Capítulo 9

Draco não conseguiu dormir aquela noite. Estava sentado na cama pensando em Ginny.

Essa garota é surpreendente; ela é gentil e passional e ainda é feroz e forte.

Ele lembrava quando ela estava no primeiro ano e se perguntava como uma menina tímida podia se tornar em uma... em uma...Sonserina, tão furtiva e definitivamente astuta.

Draco não conseguia dormir porque também ele se recusava a tomar o remédio que Ginny tinha trazido pra ele.

Eu não preciso da ajuda dela. Ele pensou teimoso. Resultando em tosses a noite inteira.

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Na manhã seguinte no café no Salão Principal, Ginny se recusava a olhar pra Draco, mas ela podia ouvir suas tosses abafadas.

Idiota teimoso, ele não tomou o remédio. Ginny deixou seu café pela metade e se levantou pra sair.

- Ginny, aonde você está indo? – perguntou Ron – Você não terminou seu café ainda.

- Tenho uns trabalhos pra fazer na Ala Hospitalar. Vejo você depois. Tchau Harry, Hermione.

Ginny saiu do Salão Principal e se encaminhou à Ala Hospitalar o mais rápido que pôde. Ela queria fazer o remédio de Draco o mais rápido possível para dar a ele. Quanto mais tempo ele ficar sem tomá-lo, pior fica o estado dos pulmões dele. E não ajuda nada o fato de que o remédio tem de ser tomado em até 12 horas depois de feito senão perde o efeito. Por isso ela tem que fazer todos os dias e não pode estocá-los para usar depois.

O café da manhã acabou e os alunos estavam indo para Hogsmeade ou vagando pela escola. Ginny conseguiu terminar o remédio um pouco antes do café acabar e corria para o salão na esperança de encontrar Draco e dá-lo a ele. Ela estava virando a esquina quando ouviu a tosse de Draco. Ele tentava suprimi-la o que fazia ela ficar pior. Ginny respirou fundo e dobrou o corredor, ela andou rapidamente e deslizou o frasco no bolso de Draco. Era bom que ele estava sozinho, assim ninguém a via e ele estava tão fraco de tanto tossir e sua cabaça estava baixa que ele não pôde ver quem passou e colocou algo em seu bolso.

Ginny saiu do corredor muito rápido então Draco não pôde sequer ver a silhueta da pessoa. Ele alcançou o bolso e puxou um frasco familiar de líquido azul, e dessa vez tinha uma nota presa a ele.

Não seja teimoso.

Se você morrer vou ser expulsa e você não vai poder se ostentar por aí.

Dê um jeito de pegar seu remédio todas as noites na Ala Hospitalar. Estará lá pra você.

Draco sorriu e bebeu seu remédio rapidamente. Seu peito imediatamente aliviou, não sentia mais pressão e pôde respirar normalmente de novo.

Pequena Weasel. Ele pensou com um sorriso no rosto.

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Eram 11h da noite e Ginny estava na Ala Hospitalar guardando alguns ingredientes nas prateleiras e remédios nos armários. Ser uma Medi-bruxa tem muito a ver com fazer poções; você tem que saber que substâncias não dão com que e também como fazer curas, ou contra-poções para elas. É por isso que ela passa na aulas do Snape com notas extraordinárias. A porta da Ala Hospitalar abriu e Ginny ouviu passos.

Deve ser Malfoy.

Ginny colocou o frasco de líquido azul em cima da mesa com o rótulo 'Draco Malfoy' e deixou a sala pela porta dos fundos. Apesar dela não querer ver Draco doente, isso não queria dizer que não estava zangada com ele e vê-lo iria definitivamente atiçar lenha na fogueira.

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Draco entrou na sala e procurou por Ginny. Ela não disse que estaria esperando por ele, mas ele queria que ela estivesse. Indo nos fundos da sala, ele viu o frasco sobre a mesa com seu nome e foi buscá-lo, mas ouviu o som de uma porta se fechando. Ele sabia que a Ala Hospitalar tinha uma porta de fundos e sabia que devia ser Ginny saindo para evitar encontrá-lo.

Draco rapidamente pegou seu remédio e saiu pela porta da frente, ele estava dobrando o corredor quando se chocou com alguém. Esse alguém estava caindo pra trás, mas Draco conseguiu pegar os braços e puxá-lo de volta o colocando em pé. A garota estava se desculpando sem parar até que olhou pra cima e seus olhos se encontraram.

- Weasley. – Draco constatou.

Ginny sequer se deu ao trabalho de responder, ao invés disso, retirou as mãos dele de cima dela e passou direto.

Draco ficou um pouco confuso então a seguiu, tentando alcançá-la e perguntar o que estava acontecendo.

- Weasley, o que diabos há de errado com você?

- Não tem nada de errado comigo. Agora me deixe em paz. Eu te disse o que você queria saber agora vá embora.

- Não me diga que você ainda tá chateada com aquele negócio sobre o Potter.

Ginny girou e agarrou Draco pelo colarinho, ela então entrou na primeira sala vazia que viu arrastando Draco consigo. Quando estavam lá dentro e a porta estava trancada, Ginny o jogou contra a porta e andou até a frente da sala. Ela estava de costas para Draco não deixando ele ver seu rosto.

- Apenas me diga Malfoy, o que eu tenho que fazer pra você me deixar em paz? – A voz de Ginny era de derrota e cansada.

Ela se virou e ele não pôde ver nenhum sorriso ou fúria, só um rosto sem expressão e olhos melancólicos.

- Do que você está falando, Weasley? Eu só queria saber porque você tá assim. Não acho que Potter á tão importante pra você.

Ginny ficou com raiva de novo.

- É sim. Harry é importante pra mim, tanto quanto meus outros amigos. – Ginny começou a andar pela sala – Nesse tempo todo que fui a Fonte, nenhuma vez eu vendi ou deu informações sobre meus amigos a ninguém. Não importa quanto dinheiro me oferecessem, eu pagaria feliz o dobro para proteger as pessoas que me importam. Mas ontem foi o pior dia da minha vida, porque eu fui forçada a escolher entre meus amigos e mim mesma. Eu escolhi trair uma das melhores pessoas que eu conheço só pra salvar a minha pele e eu me sinto um lixo.

Ginny fungava levemente e estava prestes a chorar, mas cerrou os dentes se forçando a não fazê-lo na frente de Draco.

- Eu não espero que você entenda. Enquanto você for armar uma pra cima do Harry e conseguir sua doce vingança, eu vou viver com a culpa e você não, então se divirta Malfoy.

Ginny passou por Draco e estava se encaminhando para abrir a porta e sair, mas antes uma mão vinda de trás fez com que a porta ficasse fechada.

- Não é como saber que ele gosta da Granger é tão importante. Você faz isso parecer questão de vida ou morte. – a voz de Draco era suave e racional.

Ginny olhou nos olhos dele e viu que estavam inexpressivos. Ele realmente não via o que tinha de errado.

- Isso é porque você nunca foi rejeitado antes Malfoy.

Draco levantou as sobrancelhas, ele ainda não via o problema.

- E daí, não pode ser tão ruim, pode?

Ginny balançou a cabeça, - Você ainda tem o que aprender.

- E daí que Granger o rejeita, é só achar outra garota, não é que ela seja maravilhosa ou algo assim.

Ginny desistiu, ele realmente não sabia como era.

- Vamos esperar que você possa por em prática o que diz.

Ginny tentou abrir a porta, mas Draco a fechou de novo.

- Tá bem Weasley, eu vou esquecer o que você me disse sobre o Potter.

Ginny se virou para encarar Draco e ela tinha uma expressão surpresa no rosto, que ela nem se preocupou em esconder.

- O que? Você pode fazer isso? Mas por quê? – o rosto de Ginny transparecia uma onda de emoções, era realmente bem engraçado, mas Draco ainda mantinha sua frieza.

- Mas eu ainda quero alguma coisa de você para guardar seu segredinho.

Ginny estava um pouco preocupada, mas falou mesmo assim.

- E o que seria isso? – ela respondeu cuidadosamente.

- Eu quero que você me ajude a curar minha Vervexia.

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