Capitulo 1º

"-Ginny! Mexe-te!"

"-Espera!"

"-Mas Gin já estamos à tua espera à mais de cinco minutos! Será que é assim tão difícil arrancar-te da cama?"

"-Já vou Ron!" – Gritou para o irmão que estava do outro lado da porta.

Levantou-se da cama e arrastou-se pesarosamente até à janela afastando as cortinas. Não sabia porque é que Ron estava acordado tão cedo e muito mais a gritar à sua porta.

Vestiu uma roupa qualquer e penteou os longos cabelos ruivos antes de abrir a porta de quarto.

"-O que foi afinal? "– Perguntou mal disposta ao ver o seu irmão especado na porta do seu quarto.

"-A mãe quer falar com todos agora."

"-Com todos?"

"-Sim, com todos, O Bill o Charlie e o Percy já estão lá em baixo. Só faltas tu."

À menção do nome dos seus irmãos mais velhos a ruiva literalmente voou escada à baixo em direcção à sala.

"-Charlie! "– Gritou ao entrar na cozinha atirando-se nos braços do irmão.

"-Olá baixinha" – Cumprimentou com um sorriso.

"-Não me chames isso! Sabes que eu odeio! É quase tão mau como Gininha."

"-Será que nós, os irmãos renegados não merecemos um cumprimento como esse?" – Perguntou um dos gémeos.

"-Ficamos mortalmente ofendidos com o desprezo que recebemos por parte da mossa irmãzinha."

"-Bom dia Fred e George" – Disse sorridente – "Bill!" – Abraçou o irmão com força.

"-Oi para ti também Gin."

"-Como correram os exames finais?" – Perguntou Percy tentando evitar ao máximo qualquer acto de afecto.

"-Fique a saber que a sua irmã acabou Hogwarts com muita distinção" - Respondeu abraçando-o – "Excluindo Poções que foi uma desgraça mas enfim….."

"-Devias ter-te aplicado mais "– Disse no seu tom pomposo.

"-Diz isso ao Snape maninho. Mas afinal alguém sabe o que se passa?"

Mas antes que algum dos irmãos pudesse responder ouviu-se um barulho de aparatação e depois um chamado.

"-Meninos venham tomar o pequeno-almoço!"

A falarem todos ao mesmo tempo, criando uma grande confusão, os ruivos tomaram os seus lugares na mesa da cozinha.

"-Mãe?" – A voz da mais nova dos Weasleys fez-se ouvir, acima das outras.

"-Sim?" – Respondeu Molly enquanto enchia cada um dos pratos dos filhos.

"-De que se trata?"

"-Meninos silêncio! O vosso pai tem algo a dizer-vos!"

Ainda demorou um pouco para que os ânimos acalmassem mas assim que sucedeu todos olharam com expectativa para Arthur, sentado no extremo da mesa.

"-Então? "

"-Ron!"

"-Mas mãe…."

"-Toma atenção!"

"-Bem, todos estão cientes das alterações que o Ministério tem vindo a sofrer desde que o quem nós sabemos foi derrotado" – os ruivos assentiram – "Pois bem, depois dessas mudanças foi inevitável fazer alterações nos portos de trabalho."

"-Foste despedido?" – Perguntou Ron com a boca cheia de comida.

"-Ron!" – Repreendeu Molly pela segunda vez.

"-Não Ron, não fui despedido. A verdade é que fui promovido."

"-A chefe de departamento?"

"-Duma certa maneira…"

"-Então?"

"-A Ministro da Magia."

O silêncio foi total, e todos encaram Arthur com uma cara de bobos. Por fim Bill perguntou:

"-Isso é sério?"

"-Mais sério impossível" – Respondeu o pai com um sorriso.

Ginny era a que estava mais perto do homem e por isso nem pensou duas vezes antes de se atirar para o pescoço do pai.

"-Isso é maravilhoso pai, tu merecias mesmo ser Ministro, depois de todo o papel importante que tiveste na guerra" – Disse ela apertando o pescoço do homem com força.

"-Sim pai, a Gin está certa" – Começou Fred.

"-Afinal tu foste mais ministro que o idiota do Fudge, que apenas sabia se esconder atrás da capa de Dumbledore" – Terminou George rindo.

"-Não falem assim do Fudge, ele apenas já estava assim meio velho" – Defendeu Percy.

"-Quase caduco"

"-Charlie, também não exageremos" – Disse Molly tentando não rir, antes de abraçar o marido. – "Estou felicíssima."

"-Nós estamos todos muito felizes por ti pai" – Disse Ron.

"-Sim, Ron está certo….felicíssimos."

Os Weasleys aproximaram-se de Arthur e deram-lhe os parabéns, falando todos ao mesmo tempo, e fazendo imenso barulho.

A ruiva sentou-se ao lado da mãe e sorriu vendo a cara de extrema felicidade que todos demonstravam. O barulho não a incomodava, muito pelo contrário, ela adorava o barulho, afinal significava que estavam todos felizes.

Era tarde quando a ruiva se despediu dos irmãos e dos pais, subindo para o seu quarto. Fechou a porta e olhou em roda. Aquele quarto estava cheio de memórias dela, algumas tristes, mas a maior parte eram felizes, e sorriu por isso.

Caminhou até á cama sentando-se confortavelmente. A promoção do pai iria mudar imenso a vida deles. Ela desde pequena que fora habituada a racionalizar o dinheiro, agora seu pai seria o Ministro o que significava mais dinheiro, uma vida diferente, uma nova vida.

Deitou-se de costas na cama e pegou numa almofada, abraçando-a sorrindo.

Poderia ter uma vida diferente, seria mais fácil de seguir seus sonhos, seu sonho de ser uma escritora de renome ficava mais fácil de alcançar se tivesse dinheiro.

Sorriu pela enésima vez naquele dia, e adormeceu momentos depois.

"-Outra vez agarrada a isso?"

"-Mas qual é o mal de gostar de escrever? Incomoda-te?" – Perguntou pousando o caderno nas pernas.

"-Não, não incomoda nada. Mas podias fazer algo útil."

"-Como tu fazes? – Perguntou divertida."

"-Eu faço coisas úteis…. Hum…. Eu trabalho sabes?"

"-Sei sim Ron."

"-Meninos, qual dos dois põe a mesa?" – Perguntou Molly da cozinha.

"-A Ginny!" – Gritou Ron no mesmo instante – "Fazer coisas úteis, sabes?"

"-É a vez o Ron mãe!" – Gritou a ruiva – "Eu pus ontem ao almoço e ao jantar."

"-A Gininha tem razão" – Disse Molly aparecendo na sala – "É a tua vez Ron."

"-Mas mãe…"

"-Queres jantar? Então pões a mesa!"

"-Mas isso é injusto!"

"-Fazer coisas úteis, sabes?" – Disse a ruiva divertida subindo as escadas em direcção ao seu quarto.

"-Para quê o grande sorriso? – Perguntou ao entrar na cozinha e encontrar a mãe com um dos maiores sorrisos que já tinha visto – Mais novidades?"

"-Óptimas novidades."

"-E então?"

"-O teu pai conta-te."

"-Mas mãe…."

"-Gininha não sejas curiosa!"

"-Boas tardes família!"

"-Conta!"

"-Contar o quê Gin?"

"-A mãe falou em novidades, óptimas novidades!"

"-O teu irmão? Acho que também é do interesse dele."

"-Está lá em cima" – Saiu da cozinha e caminhou até ao inicio das escadas – "Ron!" – Berrou – "Desce!"

"-O que foi? A Toca pegou fogo e eu não dei conta?"

"-Nada disso. O pai tem novidades!"

"-Nós vamos mudar de casa" – Disse assim que os filhos entraram na cozinha.

"-Como assim, mudar de casa?"

"-Qualquer Ministro têm o direito a uma casa numa zona privilegiada."

"-Quando é que a vamos ver?" – Perguntou a ruiva excitada.

"-Amanhã mesmo."

Deu um saltinho e em seguida correu escada acima indo em direcção ao quarto. Fechou a porta com cuidado e em seguida correu até á escrivaninha, olhou os dois cadernos que lá se encontravam. Um era de couro e tinha em letra douradas gravado " G.M.W", o outro era um simples caderno com capa negra.

Pegou no de couro e sentou-se no chão com a perna trassada. Molhou a pena e em seguida escreveu:

«São só notícias. Primeiro aquela que já escrevi, o pai ter sido nomeado ministro, agora acabei de receber outra. Vamos mudar de casa! É magnífico. Mas pensando bem vai custar muito, afinal desde pequena que vivo aqui, vai ser difícil. Mas ao mesmo tempo será bom, mudar de ares, nova casa, novos vizinhos. Sim vai ser magnífico. Estou tão feliz! Ah, o Ron esta a bater á porta….tenho que ir»

"-Podes entrar maninho." – Disse ela sentando-se na cama, depois de ter arrumado o diário.

"- Bem tu ficaste eufórica com a notícia."

"-Tu não?"

"-Sim, mas vai ser difícil deixar esta casa, são tantas memórias."

"-Sim tens razão. Lembraste daquela vez em que o Fred deu uma goma ao Percy e a cabeça inchou, parecia um balão."

"-E depois começou a voar, a mãe ia morrendo de ataque no coração."

"-Pois ia." – Concordou a ruiva rindo, ao se relembrar daquilo.

"-E daquela vez em que tu tinhas 8 anos e subiste para cima da árvore e depois não conseguias descer."

"-Não comentes isso, tu estavas nervoso cá em baixo, porque não estava ninguém em casa e não querias que a mãe ralhasse contigo depois."

"-Não seria nada agradável. Já viste como sempre te meteste em problemas?"

"-Ora não fui que parti o nariz ao andar de vassoura com 10 anos."

Ron deitou-se ao lado da irmã e riu.

"-Tens razão, eu também me meti em muitos problemas."

"-Ambos nos metemos."

"-Tu mais que eu."

"-Mentira. Eu fui de todos os filhos que menos preocupações dei aos pais."

"-Eu também não dei muitas."

A ruiva arqueou a sobrancelha e ele sorriu dizendo:

"-Ok, ok, eu dei muitas."

"-Melhor. Tens que aprender Ron, eu ganho sempre."

"-Convencida."

"-Apenas realista." – Disse ela sorrindo e dando um beijo na bochecha do irmão.

Meninos desçam para o almoço. – Gritou Molly, fazendo com que Ginny e o irmão saísse do quarto no mesmo momento.

"-Eu vou chegar primeiro que tu." – Disse ela correndo pelo corredor fora.

"-Espera…batoteira, não sabia que ias correr."

A ruiva ria pelas escadas abaixo, passou pela mãe e entrou na cozinha correndo e rindo ao mesmo tempo.

"-Pareces uma criança Gi." – Murmurou uma voz ao lado dela.

A ruiva virou-se e sorriu assim que deu de caras com o moreno que estava ao seu lado.

"-Harry! Que saudades. Não nos víamos há muito tempo."

"-Alguns meses sim." – Concordou ele abraçando-a.

"-Onde tens estado?" – Perguntou ela sentando-se por fim na mesa.

"-Olá Ron." – Cumprimentou o moreno olhando para a porta. – "Tenho estado em Roma. Dumbledore mandou-me para lá, dizia que tinha que me distrair." – Respondeu em seguida, voltando a encarar a ruiva.

"-E distraíste-te?" – Questionou Ronald, sentando-se em frente do amigo.

"-Pode dizer-se que sim. Ao menos diverti-me como há muito não me divertia."

"-Divertiste-te sozinho?"

"-Duh Ron, é claro que não maninho. Tadinho ele é tão ingénuo não vês pelo sorriso que ele se divertiu com uma mulher."

"-Como viste isso pelo sorriso dele Gi? Eu não vejo nada."

"-Não percebes é nada disto Ron."

"-Ah é tu percebes! Até parece."

"-Percebo mais que tu."

Harry riu perante a pequena troca de ideias dos dois ruivos.

"-Harry querido, ficas para almoçar não é?"

"-Se não for incómodo."

"-Nunca é incómodo Harry."

O moreno sorriu para a ruiva e em seguida espero que a Sra. Weasley o servisse.

"-Ah Ron não faças tanto barulho!" – Comentou Ginny a meio do almoço.

"-Porque não?"

"-Porque é feio – Respondeu ela simplesmente. – "E depois porque temos visita."

"-O Harry é como se fosse da família. Ele não se importa com isso."

A ruiva suspirou cansada e abanou a cabeça. Ouviram alguém bater á porta e Molly levantou-se no mesmo instante.

"-Vou ver quem é." – Disse ela caminhando para a porta.

"-Ron, comporta-te. Não sabemos quem é, pode ser alguém do ministério. Imagina só o que seria, já estou a ver as manchetes do jornal de amanha:

"Novo Ministro tem um filho que come como um porco!"

Harry riu, e Ron apenas fechou a cara e quando levou outra grafada á boca já não fez barulho.

"-Meninos!" – Chamou a voz da mãe dos ruivos a porta da cozinha. – "Dêem as boas vindas á minha amiga Narcisa."

Ron engasgou-se com o bocado de carne que acabara de por na boca. Ginny não terminara de levar o copo aos lábios, e Harry deixou cair o garfo.

Todos eles olhavam abismados para a mulher que estava á porta. Era uma mulher alta e esbelta. O cabelo claro dela caia pelas costa como uma cascata perfeita. Os olhos dela estavam brilhantes e pousaram nos jovens, sorrindo em seguida.

"Olá. É um prazer vê-los."

"-Igualmente Sra. Malfoy." – Disse Ginevra, que foi a única que conseguiu articular uma palavra.

"-Continuem a almoçar, enquanto eu vou falar uma coisa importante com Narcisa." – Disse Molly guiando a miga para fora da cozinha.

"-Eu nunca pensei viver o tempo suficiente para ver uma Malfoy na Toca." – Comentou Ginny.

"-Isso é menos. O que é mesmo traumatizante, é ela ser amiga da vossa mãe " – Disse Harry, fazendo com que os amigos concordassem.

(…)

«Foi deveras estranho ver uma Malfoy aqui e casa, e Harry tem razão, quem diria que Narcisa Malfoy algum dia seria amiga, ouviram bem, amiga da minha mãe. Bem, eu nunca na minha vidinha pensava uma coisa dessas, mas depois de tudo o que se passou. Lucius nem foi preso no final da guerra nem nada, acho que doou grande parte do seu dinheiro a uma instituição trouxa. Quer dizer, grande parte, segundo se fala nem foi um terço, eles podias doar a todas as instituições que há que mesmo assim teriam dinheiro para a vidinha requintada deles.

Ah não percebo. Como é possível uma Malfoy ser amiga de uma Weasley! Vai contra a lei de Merlin e dos homens! Mas hoje em dia só acontecem coisas estranhas mesmo. Vejam bem que o meu irmão Ron namora. E se pensam que é com a Hermione, estão enganados. Eu também pensava que eles ficariam juntos, mas não…meu irmão namora com Luna. Pois é com a Luna.

Por falar em Hermione, o que é feita dela! Da última vez que soube noticias dela, ela encontrava-se em Roma de ferias.

Pois e isto são apenas algumas coisas estranhas que acontecem na minha vida!»

Levantou-se da cama e mais uma vez ouviu chamado da mãe. Suspirou e em seguida desceu as escadas, indo ter com a matriarca que se encontrava na sala.

"-Meninos amanhã de manhã levantem-se cedo, que iremos ver nossa nova casa."

"-Já sabem onde vamos morar?" – Perguntou Ron.

"-Sabemos sim. Amanhã mudamos mesmo."

"-Então para onde vamos?"

"-Bem…nossa casa será ao lado da casa da minha amiga."

"-Que amiga mãe?"

"-Da Narcisa claro."

"-Vamos morar ao lado da casa dos Malfoys? "– Perguntou Ron não querendo acreditar.

"-Vamos…qual é o mal?"

"- O mal mãe, é que eles são os Malfoys!" – Respondeu Ginny suspirando.

- - - - - Fim do Capitulo 1º - - - - -

N/A: 1º capitulo nada por aí além… Mesmo assim esperamos que tenham gostado… Comentem… Digam qualquer coisa…