Capitulo 7º
O almoço
Fechou as cortinas e caminhou até à secretária.
«Isto, não pode, de maneira nenhuma estar a acontecer! Mas porquê? O que é que eu fiz de mal para merecer isto? Deve ter sido a barra astronómica que dei ao Conner! Só pode! E agora tenho de pagar sendo educada com um Malfoy… Um Malfoy que me beija de forma extraordinária mas ainda assim um Malfoy. Porquê meu Merlin?... Mas a culpa é da minha mãe! Ela é que tinha de ser amiga da Narcisa! Mas o que é que lhe deu afinal? Não podia ser amiga doutra qualquer? Tinha de ser da Narcisa Malfoy»
Levantou-se e vestiu-se preparando-se para sair do quarto. Desceu as escadas e procurou a mãe por todo o andar térreo acabando por encontra-la na cozinha, mas não desacompanhada.
"-Bom dia Ginevra."
"-Sra. Malfoy, bom dia."
"-Querida, trata-me por Narcisa. Sentes-te melhor?"
"-Sim obrigada."
"-Gininha querias alguma coisa?"
"-Vim só saber se precisavas de ajuda."
"-Não preciso de ajuda aqui mas acho que o teu irmão precisa."
"-Onde é que ele está?
Na sala das visitas. Apressa-te antes que ele o Draco vão para além duma troca de palavras desagradável."
Ouviu as duas mulheres a rir quando já caminhava no corredor. Abriu a porta com cuidado esperando encontrar a sala destruída e sangue a pingar das paredes.
"Azar o meu" – Pensou ao ver a sala tal como costumava estar, tudo no lugar.
Num dos sofás estava Ron, o seu olhar furioso pousado em Draco, com a cara mais vermelha que a ruiva já tinha visto. Noutro sofá Draco, que apesar da sua expressão pálida não era capaz de evitar um olhar de puro ódio em direcção ao ruivo.
"-Então crianças, para quê tanta animação?"
"-Não te aproximes Gin, ele pode atacar-te."
"-Não te preocupes Weasley!" – Disse num tom de puro sarcasmo – "Não tocava na tua irmã nem que me pagassem… Muito…"
"-Olha aqui Malfoy!" – Ron levantou-se e caminhou até ao loiro que permanecia tão calmo quanto antes.
"-Não!" – Gritou correndo até ficar entre o loiro e o irmão.
"-Gin, sai da frente! Eu vou acabar com este nojento do Malfoy."
"-Não Ron. Não digas parvoíces."
"-Sim, Weasley, não digas parvoíces. Seriam precisos 5 de ti para me conseguir magoar."
"-Cala a boca Malfoy!"
"-Além do mais a tua irmã não ia ficar nada contente se acabasses comigo."
"-Gin, o que é que ele quer dizer com isto?"
"-Eu… quer dizer… Eu lá sei Ron! Não sejas parvo! É só para te provocar, não vês?"
"-Mas…"
"-Sem mas… Vai ter com a Mãe… Ela estava a chamar-te!"
Viu o irmão a sair da sala e voltou-se para o loiro.
"-És completamente idiota!"
Ele arqueou a sobrancelha mas nada disse.
"-" Além do mais a tua irmã não ia ficar nada contente se acabasses comigo" – Imitou o tom do loiro – Qual é o problema contigo? Não gostas de ter a cabeça em cima do pescoço? O meu irmão matar-te-ia se soubesse que tu estiveste no meu quarto."
"-Mas não disse nenhuma mentira, disse?"
"-Não me provoques! As coisas já estão suficientemente más para começares com isso. Não te podias ter atirado da janela? Partido o pescoço? Qualquer coisa que te impedisse de vir aqui?"
"-E depois quem é que pousava sem camisa para ti?"
A ruiva olhou furiosa para o loiro à sua frente, que tinha um sorriso sarcástico e a encarava ligeiramente divertido.
"-Eu não preciso de ninguém que pouse para mim…e muito menos sem camisa….e muito menos tu."
"-Sério? Então porque olhas sempre? E porque perguntas sempre se eu tenho alergia ás camisas?"
"-Porque é irritante ver-te quase sempre sem camisa."
"Ah, preferias ver sempre…e não só quase sempre. É esse motivo, não é Ginevra? "
"-O que me chamaste?"
"-Ginevra. É esse o teu nome, não o sabes?"
"-Minha mãe fez o favor de me informar….É claro que eu vivia perfeitamente bem sem saber o teu nome. Ainda por cima é estranho….Ginevra. que raio de nome é esse?"
"-E que raio de nome é Draco?"
"-Um nome de uma constelação."
"-Oh que romântico. O todo poderoso Malfoy tem um nome de um conjunto de estrelinhas. Acho que vou passar a chamar-te de Estrelinha."
"-Nem penses Weasley. Se me chamares disso morres."
"-Estrelinha."
A ruiva gargalhou e começou a correr pela sala, sendo seguida por um loiro que estava quase em combustão.
"-Estrelinha."
"-Sua anormal" – Praguejou ele, aproximando-se dela.
Ginny não reparou que o tapete estava enrolado e por isso caiu de costas no chão. Draco encontrava-se imensamente perto dela, e acabou por tropeçar na ruiva e cima para cima desta.
"-Apanhei-te. O que me estavas a chamar?"
"-Estrelinha."
"-Ah Weasley fizeste borrada."
"-O que me vais fazer…Estrelinha?"
O loiro não respondeu, a ruiva apenas sentiu as mãos dele na sua barriga, e no instante seguinte ele fazia-lhe cócegas, o que fez com que Ginny se torcesse no chão de tanto rir.
"-Pára Draco…por….favor…pára."
"-Eu paro se não me chamares mais disso."
"-Do…quê? De … Estrelinha?"
"-Weasley!"
"-Tu…tudo bem…..eu paro de te chamar."
Draco saiu de cima da ruiva e encarou-a. Sorriu vendo o estado em que ela estava. O cabelo que antes se encontrava numa trança perfeita estava agora despenteado, as faces dela encontravam-se extremamente vermelhas, e os olhos estavam rasos de água.
Viu-a levantar-se, e seguiu todo o percurso que ela fez com os olhos. Aproximou-se dela sem dar por isso, e pousou suas mãos no cabelo dela, desfazendo a trança.
Ginevra sentia o coração pular no peito, e encontrava-se com a respiração acelerada.
"O que se passa?" – Perguntaram-se ao mesmo tempo.
Assim que o cabelo dela ficou solto e caiu sobre os ombros da ruiva Draco sentiu um cheiro delicado inebriá-lo. Era um cheiro a lírios, o cheiro dela.
Olhou dentro do olhos dela, fazendo-a corar. Era a primeira vez que ele agia assim com alguém e estupidamente aquilo agradava-lhe.
Ouviram uns passos no corredor e Draco afastou-se dela, a tempo de ver a porta abrir-se.
Viu os pais dela entrar, seguidos de Ron e da sua mãe, Narcisa.
"-Afinal também vou almoçar aqui" – Disse a loura aproximando-se do filho.
"-Ficas-te aqui o tempo todo maninha?"
"-Sim Ron, porquê?"
"-Como consegues suportar o Malfoy?"
"-A pergunta Weasley é como ela consegue suportar um irmão como tu?"
"-Já chega" – Disse Molly puxando o filho pela manga.
"-Draco, porque não te sentas?" – Sugeriu Narcisa.
O loiro encolheu os ombros e em seguida passou pela ruiva e sentou-se na cadeira que Arthur lhe indicou.
"-Filha senta-te ao lado de Draco" – Disse Molly em seguida.
"-Porquê?"
"-Porque sim. Porque é o lugar que sobra."
Ruiva bufou e em seguida caminhou até á cadeira. Sentou-se ao lado dele e virou-se para o pai que estava no seu outro lado.
"-Então como está tudo no ministério?"
"-Tudo bem filha."
"-Certo."
"-Tens apenas conversas monossilábicas?" – Perguntou Draco baixo, certificando-se que só a ruiva ouviria.
"-Tens o hábito doentio de te meter nos assuntos dos outros?"
Ele sorriu e Ginny voltou a encarar os restantes presentes na mesa.
"-Não sabes que é má educação virar as costas aos convidados?" – Perguntou ele, fazendo com que ela se virasse para ele irritada.
"-Não fui eu que te convidei. Por mim estavas a comer no outro lado do mundo….mas não pudemos ter tudo o que queremos."
"-Bem, tu ás vezes vês-me sem camisa….ao menos consegues concretizar esse desejo…."
"-Ah ah, que piada. Come e cala-te."
"-Sabia que me adoravas."
A ruiva fechou os olhos e respirou fundo antes de levar um pedaço de carne á boca.
O resto do almoço foi calmo para Ginny, e pela primeira vez ela agradeceu a Lucius, afinal ele ensinara ao filho que era indelicado falar enquanto se comia.
"-Visto todos ter-mos terminado e comer, eu posso ir para o meu quarto?"
"-Primeiro eu queria que levasses o Draco a conhecer a nossa casa."
"-Claro mãe" – Concordou ela sorrindo. – "Anda logo Malfoy."
"-Podes andar mais depressa? Quanto mais depressa te mostrar tudo, mais depressa me vejo livre da tua pessoa."
"-Até perece que não queres que eu esteja aqui pertinho de ti….hã Ginevra?"
"-Cala-te….antes que eu volte a chamar-te de Estrelinha" – Disse ela abrindo a porta da biblioteca.
"-Tu disseste que não me chamavas disso novamente."
"-Experimenta irritar-me."
"-Pensava que minha presença te irritava" – Murmurou ele ao ouvido dela, fazendo estremecer levemente. – "Ou não…."
"-Deixa de ser convencido."
"-Tu é que tremeste ruiva" – Murmurou ele voltando-a para si.
Ginny olhou em volta e viu que estava no meio de varias estantes da biblioteca.
"Mas como vim aqui parar!"
Sentiu os braços de Draco pousarem cada um de um lado da cabeça dela. O corpo dele ficou encostado ao dela, fazendo a ruiva encostar as costas á estante.
"-O que fazes?"
"-Irrito-te. Ou isto não te irrita mais?"
"-Estrelinha."
Ele sorriu o que sem duvida deixou a ruiva sem perceber o que ele iria fazer. Sentiu um dos braços dele enrolar-se na sua cintura, e puxá-la de encontro a ele.
Os lábios dele encaminharam-se para o pescoço dela, fazendo com que ela se segurasse á estante para se apoiar.
"-Se fosse a ti não me chamava disso novamente."
"Se me fizeres sempre isto eu chamo-te Estrelinha a toda a hora! Mas que pensamento estúpido foi este!"
"-Porque não devo de te chamar Estrelinha?"
"-Não queiras saber ruiva."
"-Mas eu quero."
Ouviu-o sorrir de encontro ao seu ouvido e em seguida sentiu os lábios dele pressionarem seu pescoço. Ele chupava-o delicadamente e Ginny sentia o coração cada vez mais acelerado.
Assim que ele se afastou ela levou a mão ao pescoço.
"-Oh não. Deixaste marca."
"-Nada que um bom feitiço não tape" – Disse ele antes de beijar os lábios dela de uma maneira necessitada.
"-É melhor irmos, antes que teu irmão venha atrás de nós" – Disse ele por entre beijos.
"-Sim."
Sentiu o aperto do loiro diminuir e por momentos quis puxá-lo de modo a puder senti-lo novamente. Mas em vez disso ela caminhou por entre as estantes de modo a sair da biblioteca.
"-Já vimos tudo?"
"-Excepto meu quarto."
"-Acho que já o conheço suficientemente bem."
"-Concordo plenamente" – Disse ela abrindo a porta da sala.
Viu Draco entrar na sala e em seguida saiu, caminhando até ao seu quarto. Fechou a porta e caminhou até à escrivaninha.
«Certo, eu preciso de ser internada. Eu ando a desejar sentir o Malfoy ao pé de mim. Irrito-o apenas para ele me irritar, e o pior é que me irrito por qualquer coisa….e quando acabamos aos beijos! Eu quero tanto que ele não se afaste de mim nessas alturas. Quero sentir os lábios dele nos meus, o corpo dele junto ao meu, o cheiro dele no meu nariz. E que cheiro maravilhoso, ele sabe a canela e cheira a frutos citrinos e ervas. É maravilhoso.
Ainda não percebi o que se passa comigo. Nem com ele. E muito menos connosco. Eu vou dar em doida.
E o chupão que ele me fez. Tenho que o tapar comum feitiço antes que alguém veja. Tenho mesmo.»
Levantou-se e caminhou até ao banheiro, deixando a porta para o quarto aberta.
"-Que coisa….um chupão."
"-Não te ouvi resmungar á bocado quando o fiz."
Saltou de susto e em seguida olhou para a porta da casa de banho que se encontrava fechada, e Draco estava encostada a ela.
"-Idiota, queres matar-me de susto! Afinal o que fazes aqui? Teu quarto não é suficiente para ti?"
"-Meu quarto não tem lá ma ruivinha, como este tem."
"-Isso leva-me a querer que estás aqui por mim."
"-Não. Estou aqui por aquelas calcinhas pretas" – Disse ele sorrindo e olhando para trás da ruiva.
Ginny pegou na peça de roupa interior e atirou-a para dentro da banheira. Assim que encarou o loiro ele gargalhou, afinal ela estava escarlate.
"-Não precisas de corar Ginevra."
"-Tu és um idiota" – Disse ela caminhando até ele e batendo-lhe no peito.
"-Agressão física não Weasley. Não sou muito dado a esses modos, prefiro quando elas são meiguinhas."
A ruiva abriu a boca e em seguida afastou-se dele dizendo:
"-És um doente."
"-Sou…afinal estou trancado com uma Weasley na casa de banho" – Disse ele aproximando-se dela. – "Mas mais doente és tu…..por ainda não teres saído daqui…..o que me leva a querer que queres que eu aqui esteja."
"-Cala-te, e faz algo de jeito."
"-Como beijar-te?"
"-Pode ser."
Ele sorriu antes de a enlaçar pela cintura e a beijar durante minutos seguidos.
Sentiu-se ser apertada com segurança por ele, e agradeceu isso, afinal sentia a andar á roda, e as pernas estavam bambas.
Draco pegou nela ao colo e em seguida saiu da casa de banho. Sentou-a no sofá que estava no quarto e em seguida começou a beijar o pescoço dela.
"-Eu devia de ir embora, não é?" – Perguntou ele murmurando ao ouvido, enquanto mordia o lóbulo da orelha dela.
"-Sim…."
"-É…"- Concordou ele antes de beijar por uma ultima vez os lábios dela – "Vemo-nos depois ruiva."
Ela apenas concordou com a cabeça vendo-o sair pela janela.
Deitou-se no sofá e mais uma vez pousou os dedos nos lábios.
Riu com o que se estava a passar na vida dela. Era tudo tão estranho, mas tão incrivelmente bom ao mesmo tempo.
- - - - - Fim do 7º Capitulo - - - - -
N/A: Pois é…. Nós avisámos… O almoço prometia… Desta feita com apelido para o Draco e tudo… As respostas aos comentários estão no perfil…
