabelos... Estava descrevendo ela como ruiva e se não fosse a Si, eu continuaria sem perceber...o.O
Duda Amaral
Nhaa, eu tb sou apaixonada por mãozinhas dadas, se for escondido, melhor! rs! Qto ao Egito, eu posso dizer que o Draco detesta sol e eu vou adiar a ida o máximo possível para agradá-lo! ;)
Ive
Eu tinha que colocá-lo com esse cabelo, ainda não sei pq, mas eu tinha...rs! Curto e arrepiado me lembram o Harry, mas como ele tá "morto", eu te deixou a descrição do Max nesse cap! Ah, há homens que ficam irresistíveis c/ cabelos compridos... Brad Pitt em Tróia, Orlando Bloom como Legolas, o Aragon – Yellow s/ ar! Agora, Colin Farrell decididamente não merece aql cabelo de Alexandre! – Yellow se excedendo...
Nami Nayuumi Ah, eu tb adorei o flash... ehehe! E, hum... a interação ñ foi mto "intensa", mas eu espero q agrade...)
PatyAnjinha Malfoy
Ah, moça! Obrigada, eu to fazendo o possível pra ser rápida, rs!
Sabrina Bridkalview
Nhá, eu acho que tenho uma tendência a deixa o Draco feio, se não, estranho pelo menos... Sorry...!
Helena Black Yes! Thanks pelo apoio, não há flashs nesse, mas eu vou encher os próximos, rs!
Agradecimentos também à minha beta Simone
, que me deu um puxão de orelha e por isto esse cap está betado, rs!


Capítulo três – Catapora de dragão

Gina acordou ansiosa, a expectativa de Max chegar perturbando-lhe logo cedo. Era domingo e o namorado só estaria na estação no começo da tarde, quando teriam de buscá-lo. "Não pode ser tão ruim assim, pode?", perguntou-se, pois se os irmãos não trataram Draco tão mal, mesmo sendo um Malfoy, então não tratariam Max diferente.

Mal levantou da cama, ouviu burburinhos abafados de conversa animada vindo de baixo e estranhou todos terem acordado tão cedo em pleno domingo; principalmente Rony, concluiu, passando pela porta do quarto vazio do irmão.

Ao entrar na cozinha, Gina teve uma surpresa: conversando animadamente ao redor da mesa com pães, bolos, ovos, bacon e biscoitos, estavam Carlinhos e Max, além da população habitual d'A Toca.

"Max e Carlinhos!" – exclamou, chamando a atenção de todos para sua presença. Aparentemente ninguém havia notado que ela estava na porta, tão grande era a balbúrdia de sete pessoas falando ao mesmo tempo.

"Gina!". – Max também exclamou, levantando-se e indo até a namorada, que mantinha a boca aberta, cética. "Bom dia!". – Cumprimentou-lhe, dando-lhe um beijo na bochecha e a abraçando calorosamente – ela o advertiu anteriormente a não terem qualquer intimidade "ousada" na frente dos irmãos ou dos pais.

Carlinhos também saiu da mesa para lhe abraçar e Gina não conseguiu formular frases inteiras, até finalmente respirar.

"Eu... Eu pensei que você não tivesse sido dispensado, Carlinhos...". – Gina protestou.

"Aquele dragão novo problemático foi despachado para Escócia" – ("O monstro do lago Ness" ou algo assim...rsss!) – então o chefe me deu folga e pudemos partir mais cedo" – explicou.

"Vocês poderiam ter me acordado!". – Ralhou.

"A Sra. Weasley nos explicou que você ficou ontem o dia inteiro ajudando os gêmeos a embrulhar artigos na loja, então deixamos você descansar" – Max comentou, os três de volta à mesa.

Passada a surpresa, Gina se reuniu à conversa animada e logo se deu por satisfeita ao perceber que os gêmeos estavam se dando maravilhosamente bem com o namorado – o que já esperava, pois os irmãos dificilmente não faziam amizade – e até Rony, apesar de relutante, estava gostando do rapaz.

Talvez fosse porque ele viera acompanhado de Carlinhos e a primeira impressão que tiveram era de que ele era apenas mais um amigo do irmão. E também o fato dele ter chegado com vestes que lhe cobriam os braços e com o rosto liso sem nenhum vestígio de barba pareceu ajudar.

"Eu acho que o Vampiro vai ficar feliz em saber notícias da Transilvânia" – o Sr. Weasley olhou atrás de si, recebendo um olhar indagador de Max. – "Nós temos um vampiro no sótão, nenhum dos dois lhe contou?".

"Vampiros no sótão não é um assunto muito comentado na Romênia, papai..." – Carlinhos riu. – "Ainda mais com a supertição criada pelos trouxas sobre Drácula".

"Na verdade foram os próprios bruxos daquela província que criaram toda essa lenda sobre vampiros sanguinários comandados pelo célebre Drácula. Não queriam mais trouxas do que já agüentavam e criar semimortos sugadores de sangue – uma imagem errônea dos vampiros – é uma ótima maneira de espantar trouxas" – Max explicou. – "Contudo, atualmente, os trouxas freqüentam muito aquela província para fazer o que eles chamam de filmes".

"Seu pai me contou um dia que em um de seus jogos, perderam um balaço e o encontraram meses depois, em um dos lagos da Transilvânia!" – Gina comentou.

"Ele só jogou profissionalmente na Romênia por seis meses, então não acredito que isso tenha acontecido..." – Max explicou. – "Mas ele sempre gosta de contar essa história...".

"Seu pai era batedor?" – Jorge perguntou, animado.

"Não, na verdade, era apanhador dos Fitchburg Finches e também de uma equipe americana".

"Você é filho de Maximus Brankovitch III?" – o Sr. Weasley exclamou, incrédulo.

"Sim, senhor!" – Afirmou, sorrindo. – "Maximus Brankovitch IV" – apresentou-se – "descendente de Maximus Benidius, o gladiador".

"Não é difícil adivinhar qual vai ser o nome do seu filho" – Fred cochichou no ouvido de Gina, recebendo um chute por debaixo da mesa.

O Sr. Weasley parecia encantado com aquelas informações, mas os ocupantes restantes da mesa não associavam os nomes com nenhum feito grandioso. A não ser por Molly, sorrindo boba para filha, os olhos dizendo que aquele era o genro perfeito.

Gina passou mais alguns minutos escutando seu pai comentar as maravilhosas capturas do pomo por Brankovitch, deixando Max orgulhoso e um pouco envergonhado de tanta admiração. Arthur disfarçou a decepção, quando Max afirmou nunca ter tido jeito para Quadribol, logo depois comentando que a filha jogava maravilhosamente bem, apesar de nunca tê-la visto em campo.

Após o café da manhã, Max arrastou discretamente Gina para cima, o que não deixou de ser notado pelos quatro irmãos Weasley, apesar de Carlinhos já não se importar mais com os dois, estando acostumado com as suas escapadas.

"Por Merlin! Como eu senti sua falta!". – Max murmurou, assim que adentraram o quarto de Gina.

Ele não a esperou dizer nenhuma palavra, comprimindo-a na porta quando a fechara. As pernas se enroscaram e os lábios não se desgrudaram por nenhum segundo, até que Gina o afastou sem ar, recebendo exclamações de protesto.

"Foram só dois dias!" –Riu, segurando as mãos de Max entre as suas para que não houvesse nenhum perigo de reaproximação.

"Foram três noites, se contarmos que quinta-feira eu tive que ficar no acampamento!".

"Então serão dez, Sr. Maximus!". – Ela provocou, vendo a cara de frustração do namorado.

"Eu não acre... Você não pode estar falan... Ora, Gina, eu...". – Ele se calou, desanimado, sentando-se na cama. "Talvez nós...".

"Essa é a casa dos meus pais..." – Gina murmurou em advertência.

"Se esse é o problema, nós podemos resolver!".

Gina o olhou, o brilho de seus olhos denunciando exatamente o que ele queria dizer. Tentou não se render, mas nunca resistia a expressão marota estampada em seu rosto e sorriu em cumplicidade.

Ele a puxou para a cama, enchendo-a de beijos novamente. Logo depois saiu do quarto e voltou com um embrulho fino em suas mãos. Apenas o entregou para Gina, recebendo um olhar indagador.

"O que é isto?". – Ela questionou, o objetivo largo e fino em seu colo.

"Uma tentativa desesperada... Abra!".

Ela desatou o laço e rasgou o papel que envolvia o presente. Surpresa, passou o dedo pelas letras douradas do título do livro: Características e curiosidades dos Dragões – Um manual para criadores escrito pelo Clã MacFusty.

"Eu não acredito! Você vem procurando esse livro faz meses! Não pode me dar! Deve ter sido difícil achá-lo!" – Gina disse, os olhos postos no sorriso contentado do namorado.

"Eu o venho procurando desde o dia que você comentou talvez não querer mais cuidar de dragões. E visto que não mudou de idéia, encontrei-o no momento certo e espero que ele faça a façanha que eu não consegui: mantê-la na Romênia".

"Oh, Max...". – Gina o abraçou, um frio na barriga lhe assolando. Todas as vezes que era indagada por Max se deveria mesmo voltar para a Inglaterra, ficava em dúvida. Ele parecia ser o único com poder de lhe deixar confusa. Contudo, não o suficiente para desistir da idéia de voltar, pois, afinal, estava ali agora... – "Não faça isso, você sabe que eu...".

"Você ainda pode desistir. Carlton disse que seu lugar sempre estará livre caso quiser voltar e eu acredito que você nasceu para cuidar de dragões! Não a vejo tratando de corujas ou diabretes... Você é uma domadora de feras! Minha domadora!".

Gina riu, o coração apertado. Já haviam tido aquela conversa diversas vezes, já haviam chorado e gritado muito um com o outro. Mas nunca conseguiam colocar um ponto final naquele assunto, talvez porque só havia uma maneira de finalizar a discussão e nenhum dos dois tocara nessa possibilidade.

"Eu... eu não sei, Max...". – Ela posou sua mão no rosto dele. – "Minha vida parece estar presa aqui, eu não consigo me imaginar vivendo em outro lugar...".

"Mas você já viveu fora, não me diga que foi tão ruim assim" – lançou-lhe um olhar severo, fazendo-a rir.

"Foi maravilhoso, seu bobo. Mas nunca imaginei ser permanente".

"Talvez não até agora. Se eu lhe pedisse..." – Gina o interrompeu, a mão deslizando até a boca de Max num pedido de silêncio.

"Não diga. Essas palavras não podem ser ditas à toa, então não as pronuncie...".

Ele consentiu, mesmo sem entender.

"Você não entende, Gina!". – Exclamou, frustrado. – "Eu não posso voltar a comer a meleca que seu irmão diz ser comida, é intragável...!".

"Ora, seu... É só por isso que me quer de volta?". – Ela partiu para cima dele, fazendo-o deitar-se na cama.

"O quê? Você imaginou ser por outro motivo?". – Ele riu, recomeçando mais uma sessão de beijos.

Na segunda de manhã, logo após o pai e os irmãos – com a exceção de Carlinhos que fora visitar alguns amigos – terem partido para o trabalho, Gina e Max se aninharam no sofá da sala e começaram a explorar o livro sobre dragões. Chegaram em um capítulo sobre animagia, onde se dizia ser extremamente raro encontrar um animago dragão, pois só existiam cinco no mundo todo, dos quais quatro já estavam mortos e o único vivo na atualidade não tinha mais do que dois anos de experiência com animagia.

"O que foi, Gina?". – Max indagou sobre o suspiro de espanto da namorada.

"Eu conheço esse animago!". – Exclamou, passando o dedo sobre o nome destacado.

"Draco Lucius Malfoy?". – Ele leu, recebendo confirmação de Gina. – "Ora, eu também quero conhecê-lo! Com este nome, não havia como escolher outro animal, havia?". – Ele riu. – "Você o conheceu onde?".

"Hogwarts. Estudou no mesmo ano do meu irmão Rony" – disse, esperando a pergunta fatal.

"Na Grifinória, sua casa?".

"Não... Na Sonserina...". – Ela o viu olhar com espanto.

"Seu irmão disse que sonserinos não fazem amizade com outras casas... Eram eles, não? Ou eram os tais corvitais?".

"Corvinais... Mas sim, os sonserinos não são muito amigáveis, realmente...".

"Então como você o conheceu?". – Max já esperava uma resposta nada agradável.

"Bem, os Malfoy são bem conhecidos por aqui e Rony, Mione e Harry não se deram bem com ele desde o primeiro dia de aula... Também posso dizer que o conheço desde sempre, já que meu pai sempre criticou o pai dele...". – Max pareceu ficar satisfeito, mas Gina continuou. – "Mas na verdade, eu o conheço muito mais do que somente por comentários... Nós namoramos no meu quinto ano...". – Falou sem encará-lo.

"Bom, mas ele é passado, não?". – Gina assentiu.

Mal acabara de virar a página, como uma certa maneira de encerrar o assunto, uma coruja pousou sobre o encosto do sofá e largou um pergaminho sobre o livro, logo voando pela cozinha.

"É para você" – Max mostrou o nome caprichosamente escrito e Gina tremeu ao reconhecer a letra.

Srta. Weasley,

Tendo em vista que nosso responsável pelos cuidados animais se encontra ausente e não encontrando nenhum especialista do Ministério desocupado no momento, solicitamos, devido à urgência do caso, sua presença no banco Gringotes o mais breve possível para assuntos não mencionáveis.
Sabendo de sua formação acadêmica e da colaboração de sua família com o Ministério da Magia, vimos por este, solicitar esse favor.
Atenciosamente,

Eleanus K. Brown
Sub-Diretor

A letra era claramente escrita por Draco e era compreensível estar no nome do superior responsável. Ela resolveu omitir esse detalhe e se inclinou para Max.

"Eu vou até lá, parece ser extremamente necessário...".

"Como eles sabem que você já voltou da Romênia? E por que não chamaram Carlinhos no seu lugar?" – Max questionou, subindo com Gina para o quarto.

Ela prolongou a espera, tirando a blusa e se virando para abrir o armário. Assim que vestiu outra blusa e sentou-se na cama para trocar as calças e calçar suas botas de couro de dragão, fazendo par com as de Max, Gina o encarou.

"Eu encontrei Draco quando cheguei. Conte-lhe que me formara em TCM e que era especialista em dragões e ele me disse que trabalhava no Gringotes... Talvez seja verdadeira a lenda de que há dragões protegendo alguns cofres lá embaixo!". – Ela tentou colocar um tom divertido na conversa, sabendo que Max ficaria admirado com dragões em bancos subterrâneos, mas ele estava mais interessado no encontro de Gina com o ex.

"Você não disse que ele era passado?". – Seus olhos estavam brilhantes e era claro o ciúme. – "Engraçado, você mal aparece e ele já lhe procura assim, com uma desculpa esfarrapada!".

"Max, a carta estava remetida com outro nome...".

"Mas só ele sabia, não? E seu nome logo lhe veio à mente! Talvez para você seja passado, Gina, mas para esse idiota parece que não! Eu vou com você!". – Ele exclamou, saindo do quarto sem esperar uma resposta de Gina.

Ela acabou de calçar as botas, perplexa, e apanhou sua capa. Seria engraçado presenciar um encontro dos dois, tão diferentes. Seria engraçado se ela não estivesse presente, na verdade... "Vai ser um belo espetáculo...".

...dracoEginaEdracoEginaEdracoEginaEdracoEgina...

Quando Draco chegou, as mesas estavam vazias e não havia nenhuma conta espalhada por elas, como habitualmente acontecia. Caminhou até sua mesa e depositou o chapéu sobre alguns papéis. Já ia sair para procurar alguém quando um duende novo passou correndo por ele.

"Ei, espere aí!". – Gritou, fazendo-o parar. – "Aonde foram todos?".

"Lá embaixo... Problemas... Andar cinco, seção dez... Primeiro corredor direito...". – O duende falou pausadamente, faltando-lhe ar. Mal acabou de murmurar a última palavra, saiu correndo, deixando um Draco perplexo para trás.

"Andar cinco... Dragões!" concluiu, seguindo os passos do duende.

Draco chegou no vagonete à caverna mencionada em poucos segundos e logo notou a balburdia instalada ali. Alguns bruxos discutiam nervosamente em um canto enquanto o Sub-Diretor andava de um lado para o outro, seguido pelos olhos dos estagiários perdidos.

As vozes dos bruxos ecoavam pelas paredes altas e pedaços de sua conversa rebatiam nos ouvidos de Draco enquanto ele se dirigia até o Sub-Diretor.

"O que aconteceu, Sr. Brown?". – Perguntou calmamente, fazendo o diretor parar de andar.

"O Bola de fogo chinês está com catapora!". – Exclamou, perplexo, deixando claro que não sabia que dragões podiam pegar catapora. O que também foi uma novidade para Draco. – "Não conseguimos comunicação com MacFusty, visto que ele se enfurnou na ilha de sua família...".

"Já tentaram alguém do Ministério?". – Draco sugeriu.

O Sr. Brown pareceu muito ofendido com a pergunta, como se fosse incompetente o suficiente para que não tivesse pensado nessa possibilidade.

"Todos ocupados, Sr. Malfoy" – ele bufou.

Draco olhou para os colegas e eles deram de ombro, também sem saberem o que fazer.

"Os estagiários do Sr. MacFusty deveriam saber lidar com a situação".

"Deveriam!". – O Sub-Diretor quase gritou, como se ele já não tivesse enchido o ouvido do grupo afastado que discutia bravamente a um canto. – "Se não tiver nenhuma idéia brilhante, Sr. Malfoy, é melhor não me sugerir mais nenhuma solução óbvia!".

Depois disso, Draco resolveu não gastar mais sua paciência tentando ajudar. "Que se dane esse velho rabugento! Vai se aposentar logo mesmo. Um triste fim de carreira...". Já estava decidido a não se pronunciar novamente quando uma idéia, na verdade uma pessoa, veio em sua mente. Ele até deixaria o diretor se descabelar sozinho, mas era vantajoso para ele também se essa idéia fosse posta em prática. Ignorou o aviso de sua consciência de que não deveria remexer no passado e falou novamente.

"Senhor, uma última sugestão" – a contragosto, não tendo nenhuma saída de qualquer modo, o Sub-Diretor assentiu. "A Srta. Weasley acabou de chegar da Romênia, onde trabalhava com dragões. Já que sua família é muito chegada ao Ministério, creio que ela não vai negar ajuda".

Os olhos do Sr. Brown brilharam e Draco jurou que ele queria beijá-lo, mas ao invés disso soltou um grito de satisfação.

"Eu sabia que você era bom, Sr. Malfoy! Você faz jus ao seu sangue!". – O Diretor sequer notou que era um Malfoy falando de uma Weasley tão intimamente, tamanha sua alegria.

"Eu irei até lá em cima, enviar uma coruja".

Foi quando Draco estava no vagonete que percebeu o que estava fazendo. Iria pedir ajuda para Gina Weasley. A Gina que ele deixou esquecida no passado depois de ter uma porta batida na sua cara. A Gina que voltou para o presente quando a viu tão diferente n'O Caldeirão Furado. A Gina que parecia nunca ter saído de seus pensamentos... "Saiu, Draco, no momento em que rompeu o namoro. Não vá querer se humilhar para uma Weasley ingrata!", ele se censurou.

Chegando até seu departamento, escreveu a tal carta e a enviou o mais rápido possível, logo depois contando para Amanda Johnson – outra estagiária – o que havia ocorrido nas cavernas.

Não demorou muito para que Gina chegasse e quando a porta do departamento se abriu, Draco segurou sua respiração e se sentiu completamente idiota por estar agindo daquela maneira. Contudo, qualquer atordoamento que a presença de Gina lhe pudesse causar foi abafado pelo espanto – ou ciúme? raiva? incredulidade? – de vê-la chegar acompanhada.

Não havia uma palavra melhor do que vulgar para definir o que Draco achou do bruxo ao lado de Gina – para Amanda e qualquer outra garota a palavra apropriada era sexy. A calça apertada, os cabelos despenteados e a capa e as botas de couro de dragão berravam aos olhos conservadores de Draco e ele se perguntou onde Gina achara aquela imitação ordinária de trouxa rebelde. Melhor, na cabeça dele, a primeira pergunta era o que ela tinha com ele. E quase perdeu a compostura e a fez quando Gina se dirigiu até ele, mas se recompôs a tempo de não passar vergonha.

"Bom dia, Draco" – murmurou, sorrindo. Estava claro nos olhos do louro o desagrado ao vê-la acompanhada e Gina se viu contente por isso. – "Bom dia, Amanda, quanto tempo!".

As duas garotas trocaram abraços enquanto os rapazes se examinavam, os dois perguntando-se o quanto o outro tinha conhecimento de si próprio e da sua proximidade com Gina.

"Este é Max Brankovitch" – Gina apresentou para os dois estagiários – "e estes são Draco Malfoy e Amanda Johnson, cunhada do Fred".

Max não se ressentiu quando Gina não o apresentou como namorado, já que eles nunca o faziam quando não estavam com pessoas realmente íntimas ou quando estavam trabalhando, o que era o caso. Mas ele desejou que ela o tivesse feito dessa vez para que aquele louro de olhos arrogantes perdesse sua pose superior.

"Acho que devemos ir até lá embaixo" – Draco sugeriu, encabeçando a fila para os vagonetes.

Quando chegaram até lá, Amanda logo se sentou na primeira fileira e Gina na segunda. Era de se esperar que Max acompanhasse Gina, mas Draco deliberadamente tomou-lhe o lugar, sentando-se ao lado dela, o que deixou o romeno totalmente irado, mas transparecendo descaso com o fato. Não queria dar ao louro o gosto de ser motivo de ciúme.

Gina também ficou intrigada quando Draco sentou-se ao seu lado, mas não disse nenhuma palavra. Já havia andado por aqueles túneis uma vez quando abriu uma conta antes de partir para a Romênia, mas a sensação de terror que lhe assomou continuava a ser a mesma e involuntariamente, ela se viu agarrando a mão de Draco na primeira descida. Quando se deu conta do que fizera, uma nova descida a assombrou e não teve tempo de questionar se o que estava fazendo era errado.

Quanto a Draco, acostumado com a turbulência dos vagonetes, só sentiu um tremor percorrer seu corpo quando o quente da pele de Gina tocou sua mão. Ele a encarou quando ela apertou forte, mas parecia estar por demais apavorada para perceber. Sentiu uma vontade imensa em abraçá-la e acalentá-la, mas desistiu na hora ao encarar os cabelos negros do bruxo à sua frente. Estava clara qual era a relação dos dois e ele se sentiu invadido de ira. O que aquele idiota tinha que não recebia um pé na bunda como ele?

Quando o vagonete parou, Draco desceu primeiro, seguido de uma atordoada Gina. Assim que ela pôs os pés no chão, sentiu uma vertigem forte e seus joelhos cederam. Suas mãos se estenderam à frente na procura de algo para se apoiar e encontraram os ombros de Draco, que prontamente agarrou sua cintura, dobrando os joelhos ao receber o peso de Gina.

Seus rostos ficaram quase colados e Draco sentia uma necessidade imensa de acabar com aquele espaço entre suas bocas. Suas mãos na cintura de Gina, não apenas a seguravam, mas aproveitavam ao máximo o contato tão desejado com aquele corpo e ele suspeitou que ela sentiria suas costelas doerem tamanha era a força com que as apertava. Sua respiração estava falha e era impossível não manter a boca entreaberta.

E Gina não sabia se sua tontura agora era causada pela agitação do vagonete ou pela proximidade dos olhos de Draco, tão nítidos naquela mínima distância. Ela sentia sua cintura doer com a pressão das mãos dele, mas não se importava, pois toda sua concentração estava na respiração ofegante do louro saindo pela boca entreaberta. "Céus...!", pensou, sabendo que tinha que beijá-lo.

"Ela já está segura, Sr. Malfoy" – a voz de Max, fria e revelando desgosto, soou nos ouvidos de Gina e ela rapidamente tirou as mãos do ombro de Draco. Um desconforto enorme surgiu entre os quatro, principalmente porque Max não tirava os olhos de Gina, e Amanda rapidamente se ofereceu para indicar o caminho.

Ao chegarem à presença do Sub-diretor, este ficou muito contente por contar com dois especialistas vindos da Romênia e começou a explanar sobre seu problema com o dragão do cofre cinqüenta e dois.

"Primeiramente, ele deve ser isolado" – Max explicou, após o diretor dizer-lhes qual era a situação. – "Qualquer contato, seja humano ou não, deve ser evitado, pois a catapora é extremamente contagiosa".

"Catapora de dragões em humanos?". – O Sr. Brown exclamou, como se já sentisse os sintomas da doença em seu corpo.

"É muito raro, mas é melhor prevenir, pois a doença é perigosa em bruxos" – Gina esclareceu. – "Em todo caso, seria bom ministrar poções preventivas para todos que desceram até aqui e principalmente para os dragões restantes".

"E quanto ao dragão doente, poções tranqüilizantes, pois as bolinhas que se espalham no couro do animal são muito dolorosas e ele pode destruir tudo à frente, caso não seja acalmado" – Max concluiu.

Ele e Gina deram mais instruções aos estagiários de TCM e pediram para verem o dragão doente. Ninguém parecia estar disposto a levá-los, agora que sabiam que a doença era contagiosa.

"Eu os levarei" – Draco se ofereceu.

Max fez uma careta de desagrado, mas não se opôs, visto que não era de se fazer casos, mesmo visualizando sua namorada ser "atacada" pelo ex.

"Receio que seja melhor não, Sr. Malfoy" – Gina falou formalmente, estando na presença do Sub-Diretor. "Devido à sua habilidade peculiar, não deve se arriscar perto do dragão, aliás, não deveria nem estar aqui conosco".

Max entendeu de prontidão o que Gina quis dizer e lhe agradou ver a namorada dispensar a companhia do louro arrogante.

"Não compreendo o que a senhorita quer dizer com habilidade pelicular" – Draco indagou.

"Ela se refere a sua animagia, Sr. Malfoy. Você estará mais suscetível à doença devido a sua situação" – Max falou, os olhos faiscando de prazer.

Draco ainda tentou argumentar, mas no fim acabara largado pelos dois depois de lhes explicar o caminho até o dragão.

"Não sabia que você gostava de filhinhos de papai" – Max ironizou quando estavam a uma distância segura. Entraram por um túnel e deveriam virar no segundo corredor da esquerda.

"Eu sou bem eclética quando a namorados...". – Ela provocou. – "Veja, estou namorando um domador de dragões agora! Você sabe, músculos definidos, calça apertada, cabelos rebeldes, um romeno quente...!".

Ele riu da descrição, voltando ao seu habitual humor, mas não deixando o assunto de lado.

"Você não parece ter apagado muito bem esse seu passado...".

"E você nunca foi ciumento...".

"Você nunca deu motivo...".

"Eu estou dando agora?". – Gina se indignou.

"Aquilo no vagonete foi praticamente um amasso!". – Max jogou.

Gina abriu a boca para argumentar, mas calou-se no mesmo instante. Haviam chegado até a caverna do dragão e os dois estavam boquiabertos.

O imponente animal era vermelho rubro, seu couro dividido em hexágonos irregulares que brilhavam com a luz dos archotes. Seus olhos redondos eram âmbares e na ponta de seu nariz havia pêlos semelhantes a um bigode comprido. Mas o mais impressionante eram as asas sobre suas costas, cobertas de escamas e com espinhos nas pontas.

"É um Firedragon!". – Max exclamou, totalmente deslumbrado.

"Ou Bola de fogo chinês como é mais conhecido. Extremamente raros aqui na Europa!" – Gina concluiu, também abismada com a beleza do dragão vermelho.

Estavam em uma caverna enorme, dividida por correntes de luzes que os protegia contra o dragão enfurecido que esfregava suas costas contra a parede na tentativa de amenizar sua dor.

"Suas manchas são brancas! Você lembra que eram vermelhas naquele dragão irlandês? Talvez nós pudéssemos tentar um feitiço tranqüilizante para tirar a dor, pois a poção vai demorar algumas horas...". – Max sugeriu.

"Essas correntes de energia impedem qualquer feitiço, além do mais, ele precisaria receber vários ataques de uma só vez. Devíamos ter chamado Carlinhos...". – Gina protestou.

"Se nós tirarmos a parede protetora e lançarmos feitiços sucessivamente, poderá dar certo".

Gina sorriu, vendo o brilho nos olhos castanhos de Max. Ele adorava desafios. Ela concordou com um aceno e quando ele já ia tirar a parede de proteção, Amanda apareceu correndo.

"Venham, rápido! Draco está cheio de pintas amarelas pelo rosto e parece prestes a desmaiar!".

Os dois se olharam, surpresos. Desistiram da idéia de ajudar o Bola de fogo. Havia outro dragão doente.


N/A2: Eu enchi esse capítulo de informações que são, a maioria, tirada dos livros, como a catapora, o nome do pai do Max, o clã MacFusty, a espécie do dragão doente...etc, etc! Mas a Amanda e o Sr. Brown (vovô da Lilá!) são OC, ok!
Obrigada de novo pelos comentários, e não deixem de mandar reviews!