N/A: Para melhor situar os leitores, Flashbacks estarão em itálico e negrito e os pensamentos entre "" (aspas) e em itálico.

8- Curto Tempo.

Mais uma vez o sol cobria as terras gregas com seu manto de luz, entrando em cada casa e anunciando uma bela e quente manhã – não seria diferente nas casas zodiacais.

"Ai... que claridade chata... que dor de cabeça enjoada... eu quero dormir... Saco!" Miro apertou os olhos virando o rosto pro outro lado, sem efeito. "Droga... tenho de me lembrar de não ficar depressivo... Fico sem dormir direito e, quando consigo, o sol me acorda... E essa dorzinha incomodando... Ao menos tive um sonho agradável... Que estava com Kamus e..." Ao mexer-se, tentando escapar da claridade que cobria todo seu corpo, sentiu que dividia a cama com alguém. "Ai não... Só falta eu ter feito outra merda..." Abriu os olhos, vendo quem estava ao seu lado. Com o susto, virou-se num impulso, caindo da cama com um baque surdo.

Ajoelhou-se rapidamente no chão, apoiando os braços na cama. Encostou-se a uma mão inquieta de alguém que ainda dormia e que o procurava, só sossegando com o toque leve de Miro e voltando a relaxar junto com o corpo. "Nem acredito... Então... Não sonhei... Foi tudo real... Eu realmente estive com ele... Nós... Voltamos! Eu...". Miro se olhou. "Eu estou nu... ". Levantou-se e pôs a mão no queixo, olhando por todo o quarto em busca de roupas suas, lembrando que Kamus as havia posto no cesto para lavar, pois estavam sujas e molhadas da chuva.

Olhou o relógio que marcava sete horas e em seguida para Kamus, que dormia tranquilamente. Estava deitado de lado em meio aos lençóis brancos, igualmente nu. A única parte de seu corpo coberta por um pedaço de lençol era seu quadril e o começo das coxas. Seu rosto, virado para a direção do grego, que estava parado em pé o admirando, mostrava um sono tranqüilo com um pequeno sorriso nos lábios. Os lisos fios escuros de seu cabelo espalhados pelos lençóis e pelo seu corpo alvo davam-lhe um ar angelical e, para Miro, igualmente sensual. Miro pôde perceber algumas poucas marcas avermelhadas pelo tórax. "Calma Miro... Vamos deixar ele dormir, já que ele tem essa felicidade... Esqueceram de fechar as cortinas e o pilantra pegou o lado da cama que não bate o sol, enquanto que você foi o azarado que teve de madrugar e com dor de cabeça! Mas o azarado mais feliz que existe! " Sorriu.

Haviam dormido abraçados, mas, no meio da noite, deviam ter se separado; o cansaço pelas noites mal dormidas era tanto que nem repararam quando se afastaram. Miro fechou as cortinas, escurecendo o quarto, pegou sua toalha jogada e saiu ajeitando os cabelos com os dedos, lembrando do que ocorreu com um grande sorriso no rosto. Foi tomar um banho.

FLASHBACK

- Miro, Vamos voltar ao Santuário. Não podemos ficar aqui assim até porque pegamos uma chuva feia e você pode pegar um resfriado.

- Por mim... Se for pra pegar um resfriado por ficar assim com você, adoecerei feliz! – Miro inclinou a cabeça para trás, fitando seu amado, dando um selinho. – E por que Eu tenho de ficar doente e não Você?

Kamus estava sentado e recostado na pedra com Miro sentado entre suas pernas, sendo abraçado.

- Não fale bobagens... Quem aqui é acostumado com o frio ? Vamos logo, você está gelado! – Pousou sua mão na face de Miro, constatando o afirmado. Fez com que o grego se levantasse, fazendo o mesmo. Pegaram suas calças e vestiram. Kamus pegou em seguida sua camisa, vestindo-a também.

- Não quero voltar pra Escorpião! – Parecia uma criança desanimada. Pegou sua camisa, pondo sobre o ombro voltando a falar. – Karen deve estar lá! Não tô a fim de olhar pra cara dela, sabe?

- Mas não há mais nada que eu possa fazer! Você vai pra onde então? – Não gostou do sorrisinho malicioso que recebeu após a pergunta. – Tânia sabe que você estava atrás de mim? – Kamus corou lembrando das palavras dessa senhora, que seguiu e jurou para si mesmo que seguiria até, no mínimo, o fim da noite. Miro não percebeu deu um aceno positivo com a cabeça. – Então, posso ir pra sua casa. Sei que ela nem deve mais estar preocupada comigo, do jeito que ela confia em você! – Pegou Kamus delicadamente pela mão enfaixada e começou a caminhar, puxando-o. – Vamos, estou congelando e quero me aquecer! Amanhã eu passo rápido lá em casa pra falar com ela e depois poderemos ver o que fazer... Mas o mais importante é que todos saibam de nosso compromisso, agora.

- Nem sei se quero mais que todos saibam...

- Ah, não comece a reclamar. Vão saber sim, para saberem que você é meu! – Olhou para Kamus, dando uma piscadinha.

- É incrível como você age como se nada tivesse acontecido... – Sentia-se mal. Havia cometido um grande erro e o grego parecia nem se importar.

Miro parou olhando nos olhos do francês, mostrando a mão enfaixada, que segurava com carinho. – Quando estes ferimentos cicatrizarem por completo, nada mais terá acontecido. – Deu outro selinho em Kamus e voltou a puxá-lo, conduzindo-o para Aquário, seguindo pela passagem secreta, ambos ocultando os cosmos.

(Em Aquário)

- Pensei que Karen pudesse estar aqui... – Disse Kamus, vendo a casa completamente vazia.

- Nem me fale algo assim! A casa está ótima só com nós dois... Ela deve estar mesmo na minha.

- Ora, Miro... – Preferiu ignorar. Não queria admitir que também preferia assim, estarem a sós. – Vamos, tire seu calçado ensopado e deixe aí na entrada. – Já estava descalço. Só agora havia percebido que no meio da afobação por encontrar o escorpiano para tentar se redimir, havia andado todo o percurso descalço. Foi para o quarto, sendo seguido por Miro.

Miro estava parado no meio do quarto do francês fitando cada detalhe iluminado pelo abajur, distraidamente, tentando perceber como Kamus passava aqueles dias em que estiveram brigados. A janela e cortinas abertas, a cama desarrumada, deveria ter passado como ele. Bem mal. Voltou ao presente ao receber na cara uma toalha.

- Ei, Kamus! Por que jogou assim?

- Porque eu quis, oras. – Cruzou os braços. – Pode tomar banho na minha suíte. Vou para o banheiro social.

- Ahh... vamos tomar banho juntos...

- Non. Você toma aí que eu tomo lá! – Apontou para a porta, pegando um roupão branco.

- Que tem de mais em tomarmos banho juntos?

- Tem... – Kamus sorriu sarcástico, puxando os cabelos sobre o ombro direito. Não era seu normal, mas gostou de ver Miro daquela forma, confuso. – ...Que eu non quero. – Deu as costas e saiu, deixando um escorpiano sem entender o porquê do não. Eles já não haviam tido até algo mais? Por que não um simples banho?

Quando saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, Miro viu Kamus vestindo o roupão, pondo suas roupas molhadas que estavam jogadas no chão num cesto e pegando um pente, desembaraçando os cabelos úmidos.

- Tomou um bom banho, mon chér?

- Como? – Estava revoltado – Eu já estava frio, com uma água mais fria que eu, como poderia ter tomado um bom banho? – cruzou os braços fazendo uma careta.

- Já pensou em ligar o chuveiro elétrico? Deixo desligado por preferir água fria, mas você poderia tê-lo ligado. Fui ao outro justamente por isso, pois lá só tem água fria.

- Nem reparei... Mas bem que poderia ter me avisado, né? – Caminhou em direção a Kamus, que estava de costas guardando o pente.

- Bem, isso não importa mais. Vou lhe emprestar uma roupa e depois poderá ir para seu quarto. – Ia para o guarda-roupa, perto da cama, quando foi puxado pelo braço.

- Ei! Quer me evitar? Arrependeu-se do que fizemos, é isso? – Miro não entendia as atitudes do francês. Por que tudo isso? Por que simplesmente não poderiam ficar juntos e aproveitar o tempo?

- Non, non me arrependi e nem vou me arrepender! – Kamus o olhou novamente, mas com um brilho diferente em seu olhar, voltando a ficar de frente para o grego. – Acontece que, para dormir aqui comigo, terá que ser com minhas regras. – Empurrou Miro, fazendo-o cair deitado na cama e se ajoelhou, deixando-o abaixo de si. Suas mãos o prenderam pelo ombro contra a cama. Decidiu que já poderia parar de encenar e fazer pouco caso, afinal Miro não merecia aquilo. Não queria mais ficar longe do seu escorpião, queria apenas desfrutar de sua agradável e calorosa companhia. – Está disposto?

- Ainda tenho que responder? – Miro lançou seu mais sedutor sorriso e olhar malicioso. Kamus respondeu-lhe com um beijo lascivo que tirou seu fôlego. Ficou extremamente feliz em ver que Kamus o amava e desejava tanto quanto ele ao francês.

Kamus começou a beijar e mordiscar o pescoço do grego. Deu uma mordida no lóbulo da orelha, logo lambendo lentamente. – Jet' aime... – Falou num sussurro, e foi descendo para os mamilos e umbigo, com uma mão no colchão, dando-lhe apoio, e a outra na ponta da toalha, pronta para arrancá-la a qualquer momento. Miro colocou as mãos nas coxas de seu amado, subindo lentamente por dentro do roupão e passando suas unhas pela carne do francês. Kamus parou tudo. Segurando os pulsos de Miro, retirou as mãos atrevidas de seu quadril e as levou para os lados da cabeça do amante.

- Non se atreva! – Falou com a voz já embargada – Agora serás meu. Apenas meu... – Voltou ao pescoço do grego, sugando a pele morena enquanto ainda segurava os pulsos de Miro.

Miro, depois de estar com os braços soltos, não fazia nada que Kamus não falasse. Seguiu cegamente o que seu francês queria, maravilhado por esse lado que, até agora, desconhecia.

Foi uma noite inesquecível para ambos. Miro estava deitado de barriga pra cima, alisando com delicadeza o rosto de Kamus, que estava deitado com a cabeça apoiada em seu peito e dando-lhe um leve abraço, com os olhos fechados, já pegando no sono. Os fios de cabelo se espalhavam pela cama, se misturando. Miro não conseguia ocultar seu sorriso e parar de admirar o homem que tanto amava, até que se rendeu ao próprio sono, envolvendo Kamus num abraço possessivo.

FIM DO FLASHBACK

Kamus abriu os olhos, sentindo-se nas nuvens. Olhou para o lado com um sorriso que se desfez tão rápido quanto surgiu. Onde estaria Miro? Pelas cortinas fechadas, o quarto tinha um tom de meia luz. Sentou-se na cama, puxando mais o lençol para cobrir suas coxas, revirando o quarto com o olhar. "As cortinas não estavam abertas?" Foi quando sentiu a presença de Miro em sua suíte. Levantou, buscando por seu roupão, e vestiu-o. Incomodou-se com suas costas, mas ignorou, prendendo o roupão e seguindo para a suíte, que estava com a porta aberta.

– Miro? Acordou cedo... – Falou entrando no recinto, quase perdendo o ar ao ver o escorpiano com a toalha enrolada na cintura, penteando os cabelos úmidos.

– E como poderia dormir com o sol sobre mim e tendo como acompanhante uma chata dorzinha de cabeça? – Sorriu para o francês, olhando-o pelo reflexo do espelho. – Mas o que importa é que você descansou. Bom dia! – Virou-se para Kamus com um lindo sorriso no rosto.

– Bom... Dia... – Kamus ainda o olhava admirado com a perfeição daquele grego. "Acho que nunca vou me cansar de admirá-lo... Mas não posso fazer papel de ridículo!" – Agora entendi... Sabia que você não acordaria cedo sozinho! Nunca que você acordaria antes de mim!

– Ah, Kamus, não começa, sim? – Colocou o pente sobre o balcão. Caminhou até Kamus segurando seu rosto com as mãos dando-lhe um beijo leve e carinhoso. – Até porque sei que seu medo era que eu o deixasse... – Falou num sussurro. – Mas eu nunca faria isso e você sabe.

As maçãs do rosto de Kamus ficaram róseas. Miro realmente o conhecia e sabia que, por mais que quisesse esquecer, ainda temia a sua "fama" de conquistador, que abandona as presas assim que as consegue.

– Não sei do que está falando, Miro. – Tentou despistar.

– Esquece... – Deu um beijo estalado na testa de Kamus. – Vai tomar banho?

– Sim. Está um calor infernal!

– Certo... – Miro não pode conter umas risadas. – Então vou pegar uma roupa sua emprestada, pode ser?

– Oui, mas não me bagunce nada!

– Claro que não! Não se preocupe, senhor! – Bateu continência. Deu um selinho em Kamus, que não gostou da brincadeira, e saiu dando umas risadas.

"Será que ele realmente tomará cuidado para não bagunçar tudo? Bom, está na hora de ele começar a tomar jeito, o melhor que tenho a fazer é relaxar com um demorado banho frio que o dia será longo!"

Kamus pôs a encher a banheira e penteou os cabelos. Fechou a torneira, retirou o roupão colocando-o sobre um banquinho ali do lado, desenfaixou a mão e entrou na água, ficando de costas para a porta, com os cabelos soltos flutuando ao entrar em contato com a água.

No quarto, Miro abria o guarda-roupa do francês.

"Bom, que roupa irei vestir? Ele é mais esguio que eu... Não sei se alguma roupa dele irá me servir... Mas terá de me servir!"

Miro pegou uma cueca boxer preta, vestindo-a, e continuou a vasculhar o guarda-roupa, retirando algumas peças de roupas a procura de uma que pudesse lhe servir. Sorriu ao encontrar uma calça folgada azul escuro que tinhae o cós de elástico e uma camiseta preta, maior. Vestiu imediatamente. Fechou as portas e saiu procurando pelas gavetas dos criado-mudos algum comprimido para dor de cabeça. Abriu a gaveta que ficava à direita da cama, próximo ao guarda-roupa, e não encontrou. Engatinhou pela cama, puxando a gaveta do outro.

"Estranho... Não sabia que ele trancava essa gaveta... Isso não importa, não sei onde ele guarda os remédios! Ai, minha cabeça..."

O grego se levantou e foi novamente até a suíte.

– Kamus, onde tem remédio para dor de cabeça? – Entrou sem pedir licença. Prendeu a respiração ao ver Kamus nu, de costas.

– Olhe aí no armário. – Respondeu simplesmente, nem reparando que o escorpião o observava fixamente.

– Onde? – Saiu do transe. Seu nariz formigou – Atchim!

– Viu o que lhe disse ontem? Resfriou-se! Pegue uma aspirina aí na gaveta que depois lhe preparo alguma coisa que o fará se sentir melhor. – Olhou sobre os ombros, preocupado.

Com aquele simples movimento para contemplar a visão de Miro, os fios de cabelos de Kamus se espalharam, revelando uma pequena parte de suas costas para o grego, que olhou incrédulo.

– Suas costas... – Miro se aproximou da grande banheira, se abaixando próximo a Kamus. Delicadamente passou a mão pelos fios lisos, afastando-os para ver as costas do francês.

– O que tem minhas costas?

Miro passou de leve a ponta dos dedos pelas marcas vermelhas nas costas de Kamus. Eram marcas de fortes arranhões, algumas ele até poderia dizer haviam cortado a pele de Kamus. Sentiu-se mal com tal visão.

– Ah, é isso? Você até me preocupou... – Sorriu – Non percebeu quando as provocou essa noite?

– Não... – Parou para lembrar. Kamus o torturava e provocava, devia ter feito em um desses momentos, mas não tivera a intenção de machucá-lo. – Desculpa... Não queria te machucar... – Ficou triste instantaneamente. Como pode ter ferido quem amava e ainda por cima nem percebeu ou viu antes?

– Non fique triste... – Kamus sorriu virando de frente, alisando o rosto do grego com sua mão úmida. – Eu procurei por isso. Você não fez nada de errado!

– Mas não queria feri-lo! – Segurou a mão de Kamus contra seu rosto.

– Eu merecia pelo que fiz a você, mas não vamos mais discutir isso, sim? Esqueça tudo. Vou terminar meu banho para comermos algo. Você ainda tem de ir ao seu templo.

– Não gosto quando você fala assim, mas paremos mesmo com esse assunto. E... Poderia parar ao menos um dia de me dizer o que eu deveria fazer? – Sorriu novamente ao receber um beijo no rosto.

– Vou pensar. – Bagunçou os cachos de Miro. – Espere-me na sala que eu já vou ver algo para comermos.

– Não se preocupe. Vou preparar algo. – Miro levantou-se.

– Você? Preparar algo? – Kamus arregalou os olhos. Desde quando Miro era familiarizado com uma cozinha?

– Sim. Sabia que fica lindo com essa carinha de abobado?

– Vá pro inferno! - Virou a cara, voltando a se lavar. Estava vermelho e não daria a Miro o gostinho de vê-lo daquela forma.

O escorpiano não agüentou e caiu na risada. Agora sim, tudo havia voltado ao normal. ­­Pegou uma aspirina na gaveta do balcão do banheiro e saiu em gargalhadas, rumo à cozinha.

Na banheira Kamus ria, sem que fosse notado. Como era bom ter Miro ao seu lado novamente !

OoOoOoOoOoOoOoOoOoO

Miro estava cantarolando, na cozinha, quando notou ser fitado.

– Pensei que fosse demorar no banho, mas vi que só ficou uns quinze minutos... – Virou-se para o francês.

Kamus estava apoiado na porta, usando apenas uma calça marfim e uma camiseta branca, olhando sua cozinha com terror.

– O que você pensa estar fazendo, Miro?

– Ora... Nosso café da manhã. Não sou bom na cozinha, mas encontrei na sua estante esse livro de receitas! Gosta de panquecas? – Falou com a maior naturalidade.

Kamus desviou seu olhar de Miro, que estava batendo a massa com força, para o ambiente. O balcão de sua cozinha estava imundo! Um ovo espatifado, farinha derramada, vasilhas sujas dentro da pia e respingos da massa em boa parte do local, incluindo o rosto do próprio grego.

– Acho... Que vou deixar de gostar... – Falou completamente desanimado. – Olhe o que você fez com minha cozinha, tem massa até em sua cara! Eu disse para me esperar!

– Não! Não aceito! Aceite como meu pedido de desculpas. Já não bastasse a mão, agora as costas?

– Nada que uma camisa não resolva, aliás... – mostrou uma cara de raiva – Quem disse que, pra procurar por uma roupa para o senhor, poderia espalhar as outras das gavetas pelo quarto? O quarto está uma completa bagunça, assim como aqui!

– Ah, não reclama, vai... Foi uma bagunça feita com carinho. – Miro deu uma piscadinha para o francês, deixando-o desconcertado. – Olha, prometo arrumar tudo assim que tomarmos o café, certo? – Colocava um pouco da massa na frigideira já aquecida.

– Certo, mas antes... – Pegou uma espumadeira na gaveta, entregando a Miro. – Não seja metido a arremessar e pegar com a panela. Vire com isso. Vou arrumar o quarto então, enquanto você prepara tudo... – voltou a falar com pesar – e destrói minha cozinha... – Miro o puxou, dando um selinho, e sorriu novamente, voltando sua atenção à frigideira. Tentou virar a primeira panqueca. Kamus riu da falta de jeito do grego com a cozinha. – Já volto... – Voltou para o quarto deixando sua casa em perigo de incêndio por alguns instantes.

Miro já terminava de enrolar as panquecas com o recheio, também com a ajuda do livro, arrumando numa travessa com molho, colocando no forno. Conferiu para ver se não havia deixado nada errado, organizou mais ou menos a cozinha e foi para o quarto ver porque Kamus demorava tanto.

– Hei! O que significa isso? – Via o quarto todo arrumado e uma mala média aberta sobre a cama, com algumas roupas dentro e Kamus voltando do armário com outras peças para guardar.

– Sinto muito, Miro, mas terei de partir para a Sibéria. Lembra-se que o Grande Mestre informou que tenho um pupilo para treinar? – Disse calmamente, pondo mais algumas peças na mala, quando esta foi fechada abruptamente.

– E nós, como ficamos? Logo agora que nos entendemos você simplesmente vai embora? Acha justo o que está fazendo comigo, Kamus? – Sentou-se na cama, fitando seriamente o francês, que não demonstrava nada senão tranqüilidade, o que irritou Miro ainda mais.

– Acima de tudo, não se esqueça que somos cavaleiros de Athena e que temos deveres para com ela e com o Santuário. O mestre me responsabilizou por um garotinho e aceitei. Não posso voltar atrás. Sinto muito, mas terá de aceitar. – Fitava igualmente o escorpiano que só parecia se irritar cada vez mais com tais palavras.

– Raios! Eu sei, mas... Kamus... – Era inevitável e Kamus estava certo. Acima de tudo, Athena e suas responsabilidades como cavaleiros. Por que Kamus sempre estava certo?

– Miro... – Kamus sentou-se ao lado do grego, pousando sua mão esquerda sobre a face morena, num carinho gentil. – O tempo passará rápido e de qualquer forma, pode ser que eu venha vez ou outra ao Santuário nesse período. – Sorriu.

– Você vai estar ocupado, fazendo assim o tempo parecer passar mais rápido. Eu vou ficar aqui sozinho, o que vai parecer uma eternidade. Droga, será que não entende?

– Sim, entendo. Non pense que para mim será fácil, mas é preciso. Aprenda: Muitas vezes sacrifícios precisam ser feitos para atingir um bem maior, mesmo que não seja o próprio bem ou o bem de quem amamos. – Deu um beijo leve, encostando seus lábios nos de Miro, logo voltando a fitá-lo. – Agora cabe a você decidir se vai querer me esperar ou não. – Seu olhar ficou triste. Perante Miro costumava ser transparente; agora, mais que antes.

– O que quis dizer com "cabe a você decidir se vai querer me esperar ou não" ?

– Entenderei se não desejar me esperar e tentar algo com outra pessoa. Afinal, treinar um discípulo leva anos.

– Como se atreve a falar algo assim? Claro que vou esperá-lo ! O tempo que for necessário. Eu sempre o esperarei, Kamus!

– Agradeço, mas só queria lembrá-lo de mais uma coisa que me veio à mente: Quanto ao sempre, lembre-se que o tempo de vida de um cavaleiro é indeterminado. Ele pode tanto morrer em batalha, na flor da idade, quanto envelhecer e falecer por causas naturais. De tudo, há apenas uma coisa que nunca me atreveria a lhe pedir : que me esperasse.

– O que isso tem haver?

– Non sei... Veio-me à mente agora...

– Vou fingir que não ouvi isso, sim? – Miro se levantou chateado. – Venha, as panquecas já devem estar prontas. – Saiu sem esperar.

Kamus balançou a cabeça em forma negativa e acompanhou o grego. Deixaria para arrumar as malas mais tarde. Chegou à cozinha e viu Miro retirando a travessa do forno, pondo sobre a mesa. Cheirava bem e tinha boa aparência, mas estaria bom?

– Que recheio você pôs aí? – Queria amenizar a situação anterior, resolvendo mudar de assunto e implicar com Miro.

– Queijo, milho verde... algumas coisas que vi na geladeira e achei que ficaria bom junto. Por quê? – Levantou uma sobrancelha fitando o francês.

– Nada. – Pegou dois pratos e talheres, sentou-se à mesa, de frente para o grego e serviu as panquecas. Viu o olhar de Miro sobre si, decidindo por provar logo o prato que lhe foi feito com tanto carinho. Levou um pedaço da panqueca à boca, mastigando-o, e olhou para Miro estupefato. – Você já fez isso alguma vez em sua vida?

– Não. Nunca sequer cheguei perto do fogão. Está ruim, é? – Baixou os olhos para seu prato.

– Non, pelo contrário. Está ótimo! – Kamus leva mais um pedaço a boca.

Miro provou, constatando que realmente não se saiu mal para uma primeira vez na cozinha. Comeram todas as panquecas, estavam famintos. Ao terminarem, Miro foi cumprir com o prometido, limpando a cozinha com a ajuda e fiscalização do dono.

– Kamyu? – Afrodite chamava na sala.

Ao ouvir seu nome, Kamus se retirou à mesa, acompanhado de Miro, indo de encontro ao pisciano.

– Que foi, Afrodite? – Cruzou os braços, parando frente ao amigo.

– Que bom que está em casa! – Respondeu com um sorriso forçado. – Bom dia, Miro! Vejo que se entenderam...

– É, né? – O escorpiano deu um leve sorriso. Sabia que o que aconteceu teve as mãos de Afrodite no meio, mas era orgulhoso para aceitar e agradecer.

– Mudando de assunto! – O pisciano foi direto. – Kamus, estamos sendo convocados pelo Grande Mestre.

– Sabe por quê? – Estranhou.

– Você, parece ser pelo pupilo que recebeste, mas a mim, não faço idéia! – Cruzou os braços impaciente. – Vamos! Perece que hoje ele está de mau humor!

Kamus assentiu com a cabeça, foi para o quarto vestir sua armadura voltando rapidamente.

– Te espero... ATCHIM!... em Escorpião. – Disse um Miro carrancudo. Não lhe agradava de forma alguma que Kamus partisse para Sibéria.

O aquariano confirmou, saindo em seguida com Afrodite.

OoOoOoOoOoOoOoOoOoO

(Templo do Grande Mestre)

– Com licença... – Disse Afrodite, retirando o elmo junto a Kamus reverenciando o Grande Mestre. – O senhor nos convocou?

– Sim. – A voz do Mestre soava grave, autoritária... – Cavaleiro Kamus de Aquário, creio que já esteja ciente de que terás de partir em breve... – Foi extremamente direto. Não parecia nada bem.

– Sim, senhor. – Respondeu simplesmente.

– O nome de seu pupilo é Isaak. Ele tem sete anos e o aguardará na mesma casa que ficava enquanto treinava na Sibéria com Shino. Seu vôo sairá as cinco da manhã, não se atrase. Mais tarde uma serva lhe entregará as passagens.

– Sim senhor, não me atrasarei. – Conteve-se. Desde quando era de se atrasar para qualquer compromisso?

– Afrodite de Peixes... – A voz soou mais irritada. - Andas tendo algum problema com suas servas?

– Não senhor! Poderia saber a causa de vossa pergunta? – Simplesmente não entendia. O que tinha haver suas servas e o Grande Mestre?

– Creio que você não as controla direito. Elas desconhecem as regras do Santuário?

– Não senhor.

– Então o que significa isso? – Em uma bandeja sobre uma pequena mesa ao lado do trono, o Grande Mestre pega uma flor já murcha, lançando-a aos pés de Afrodite. – És o único deste santuário que possui tais flores!

Afrodite segurou a flor. Uma rosa branca com as pétalas murchando com algumas gotas de sangue já seco. Não acreditava. Arregalou os olhos e fitou Kamus, que o olhava sem entender, logo voltando a fitar o Grande Mestre.

– Perdão, senhor. Poderia saber o que houve com a jovem que levava essa rosa?

– Tentou deixar o Santuário sem minha permissão! Havia reforçado a segurança nas fronteiras do santuário e ela desafiou os guardas, tentando sair. Sua punição foi a morte! – Afrodite estremeceu – Que sirva de lição para as outras servas e até para vocês, cavaleiros, caso pensem em ir contra o Grande Mestre... ou Athena!

– Sim, senhor. Não irá se repetir.

– Podem se retirar! – O Mestre estava visivelmente alterado.

Kamus e Afrodite fizeram uma reverência e retiraram-se da sala do trono rumo às escadarias. Afrodite fitava a rosa, perdido em pensamentos, enquanto desciam.

– O que foi isso, Afrodite? Não entendi nada.

– Ela sabia que isso poderia acabar assim e foi do mesmo jeito...

– De quem está falando?

– Afrodite estendeu a flor para Kamus. O aquariano segurou a rosa, vendo as marcas secas de sangue.

– Havia dado essa flor à Karen, quando ela me prometeu pensar no que faria. – Kamus olhou chocado para aquelas pétalas murchas. – Vi que ela lhe esclareceu tudo, fazendo com que procurasse por Miro, e que decidiu partir. Sabia que poderia morrer com tal atitude, mas foi do mesmo jeito.

– Ela poderia ter ido para Escorpião ou pedido para voltar à Aquário...

– Não, ela preferia morrer. Agiu como uma tola! – Respirou fundo. – Era uma amiga, mas não há nada mais que eu possa fazer. Era obcecada pelo escorpiano e não queria vê-lo com outro. Nem me atrevo a perguntar o que fizeram ao corpo dela.

– Sim, o Santuário está mudando. – chegavam em Peixes. – Acho que vou sozinho, agora...

– Não! Vou para Câncer. Combinei um treinamento hoje. Acompanho-lhe até Escorpião.

– Oui.

Continuaram seu percurso. Afrodite seguiu em frente, enquanto que Kamus entrou na oitava casa sem cerimônias.

– Miro? – Ouviu umas risadas na cozinha, indo para lá. – Então você está aqui! – Via o escorpiano com um sorriso no rosto comendo uma fatia de bolo de chocolate. "Ele muda de humor tão rápido..." – Bonjour, Tânia!

– Bom dia, senhor Kamus! – A serva lhe sorriu, buscando por mais um prato e um garfo, servindo uma fatia de bolo. – Sente-se, senhor! Deixarei-os a sós. – A serva fez uma reverência, retirando-se.

– Kamus sentou-se à frente de Miro.

– Coma, Kamus! Está ótimo! – Miro falava com os olhos brilhando e sorrindo, quando viu que Kamus mudou de sua feição usual séria, perante Tânia, para uma chateada. – O que houve?

Kamus colocou a rosa sobre a mesa. – Onde está Karen? – Falou simplesmente sem parar de olhar para a flor.

– Nem sei! Ela não está aqui, como pensava... Mas porque essa pergunta repentina?

– Ela está morta, Miro. – Kamus olhou nos olhos de Miro, que parecia surpreso com tal notícia.

– Como assim? Simplesmente morta?

– Tentou deixar o Santuário sem a permissão do Mestre, tendo a morte como punição e servindo de exemplo para todos que tentarem fazer o mesmo. – Miro olhou a flor. – De certa forma, sinto-me responsável por isso.

– Mas você não fez nada! – Segurou a mão de Kamus que estava sobre a mesa. – Esqueça isso, sim? Ninguém tem culpa pelo que aconteceu a ela.

– É, eu sei.

– Coma que iremos treinar. Vou pôr minha armadura. – Sorriu apertando a mão de Kamus e saiu, levando a rosa consigo.

"Será possível que até morta você consegue deixá-lo triste? Apesar de tudo, não merecia a morte.". Miro começou a despetalar a flor, indo aos fundos de seu jardim. "Descanse em paz!". Um forte ventou passou levando as pétalas de sua mão. Entrou novamente, vestiu sua armadura e foi de encontro a Kamus que o aguardava na sala.

– O que fez, Miro?

– Libertei-a. Vamos treinar? – Não queria mais saber daquele assunto.

Kamus assentiu com a cabeça e saíram juntos, rumo às arenas. Quando chegaram, avistaram Afrodite e Máscara da Morte treinando com tudo o que podiam.

– Olhe, Afrodite! As bonecas se entenderam... – Máscara não pode evitar o comentário.

– Bonecas o seu... – Miro se conteve ao ter o olhar de Kamus pesando sobre si.

– Vamos treinar, Miro. Não perder nossa compostura de forma ridícula. – Kamus saiu andando à frente, sendo acompanhado pelo escorpiano. Sabia que discutir com Máscara seria uma completa perda de tempo.

Treinaram até as duas da tarde, quando decidiram parar. O almoço já deveria estar servido em Escorpião e Kamus ainda teria de se virar, afinal, agora não tinha mais servas.

– Vem para Escorpião comigo, né? – Estavam subindo as escadarias e se encontravam próximos da oitava casa.

– Não devo abusar de você e de suas servas, Miro. Eu me viro em casa. – Kamus sorriu. Miro não parecia querer desgrudar dele em momento algum.

– Que abusar o que! – Miro tentou parecer irritado, mas era evidente que não estava.

– Certo, aceitarei o convite. – Sem que esperasse, recebeu um beijo no rosto, ficando vermelho. – Miro! – Chamou a atenção do grego.

– Você fica lindo assim... – Riu da cara de Kamus. O francês se encontrava completamente sem jeito. Desde quando Miro tinha todo esse poder para tirar seu controle daquela forma?

Chegaram em Escorpião. O almoço estava servido para dois, como se Kamus já fosse esperado. Sentaram-se à mesa, um frente ao outro, servindo-se.

– Tânia adivinhou. Ela sempre acerta! – Miro comentou.

– É, ela o conhece e sabia que conseguiria me convencer.

– Vendo-o falar até parece que foi difícil! – Levantou uma sobrancelha.

– Quer que eu saia?

– Não! Que tal começarmos a comer, hein?

Kamus achava uma graça quando Miro fazia aquela cara de criança irritada. Achava tão lindo quanto o sorriso. Terminaram de comer, Miro foi escovar os dentes e arrumou outra escova para Kamus. Seguiram para a sala, passar o tempo em conversa, com um baixo fundo musical de um CD que já se encontrava no som.

– Miro, esse é aquele CD? – Kamus perguntou sem jeito.

– Sim... E essa primeira música, é uma das que mais gosto. Qual o nome dela?

– Memories. É tocada por Harold Faltermeyer (1). Não a acha muito triste non?

– Sim, acho. Ouvia essa música quando nos desentendemos.

– Pra mim ela soa como um adeus. Tenho uma cópia em casa. A última vez que a tinha escutado foi quando cheguei ao Santuário.

– Entendo. Quando tinha perdido seus pais. Ela transmite calma, mas também tristeza, ao mesmo tempo que conforta nossa alma.

– Oui.

– Senhor Miro, senhor Kamus, com licença... – A serva mais jovem de Miro se aproximou, com uma reverência.

– Sim, o que foi? – Miro perguntou na maior simplicidade.

– Tem uma outra serva aqui a procura do senhor Kamus... Foi mandada pelo Grande Mestre...

– Mande-a entrar. – Com a ordem de seu mestre, a serva fez outra reverência, retirando-se.

Entra na sala uma moça de pele alva, lisos cabelos negros e olhos azuis, muito claros, com um envelope em mãos.

– Senhores... – Fez uma reverência. – Trago uma mensagem do Grande Mestre, Senhor Kamus.

– Aproxime-se...

A serva obedeceu, entregando o envelope lacrado. Kamus abriu, mesmo com Miro quase em cima de si tentando ver do que se tratava.

Eram as passagens.

Miro ficou sério com aquilo. Kamus nem conferiu o horário do vôo, apenas guardou no envelope antes que Miro decidisse rasgar aquilo.

– Senhor Kamus... O Grande Mestre também me enviou para que o auxiliasse em Aquário. Em especial agora com sua partida... – A garota falava timidamente. Sua voz era baixa e suave.

– Sim, isso será bom. Poderá cuidar de tudo em minha ausência. – Kamus entregou as chaves de Aquário junto do envelope que acabou de receber. – Tome, pode ir para lá agora mesmo. Peço que deixe este envelope sobre a cama.

– Sim, senhor. – A garota pegou as coisas. – Com licença, senhores... – Fez uma nova reverência, retirando-se.

Para maior sossego, Miro chamou Kamus para seu quarto, para que conversassem com mais privacidade.

Passaram a tarde conversando e rindo. Era incrível como Miro tinha o dom de conseguir arrancar risadas de Kamus quando estavam a sós.

– Vou beber água e já volto. Quer também? – Miro se levanta, espreguiçando-se.

– Non, merci. Eu o espero.

– Ok, Já volto!

Miro foi até a cozinha, logo voltando com um copo de água. Andava a passos apressados. Tropeçou no tapete, quase desequilibrando-se, derramando metade do líquido do copo sobre si e no tapete.

– Desastrado! – Kamus não conteve as risadas ao ver a cara de "muito engraçado", de Miro que, irritado, deu uns chutes no tapete como se algo fosse se resolver com tal atitude.

Miro começou a observar Kamus rindo e deliciou-se. Era maravilhoso poder observar a expressão descontraída de Kamus enquanto ria.

– Miro, pare com isso!

– Não consigo evitar. É raro vê-lo rir e você não tem noção do quanto é belo daquele jeito... E não tenho culpa se achou graça e eu ter tropeçado.

– Você nunca tem noção de nada!

– Vai começar?

– Eu? O que?

– Raios! Não se faça de desentendido! - Fechou a cara novamente.

– Desentendido? – Levantou uma sobrancelha com um sorriso no rosto. – Olha, a conversa está divertida, mas é tarde. Vou para casa.

– Por que não dorme aqui hoje? – Sentou-se mais próximo de Kamus, abraçando-o e roçando seus lábios na pele alva do pescoço.

– Acho que não seria uma boa idéia. – Afastou Miro, mas teve os lábios tomados.

– Por que não seria? – Falou sussurrando com suas testas coladas. Suas mãos pressionando a cintura de Kamus, puxando seu corpo com delicadeza.

– Teria vários fatores... – Kamus se ajoelhou e jogou seu peso sobre Miro, deitando por cima do grego, com os lábios próximos.

– Quais? Poderia saber? – Miro falou antes de receber um beijo ardente de Kamus. As línguas massageavam-se de forma maravilhosa.

– Deixa pra lá! Você começou, terá que me suportar agora... – Desceu sua mão para o cós da calça de Miro. Seu olhar mostrava apenas o desejo, luxúria. O grego sempre mexeu consigo, mas nunca pode revelar o que sentia. Até agora.

– Será um prazer! – Sorriu safado. Em resposta voltou a ser beijado enquanto as mãos de Kamus subiam sua camisa.

O beijo foi interrompido para que sua camisa fosse arrancada. Sem perder o contato visual, Kamus deslizou as unhas pelo tronco do grego, chegando ao cós da calça, desnudando-o. Deliciou-se com a visão do corpo moreno abaixo de si. Voltou a beijar com volúpia o escorpiano que estava completamente entregue.

Kamus dormiu em Escorpião, afinal.

CONTINUA...

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Direitos autorais à Masami Kurumada e cia., com exceção de Karen, Tânia e Shino, que foram criados por mim para o fic.

Olá! É, parece que o está deletando fics com letras de música e com muitos comentários no final. Que loucura! Peço desculpas com atraso, mas ando cada vez mais sem tempo, até porque iniciei um curso. Mas estou me empenhando em terminar a fic! Agradeço a minha amiga, chibiusa-chan por ter revisado esse capítulo pra mim.

Caso alguém esteja interessado, meu MSN é: mime(underline)tati(arroba)hotmail(ponto)com

(1) Já faz tempo que queria mencionar essa música, mas não sabia por quem era composta. Encontrei depois que era por Harold Faltermeyer. Quem não conhece, pode encontrá-la no antigo filme Top Gun. É apenas instrumental.

Não vou me estender muito, acho que a partir do próximo capítulo, responderei por e-mail . Bela Youkai, Chibiusa-chan, Anne, Drica de áries, agradeço os elogios; Kitsune Youko, seguirei seus conselhos e agradeço a compreensão; Kitsune Lina, Obrigada. Poderia me mandar seu e-mail novamente? O site o deixou pela metade. Agradeço a todos que acompanham a fic e que me incentivam com os comentários.

Beijos a todos e peço que continuem a mandar os reviews.