14º Capitulo
Pessoa especial
Dois meses, dois meses tinham passado. Meses esses com inúmeros encontros nocturnos, olhares dissimulados durante as aulas, beijos apaixonados. Meses maravilhosos, na opinião de ambos. E nenhum queria terminar com aquilo que existia.
"Ruiva que fazes?" – Perguntou ele abraçando-a na zona da cintura e encostando seu queixo ao ombro dela.
"Trabalho de transfiguração, e depois vou fazer o de latim, e por ultimo o que tu mandaste hoje."
Ouviu-o bufar e não pôde deixar de sorrir. As mãos dele adentraram na sua camisola e começaram a acariciar seu ventre.
"Não podes fazer isso noutra altura? É que sabes, não era minha intenção passar a noite toda a ver-te fazer trabalhos."
"Mas não posso deixar para depois, afinal são para entregar amanha.
Draco soltou a ruiva e deitou-se de barriga para cima na cama. Ela nem olhou para ele, continuou a fazer seu trabalho, e só o encarou quando o ouviu dizer:
"Não precisas de fazer o de poções."
"Ah pois está claro Draco, e depois que razão é que dás para o facto de não to entregar amanha?"
Ele sentou-se ao pé dela, e fixou-a por momentos, antes de capturar os lábios dela para um beijo. Em seguida disse:
"Dou-te uma detenção."
Ela riu voltando sua atenção para o trabalho. O homem ficou a olhar para ela por momentos, e perguntou:
"Então, o que achas da ideia?"
"Descabida. Eu vou fazer o trabalho, e pronto."
Ele abanou a cabeça e em seguida voltou a deitar-se na cama. Olhou para o tecto e meteu os braços atrás da cabeça. Viu-a a continuar a escrever, e bufou por isso.
Minutos
se passaram, até que ela fechou um livro com força,
fazendo com que ele abri-se os olhos e a pudessem encara-la.
Viu
a ruiva sentar-se ao seu lado, antes de ela se deitar em cima dele.
"Então, fizeste tudo?"
"Não fiz o de poções, não consigo, não contigo aqui deitado, á minha espera."
Ele riu rodando na cama, e deitando-a ficando por cima, em seguida perguntou:
"Pronta para levar uma detenção amanha?"
"Prontíssima." – Respondeu puxando-o para um beijo, enquanto sentia as mãos dele livrarem-se da sua camisa.
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"Certo Gi agora não vais sair sem me dizer onde te metes todas as noites." – Disse Gabi apanhando a amiga a entrar no quarto de manha cedo.
"Eu! O que queres dizer com isso?"
"Ora Ginny, tu desapareces todas as noites. Para onde vais? Ou melhor, vais ter com quem?"
"Ninguém de importante. E depois não posso? Tu também não vais ter com o Peter?"
"Vês como andas desligada de tudo, já nem ligas aos teus amigos."
"Como assim?"
"Eu e o Peter terminamos á quase dois meses."
"A ruiva olhou descrente para a amiga antes de se sentar na cama."
"Sério?"
"Sim, nós terminamos. Lembras-te de um dia te ter dito que nos tínhamos zangado, pois bem, terminamos no dia depois. Não dava mais."
"Oh amiga…eu….desculpa, mas não sabia."
"Eu sei que não. Andas ocupada demais com a tua vida."
"É que….é muito complicado."
"Diz-me só uma coisa. Tu de certeza que não andas com o Malfoy?"
"Eu já disse que não."
"Sabes eu não sou cega. Eu vejo como vocês se olham, como ele te trata, eu vejo essas coisas."
"Eu não ando com ele, nós não andamos, nós apenas….apenas….hã não sei bem o que temos ok!"
"Mas têm algo não é?"
"Sim….algo, alguma coisa, sei lá. Divertimo-nos juntos. Mas e tu? Como estás?"
"Bem, o Jon tem-me ajudado, ele apoiou-me desde sempre."
"E eu nem reparei. Oh amiga perdoa-me. Eu não queria."
"Não faz mal Gi."
A ruiva aproximou-se da amiga e abraçou-a dizendo:
"Prometo que agora estarei mais atenta ao que me rodeia."
"Só quero que me prometas que não sais magoada desta história com o Malfoy."
"É claro que não sai-o, afinal para sair magoada tinha que gostar dele."
"E não gostas?"
"Não." – Respondeu ela desviando o olhar do da Gabriela.
"De certeza? Sabes tu não és de te envolver com um homem se não gostares dele."
"Como sabes isso?"
"Foi o que aconteceu com o Jon. Tu não gostas dele, não te envolveste, mas com o Malfoy."
"Talvez eu goste dele….mas não estou apaixonada, ele apenas faz com que eu me ache diferente, especial."
"Cuidado, afinal tu mesma me disseste que o facto de ele ser um pão, não faz com que ele deixe de ser um Malfoy." – Murmurou a morena levantando-se e caminhado até ao banheiro, deixando a ruiva entregue aos seus pensamentos.
»Será que ela tem razão! Será que isto para ele não é mais do que um jogo! E então, não é o que é para mim! Eu não o amo, pois não?"» – abanou a cabeça saindo do quarto em seguida.
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Era a primeira vez que ele a via tão desconcentrada numa aula. A poção não lhe estava a correr bem, estava desligada de tudo, e ele não fazia a mínima ideia do porquê de ela estar assim.
«O que terá agora! Ia bem á bocado, porque esta tão….a leste!» – olhou fixamente para ela e viu-a bufar de irritação.
Sorriu, vendo-a tirar uma madeixa ruiva da frente dos olhos, e viu-a também humedecer os lábios, sabia que era o que fazia quando se queria concentrar mais. Mas naquele dia parecia não estar a dar resultado.
«Adoro quando ela faz aquilo com a língua. Na verdade adoro muita coisa nela. Isto não era suposto acontecer….não era não….gostar assim dela, vai contra tudo. É impensável, mas que se dane, eu gosto assim, ela gosta assim!»
No
instante seguinte ele ouviu a campainha e viu todos se levantarem,
todos menos ela, que apenas se sentou e enterrou a cara nas mãos.
Depois
de todos terem saído ele caminhou até ela e tocou-lhe
no ombro perguntando:
"Então ruiva o que se passa?"
Ela ergueu os olhos e encarou-o. O silêncio reinou por instantes, e Draco estava á espera da resposta dela.
"Sabes, a minha melhor amiga terminou com o namorado á dois meses, e eu nem sequer dei por isso. Sabes porquê?"
"Não."
"Porque não faço mais nada senão pensar em ti….em nós."
"Ok, e então, vais-me culpar por ser irresistível, vai-me culpa por estares comigo."
"Não. Apenas quero saber uma coisa."
"O quê ruiva?"
"Isto para ti é um jogo?"
"Para ti é?"
"Não."
"Então porque achas que para mim é, hã Ginevra?
"Não sei, talvez por tu seres um Malfoy."
"Ruiva, eu posso ser um Malfoy, mas já paraste para pensar que posso ser diferente? Afinal envolvi-me com uma Weasley, e dou aulas em Hogwarts, acho que são provas suficientes."
Ela levantou-se e passou os braços por trás do pescoço dele apertando-o.
"Está tudo bem!" – Disse ele apertando-a pela cintura.
"Não quero voltar a sofrer Draco."
Ele afastou-a do seu corpo, de modo a olhá-la nos olhos e em seguida disse:
"Se tudo depender de mim eu nunca vou deixar que sofras."
"Juras?"
"Sim."
Ela sorriu voltando a abraçar-se a ele. O loiro apertou-a com força contra si e fechou os olhos.
«Acabei de prometer algo que não sei se conseguirei cumprir.»
"Sabes uma coisa?"
"O quê Draco?"
"Eu…eu gosto muito de ti."
Ela ficou em choque por momentos, não esperava que ele dissesse algo daquilo, mas logo em seguida sorriu e beijou-o com desejo, antes de dizer:
"Eu também gosto de ti."
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Draco corrigia alguns trabalhos de casa, enquanto esperava que ela aparecesse. Não devia de demorar, afinal estava quase na hora do recolher.
Ouviu a porta abrir-se e quando se virou esperou encontrar uma menina ruiva, mas quem viu fez com que ele bufasse de irritação.
"O que queres Moore?"
"Oh, Draco….nada de especial."
Ele viu a mulher aproximar-se dele e o loiro levantou-se. Ficou de frente para ela e disse:
"Sai daqui."
"Porque estás tão nervoso? Estás á espera da tua ruiva?"
"Não é da tua conta."
Ela aproximou-se mais um pouco e murmurou:
"Será que ela sabe quem tu és na verdade?"
Ele não respondeu o que fez com que a mulher sorrisse antes de dizer:
"Não sabe….então como será que ela ficaria se soubesse."
"Tu vais manter-te calada Moore."
"Depende….do que ganhar com isso."
"E que tal, mais uns anos de vida?"
"Hum….não me parece…." – Disse ela aproximando-se ainda mais dele.
"Sai daqui."
"Só depois de ter aquilo que mereço."
"E afinal o que raio é que tu mereces?"
"Um beijo, no mínimo."
"E depois vais embora, e nunca mais me chateias?"
"Sim."
Mal ouviu a resposta dela o homem puxou-a pelos braços, e beijou-a. Não era um beijo desejado, e muito menos quente ou apaixonado, mas tinha que ser dado, ele não a queria ali nunca mais, não queria que ela estragasse tudo com a sua ruiva.
Parou de a beijar quando ouviu alguém bater palmas. Olhou para a porta e seus olhos cruzaram-se com os castanhos de Ginny.
"Ginevra, não é o que pensas."
"Claro que não, claro que não Malfoy."
A mulher afastou-se do loiro e saiu da sala sorrindo. Em seguida Ginny fechou a porta e encarou o homem á sua frente.
"Explicação!"
"Hã….bem ela disse que só nos deixava em paz se eu a beijasse."
"E tu nem pensaste duas vezes antes de o fazer."
"Ora ruiva, querias o quê? Que ela fosse contar a toda a gente que eu ando com uma aluna?"
"Não….mas não era preciso teres beijado-a assim….tão…."
"Deixa-te de estupidez Weasley." – Disse ele aproximando-se dela e puxando-a pela cintura de encontro a si. – "Eu não a beijei como te beijo….tu sabe-lo bem."
Viu a ruiva engolir em seco, antes de ele pousar uma das suas na nuca dela e a puxar para um beijo necessitado.
Sentiu as mãos dela no seu pescoço, enquanto a lhe beijava o colo. Podia ouvir os suspiros cada vez mais profundos dela, e só parou de a beijar quando ela disse:
"Não quero que me deixes….nunca."
Aproximou os lábios do ouvido dela e murmurou:
"Não te vou deixar, sabes porquê? Tu és especial, muito especial."
No instante seguinte ele sentiu os lábios dela de encontro aos seus desta vez para um beijo calmo e delicado. Um beijo que fez com que ambos se arrepiassem, com que ambos desejassem que aquele momento durasse para sempre…. Um beijo que eles sabiam que nunca iriam esquecer.
Fim do 14º capitulo
N/A: os agradecimentos estao no profile...devido a problemas com o meu Word nao consegui postar aki...JINHOS!
