N/A: Hum, aquele domingo enfadonho não melhorou tanto, mas adorei as reviews! Obrigada!
Comentando:
Helena Black – É, né! Eu não sei se faria isso com meu namorado... (Pensando)... Bom, entre a vitória de um jogo e uma briguinha que pode ser resolvida, eu acho que fico com o jogo! Depois o consolaria pela derrota...rss!
PatyAnjinha – Ah, eu estava triste aquele dia, e quando se está triste, não se espera nada de bom, né! Nhaa, eu também adorei o flash! Adoro Draco irritadinho...rs!
Manu Black – Definitivamente eu coloquei a Narcisa aí pra ser horrível...rsss! Ainda vai piorar...Só um pouquinho ...hehe!
Nami Nayuuki – Mães são ótimas para chegarem em horas inapropriadas, e se for pra atrapalhar ceninhas fofas são melhores ainda! Rs!
miaka – Yes, Malfoys são treinados para a arte de enganar! Ainda mais quando é pra sacanear o adversário!
Miri – Oh, coitada e como ficará o Lúcio?
Suzi Loka – Ah, verdade, eu tb não gosto muito dessa história de namoro-ele-mas-só-consigo-pensar-no-ex... Ela gosta do Max, mas infelizmente vai descobrir q gosta mais do Draco... Adorei, pode deixar que da próxima vez eu coloco a plaquinha...rs! E pro seu deleite, neste capítulo tem transformação do Draco em Draco, digo, em dragão!
Diana Prallon – Yes, é bom voltar aos velhos tempos em que D/G era difícil de acontecer! (Nha, eu quero ler essa sua fic... Eu só preciso tomar vergonha na cara primeiro e terminar OE...;b)
Kirina-Li – É, eu acho que exagerei demais no Max...rs! Além de Draco irritadinho, é sempre bom ter um Draco "estropiado" pra Gina cuidar dele...rs!
Kittie Malfoy – Claro que eu lembro! Como poderia esquecer? Ah, que bom! Alguém que odeia o Max! Eu precisava de alguém de oposição!
Lika Magnun – Aham! Quando mais longa a espera, mais doce a experiência!
Joana – É, não se apeguem ao Max! Ele já tem dona! Rsss! Qto ao beijo, eu não posso prometer, mas talvez role no próximo capítulo... ;D
Duda Amaral – Não tadinha, ela só quer proteger o Draco da malvada Weasley destruidora de corações...rs! A Narcisa tem razão! Mães sempre tem razão! (Sim, Yellow pirou...rs!)
E pra quem sempre pede capítulos mais longos, esse foi o mais extenso que eu consegui fazer e um dos que eu mais gostei pq eu coloquei duas cenas que já imaginava desde o começo: uma é do Draco se transformando em dragão, a outra é do Max...
E thanks pra Si por ter betado, apesar de estar atarefada.
Capítulo sete – Resolvendo pendências
Mas não há quem não deseje, quem não arrisque.
E mesmo quem não se atreve, acaba corrompido involuntariamente.
Os riscos vêm na mesma proporção dos benefícios.
Mesmo assim, um segundo já basta... O amor...
-Corrompidos -
Gina olhou para a porta e se deparou com uma mulher de pele alva e cabelos igualmente louros aos de Draco. Uma de suas sobrancelhas estava levantada, assemelhando–se mais ainda ao ex-namorado, e seu semblante era de total desagrado. Mesmo que não a tivesse visto na Copa de Quadribol anos atrás, Gina afirmaria com certeza que aquela era Narcisa Malfoy.
Tentou se mexer para sair daquela situação constrangedora, mas Draco, em cima de si, parecia não estar tendo forças para se mover – se de susto ou de dor, Gina não saberia dizer. Ela estava com vergonha de encarar qualquer um dos Malfoys e ficou mais encabulada ainda quando Narcisa deu dois passos para dentro da sala e abriu espaço para o Sr. Brown entrar logo atrás de si.
"Draco, por favor!" – pediu, querendo sair dali rapidamente.
Draco olhou da mãe para o Sub-Diretor e lançou-lhes um olhar nada doce. Estava preste a fazer uma coisa que, apesar de não admitir, vinha querendo fazia anos e os dois acabaram de estragar sua melhor oportunidade! E o pior de tudo era que seu corpo estava doendo mais do que nunca devidos aos movimentos bruscos e sua perna latejava, pois a havia torcido na queda. Não contando que toda aquela agitação e humilhação estava fazendo com que o almoço em seu estômago revirasse.
Ouviu Gina murmurar alguma coisa e sentiu os olhos dos dois na porta pedindo explicações, mas algo lhe fez ignorar tudo aquilo.
"Eu acho que vou..." – alertou, logo depois virando sua cabeça para longe de Gina e soltando todo o almoço garganta a fora.
Gina colocou sua mão na boca, controlando todo seu asco para não repetir o ato de Draco. Aproveitando que ele havia arqueado suas costas e lhe deixado livre, levantou-se e pegou a varinha para limpar a sujeira do louro.
Depois, pegou em um dos braços dele e o ajudou a se levantar com a ajuda do Sr. Brown. Narcisa havia saído do quarto, soltando gemidos de nojo e voltou após se certificar que não havia vestígios da "proeza" do filho.
Draco parecia novamente pálido e seus olhos estavam pesados e lacrimosos. Narcisa se aproximou da cama e passou a mão por sua testa, procurando algum sinal de febre.
"O que estava acontecendo aqui, Srta. Weasley?" – o Diretor especulou, seu olhar claramente dizendo que ele não esperava vê-la ali no chão com Malfoy depois de já tê-la visto em outra situação desagradável no corredor.
Ao ouvir o sobrenome Weasley, Narcisa voltou seus olhos para Gina, examinando-a mais atentamente. Parecia que não tinha conhecimento de sua identidade antes e estava encarando-lhe nervosamente somente porque ela estava atracada com seu filho. Contudo, sabendo agora quem era a jovem, Narcisa a olhava perigosamente com uma intensidade mil vezes maior.
"O Sr. Malfoy me alertou sobre seu mal estar e eu tentei ajudá-lo a ir até o banheiro, contudo, não agüentei seu peso e acabamos caindo" – explicou, a arte de mentir, aprendida com seus seis irmãos, muito bem aplicada.
"Entendo..." – o Sr. Brown disse, acreditando nas palavras de Gina. Contudo, Narcisa ainda a encarava hostilmente e parecia ler toda a verdade em seus olhos.
"Você está bem, Draco?" – a loura perguntou, seu semblante se moldando carinhosamente. Recebeu um aceno positivo nada convincente dele, visto que fazia careta de dor. – "Quem é a curandeira que passou por aqui, Sr. Brown?".
"Madame Warmed, uma ótima profissional que nos socorreu imediatamente" – ele respondeu.
Draco notou o lampejo de reconhecimento nos olhos claros da mãe ao ouvir o nome da curandeira e seus sentimentos se embaralharam. Não sabia se gostava ou não da atitude tomada por ela anos atrás, pois, se por um lado, livrava a cara de seu pai, por outro o deixara impune a um assassinato e a tornava cúmplice assim.
"Eu não conheço esta curandeira. Creio que devo chamar nosso..." – Narcisa começou, sendo interrompida delicadamente pelo Sr. Brown.
"Creio que será melhor que o Sr. Malfoy seja tratado pela Madame, pois ela é especialista nestas doenças incomuns envolvendo animais e humanos e saberá lidar melhor com a situação do seu filho" – explicou.
"Mas pelo que o senhor me informou, Madame Warmed está ministrando poções para Draco e eu não vejo nenhum resultado se ele está vomitando e sofrendo de dor. Além do mais, uma boa profissional não abandonaria um doente aos cuidados de amadores" – disse, voltando seus olhos para Gina por um instante, logo encarando o Diretor novamente.
Gina sentiu-se queimando de raiva. Apertou suas unhas nas mãos, cerrando os punhos, segurando-se para não pular encima daquela loura aguada que se intitulava adequada para julgá-la. Sabia muito bem que ela não tinha sangue Malfoy, mas a família Black – com a exceção de Sirius – não ficava para trás no quesito "prepotência". De qualquer forma, Narcisa parecia uma autêntica descendente dos Malfoy e usava de toda sua pose e arrogância para colocá-la na base de sua pirâmide de "convivência social", onde se encontravam outros que provavelmente ela achava insignificantes demais para lhe dirigir a palavra.
Estava controlando toda sua fúria Weasley para não afundar seus dedos naqueles fios desbotados e desmontar aquele penteado todo certinho. O pior, era que não havia como não a achar bonita! Mesmo com o asco estampado em seu rosto, mantinha-se bela.
"A Srta. Weasley está capacitada a cuidar de dragões e como eu, de certo modo, sou um e peguei uma doença deles, ela está ajudando com meu tratamento" – Draco disse, sua voz baixa, mas seus olhos determinados.
Gina quase deixou seu queixo cair. Draco estava defendendo-a! Tudo bem, ele havia declarado ainda estar apaixonado e tentou beijá-la há pouco, mas não esperava uma reação maior de afeto como aquela. Não era somente algo passageiro se ele estava desafiando a própria mãe na frente de alguém importante como o Sr. Brown. Sentiu suas pernas bambas.
Narcisa, não parecendo nada carinhosa desta vez, voltou-se para Draco.
"Você está doente demais para opinar sobre seu tratamento, Draco" – falou sem perder a pose.
"Foi exatamente o que a Madame Warmed me disse. Eu não sei por quê, mas ela parecia ter algum sentimento animoso contra mim..." – disse, sarcástico.
Logo depois, o Sr. Brown pareceu lembrar-se de alguma coisa e começou a tossir violentamente como se quisesse amenizar o clima tenso.
Narcisa, pelo contrário, ainda se mantinha calma, mas seus olhos azuis postados sobre Draco demonstravam claramente que não estava nada satisfeita com essa súbita rebeldia do filho. Ela se virou para o Sub-Diretor, que mantinha uma das mãos apoiadas na parede, estupefato, e lançou-lhe um sorriso.
"Eu acho que se Draco se encontra bem, nós dois poderíamos discutir qual será o melhor caminho a seguir para sua melhoria. Então, eu gostaria de alguns minutos para conversar com ele a sós" – pediu.
"Oh, claro, claro..." – ele disse, abrindo a porta e acenando para que Gina acompanhasse.
Ignorando o Diretor, Gina foi até Draco, sendo fuzilada com os olhos por Narcisa, mas recebendo um sorriso fraco dele.
"Eu vou voltar para casa para que você se sinta mais confortável com sua mãe. De tardezinha, volto para testarmos a poção com sua transformação. Alimente-se antes disso e daqui a duas horas tome um daqueles frasquinhos, okay?" – Gina apontou um dos fracos deixados pela curandeira, recebendo um aceno de Draco. – "Obrigada pela defesa..." – murmurou baixinho, somente para ele.
"Não poderia ser diferente" – Draco respondeu, acompanhando-a com os olhos enquanto ela saia da sala.
"Se você está bem para cair no chão com uma Weasley e me desafiar na frente de estranhos, nós poderemos ter uma conversa interessante, Draco" – Narcisa disse, logo depois que a porta foi fechada.
"Se você não se importa em deixar crimes impunes, não vejo porque se preocuparia com meu bem-estar, mamãe" – Draco respondeu, forçando a última palavra. Seu corpo estava fraco devido a todo aquele movimento e o que mais queria era fechar os olhos e dormir, mas agüentaria mais alguns minutos acordado, se conseguisse entender algumas coisas.
"Quem lhe disse isso?"
"Madame Warmed que teve sua filha morta, hum, eu me esqueci por quem... É alguém que nós conhecemos..." – ele fingiu cara de dúvida, deixando Narcisa nervosa. – "Ah, lembrei! Foi papai quem a matou. Lúcio, o seu marido, o meu pai..." – ele a encarou friamente. – "E mais tarde, a mulher dele Narcisa, minha mãe, defendeu-o, mentindo. Uma família muito boa essa, não?".
"É a sua família" – Narcisa limitou-se a dizer.
"Eu sei. Acho que é por isso que eu estou chocado" – satirizou. – "Ou eu não deveria? Talvez vocês esperassem que a minha reação fosse aplaudir, pois você o livrou de Azkaban, podendo ser acusada de calúnia, caso descobrissem sua mentira. É uma coisa muito nobre defender o marido".
"Ele é seu pai, Draco. Pense bem no que você está dizendo. Pense em como seria passar sua vida toda sabendo que seu pai está na prisão, enlouquecendo com todos aqueles Dementadores ao redor. Pense se você teria algum orgulho de dizer seu sobrenome se ele estivesse relacionado com um presidiário. Pense em como nós sobreviveríamos".
"Eu só consigo pensar na família da Madame Warmed. Pois tudo o que você disse é uma suposição, mas o que ela viveu desde o momento que perdeu a família, até agora, é realidade" – Draco arrematou.
"Por que, de repente, você está nos julgando? Não acha que é um pouco tarde para se revoltar contra seus pais, Draco? Será que você não consegue ver que tudo que fizemos foi para o bem da nossa família?".
"É impressionante como até para nos mantermos unidos, precisamos destruir alguém. Esta é a sina dos Malfoy?" – Draco perguntou, meio irônico, meio inconformado.
Narcisa lhe deu um sorriso a meio fio, o mesmo sorriso que lembrava a Draco sua tia Bellatrix.
"Talvez seja".
...dracoEginaEdracoEginaEdracoEginaEdracoEgina...
Gina pensou na possibilidade de ficar com os irmãos na loja até que desse o horário de voltar para cuidar do dragão, contudo, não adiantaria ficar evitando Max somente porque sua cabeça estava cheia de dúvidas. Tentar esquecê-las era o mesmo que colocá-las à tona, pois não adiantaria tentar se distrair com seus irmãos quando seus pensamentos iriam estar divididos entre o atual e o ex-namorado.
Não queria admitir, mas ela desejara aquele beijo interrompido por Narcisa. Como também havia desejado quando estava saindo do vagonete. Parecia que era só estar a dois centímetros de Draco, para que parasse de ser racional e começasse somente a sentir... O que não era nada bom, visto que ela não deveria querer nada com alguém com quem ela terminara.
"Se eu não consigo me controlar perto de Draco, é porque..." não teve coragem de terminar, sabendo que tal pensamento seria uma traição com Max – não que os outros também não fossem.
Ela resolveu voltar logo para A Toca, pois assim evitaria idéias malucas. Saiu do prédio do Gringotes e desaparatou no seu quarto. Tirou seu casaco e desceu as escadas. Estava quase na porta da cozinha, quando ouviu seu nome no meio da conversa. Parou e começou a escutar.
"...porque Gina quisesse ter algum ato de rebeldia. E, bem, namorar um Malfoy com certeza é um" – Carlinhos dizia.
"E por que eles terminaram?" – Gina ouviu Max perguntar. Ela cerrou os punhos, pois odiava quando falavam dela sem estar presente.
"Não sei direito" – Molly respondeu. – "Ela nos enviou uma coruja num dia, dizendo estar namorando-o. Depois o trouxe para o Natal e ele até foi um rapaz educado. Quando voltou de férias, disse que tinham terminado. Estava muito abatida, mas todos estavam, pois Aquele-Que-Foi-Derrotado começara a atacar freqüentemente e a guerra estava no auge. Não saberei dizer se estava triste por ele ou pelo que estava acontecendo...".
Gina apoiou suas costas na parede. Era verdade. Logo após terem terminado, o clima de medo e desconfiança foi substituído por ataques reais e próximos, o que fez com que todos ficassem mais apavorados do que já estavam. Por um lado, isso "ajudou" Gina a não pensar em Draco, por outro, fê-la querer a proteção e companhia de alguém ao seu lado, já que somente seus amigos não pareciam suficientes.
"Eu dispensei Draco justo no momento em que mais precisava de alguém... Talvez no momento em que ele mais precisasse de mim...", pensou, confusa.
"Não acho que Gina tenha ficado abatida com isso" – Carlinhos afirmou. – "Naqueles dias não importava estar ao lado de alguém, importava somente saber que essa pessoa estava viva".
"Vocês dizem que Gina não se importou tanto com esse namoro, mas ela ainda parece ter algum tipo de ligação com esse Malfoy" – Max argumentou, seu tom de voz cheio de indignação.
"Eu? Como assim?", Gina perguntou para si mesma. "Pare de se enganar! Max tem razão... Droga, justo ele tem razão...".
"Talvez ela só esteja preocupada com a doença dele" – Molly sugeriu.
"É, talvez..." – Max repetiu, desconfiado.
Vendo que o assuntou morrera e não querendo que eles descobrissem que ela ouvira a "análise" de seu namoro com Draco, Gina subiu alguns degraus e desceu-os pesadamente para que os três pensassem que ela só estava descendo agora.
"Ola, pessoal" – ela cumprimentou, sentando-se ao lado da mãe.
Max lhe lançou um olhar rápido, mas logo voltou sua atenção para sua xícara de chá. Não queria causar nenhum tipo de constrangimento para a Sra. Weasley e sabia que se começasse a falar com Gina, causaria.
"Você deveria ter avisado que não almoçaria aqui, Gina" – Molly ralhou.
"Desculpe, mamãe, mas como Max já deve ter explicado," – "Até bem demais", pensou – "foi uma correria desde que chegamos lá".
"Sim, eu imagino. Um dragão com catapora! É incrível saber que existem mesmo dragões lá!" – Molly se entusiasmou.
"Eu quero vê-los também. Max disse ter um Fireball!" – Carlinhos disse.
Gina sorriu com o ânimo do irmão. Qualquer criador ficaria extasiado com uma notícia daquelas.
"Eu acho que o Sr. Brown não irá se opor, já que você também é especializado. Ele tem sorte em disponibilizar de três criadores numa situação dessas".
"Bem, muitas pessoas trocariam dez criadores por um MacFusty" – Carlinhos desdenhou.
"Bom, eu adoraria morar em uma ilha com dragões como eles, mas eu acho que neste caso, nós somos muito mais valiosos que qualquer MacFusty, já que nós é que estamos presentes" – Max apontou.
"Com certeza" – Carlinhos sorriu. – "O que seria do ouro bruxo se este casal não estivesse ali?" – ele esticou os braços e puxou os dois para junto de si. Gina e Max ficaram visivelmente sem graça, mas nada disseram.
Gina se sentiu levemente desconfortável com o comentário de Max sobre morar com dragões. Estava mais que claro desde o dia em que o conhecera que ele nascera para viver entre dragões, assim como Carlinhos. Mas ela, não. Era exatamente por isso que voltara para Inglaterra. "É por isso que eu devo terminar...", concluiu, pensativa.
Ainda envolta no abraço do irmão, sentiu um peso sair de suas costas, enquanto outro se instalava. Acabou cruzando seu olhar com o de Max, quando Carlinhos o soltou, e ele compreendeu no pedido silencioso de Gina, que ela queria conversar.
"Acho que vou descansar um pouco" – Max disse, levantando-se. – "Muito obrigado pelo chá, Sra. Weasley. Minha mãe não pode saber disso, mas este bolo de amora é o melhor que eu já comi!" – ele piscou.
"Ah, eu vou contar isso a ela!" – Carlinhos riu.
Assim que Max saiu da cozinha, Gina se preparou para levantar-se também, mas sua mãe a interrompeu.
"Max não reparou, mas seu ponteiro mudou de 'Trabalho' para 'Casa' quinze minutos antes de você aparecer aqui na cozinha" – Molly disse, referindo-se ao relógio na parede.
"Eu estava trocando de roupa" – Gina disse. Mas sua mãe lhe lançou um olhar "eu-estou-vendo-você-com-a-mesma-roupa-que-saiu". – "Okay, eu escutei um pedacinho da conversa".
"Que coisa feia, mana" – Carlinhos riu.
"Max parece preocupado com você e Malfoy. Ele tem razão?" – Molly questionou sem censurá-la.
Gina olhou de Carlinhos para sua mãe. Estava se sentindo em um interrogatório. Ela abaixou a cabeça e a colocou entre os braços.
"Acho que sim..." – respondeu, a voz abafada. "Gina, você está admitindo, não só para si mesma, mas para mamãe e Carlinhos... Céus, você está perdida!".
"E você já sabe o que vai fazer?" – Molly disse.
Gina levantou a cabeça, esperando ver decepção nos dois pares de olhos que mais confiava – além de seu pai –, contudo, eles estavam lhe passando coragem. Aceitariam o que quer que ela quisesse fazer.
"Sei... Era algo inevitável..." – suspirou, levantando-se.
"De certo modo, ele já sabia, Gina. Antes mesmo de nós viajarmos" – Carlinhos incentivou.
Gina deu um pequeno sorriso para os dois e subiu a escada. Deu duas leves batidas na porta do quarto que era de Carlinhos e entrou.
Max estava deitado de costas, as mãos atrás da cabeça. Estava olhando para o teto do quarto com um ar pensativo, um ar triste.
"Carlinhos fez esse dragão quando tinha sete anos" – referiu-se ao desenho de um dragão azul que lançava chamas pelo nariz e tinha uma flecha no peito, e que estava no teto que Max observava. – "Gui , que também dormia aqui, não gostou e por isso desenhou essa lança. Então Carlinhos estragou o cartaz dele com água" – ela apontou para um cartaz antigo que tinha imagens borradas de jogadores de Quadribol sobrevoando um campo.
"Eu também já era apaixonado por dragões nessa idade" – seus olhos ainda miravam o dragão com um olhar perdido.
Gina engoliu seco.
"Era exatamente sobre isso que eu queria conversar com você" – ela disse devagar, sentando-se na cama. Vendo o tom sério de Gina, Max também se sentou, ficando ao seu lado.
"Sobre dragões?".
A insinuação de Max foi bem clara para Gina: ele estava se referindo a Draco.
"Não. Mas sobre a sua paixão por dragões e sobre a minha" – Gina corrigiu, tentando manter a calma.
"Eu não estou entendendo aonde você quer chegar, Gina".
"Eu estou querendo dizer que seu amor por dragões não acaba onde começa seu amor por mim" – ele fez um ar de questionamento. – "Eu decidi viver aqui, Max, minha vida é aqui, ponto. Você está disposto a viver aqui comigo? Abriria mão de sua vida na Romênia por mim?".
"Se você coloca as coisas dessa maneira, Gina, até parece que eu estou sendo o vilão da história, quando é você que está fugindo!" – Max exasperou, irritado.
"Eu não estou fu..." – Gina começou.
"Está sim! Senão, por que você resolveria voltar para cá sem nenhum motivo? Você ama aqueles dragões tanto quanto eu ou Carlinhos! Não minta para si mesma inventando que é por causa dos dragões que você voltou para cá".
"Ah, é?" – Gina esbravejou, levantando-se, sendo seguida por Max. – "Então por que realmente eu voltei? Você poderia me explicar?".
"Por causa de mim" – Gina abriu a boca para responder, mas Max continuou: - "Você está com medo do que nós podemos ser juntos".
Ela se sentou de novo na cama, cruzando os braços sobre o peito.
"Bem, pode continuar a análise então. É muito interessante saber que todos têm a sabedoria de definir minha vida, mas eu não! Eu estou com medo de manter relacionamentos estáveis, é isso? Talvez por ter vivido numa família grande e cheia de irmãos, eu não deseje o mesmo para mim. Talvez no fundo eu queria ser uma titia solteirona e por isso fico dispensando qualquer ameaça de casamento" – satirizou.
"Quase isso. Na verdade, você está fugindo de qualquer relacionamento porque já tem um" – Max simplificou.
"Okay, doutor, eu sou leiga. Vamos, seja mais detalhado, afinal, estamos tratando da minha vida, da qual eu não sei nada, lembra-se?".
Max revirou os olhos.
"Você ainda gosta daquele panaca".
"Draco?" – Max confirmou com a cabeça. – "Céus, isso é karma! Eu me lembro muito bem de que quando estava com Miguel, ele vivia dizendo que eu ainda gostava de Harry e agora você vem com essa também? Será que eu sou tão imatura assim que só me prendo a relacionamentos passados?".
"Não finja, Gina, você entendeu".
"Você é que está delirando, Max. Eu só encontrei Draco quando cheguei aqui. Não foi como eu tê-lo encontrado lá na Romênia, combinando voltar para a Inglaterra, mentindo para todo mundo. Eu tomei a decisão sozinha e sem influência nenhuma de Draco.".
"Não, conscientemente".
"Você quer dizer que eu o amo tanto que faço com que meu inconsciente pregue peças em mim mesma? Espera aí, você deveria estar dizendo que eu não gosto dele! Deveria lutar para mostrar que eu te amo, não mostrar que eu amo outro cara!" – Gina indignou-se, ficando confusa. Nem ela mesma sabia de que lado estava mais.
"Você veio aqui para terminar comigo, não?" – Gina não respondeu, mordendo os lábios. – "Então eu quero que seja pelo motivo verdadeiro. Eu sei muito bem que daqui a um mês você vai enviar uma carta para o Carlinhos dizendo que está com Malfoy e muito feliz. E também pedirá para que ele não me mostre a carta, querendo me preservar...".
Gina o encarou triste.
"Max, eu não... Você...".
"Olhe" – ele se sentou ao seu lado, enlaçando suas mãos nas dele – "eu te amo, Gina. E por isso, é aquela velha história: vou ficar feliz se você estiver também. E se for para ser ao lado daquele jacaré mutante, que seja! Agora, não venha querer mentir para mim dizendo que nós dois não podemos estar juntos porque eu amo mais os dragões do que a você".
"Eu te amo também..." – ela sussurrou, abraçando-o.
"Eu sei. É exatamente por isso que vou agarrar a primeira garota que vir na estação quando chegar na Romênia. Você também me quer ver feliz, não?".
"Ora seu..." – ela riu, abraçando-o mais forte.
...dracoEginaEdracoEginaEdracoEginaEdracoEgina...
Começava a anoitecer quando Gina desaparatou nas escadas do Gringotes. Veio sozinha, sem Max ou Carlinhos, pois o Bola de Fogo só teria que ser medicado no dia seguinte e o outro dragão era de responsabilidade dela, não interessando ao irmão ou ao ex-namorado.
Ela subiu os degraus devagar, tomando ciência de que agora estava descomprometida. "Será perigoso me aproximar de Draco agora, não tendo nenhum impedimento para evitar que ele me agarre?", perguntou-se, um tanto maliciosa, mas também temerosa.Vinha evitando todos os sinais que estava dando para si mesma de que ainda gostava dele, pois também gostava muito de Max; mas agora que não havia nada que a impedisse de se envolver com o louro novamente, começou a temer essa reaproximação.
"Okay, Gina, não sofra antecipadamente. Se aquela cobra loura tiver feito uma lavagem cerebral no Draco e ele não quiser nada com você, é só dar um chute na bunda dele - e que bunda! – e mandá-lo voltar para o colinhos dos pais".
Na verdade ela saberia que não seria assim, pois seu coração estava quase saindo pela boca e isso era claramente um sinal de nervosismo, que significava preocupação. E ninguém se preocupa com coisas que não são importantes e ela sabia que se Draco era importante, lamentaria muito se ele, de repente, resolvesse mudar de idéia.
"Por Merlin! Eu pareço aquela Gina de quinze anos saindo da carruagem!" censurou-se.
Quando estava subindo os últimos degraus, ouviu alguém falando consigo e percebeu que não estava sozinha.
"O Banco já fechou há três horas" – um jovem lhe informou. Seu ar era de arrogância, mas também a olhava indiscretamente, avaliando seu corpo.
"Eu vim cuidar dos dragões" – Gina limitou-se a dizer, não gostando do olhar que ele lhe lançava.
"Ah, você é a Weasley! Onde está aquele guarda-costas?".
"Você poderia me dizer primeiro, quem é você, afinal?".
"McArthur. Sou um dos estagiários que estavam lá nas cavernas. Eu acabei de ver o Malfoy, ele não parece muito bem..." – parecia ser agradável dar aquela notícia, pois ele mantinha um sorriso nos lábios.
"Exatamente por isso eu estou indo lá" – Gina respondeu, voltando a subir. Mas foi impedida, pois McArthur segurou seu braço.
"Se você não está com aquele romeno, podemos nos encontrar algum dia" – disse, mostrando claramente que era um privilégio para ela sair com ele.
"Olha, eu não preciso de nenhum guarda-costa, mas caso você não saiba, eu tenho seis irmãos dispostos a cumprir essa tarefa e se livrar de idiotas" – ela soltou seu braço e continuou a subir, não se importando com a reação dele.
Quando chegou ao quarto de Draco, já não tinha mais nenhum devaneio romântico em sua mente, estando irritada com a ousadia e petulância do estagiário que a abordara na entrada. E ficou mais irritada ainda, ao constatar que Narcisa ainda estava lá.
Ao contrário do que esperava, não havia mais aquele clima tenso entre mãe e filho, pois eles pareciam bem descontraídos quando Gina entrou. O que logo mudou quando Narcisa constatou sua presença.
"Você está mesmo preparada para cuidar do Draco, Srta. Weasley? Pois ele está gemendo de dor há uma hora e não a vi vir ajudar" – Narcisa pronunciou enquanto Gina fechava a porta.
"Boa noite para a senhora também" – Gina respondeu, tentando manter a calma. – "Draco está sentindo dor porque o efeito da poção já deve ter passado. E agora nós vamos aplicar a poção do dragão..." – ela se aproximou da cama. – "Como você está?".
Antes que Draco pudesse responder, Narcisa tomou a frente.
"Nada bem, tendo-se em conta que ele está doente!".
Draco pareceu ignorar a mãe e lançou um sorriso a Gina, que foi correspondido. Ele estava sentindo dores demais para falar ou se revoltar com a mãe.
"Acho que podemos ir, então" – Gina pegou um frasco na mesa e conjurou uma maca. – "Você acha que agüenta ir de vagonete, Draco? Madame Warmed deixou uma poção tranqüilizante caso você esteja sentindo muita dor, mas ela disse ser arriscado misturar as duas poções".
Draco acenou negativamente com a cabeça, rejeitando a poção. Então Gina o colocou levitando na maca e o transportou até os vagonetes. Esperava que dali, Narcisa fosse embora, mas a loura se sentou elegantemente ao lado do filho, aparando-o e ficou esperando. Dando um suspiro, Gina se sentou e começou a ficar tonta com a viagem.
Depois de ter se recuperado das subidas e descidas do caminho, Gina transportou Draco até a caverna ao lado da caverna do Bola de Fogo, onde ele se transformaria.
"Eu aconselharia à senhora a ficar ali na entrada, pois Draco está com muita dor e eu não sei como ele vai reagir ao se transformar. Normalmente, dragões doentes são muito violentos" – Gina explicou, desejando na verdade, que os fios finos e platinados fossem queimados para que aquele nariz empinado caísse.
"Eu ficarei aqui mesmo" – Narcisa respondeu, como se tivesse certeza de que Draco seria incapaz de cometer qualquer atrocidade com ela.
Gina bufou.
"Draco, pode começar".
Ainda deitado na maca, Draco deu um aceno. Fazendo uma careta de dor, sentou-se e fechou os olhos, concentrando-se.
Apesar de ser desagradável estar na companhia de Narcisa, Gina estava animadíssima com a perspectiva de ver Draco se transformar. Prendeu a respiração ao ver que ele estava "aumentando", enquanto sua pele se tornava branca e escamada e suas unhas cresciam, tornando-se garras negras afiadas. Logo, a roupa se rasgou e rapidamente as mãos de Draco ficaram maiores do que a altura de Gina e Narcisa juntas, à medida que seu corpo se alongava e grandes asas surgiam nas suas costas. A cor branca de seu couro foi escurecendo, dando vida a um cinza metalizado, escurecido nas pontas das asas, na cabeça e no rabo. Espantada, ela viu os olhos dele se abrirem, não mais com a cor acinzentada de tempestade, mas sim, verdes; seu nariz se alongara, dando abertura para uma boca com dentes afiados que poderia engolir facilmente um trestrálio adulto.
Gina estava com a boca aberta, seus olhos marejados por presenciar uma das cenas das quais poucos podiam apreciar.
Assim que a transformação se completou, ela suspirou admirada, sabendo que aquele era um dos dragões mais belos que já vira, tamanha era a raridade de sua espécie.
Mas a contemplação durou pouco, pois logo diversas pintinhas amarelas, desta vez muito destacadas no cinza, apareceram por todo o couro de Draco e ele levantou a cabeça, em seguida abaixando-a violentamente para expelir uma labareda por suas narinas.
O fogo veio exatamente na direção de Gina e Narcisa, fazendo com que esta soltasse um grito de pavor. Contudo, estando acostumada com esses imprevistos, Gina não se alarmou, conjurando uma parede protetora que refletiu as chamas.
Assim que Draco acabou com seu espasmo de dor, encostou-se na parede, começando a coçar-se. Lentamente, Gina se aproximou dele – enquanto Narcisa se afastava - e falou:
"Draco, acalme-se".
Ainda se coçando, Draco soltou fumaça por seu nariz, como se debochasse. Soltava grunhidos baixos que deveriam ser de dor.
"Abra a boca que eu vou lhe jogar a poção" – Gina pediu.
Relutante, ele saiu de perto da parede e abaixou um pouco a cabeça. Gina tirou o frasco de sua capa e o levitou até a boca cheia de picos afiados e letais que eram os dentes de Draco. Ele engoliu o vidro e voltou a se coçar.
"Você o fez engolir o frasco!" – Narcisa exasperou.
"Dragões são capazes de digerir vidro..." – Gina explicou, paciente. Será que ainda não dera para entender que ela sabia o que fazia?
"Eu vou voltar para a casa" – Gina riu internamente. Narcisa parecia estar com receio de que Draco desse mais um ataque. – "Estarei aqui logo pela manhã quando Draco... for Draco de novo" – ela deu as costas para Gina e saiu sem se despedir.
Gina soltou um suspiro de alivio e se voltou para observar melhor o dragão.
"Sabe, Draco, acho que você fica mais bonitinho assim" – disse, rindo.
Pelas pequenas chamas que saíram das narinas de Draco, e não chegaram a ter um metro, Gina percebeu que ele não gostara do comentário.
...dracoEginaEdracoEginaEdracoEginaEdracoEgina...
Narcisa desaparatou no seu quarto. Encontrou o marido lendo alguns papéis na cama. Uma mala perto da porta indicava que Lúcio viajaria de manhã.
"Ele está bem?" – ele perguntou após beijar a esposa.
"Na medida do possível. Sente muitas dores e enjôos e eu não consegui tirá-lo de lá, pois ele precisa usar sua animagia" – Lúcio ergueu uma sobrancelha. – "O pior não é isso, querido. Quem está cuidando dele é aquela garota Weasley, com quem ele namorou na época de Hogwarts".
"E o que ela é? Curandeira?".
"Não, criadora de dragões. Parece saber lidar com essa doença... Mas a questão é que Draco não parecia nada insatisfeito por ser tratado por ela. Ele parecia até feliz por isso".
"Você está querendo dizer que Draco ainda gosta daquela escória?" – Narcisa afirmou com a cabeça, mostrando-se desgostosa.
"Draco parece estar se rebelando...".
Lúcio pensou por alguns segundos.
"Quem contratou essa Weasley?" – perguntou.
"Parece que o Sr. Brown a chamou, pedindo para prestar esse favor enquanto o encarregado pelos dragões não volta...".
"Então ela não vai ser paga?" – Lúcio questionou, seus olhos fixos em um ponto qualquer.
"Não sei lhe dizer. Talvez o Gringotes lhe recompense com alguns galeões, solidários com a situação daquela família..." – Narcisa desdenhou.
"Eu acho que nós poderíamos pagar alguma coisa para ela, afinal, está cuidando de nosso filho" – Lúcio disse, naturalmente.
"Se eu lhe conheço bem, Lúcio, há alguma idéia por trás disso".
"Exatamente" – Lúcio sorriu. – "Acho que Draco não está em condições de raciocinar direito, então devemos ajudá-lo a espantar essa garota...".
N/A2: Desmistificando a perfeição do Max, a Si achou um defeito... Ela o chamou de corno manso, pobre coitado... rss! Mas eu não acho isso, eu gosto demais dele e não queria transformá-lo em um machista estúpido que se revolta e dá pitis somente porque a namorada quer terminar... Ok, o término é um motivo aceitável para dar pitis, mas vocês têm de entender que o Max é – ou foi – fundamental para a reconciliação D/G ... Vocês verão isso no final...
Falando em final, eu acho que a fic terá 10 capítulos exatos mais um epílogo (eu tentei fugir dele, mas foi inevitável...rs!). Curtinha, né! Pois é... Acho que nunca mais vou conseguir escrever algo longo como AE...
Ah, a citação é de um poema meu... Parece ser um tanto egocêntrico colocar como citação um poema meu, mas é que minha agenda "abriu" nele e foi inevitável ) É pra complementar a idéia do amor entre o Max e a Gina, sabem?
Se vcs implorarem muito – pq eu morro de vergonha – no próximo capítulo, eu posto ele inteiro pra vcs verem...!
