Capítulo 10
Draco entrou em seu quarto e se jogou na cama com o rosto no travesseiro.
Que diabos você tá fazendo Draco Malfoy?
Ele estava se reprimindo porque não conseguia entender o motivo que fez ele fazer aquilo.
Tinha a chance perfeita de humilhar O Harry Potter e ter sua doce vingança, mas tinha desistido porque... ele nem sabia porquê.
Simplesmente as palavras saíram da sua boca. Ele, do nada, prometeu não fazer a vida do Potter um inferno e ele nem ao menos sabia porque.
Provavelmente é minha consciência estúpida. Só porque ela estava toda triste e isso me fez sentir uma coisa esquisita, eu não tinha que ter prometido esquecer o segredo do Potter. Felizmente minha estúpida consciência não aparece o tempo todo ou eu seria o clone do Harry Potter. Mas eu acho que nem é tão ruim assim, pelo menos vou ficar curado da Vervexia. E ver a pequena Weasel. Mas só porque ela é esse mistério todo, nada mais.
Draco se virou e pegou o frasco de remédio do seu bolso.
Me pergunto o quanto ela sabe sobre mim? Ele pensou enquanto tinha um sorriso bobo no rosto.
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O dia seguinte era como qualquer outro dia na vida de Draco, ele foi às aulas, depois treinou Quadribol, ele era o capitão do time, passou um tempo com os amigos na sala comum e depois foi ao seu quarto estudar.
Ginny foi ao quarto de Draco aquela noite e sem bater simplesmente entrou passando pelo quadro depois de dizer a senha. Ela pegou Draco só com a calça do pijama e ele estava sentado na sua cama com alguns livros espalhados em volta dele. Quando ela entrou, ele a olhou e seus olhares se encontraram rapidamente antes de Ginny ir em direção à cômoda dele e pegar uma camisa. Ela jogou a camisa na cara dele e sentou-se numa das poltronas perto da cama dele.
- O que foi , Weasley, tem vergonha de garotos sem camisa? - Draco provocou enquanto colocava a camisa. Ginny riu.
- Cresci com seis irmãos, Malfoy, então não há nada que ainda não tenha visto. Vervexia é uma doença no pulmão, você pode pegar facilmente um resfriado se fica por aí sem camisa. Aí vai ficar tossindo que nem louco.
Draco terminou de abotoar a camisa e olhou pra Ginny.
- Você parece realmente saber das coisas. - Ele comentou.
- Eu preciso saber, se eu quiser manter nossa barganha. - Ela pegou um frasco do bolso e jogou pra Draco, que pegou facilmente.
- Você vai ter que beber isso até eu achar todos os ingredientes para a cura. Tomara que não demore, a maioria é obtida através da fonte certa, no lugar certo.
Draco tomou o remédio depressa e devolveu o frasco a Ginny.
- Por que você não me dá alguns frascos de uma vez, aí você não vai ter que vir todos os dias.
- Quem dera eu pudesse, Malfoy. Mas os ingredientes desta poção ficam inúteis depois de 12 horas depois da poção feita, então eu tenho que fazer uma nova todos os dias só pra você.
Depois de ouvir isso, Draco levou suas mãos ao coração e fez um gesto dramático de gratidão.
- Oh, eu me sinto tão especial. – ele disse sarcástico. Ginny sorriu.
- Você devia ser ator Malfoy. Você consegue ser tão convincente. – ela zombou.
Eles estavam sorrindo, bem Draco tinha seu famoso riso sarcástico, porque ele nunca sorria na frente das pessoas, quando uma batida na porta foi ouvida. Ginny pegou rápido sua mochila e foi se esconder no armário. Visto que Ginny tinha achado um esconderijo, Draco disse pro quadro abrir. Entrou Pansy Parkinson com seu cheiro forte de perfume e rebolando. Ela cruzou o quarto até Draco e sentou-se na cama se inclinando perto dele para ter certeza que ele podia reparar nos seus seios.
Os esforços foram em vão, já que Draco pegou seus braços e a levantou da cama e perguntou o que ela queria.
- Bem, Draco, eu estava pensando se você queria ir àquela festa secreta esta sexta à noite, sabe, aquela organizada pelo pessoal do sétimo ano para mostrar quem merece fazer parte da elite. Vai ser no segundo andar na antiga sala de poções à meia-noite e é restrita só a pessoas boas o bastante para ir. Então, você quer ir comigo? – Pansy piscou varias vezes e tentou sorrir sedutoramente.
- Vou pensar no seu caso, Parkinson. Isso é tudo? – ele respondeu com frieza.
Pansy pareceu um pouco desapontada então apenas balançou a cabeça afirmamente.
- Boa noite, então. – Draco olhou para seus livros e fingiu que estava ocupado com o trabalho. Pansy, entendendo a deixa, tomou seu tempo ao andar até o quadro e sair. Quando ela tinha finalmente ido embora, Draco respirou aliviado.
Ginny abriu o armário e saiu. Ela rapidamente foi até a escrivaninha de Draco e pegou uma de suas penas; escreveu alguma coisa num pedaço de pergaminho e o enfiou na mochila.
- O que você está fazendo, Weasley?
Ginny se virou e sorriu inocentemente para Draco.
- Nada.
Draco lhe lançou um olhar, quer certamente dizia 'Eu não acredito em você então é melhor me dizer a verdade'. Ginny suspirou.
- Ok. Eu estava escrevendo a hora e o lugar dessa festa que a Pansy Parkinson estava falando.
- Você quer ir nessa festa? – ele perguntou surpreso.
- NÃO! – Ginny gritou tão alto que era como se ela tivesse sentindo alguma dor ou coisa parecida. – Tem gente pagando um bom dinheiro para saber onde vai ser essa festa. Só os ricos e populares sabem onde e quando vai ser, então se você for, você se torna popular também.
- Você não quer ser popular, Weasley? – Draco estava muito curioso agora.
- Isso é uma pergunta, Malfoy?
Draco estava irritado.
- Claro que é, Weasley. Você não reconhece uma quando ouve?
Ginny sorriu sarcasticamente.
- Reconheço, é só que não respondo perguntas de graça. Se você quer uma resposta vai te custar um sicle. – Ginny estendeu a mão esperando o pagamento de Draco.
- Você não pode fazer isso. – ele falou sem acreditar.
- Ah, eu posso sim. Um sicle ou não tem resposta. – Ginny zombou.
Draco pensou por um minuto, mas a curiosidade ganhou, então ele cedeu.
- Tá bem. Vou te dar um sicle. – Draco fez menção de se levantar da cama, mas Ginny o parou levantando a mão.
- Não precisa, Malfoy. Eu mesma pego. – Draco congelou e se perguntou o que ela queria dizer com aquilo. Todo seu dinheiro estava.... no.... seu.... Não. Ela não tem como saber...
Ginny andou até um pequeno quadro de Salazar Slytherin e o abriu com se fosse uma porta. Atrás havia um pequeno cofre como os que existem em Gringots exceto que neste havia oito botões ao lado onde você devia digitar um código para abri-lo.
Ginny digitou o código que ela sabia e o cofre abriu revelando a não tão pequena fortuna de Draco. Ela pegou alguns sicles e fechou a porta do cofre e da pintura que o escondia.
Andou até o agora abismado Draco e colocou todas as moedas na sua mão. Pegou então uma e sentou-se na poltrona, que era ao lado da cama.
Draco saiu do transe e encarou Ginny.
- Sabe, Malfoy, é rude ficar encarando. – Ginny disse calmamente.
- Como você..? Eu nunca disse a ninguém. – Draco praticamente balbuciava. Isso não se via todo dia.
Ginny sorria.
- Respondendo sua primeira pergunta, Malfoy, eu não quero ser popular porque não há nada de bom que vem com isso.
Ela se inclinou e pegou outro sicle da mão de Draco.
- E sobre como eu sei sua senha. Se eu te disser, estaria fora dos negócios, ou não? Mas eu posso te dizer que não foi a primeira vez que estive no seu quarto. – Ginny sorria da cara de choque de Draco, mas depois de algum tempo, a ficha caiu e Draco só pode sorrir em deboche.
- Um tanto impressionante, Weasley. Vejo agora porque Zabini estava te elogiando tanto. Você realmente sabe bastante.
- Uau, eu devo ser boa mesmo. – Ginny disse, sua voz cheia de sarcasmo, - Não é fácil impressionar um Malfoy.
Ginny jogou sua mochila sobre os ombros e se encaminhou ao corredor.
- Te vejo amanhã à noite, então, Weasley. – Draco gritou enquanto Ginny saía pelo retrato.
- Vai dormir, Malfoy. – e o retrato se fechou.
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