Cap. 32: O Despertar

Quando o Firekai abriu os seus olhos verdes, tudo à sua volta estava meio desfocado e ele sentia uma ligeira dor de cabeça. Quando a sua visão voltou ao normal, ele levantou a cabeça e viu que estava deitado numa cama de madeira, com uma colcha branca. Olhou à sua volta, parecia estar numa casa pequena ou numa cabana. O espaço não era muito. Havia uma cama, onde ele estava deitado, uma mesa-de-cabeceira, uma estante com livros, uma mesa e quatro cadeiras, alguns armários e utensílios de cozinha, um fogão, um frigorífico, dois guarda-fatos, uma televisão e uma pia. Havia também uma porta que dava para mais um compartimento, que o Firekai calculou ser uma casa de banho.

O Firekai tentou sair da cama. Estava vestido com umas roupas diferentes das suas, eram todas brancas e tinham um símbolo de uma águia. Ele calçou os seus sapatos, que estavam ao lado da cama e levantou-se. Não sabia onde estava, mas alguém tinha cuidado dele.

"Está aí alguém?" – perguntou ele, não esperando obter nenhuma resposta.

Subitamente a porta da casa de banho abriu-se e uma rapariga alta e de olhos verdes apareceu. Tinha o cabelo enrolado numa toalha e o corpo também estava envolvido por uma toalha que não era muito grande. Tinha claramente estado a tomar um banho.

"Ah, finalmente acordaste, ainda bem." – disse a rapariga, aproximando-se do Firekai.

"Hum… sim." – disse o Firekai, virando rapidamente a cara, embaraçado. A toalha que a rapariga tinha em volta do corpo estava a descair de um dos lados. – "Foste tu que trataste de mim?"

"Fui sim." – respondeu ela. – "Bem, se não te importas, vai lá para for por uns minutos para eu me vestir. Depois falamos. Agora, vai, não me queres ver nua pois não?"

"…" – o Firekai corou imenso. – "Claro que não. Eu vou lá para fora."

O Firekai saiu rapidamente da casa e a rapariga deu uma risada ao de leve. Abriu um guarda-fato e começou a escolher a sua roupa. Acabou por optar por um top verde, que lhe realçava os olhos e por uma saia, ou melhor dizendo, uma mini-saia de ganga azul. Para calçar, escolheu umas botas pretas, não muito altas. Á volta da cintura pôs um cinto castanho, com dois espaços para se pôr duas pistolas. Do armário tirou umas luvas castanhas. Com um elástico vermelho, atou o cabelo num rabo-de-cavalo.

O Firekai, que estava do lado de fora da casa, observava a paisagem. Tudo era diferente do cenário que se podia observar da Escola de Magia. O sol não brilhava muito no céu, sendo encoberto por nuvens muito escuras, o que dava um ambiente sinistro a todas as coisas. Tudo ali parecia meio murcho. As flores e plantas, sem a luz solar, não podiam realizar a fotossíntese e acabavam por murchar. As águas eram negras, embora se pudesse beber delas e não se viam animais selvagens, nem se ouvia os pássaros a cantar.

"Já podes entrar." – gritou a rapariga do lado de dentro da cabana e o Firekai voltou a entrar lá.

"Agora podes contar-me como é que eu vim parar aqui?" – pediu o Firekai, aproximando-se da rapariga e notando que ela estava muito bonita.

"Ah, claro que sim." – disse a rapariga, sentando-se numa das cadeiras de madeira escura que se encontravam perto da mesa. – "Mas antes disso, acho que nos devemos apresentar. O meu nome é Laura Raiden. E qual é o teu nome?"

"Eu sou o Firekai Banford." – respondeu o Firekai. – "Agora por favor, conta-me como vim aqui parar."

"Sim, vou contar-te." – disse a rapariga. – "Não queres sentar-te? Não vale a pena estares de pé."

"Está bem." – disse o Firekai, puxando uma cadeira para se sentar.

"Não tens fome? Deves ter, eu vou preparar-te alguma coisa para comeres." – disse a rapariga, levantando-se rapidamente da cadeira onde estava sentada.

"Não é preciso preparares alguma coisa para mim." – disse o Firekai. – "Esclarece-me de como vim aqui parar."

"Ok. Bem, eu por acaso estava a passear pela floresta no dia em que te encontrei. Eu ia a andar pela floresta, que por acaso é muito escura, tal como a maioria das coisas por aqui. Foi então que vi um clarão descer pelo céu e embater no chão da floresta, alguns metros mais à frente de onde eu estava. Corri rapidamente para o local, para verificar o que se tinha passado. Quando lá cheguei, vi-te a ti. Estavas desmaiado, mas apesar de teres caído de uma altura enorme, não parecia estar muito ferido. Tentei acordar-te, mas não consegui. Então decidi trazer-te para a minha casa e aqui estás tu." – esclareceu a Laura.

"E há quanto tempo é que me encontraste?" – perguntou o Firekai.

"Há uns três dias mais ou menos." – respondeu a Laura.

"O quê? Três dias?" – perguntou o Firekai. – "Estive inconsciente tanto tempo?"

"Sim, mas felizmente hoje acordaste." – disse a Laura. – "Bem, agora vou preparar-te alguma coisa para comeres. Se quiseres liga a televisão."

O Firekai ligou a televisão e os seus pensamentos estavam longe. Perguntou a si mesmo onde estariam os seus amigos e a sua namorada. Ao olhar para a televisão, os seus olhos captaram algumas imagens que lhe pareceram familiares e ele aumentou rapidamente o som da televisão.

"E estamos aqui no local onde antigamente se situava a Escola de Magia. Tudo indica que houve aqui uma grande explosão. Alguns alunos morreram e a escola foi completamente destruída. Relatos de alguns alunos e professores que fugiram, indicam que um grande monstro estava no local onde agora apenas há as ruínas da escola. Segundo eles, alguns alunos e umas super poderosas guerreiras ficaram para trás para o enfrentarem." – disse a repórter. – "Contudo, não há sinais de nenhuns desses alunos ou das cinco guerreiras, pelo que permanecem desaparecidos. O único corpo encontrado foi o de um rapaz de 18 anos, de nome Ray Kon."

"Obrigado Márcia." – disse o apresentador do telejornal. – "Vamos agora ouvir os apelos das famílias dos alunos desaparecidos."

No ecrã apareceu uma senhora que aparentava ter uns 45 anos de idade. Ela tinha cabelos roxos pelos ombros e uns olhos azuis-claros. Era uma mulher alta e forte, mas nesse momento apresentava uma cara desesperada e os olhos estavam vermelhos e inchados de chorar.

"Por favor, peço a todos que me contactem caso vejam alguma das minhas filhas." – disse a senhora, mostrando uma foto da Meygan e outra da Cloe. – "Elas são a única coisa que eu tenho na minha vida. Por favor contactem-me se souberem do paradeiro delas. Eu já perdi o meu marido há alguns anos, não quero perder as minhas filhas também."

"A notícia começou a circular ontem." – disse a Laura ao Firekai, enquanto fritava um ovo. – "É uma tragédia. Alunos mortos, a escola destruída e alguns alunos desaparecidos. Hoje já estão a mostrar as fotografias das pessoas desaparecidas, mas acho que não as vão encontrar, provavelmente os seus corpos transformaram-se em cinza por causa da explosão."

Nesse momento apareceram na televisão, uma mulher de cabelo castanho pelos ombros e olhos igualmente castanhos e um homem de cabelo preto e olhos verdes. Ambos pareciam muitos agitados e nervosos. O Firekai teve um choque ao vê-los na televisão.

"O nosso filho está desaparecido e nós precisamos que nos ajudem a encontrá-lo." – disse o homem.

"Por favor, se souber de alguma coisa diga-nos, estamos a ficar desesperados." – disse a mulher.

"Aqui está a fotografia do nosso filho." – disse o homem, mostrando a fotografia.

"Ah! Mas, aquele não és tu?" – perguntou a Laura surpreendida, ao olhar para a foto exibida na televisão.

"Sim, sou eu." – respondeu o Firekai. – "Eu sou um dos alunos desaparecidos de que eles falam na televisão."

Num lugar muito distante de onde eles estavam, um rapaz de cabelos vermelhos cor de sangue estava debruçado sobre uma jovem de cabelos castanhos que parecia profundamente adormecida.

"Vá lá, tens de acordar." – disse o rapaz. – "Quanto mais tempo estiveres a dormir, maiores são as probabilidades de te teres alguma falha grave de saúde quando acordares."

A rapariga mexeu-se levemente na cama de lençóis brancos, mas não acordou.

"Vá lá, sê forte e acorda." – pediu o rapaz.

A rapariga começou a mexer-se mais na cama e lentamente começou a recuperar os sentidos. Quando abriu os olhos, viu tudo meio desfocado, mas recuperou a visão rapidamente e pôde olhar à sua volta. Viu o rapaz de cabelos vermelhos que estava ao lado da cama, olhou para a pequena casa à sua volta, constituída por um armário, alguns bancos, uma mesa e duas portas que iriam dar a outras divisões da casa.

"Ah, finalmente acordas-te, é um alívio." – disse o rapaz.

"Ai… dói-me a cabeça." – disse a rapariga e depois tocou no pescoço e viu que tinha ali um penso. – "O que se passou com o meu pescoço?"

"Tive de fazer uma pequena cirurgia." – disse o rapaz. – "Tinhas uma semente do mal implantada no teu pescoço, felizmente eu tenho aparelhos para detectar isso."

"Semente do mal?" – perguntou a rapariga. – "O que é isso?"

"Oh, são uns pequenos cristais negros. Depois de implantados fazem com que a pessoa tenho aversão aos humanos e que queira lutar com eles, matá-los, fazê-los sofrer… é uma coisa muito má, mas agora estás livre de perigo." – disse o rapaz. – "A propósito, ainda não nos apresentámos, eu sou o Tala e tu?"

"Eu… eu… não sei… não me consigo lembrar de nada…" – disse a rapariga.

"Oh não, parece que tens amnésia." – disse o Tala. – "Calma. Por sorte tu tinhas uns documentos contigo, vou ver o que está lá escrito. Devem ter o teu nome."

O Tala dirigiu-se até à mesa e tirou de lá de cima os documentos da rapariga. Em seguida voltou para ao pé dela.

"Ora vamos ver… está aqui uma foto tua e no nome está… Din Myamoto." – disse o Tala. – "Portanto chamas-te Din."

"Chamo-me Din?" – perguntou a rapariga confusa. – "Parece-me familiar, mas não sei… estou muito confusa…"

"Calma, a tua memória vai voltar… espero eu." – disse o Tala. – "Não te preocupes que eu vou tratar de ti."

"Obrigada." – agradeceu a Din.

"Olha, eu não posso ficar aqui muito tempo." – disse o Tala. – "Por isso tens de vir comigo."

"Mas, para onde vais?" – perguntou a Din.

"Eu depois explico-te tudo, agora vou preparar-te alguma coisa para comeres." – disse o Tala. – "Podes usar a casa de banho, é a porta à tua direita. Podes tomar um banho, arranjei-te algumas roupas para vestires."

"Certo." – disse a Din, levantando-se da cama e dirigindo-se à casa de banho.

"Ainda bem que ela acordou…" – pensou o Tala. – "Talvez seja demasiado perigoso ela ir comigo, mas não há outra solução."

Alguns minutos depois a Din saiu da casa de banho. O seu cabelo estava amarrado num rabo-de-cavalo por um elástico verde. Trazia umas jeans azuis e um top vermelho. Trazia também um casaco azul-escuro.

"Ah, já estás pronta." – disse o Tala. – "Vem comer."

A Din sentou-se à mesa e começou a comer. Tinha fome porque já não comia há três dias. O Tala ficou a observá-la. Quando a Din acabou de comer, os dois levantaram-se.

"Bem, temos de ir." – disse o Tala.

"Mas para onde vamos?" – perguntou a Din.

"Vamos dar uma volta pelo mundo." – disse o Tala. – "Eu explico-te tudo no caminho, vamos."

Os dois saíram da casa e começaram a andar pelos campos e florestas negras.

E aqui está o primeiro capítulo da segunda fase da história. Por enquanto só apareceram quatro personagens, mas vão aparecer mais. Como reagirá a Laura ao saber que o Firekai é um dos desaparecidos? E a Din, será que vai recuperar a memória? Estas e outras respostas no próximo capítulo da história. Fiquem atentos e mandem reviews!

Agradecimentos

Yami no Goddess: Obrigado pela review. Não, a fic vai acabar mesmo nesta fase Yami, a não ser que acontecesse alguma coisa que me fizesse mudar de ideias, o que acho que não vai acontecer. Exacto, como me quero dedicar a novos projectos, esta fic tem de acabar depressa. Ainda bem que gosto do nome Yami Darkness.

littledark: Obrigado pela review. Ainda bem que gostaste do nome Karen. Já lia a tua fic. Vê se actualizas rápido, ok?

Camila-sama: Obrigado pela review. Ainda bem que gostaste da tua personagem, ela vai aparecer em breve. Obrigado por todos os outros elogios :)

Maresia Eterna: Obrigado pela review. Pois é, a tua personagem é mais misteriosa que as outras. Ainda bem que gostaste da Melody e da introdução da segunda fase. Obrigado pelos elogios que fizeste.

Super Princess Aeka-Kagome: Obrigado pelas reviews. Pois é, a fic não acabou ainda, é só a segunda fase a começar. O Ray morreu, mas ainda vai haver mais surpresas.

HikariTenchi: Obrigado pela review. Ainda bem que gostaste da personalidade da tua personagem, que já apareceu neste capítulo. As outras personagens não mudaram de nome, apenas ganharam um sobrenome e foi porque me apeteceu. Sim, vai haver crossover.

Meygan: Obrigado pela review. Ainda bem que gostaste do capítulo e que achas que a fic está no bom caminho.

kisara-chan: Obrigado pela review. Tenho de agradecer à Yami depois, se não fosse ela não tinhas vindo parar até às fics de beyblade. Ok, já que queres saber algo sobre mim, eu digo. Tem algumas informações sobre mim no meu profile, sobre o que não está lá, eu vou dizer aqui. Chamo-me Paulo, tenho 18 anos e sou do signo Aires. Peso cerca de 65 quilos e tenho mais ou menos 1,84 m. Como está no profile, tenho cabelo preto e olhos castanhos. Também sou reservado e na maioria das situações não gosto de ser o centro das atenções, mas há excepções. Adoro os meus amigos e também faria qualquer coisa por eles. Na maioria das vezes estou sempre alegre e bem-humorado. Normalmente visto roupas em tons de azul ou preto, porque acho que são as cores que me ficam melhor. E pronto, não me lembro de mais nada. Quanto a terminar a fic, é verdade que é difícil, mas eu tenho a certeza que a acabo em 9 capítulos, porque já os tenho escritos :P Quanto a eu poder perguntar o que quiser, eu digo que não quero perguntar nada, porque acho que não devemos impor nada às pessoas. Se me quiseres contar mais coisas sobre ti, melhor, se não, não tem problema, de qualquer modo, quase ninguém liga às idades e quando se refere a alguém, aqui no site ou no msn, quase nunca se diz o nome verdadeiro, usa-se quase sempre o nome do autor ou autora deste site. A mim chamam-me sempre Fire, nunca usam o meu nome verdadeiro. Por isso, se quiseres dizer mais alguma coisa, está à vontade, se não, está tudo bem :)