N/A: Para melhor situar aos leitores, os pensamentos estarão em Itálico e entre "" (aspas) .
6- Dúvidas.
Kamus saiu da suíte, ainda arrumando os cabelos, se deparando com Miro sentado em sua cama, o olhando fixamente.
"Por que, mon amour? E logo com a Karen que está sempre comigo... e graças a você..." – Respira fundo e fecha a cara – "Kamus... volte a si... não pode se deixar levar..."
– Você! – Falou com indiferença. – Karen deve estar na cozinha...
– Não comece. Dessa vez, você vai me ouvir, Kamus.
– Não tenho o que ouvir. Retire-se, por favor. Quero ficar só.
– Kamus! Você está sendo injusto comigo...
– Injusto? VOCÊ foi injusto comigo... Me enganou... me traiu... e vem me falar de injustiça? Ora, francamente... Sem contar que você não é justo com muitos, afinal, troca de amantes como troca de roupas.
– Errei muito sim e admito, mas nunca o enganei. Posso até tê-lo poupado de muitas coisas, mas nunca menti para você e a ultima coisa que gostaria era de vê-lo ou faze-lo sofrer.
"É difícil acreditar Miro..."
– Não saio daqui até que me escute!
– Então sou obrigado a ouvir? Pois bem, diga! – Se aproximou um pouco, cruzando os braços. Se recusava a sentar ao lado do Escorpião correndo o risco de ter uma recaída. Sentia-se frágil e não queria arriscar.
– A verdade é que nem sei por onde começar... – Miro abaixa a face. Estava confuso. – Vim meio sem pensar como dizer o que vim dizer.
– Comece por onde preferir, mas ande logo que tenho mais o que fazer. – "Na verdade, sei nem se quero ouvir".
– Kamus... – Olha-o nos olhos e respira fundo. – Está bem. Isso é meio embaraçoso, mas quero te dizer logo de uma vez... E será do começo. – Abaixa o olhar por um tempo, logo voltando a encará-lo. – Se lembra de quando você pisou pela primeira vez no Santuário? – Kamus afirmou em um breve movimento com a cabeça.
"Como poderia esquecer como o conheci? Você surgiu em um dos piores momentos da minha vida e me fez sorrir..." – Pensava Kamus enquanto ouvia o que Miro tinha a lhe dizer.
– Bom... Quando você entrou, eu já o observava. Estava no alto de uma pedra por lá, sozinho, e o vi se aproximar. Nunca entendi, mas sua imagem me chamou a atenção desde a primeira vez que o vi... Quando notei Máscara se aproximar, já logo corri antes que ele tentasse fazer qualquer mal. Conhecendo aquele italiano como conhecia, provavelmente só queria encrenca. Mas o que fiz foi algo que não sei como explicar, pois nunca fui de me preocupar muito com os outros, independente de quem fosse.
"Sei disso. Contaram-me que você nunca foi de se preocupar com nada nem ninguém e que naquele dia, você agiu fora do normal ao vir prestar socorro a mim, um desconhecido... Mesmo sabendo a desvantagem em que se encontrava."
– Mesmo sabendo que se não fosse o Saga, provavelmente eu teria levado uma surra, me senti na obrigação de tentar te proteger e minha motivação foi maior quando olhei de perto nos seus olhos, seus tristes olhos... ainda me lembro que você não queria que eu me metesse... sabia que eu também poderia me machucar... Seu olhar me cativou ainda mais. Tanto que em um dia já o considerava um grande amigo e confiava plenamente em você. Em um único dia já me sentia mais a vontade ao seu lado do que com os outros com quem convivia há mais tempo.
"Sei Miro... Eu também me lembro... você foi a primeira pessoa a me estender a mão. O primeiro a me ajudar e nem queria nada em troca... Também passei a confiar em você só por sua atitude e seu sorriso logo em seguida, enquanto me pedia para confiar em vocês. O considerava um grande amigo em pouco tempo de conversa na sua casa."
– Com o tempo, fui aprendendo a confiar muito mais nos outros, mas com você era diferente... Sempre tinha algo mais e quando me dei conta, notei que sentia alguma coisa por você. Achava ser apenas atração... uma... admiração... e fui ignorando, pois você era meu melhor amigo... não poderia destruir uma amizade por futilidades ou um mero capricho. – Deu uma pausa, respirando fundo.
"Comigo foi a mesma coisa... nunca imaginei que o amaria tanto..." – Kamus se segurou para não alterar seu olhar frio e mostrar o quão triste estava.- " Você me cativou cada dia mais com seu jeito alegre de ser, sempre me ajudou e estava ao meu lado quando mais precisei. Sempre soube me entender e via quando estava chateado, mesmo que não lhe pronunciasse uma palavra e já vinha tentando me animar com um grande sorriso estampado no rosto, não sossegando até ter tido sucesso e arrancado um simples sorriso sem graça meu... E eu? O que sempre fiz por você? Nada! Absolutamente nada! Nunca fiz nada por você e nunca pude te oferecer nada, senão minha amizade e... amor. E agora, nem amor sei se consigo oferecer. Tenho medo de me ferir outra vez. Temo achar que seja verdade o que Karen me disse. No final, acho que não passo de um covarde!"
– Já um pouco mais velho, comecei a ficar com algumas servas e amazonas... Geralmente, como você sabe, nas reuniõezinhas que fazíamos. Já o amava, mas queria provar pra mim que não sentia nada de mais por você. Sei que era uma atitude infantil e até egoísta, mas não podia simplesmente chegar até você e dizer Te amo... Tínhamos uma amizade muito forte e não queria por tudo a perder, não queria correr esse risco. Você poderia se afastar de mim...
"Eu nunca me afastaria de você por saber que me ama... só me afasto sabendo ser enganado ou odiado... e ainda assim, não completamente. Não conseguiria..."
– Depois, quando me dei conta de quão fortes eram os meus sentimentos, já queria provar a mim que poderia esquecê-lo. Acreditava que nunca seria correspondido. Eu queria me enganar, pois tentava encontrar nos outros algo que me lembrasse você, Kamus, algo que você tivesse, mas sempre sem sucesso, pois você é único... Daí vinham os meus relacionamentos curtos. Durando um dia ou algumas horas. Ninguém que eu conheci pôde sequer se aproximar do que você representa pra mim, do que você é pra mim... Todos que eu abracei, beijei, não foram nada. Não significaram nada.
"Eu sei bem como é, como você é. Nunca me relacionei com ninguém. Simplesmente não conseguia por amar você dessa forma. Por esse sentimento que deixo guardado em meu peito há anos."
– Também queria deixar bem claro que nunca me deitei com nenhuma daquelas mulheres. Sei de minha má reputação pela quantidade de pessoas que tentei me relacionar e que no final se apaixonaram por mim, sem que eu voltasse a olha-las, mas é impossível pois amo a outra pessoa. Assim, deixei todas de lado há cinco anos, melhor dizendo, resolvendo ficar só até ter uma chance de falar com você, e essa chance apareceu ontem. – Olhava todo o tempo nos olhos do francês, mas este nada deixava transparecer. Permanecia firme, sério e de braços cruzados. Por um instante teve a impressão de ter visto os olhos de Kamus brilharem, mas ao piscar, viu a frieza de antes. Provavelmente sua imaginação lhe pregara uma peça. Deu uma pausa maior, se preparando para o que diria a seguir, mas Kamus tomou a frente.
– Sim, Miro. Agradeço tudo o que fez por mim até hoje. Entendo até o que tenha feito e acho sua declaração bonita, mas seu passado não me interessa. Nem me preocupava mais com ele. E sabes o porquê de eu estar assim com você. Sinto muito, mas acho que tenho motivos para não acreditar no que diz, afinal, depois de me enganar daquela forma... – Todo o tempo olhava nos olhos do grego, notando ser verdade o que lhe foi pronunciado. Internamente se sentiu muito feliz, pois foi bom saber que Miro nunca havia se deitado com nenhum dos que o perseguiam ou se deixaram cair em seu charme, mas o que ele esclareceu não iria mudar nada. Estava disposto a esquecer o passado do Grego a partir daquele beijo que trocaram em sua sala, mas o que o incomodava era apenas um problema. Karen. Era evidente que ela era apaixonada por Miro, mas não sabia se Miro tinha algum tipo de queda por ela.
– Mas eu não te enganei!
"E eu quero acreditar nisso, mas... estou tão confuso..."– Era só isso que tinha a me dizer? – Estava mais calmo, porém confuso. Acreditava no grego, mas também acreditava em Karen, que lhe dizia o oposto. – Se for, já pode se retirar. – "Preciso de um tempo pra refletir!"
– Não, Kamus. – Miro se levanta e caminha lentamente até Kamus – Não vou agora... – Desistiu de continuar a história. Via o quanto Kamus estava confuso. A barreira de gelo do aquariano havia enfraquecido, deixando mostrar um conflito interno e queria desfazer o conflito trazendo Kamus novamente para si.
– Como? – Miro não desviava seu olhar do de Kamus em nenhum instante. Kamus se assusta com a atitude do grego, dando um passo para trás, descruzando os braços inconscientemente. Via Miro se aproximar lentamente e não sabia o que fazer para impedir isso. Nem sabia se realmente queria impedir isso.
Miro se aproximava com cautela. Viu Kamus dar um passo para trás e descruzar os braços. "Estaria hesitando? Mas sua expressão não mudou". Fingiu que nada notou. Só queria saber que queria estar novamente ao lado de Kamus, que queria abraçá-lo, beija-lo... Quando se deu conta, estavam a menos de um passo de distancia. Colocou suas mãos na cintura de Kamus, vendo que não foi repelido e fitava agora os lábios rosados do francês. Aproximou os seus lábios dos dele, lentamente, enquanto o puxava mais pra si. Já não pensava, deixando-se guiar pelo impulso.
Kamus, sem que notasse, já estava alternando seu olhar entre os olhos e lábios do Escorpiano, aguardando o beijo. A ultima coisa que viu foi Miro desviando o olhar para seus lábios. Sentiu que era puxado gentilmente contra o corpo de Miro, apoiando suas mãos nos braços do grego. Sentiu a armadura fria em contato com sua pele e estremeceu ao sentir a respiração de Miro afagando sua face. Achava que não deveria estar ali, daquela forma, mas simplesmente não conseguia se afastar. Seu autocontrole e bom senso se dispersavam cada vez mais, deixando-o verdadeiramente visível, o que era raro ou quase impossível de se ver. Um Kamus frágil e carente.
– Mas ontem você... – Tentou relutar ao menos verbalmente uma ultima vez. Não conseguia resistir aos encantos de Miro.
– Esqueça o que aconteceu ontem. Vamos recomeçar... – Falou sussurrando. Kamus já fechava os olhos e entreabria os lábios. – ... Esqueça a Karen – Sussurrou com seus lábios se tocando levemente.
Um erro.
Aquele nome sendo dito por Miro era o que precisava para retomar o controle da situação. Virou o rosto e soltou-se empurrando os braços de Miro para baixo, se afastando alguns passos. Não aparentava mais aquela fragilidade, mas não estava mais com a expressão rude de antes, era apenas vazia.
– Karen? Ela o ama. Você não sente nada por ela? – Falava tranquilamente.
– Depois de tudo o que te falei ainda me faz uma pergunta dessas? – Miro simplesmente não entendia. – Onde quer chegar?
– Onde quero chegar? Queria chegar até minha felicidade e poder tocá-la, ficar com ela, mas não sei mais se posso fazer isso. Não sei até onde posso confiar nela. Não sei se vou voltar a me ferir se ficar com ela.
– Do que está falando?
– Você tem algo com a Karen?
– Não! Já disse que não!
– Mas você já teve?
– Bem... – Kamus tocou no assunto que não o agradava e que foi interrompido de falar. Onde tudo começou. Queria escolher bem as palavras, mas nem lhe foi dado tempo para pensar.
– Aí está a minha resposta. Se hesita, teve. – Cruzou os braços novamente. Se sentia mais protegido assim. – Dormiu com ela?
– Kamus, vai com calma... – Miro se via encurralado. Pretendia falar disso com ele, mas não sob essas circunstâncias.
– Vejo que se deitou com ela. E me disse antes também que não havia se deitado com nenhuma com quem manteve um relacionamento. Você se contradisse. Ainda se diz inocente?
– Sou em relação à festa de ontem! Quanto ao passado, assumo que não fui inocente, mas eu...
– Basta Escorpião! Se não se importa, quero ficar só! – Permanecia falando calmamente. Mas estava difícil aparentar tranqüilidade. "Por favor, Miro... me deixe só por um tempo..."
– Mas Kamus... Sei que cometi muitas burrices, mas se eu lhe falar o que aconteceu, você vai entender o que se passa agora e até onde vai minha culpa. Eu já disse que pra mim, no mundo, só existe você... Acredite no meu amor... Não faça isso comigo... Deixa de ser cabeça dura...
– Saia! – Kamus o interrompe. "Me dê um tempo..." . Deu as costas para Miro.
– Não posso fazer isso... – Volta a se aproximar de Kamus lentamente – Principalmente agora. Eu vi claramente que ainda sente algo por mim quando fui te beijar... – Toca o ombro direito de Kamus, buscando encara-lo. – E não aceito que fiquemos assim depois do que já passamos juntos, depois daquele beijo...
Kamus logo volta seu olhar para a mão e em seguida para Miro, ao sentir a mão esquerda deste em seu ombro direito. Se afastou novamente. – Podemos voltar a ser amigos como antes, mas não pretendo ultrapassar isso.
– Mas porque isso? Dizer que o amo não é o bastante? O que quer que eu faça para que acredite em mim?
– Não há nada que possa fazer. Você pode até me amar, mas quem me garante que também não sente nada por outra pessoa ao mesmo tempo? Pode ocorrer...
– Só amo a você. Abro mão de tudo por você.
– Seja franco comigo: Quando você ficou com Karen, já sentia algo por mim e tinha largado todas para tentar falar comigo?
– Sim... mas...
– Não existe 'mas', Miro. Ela é a que foi mais longe com você e ainda está aqui, ao seu lado. Vi quando ela o agarrou na festa e você nada fez. Desculpa, mas não quero mais nada, só amizade. Apenas peço que me deixe só agora. Quero descansar.
– Você não me deu chance de falar o que seria mais importante, mas não vou mais insistir. Só saiba que naquela festa fui pego de surpresa assim como você, ficando sem reação, mas não quero tomar mais seu tempo. Agora é com você... – Miro foi até a porta e a abriu, voltando a olhá-lo por alguns segundos. Logo saiu, fechando a porta. Sentia-se imensamente mal, mas nada poderia mais fazer senão esperar. Jurou para si mesmo que não iria mais incomodá-lo. Por um lado já havia avançado. Pela boca do próprio aquariano ouviu que voltariam a ser amigos, mas queria algo além e isso o feria ainda.
– Miro... –"Não entendo..." Sentou-se na cama "O pior é que quero puni-lo e acreditar que me afasto por culpa dele, mas sempre que o vejo, só me vem à mente Ela! Só me faltava essa de ter ciúmes! Logo eu, que sempre tive pleno controle de tudo, perdi completamente o controle de meus atos e palavras. O ofendi e ainda vou junta-lo com Ela. Não sei se fiz o certo, mas quero ter certeza de que ele não sente nada por ela, assim como me disses. É difícil... Quero acreditar em Miro, mas não acho que Karen mentiria pra mim. Sempre foi tão boa e gentil, não consigo ver esse lado daquela garota. Ao menos sei que ele também sente um carinho muito forte por mim e voltaremos a ser amigos como antes. Bom... espero. Tenho que reformular meus pensamentos e tomar cuidado com meus atos para não magoá-lo mais. Não tenho direito algum de fazer isso, mesmo que ele tenha me magoado antes... Se é que ele tem culpa... Nunca imaginei que ele tivesse tido algo com a Karen. Ele escondeu isso de mim. Disse que nunca se deitou com ninguém, mas depois desmentiu, pois havia se deitado com Ela... Também a trouxe para viver em minha casa... Deveria tê-lo deixado falar a história completa dele, mas agora é tarde. Só me resta esperar e ver o que vai acontecer daqui pra frente." Apóia a mão enfaixada sobre a testa. "Minha cabeça dói... O pior é que não consigo sentir raiva de ninguém. Queria, mas não consigo. Maldito seja esse meu destino."
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Miro saiu do quarto de Kamus e foi para a saída do templo sem nem olhar para a moça, que o aguardava na sala, logo o seguindo. Sua expressão melancólica permanecia e era notada pela jovem, mas não se importou. Estava andando a passos rápidos, ligeiramente à frente. Ao se aproximarem da porta, Karen deu uma corridinha parando à sua frente.
– Saia daí! – Disse o grego secamente. Esqueceu-se até da tristeza ao olhar um discreto sorriso naquele belo rosto que tanto enganava Kamus.
– Por que não pára de persegui-lo? Não enxerga que assim só piora ainda mais sua situação?
– Está se divertindo com isso, não é? – Miro não pode conter o tom irônico em sua voz.
– Na verdade, nem um pouco. Não sou um monstro para sentir prazer ao ver os outros sofrerem. – Falava séria, agora.
– Mas é só o que está fazendo. Por acaso acha que estamos felizes? Acha Kamus feliz?
– Sei que ele está meio sentido, mas vai passar. Se esquece que ele é Kamus, um homem forte, capaz de controlar seus sentimentos e com coração frio? Logo o esquecerá e estará bem novamente, você verá. Ele é uma pessoa gentil e educada, mas ao mesmo tempo muito fria e distante... Não creio que seja capaz de se apegar a alguém com tais sentimentos por muito tempo. Você merece alguém melhor... – Se aproximou de Miro, olhando o seu corpo forte, moldado pela armadura, tocando o peitoral deste com a mão direita enquanto era fitada por um par de olhos sérios e raivosos. – Você é diferente... É mais sensível, demonstrando seus sentimentos. – Desliza a mão para o abdômen, vendo-a ser segurada com força no pulso pelo grego e afastada. - Me surpreende até que não possua lágrimas nos olhos... – Volta a fita-lo nos olhos – Posso fazê-lo esquecer esse francês, é só me dar uma chance...
Miro, ao ouvir tais palavras e ver tal ousadia, aperta mais o pulso da garota, erguendo um pouco o braço dela e aproximando levemente os rostos. – Não vai me ver derramar uma lágrima, Não estou nem um pouco feliz, seus conceitos estão errados e nunca, mas nunca mais volte a me tocar. – A frieza e rispidez do escorpiano eram assustadoras. Karen puxou seu braço que estava sendo segurado e alisava o pulso avermelhado, se afastando um passo para trás o encarando com seriedade.
– Já estou a anos atrás de você, ainda o amando com mesma intensidade e você nunca reparou em mim, Miro! Não pode imaginar o quanto me dói saber que ama outra pessoa e me ignora completamente? Não agüentaria vê-lo com outra pessoa... Não vê que também tenho coração?
– Tudo o que disse não esclarece o fato nem lhe dá direito de pisar no coração dos outros, e foi justamente o que fez: pisou no meu, e pior, no do Kamus.
Na porta soam duas batidas logo entrando Afrodite usando uma calça jeans escura e uma camisa simples, branca. – Com licença... – Falou em tom de receio em estar fazendo algo errado. Ficou fitando os dois. Miro olhou brevemente para o pisciano, logo encarando a serva novamente.
– Já estava de saída. – Se esquivou de Karen e passou por Afrodite, que abriu passagem.
Afrodite não sabia se havia chegado na hora certa ou se havia chegado numa péssima hora. O clima ali estava visivelmente pesado e não esperava entrar e dar logo de cara com eles dois que, provavelmente, estavam discutindo. Não esperava sequer que Miro ainda estivesse lá. Kamus o teria ouvido? Após ter ouvido a porta bater atrás de si, sentiu o olhar da serva, que não estava mais séria.
– Olá, Karen! – Abraçou a garota, que retribuiu ao gesto gentil.
– Olá, Senhor Afrodite. – O pisciano se afastou, voltando a olhá-la.
– Onde está Kamyu? Quero falar com ele. – Abriu um belo sorriso se fazendo de desentendido.
– Está no quarto, Senhor Afrodite, mas disse que não quer ser importunado... – Falou olhando que o sueco já se dirigia para o quarto de Kamus.
– Não queria, pois vai ser. – Olhou para a garota sorrindo. – Poderia preparar o almoço mais cedo e nos chamar só quando estiver pronto? – Sabia que assim não correria o risco da garota se meter em hora indesejada.
– Sim senhor... Mas acho que vai desagradar o Mestre Kamus...
– Não se preocupe, eu me entendo com ele! Até! – Afrodite entrou no quarto e trancou a porta. Olhou que o francês estava na janela, com o olhar vago. Já estava com uma camisa azul caro, simples. A brisa leve balançando alguns fios de seu cabelo liso e esverdeado, enquanto admirava a linda vista do Mar, possível pela altura e localização de sua casa.
– Hoje não poderei mesmo ficar só, não é? – Kamus olhou para Afrodite, mostrando um sorriso de canto de boca, visivelmente forçado.
– Kamyu... A solidão é uma péssima companhia, não sabia? – Afrodite se sentou no sofá de dois lugares que havia no canto perto da porta.
– Mas às vezes é a que mais ajuda a tomar uma decisão, se é que ainda tenho direito de tomar alguma. – Encostara-se à janela, de frente para o sueco.
– Não diga isso... Você ouviu o que Miro tinha a lhe dizer? Não sei o que era, mas sei sobre o que era.
– Até você insiste com isso?
– Kamyu, você já confiou em mim uma vez, por que não pode confiar novamente? O decepcionei de alguma forma, meu amigo?
– Non. De forma alguma.
– Então? – Levantou uma sobrancelha, cruzando os braços, mas com um sorriso amigável no rosto.
– Não ouvi tudo... Não quis... e nem permiti que falasse.
– Mas porque isso? Sabia que poderia ter as respostas para todas as dúvidas em sua mente? – Agora Afrodite mostrava claramente sua preocupação.
– De qualquer forma, permaneceria no dilema. – Kamus se mostrava pouco mais para o pisciano. Afrodite via claramente a confusão que se passava na cabeça do amigo.
– Sente-se aqui do meu lado e me conte que dilema é esse.
Kamus aceitou o convite e se sentou ao lado de Afrodite com os cotovelos apoiados nos joelhos, olhando para o chão. – Queria saber o que Miro tinha a me dizer, mas ao mesmo tempo tinha receios. De qualquer forma, o que ele disse é o oposto do que Karen me disse e não consigo deixar de acreditar em ambos. Não sei qual é o certo. Acredito em Miro de olhos fechados, mas não consigo sequer imaginar Karen mentindo para mim. Ela não teria motivos para isso...
– Kamyu... – O sueco o abraça. – é visível sua confusão... Já pensou em tentar dar outra chance a Miro?
– Mas e se ele sentir algo por ela, também? Ele admitiu para mim que já teve algo com ela... Você não imagina como está minha mente! Queria esquecer tudo e voltar com ele, mas estou inseguro e só em vê-lo lembro de Karen o abraçando. Até vou enviá-la para escorpião novamente. Outro sentimento que nunca imaginei sentir em tamanha intensidade é o ciúme, mas não consigo evitar. – Olhou para Afrodite como se buscasse resposta. – Ele também a trouxe para cá! Me senti mal com isso ao saber o que houve entre eles... que tiveram algo a mais... Eu disse que voltaríamos a nossa antiga amizade, mas para isso, depende dele também.
– Você está se atropelando... Mas eu o entendo perfeitamente. Sei que odeia quando não sabe o que fazer e queria poder ajudá-lo a encontrar uma resposta, mas isso só duas pessoas poderiam lhe ajudar; uma delas você mesmo não quis ouvir e a outra, a que seria a mais apropriada a falar com você, é improvável que comente qualquer coisa. – Kamus ficou calado. Afrodite não precisava dizer que não ter ouvido tudo o que Miro tinha a lhe dizer foi uma burrice. Isso ele já sabia. Agora só se corroia pelo arrependimento e remorso por ter tratado tão mal seu amado. Mesmo que Miro realmente tivesse aprontado, não merecia tal tratamento. O ponto de tudo que o incomodava era se o escorpiano guardava algum sentimento por Ela. Afrodite o soltou do abraço e o encarou, mostrando um sorriso. – Se tivesse a chance de ouvir essa história por outra pessoa, você ouviria?
– Sim, acredito que sim, dependendo de quem seja... – Estranha a pergunta, falando num tom alterado – O que pretende fazer?
– Não sei se vou conseguir, mas deixe comigo! – Ergueu o rosto de Kamus. – Sabia que é notável a mudança de sua expressão após essa conversa que teve com ele? Parece pouco mais aliviado, mais tranqüilo, apesar de ainda perturbado. Não sei como dizer...
– É... O que ele me disse me atingiu um pouco e... também me lembrei de coisas que achava ter esquecido, mas vi que não e que para mim eram importantes.
– Eu entendo. Vamos parar por aqui e mudar de assunto? – "Tenho que dar um jeito nisso. Esses dois se amam muito e não podem ficar separados por. A consciência dela não pesa? É a mais indicada para tirar essa dúvida desse cabeça dura." – Acho que não quer mais falar sobre isso...
– Merci, Afrodite.
– Pedi que o almoço fosse preparado mais cedo. Você não tomou o café da manhã e precisa se alimentar.
– É você deve estar certo, mas preciso mesmo é de paz para pensar e descansar. Também não consegui dormir essa noite. Sei que se ficar em casa não terei sossego, mas meu corpo e minha mente pedem isso ... – Olhou para o pisciano – E você falando assim parece até uma mãe preocupada com um filho...
– Ei! Mãe não! Irmão sim... E que indireta, eim? – Deu uma leve gargalhada.Queria tentar descontrair o ambiente, mas tinha de admitir não ser bom com isso.
– Não foi indireta! E você cuida mesmo de mim como um irmão...
– É claro, mas continuando... Posso almoçar aqui?
– Pode. Claro... – "realmente ele mudou de assunto... até lembra um pouco... Miro"
– Obrigado. É que dei o dia de folga para minhas servas e esqueci de pedir que deixassem o almoço pronto, sendo que também costumo almoçar mais cedo... – Deu um sorriso sem graça - E quanto ao seu descanso, não se preocupe. Vou falar com Karen e chama-la pra me ajudar a ... a... a comprar algumas coisas que invento na hora na vila e dou um jeito de distraí-la o resto do dia, sei lá! Peço que me ajude no jardim lá em casa. O importante é que descanse, que é o melhor para você. Depois você reflete sobre tudo. Aproveite que hoje não haverá treino por estar todos em luto!
– Merci. Você não sabe o quanto me ajuda com isso...
– Você também me ajuda me poupando de cozinhar... – Afrodite sorriu.
Ficaram conversando sobre vários outros assuntos até que foram chamados para almoçar. Afrodite fazia de tudo para tentar apagar, nem que fosse por um instante, os pensamentos confusos de seu amigo. Após a refeição, falou com Karen e saíram juntos.
Kamus trancou-se no quarto e se atirou na cama, ficou horas deitado de bruços fitando a janela com o olhar vago, abraçado a um travesseiro, refletindo, se entregando ao sono sem que percebesse. Um sono leve e sem sonhos, dando até a sensação de estar acordado.
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Karen foi para a cozinha após ver Afrodite entrar no quarto. Estava chateada e se permitiu ficar com olhos rasos de lágrimas. Enquanto pegava os ingredientes para começar a preparar o almoço ficava pensando.
"Porque fui amar logo aquele homem? Seu coração já escolheu alguém e esse alguém não é ninguém menos que Kamus. Entendo que Ele tenha seu charme, seja educado e culto, mas mesmo assim. Miro... Eu o amo tanto... e ele nunca me olhou, sempre pensando nesse francês. O melhor momento de minha vida para ele não passa de um pesadelo... Vivi um bom tempo naquela casa, junto a ele e ele nunca me 'viu'! Queria deixar de amá-lo, mas não consigo. Já perdi o controle sobre mim. O que fiz foi bom, porque ele não fica com ninguém, mas não me sinto bem, pois ele sofre muito. O Mestre Kamus também está mal... Só não tanto quanto Miro e também, quem garante que ele ame a Miro tanto quanto é amado? Sempre tão distante e fechado... não se pode saber o que passa em sua mente, não se sabe nem se realmente tem confiança em alguém, pois todos dizem que ele nunca se abre... De qualquer forma, ele é forte e irá superar isso fácil. Nem sei por que estou me importando em como ele se sente... Não sei mais se devo ir adiante..."
Esfregou os olhos para secá-los e começou a preparar o almoço. Preparou um prato simples, chamando em seguida os dois no quarto. Servindo e esperando para retirar à mesa. Estava sem fome e nada comeu. Observou que fizeram uma refeição calada. Kamus não era de falar muito, mas Afrodite era o oposto, sempre puxando um assunto, mas igualmente permanecia calado. Ao se retirarem, recolheu os pratos e lavou, como sempre fazia. Surpreendeu-se ao ter sido chamada por Afrodite, na sala.
– Deseja alguma coisa, Senhor Afrodite? – Perguntou com um sorriso meigo. Era sempre assim seus sorrisos. Kamus reparou nisso e voltou a ficar pensativo.
– Sim. Estava falando com Kamyu e quero saber se pode me acompanhar em umas compras. Gostaria que me ajudasse a escolher umas coisas. Aceita?
– Bem... – A jovem olhou para seu mestre e este afirma com a cabeça. – Está bem. Que horas?
– Agora! Mude de roupa e venha que vamos d'aqui.
– Sim, Senhor... – Karen fez uma breve reverência e rapidamente foi para seu quarto se trocar. Gostava de sair e até achou bom saber que poderia respirar um pouco de ar puro. Voltando logo com uma túnica acima dos joelhos de um ombro só e sandálias trançadas, igualmente brancas e com o cabelo preso num rabo de cavalo alto, com algumas mechas soltas. Despediu-se de Kamus em uma reverência e passou por Afrodite que a esperava ao lado da porta. Deixando finalmente o Francês sozinho.
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Miro chegou a sua casa, abriu o restante das cortinas que estavam fechadas desde cedo e olhou o ambiente. Aparentava estar melhor que quando a deixou, mas não deu importância, poderia ser só seu estado psicológico que, pouco melhor, via isso. Aproximou-se do barzinho buscando por alguma bebida que fosse forte o suficiente para derrubá-lo em poucas doses. Queria esquecer tudo por um tempo, mesmo sabendo da ressaca e dor de cabeça que ficaria depois.
– Não deveria fazer isso, senhor. – Disse uma voz feminina se aproximando atrás dele. Ele conhecia a voz e se virou andando alguns passos, abraçando a sua dona.
– Tânia... – Falou enquanto abraçava aquela senhora. Sua voz estava chorosa. Sentiu quando a mulher lhe afagava os cabelos. Era tão meiga e gentil. – Ele não me quer mais...
– Não fique assim, Senhor Miro... Sei que as coisas vão se resolver. O senhor Kamus o ama... – Falou docemente a senhora em seu ouvido, logo o empurrando de leve para fita-lo. Enxugou as lágrimas que escorreram no seu rosto moreno, logo continuando. – Aprenda a ouvir meus conselhos e a seguir. Dê um tempo para ele refletir sobre tudo. Eu os conheço desde que eram pequenos e sei como cada um é. Você se irrita e se acalma repentinamente enquanto que ele demora a se irritar e leva um tempo para esquecer. Se acalme. Da ultima vez que bebeu até cair, fez algo errado, não foi?
– Não me lembre! Graças a isso, acho que o perdi de vez.
– Falou com ele?
– Não, ele não me permitiu. Sabe das coisas pela metade e por deduções... – Miro parou de derramar lágrimas, mas permanecia com os olhos tristonhos. A abraçou novamente. Não havia nada de sua vida que essa senhora não soubesse. Sempre lhe dava conselhos, apesar de nunca ouvir. O fato era que só se sentia calmo, em certas situações, ao lado dela ou de Kamus.
– Esqueça isso. O tempo resolverá tudo.
– Não vou mais procura-lo. Agora, ele sabe o que faz. Não há mais nada que eu possa fazer. – Tânia afirmou com a cabeça. – E... Acho que vou beber um suco de maracujá, então. – Mostrou um leve sorriso, só se esqueceu que seus olhos não poderiam mentir que estava ainda melancólico.
Tânia sorriu vendo que Miro desistiu da bebida alcoólica e que pra não permanecer naquele assunto desconfortante, mudou drasticamente. Típico dele, mas sabia como estava se sentindo. – Vou preparar.
Miro deu um beijo estalado em sua testa. – A senhora só pode ser meu anjo da guarda. Sempre esteve do meu lado... Cuidando de mim...
– Tem mais pessoas cuidando do senhor, que se preocupa com o senhor do que pode ver, Miro.
– O que quer dizer com isso?
– Seus amigos. Passei pelo Senhor Aldebaran de manhã. Ele me perguntou se você estava acordado e confirmei. Ele estava muito preocupado com o senhor... Agora, se me der licença... – Faz uma leve reverência e vai para a cozinha.
Miro foi para o quarto. "Não sabia que se preocupavam tanto assim... sempre desconfiei deles, nunca parei para ver o que pensavam de mim e acho que nunca vi que só queriam o meu bem... sempre reparando apenas nas reclamações de... Kamus... Tenho que mudar meu jeito de agir urgentemente e tratar melhor os outros." Retirou sua armadura, guardando na urna e logo foi para a cozinha. Observava Tânia lhe preparar uma jarra de suco. Estava encostado na parede, ao lado da porta.
– Pensei que tivesse ido com as outras servas à cidade... Não disse que poderia descansar e visitar sua família?
– Mas estou descansando... – Disse a serva com um sorriso terno, enquanto apoiava a jarra sobre a mesa e indicava para que Miro se sentasse. – Saí apenas para comprar uma coisa para o senhor. Não percebes que o amo como a um filho e que não poderia deixa-lo só?
– Não sabia... – Miro a abraça, dando um beijo no rosto. – Mas eu te considero como uma mãe, também. – Foi até o armário, pegou dois copos e se sentou, servindo o suco. – Sente-se!
– Antes... – A senhora foi até a geladeira, tirando de lá uma torta de chocolate e cobertura de chantili, com cerejas em cima, colocando sobre a mesa e pegando dois pratos, garfos e uma faca para cortar. – Aqui está minha surpresa. Sei o quanto gosta dessas tortas doces e comprei essa de chocolate. – Serviu as fatias, se sentando à mesa junto de Miro, que não aceitaria que tomasse qualquer outra atitude. Conhecendo o grego como conhecia, sabia que ele não comeria nada a menos que fosse algo que realmente adorasse.
– Não haveria momento melhor para se comer algo com chocolate... Obrigado, Tânia. – Provou uma garfada do bolo e um gole do suco. – A torta está maravilhosa, mas o suco está bem centrado, não acha? – Continuou a comer. Estava praticamente com o estômago vazio e adorou o prato que lhe foi servido.
– Sim, é para ajudar o senhor a relaxar. É evidente que está tenso e nem dormiu o tempo que podia. Não pense que não vi quando voltou e que ficou o resto da noite até a manhã acordado se lamentando. Terminar aí, deveria descansar... – Nem tocou em sua fatia. Via Miro se servir de mais um pedaço considerável de torta e encher novamente o copo de suco. – Deixe-me levar isso senão o Senhor vai extrapolar no doce. – Disse pegando a torta e levando novamente à geladeira. – O suco, o senhor pode beber o quanto desejar. Faz bem.
– Agora você está sendo má comigo... Chocolate é bom... Trás sensações de alegria... – Miro fez cara de choro, mas a serva não mudou de idéia.
– Tudo o que o senhor precisa agora é descansar. Durma o quanto desejar. Cuidarei para que ninguém o importune.
– Está bem... Não vou teimar com você... – Miro resolveu não reclamar mais e seguir o conselho de Tânia uma vez na vida. Ao terminar de comer, limpou a boca com um guardanapo, se levantou e foi para o quarto, acompanhado de sua amiga, se deitando de lado na cama e fechando os olhos.
Tânia fechou a cortina, escurecendo o quarto e se sentou na beira da cama. Ficou afagando os cabelos ondulados num carinho gentil que Miro não recebia há anos. Sentia, na presença dela, mais esperança e seu coração mais leve. Dormiu em poucos minutos, sendo deixado sozinho em seguida para que descansasse. Seu sono foi inquieto, as lembranças e as palavras duras de Kamus vinham assombrar seus sonhos, mas o cansaço falava mais alto fazendo-o dormir o resto do dia.
CONTINUA...
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Olá! Peço desculpas pela demora, mas aconteceu uma série de fatores que contribuíram para o atraso, incluindo a perda desse arquivo original. Esse eu reescrevi, lembrando de alguns pontos do anterior, mudando outros pontos... O original estava melhor, mas esse não ta tão ruim assim, né? ( se estiver, podem falar que eu gosto de saber o que pensam.). Não foi fácil escrever os capítulos anteriores, mas esse, até agora, sem dúvida foi o pior. Este fic está ficando maior do que esperava! Muitos capítulos poderiam ficar juntos, mas achei que ficaria grande demais e dividi, assim ficando nesse enrolado. Continuem mandando os reviews dizendo o que acharam, criticas, sugestões... serão bem vindos. Agradeço aos que estão acompanhando e peço paciência se atrasar novamente. E também que guardem as pedras para depois. Beijinhos!
Saint Seiya não me pertence. Direitos autorais a Masami Kurumada e Cia. Shino, Karen e Tânia foram criados por mim para este fic.
Agradeço a todos que mandaram seus comentários!
Anna-Malfoy: Oi! Hehehehe. Todos querem matá-la, é normal. Calma que ainda vai ter muito desses dois. Bjinhos!
Anne: Olá! Bem, concordo que o capítulo anterior ficou meio vago, mas to tentando melhorar. " E quanto a Tânia, ela vai aparecer sim, ainda. Acho que Miro precisa mesmo dela. Beijos!
Chibiusa-chan Minamino: Oi! Olha, me desculpe mas só você vê esse talento pra diários e pensamentos. Não levo jeito com a coisa não, só que quando faço algo, é com carinho, aí, acho que dá certo (se bem que nesse capítulo não deu muito...). O tempo verbal, to tentando melhorar, mas é complicado vencer a força do hábito. Sei que o título tava brega, mas foi o melhor que me veio a mente ( tenha fé que era!) e pode deixar que vou tomar rumo e responder a todos! Bjinhos e obrigada pela força, miga!
Kitsune Lina: Olá! Obrigada, fico feliz que tenha gostado! É, vejo que você também quer matá-la. Quanto ao francês, eu tinha uma noção, mas não sabia como escrever; com isso procurei por um site! Tava ruim achar um bom até que encontrei um que convertia textos para francês decentemente ( digo que ele era bom pq todos os outros que tentei converter um texto de português para francês, colocavam um canji em algumas palavras "frustrada") e tinha tipo um guia fácil com palavras e expressões em português francês Pronuncia e peguei esse guia (tinha até como perguntar onde fica a estação de correio.). Aí, como vi nesse site, está escrito na fic. Desculpa se errei, mas já que comecei assim, vou até o fim, né? Na próxima, eu mudo . Obrigada pelo aviso! Bjos!
Kitsune Youko: Oi! É, você está certa. De qualquer forma está certo. Kamus não é burro, só meio distraído, cabeça dura... mas apesar de tudo tem bom coração. Realmente ela não é inocente, mas fazer o que? Ela parece ser outra na frente do Kamus... E calma! Se acalme... Muita água vai rolar ainda! Bjos!
Raposa Prateada: Olá! Obrigada - . Que bom que está gostando! Fico feliz por saber que agrado com minhas histórias! Me esforço para não mudar muito a personalidade deles, principalmente a do Kamus, mas como sempre deve haver muitos deslizes e ainda vão ocorrer, por mais que eu me empenhe para que isso não ocorra. Agradeço o apoio! Ainda estou aprendendo, mas não pretendo parar . Bjinhos!
