Capítulo 11
Draco passava pelas grandes portas do Salão Principal para o café da manhã quando esbarrou em alguém. Olhou para ver quem era o idota e viu Hermione Granger. Ron e Harry vinham logo atrás.
- Olha onde anda, Sangue-ruim. – Draco previniu.
Hermione franziu as sobrancelhas, mesmo depois de tantos anos sendo chamada disto por Malfoy, ainda se aborrecia.
- Ora, desculpa Malfoy. – ela disse e saiu em direção à mesa da Grifinória. Ron estava quase socando Draco por ter chateado Hermione, mas Harry o segurou estendo o braço bloqueando a ida de Ron.
- Deixa isso comigo, Ron. – Harry disse enquanto dirigia um olhar mortal a Malfoy.
Ron viu que Harry não parecia muito 'amigável' e pensou que era melhor não estar por perto quando Harry estava com raiva.
- Claro. Eu vou sentar com a Hermione. – Ron saiu, deixando os dois garotos sozinhos e rapidamente foi até onde Hermione sentara.
- Onde está Harry, Ron? – Hermione perguntou assim que Ron sentou.
Ron apontou parar a entrada do salão onde Harry ainda encarava Malfoy. Os dois não se moviam e isso era o mais assustador.
- O que ele está fazendo? – ela perguntou enquanto olhava atentamente os dois garotos.
- Eu não sei. Mas ele parecia furioso quando eu saí. Disse que cuidava disso quando eu quis bater no Malfoy por te xingar.
Hermione corou ao pensar que Harry estava brigando por causa dela. Mesmo que toda vez que Malfoy a chamava de Sangue-ruim, Ron e Harry a defendiam, ela nunca tinha visto Harry tão furioso antes e não pôde evitar se sentir especial por ser ela o motivo de tudo.
……………………………………………………………….
Ron tinha saído e Harry ainda olhava fixamente para Malfoy. Depois de um tempo, Harry finalmente falou.
- Precisamos conversar, Malfoy. – A voz de Harry era ameaçadora e cheia de raiva.
A expressão de Draco não mudou e sua voz era fria.
- Precisamos mesmo Potter.
- Que tal irmos a outro lugar, então. – Harry sugeriu.
- Por mim está ótimo. – Replicou Draco.
Os dois saíram e se encaminharam a uma área escondida do corredor. Era hora do café da manhã e os corredores estavam praticamente vazios, possibilitando uma conversa segura entre ambos.
- Nós tínhamos um trato Malfoy. Eu guardo o seu segredinho e você pára de xingar a Hermione.
- Sei..., bom, você obviamente não cumpriu a sua parte do trato Potter, por que eu deveria cumprir a minha? – Draco rebateu. Harry estava confuso.
- Do que você está falando, Malfoy? Eu não disse pra ninguém o que aconteceu. Nem pro Ron e pra Hermione, e Merlin sabe que eu geralmente digo tudo a eles.
- Talvez você tenha dito a eles porque eu não acredito em você.
Harry gritou em frustração,
- O que eu tenho que fazer pra você acreditar em mim? Eu não falei pra ninguém, Malfoy! Eu juro pela vida de todas as pessoas que eu amo, não disse para uma alma sequer o seu maldito segredo.
Draco começava a acreditar nele. Sabia que Harry se importava mais com seus amigos que com sua própria vida, e se ele jurava pela vida deles, então talvez estivesse dizendo a verdade. Mas como Ginny sabia sobre a batalha contra Voldemort.
Draco ainda estava absorto em pensamentos quando ouviu passos corridos. Olhou pra cima pra ver de onde vinha o barulho e virando a esquina, correndo o mais que podiam estavam Ron e Hermione. Ginny também estava lá, só que ela apenas andava atrás deles.
- Harry? O que está acontecendo? Você não estava brigando com Malfoy, estava? – Hermione correu imediatamente para o lado de Harry e pegou seu braço pra ter certeza que ele não estava machucado.
- É, Harry, você tá bem, cara? – Ron também tinha ido até Harry e procurava por feridas.
Harry levantou as mãos e gesticulou para que Ron e Hermione se acalmassem.
- Calma aí, gente. Eu tô bem. Estava só tenho uma conversa com Malfoy, só isso.
Enquanto Hermione e Ron estavam em cima de Harry, fazendo perguntas sobre o motivo que o levou a ir conversar com Malfoy ali e esperando pra saber sobre o que conversaram, Draco e Ginny estavam se olhando.
Ginny não encarou Draco por muito tempo e logo desviou o olhar. Draco estava irritava porque Ginny o ignorava, então ele dirigiu sua atenção sobre Harry, que continuava com seus amigos em cima dele tendo certeza que o grande e mau Draco não tinha machucado ele.
- Eu estou bem, Hermione, de verdade... – Harry tentava confirmar.
- É Granger, ele tá bem, - Draco entoou – Se eu não soubesse de nada, eu pensaria que você é a namorada dele ou coisa parecida, com toda essa preocupação.
O queixo de Hermione caiu e ela rapidamente se afastou de Harry e abaixou a cabeça pra esconder a vermelhidão do rosto. Harry também se sentia desconfortável e brincava com os óculos evitando olhar pra Hermione. Draco sorriu sarcasticamente diante da timidez do dois e passou direto por eles de volta ao Salão Principal para tomar café.
Se o Potter não falou, então como a Weasley soube?
……………………………………………………………………….
Draco estava sentado na sua escrivaninha fazendo trabalho quando Ginny entrou no seu quarto. Ela foi até ele, colocou o frasco sobre a mesa e se virou para sair do quarto, mas Draco esticou a mão e a segurou pelo cotovelo.
- Hei, pra que a pressa, Weasley? – Draco perguntou a ela.
Ginny suspirou e se virou para encará-lo,
- Eu apreciaria, Malfoy, se na próxima vez que você quiser saber alguma coisa, você perguntasse pra mim antes de fazer uma besteira como a que fez hoje com o Harry.
Draco se levantou e olhou pra Ginny admirado,
- O que eu disse de tão estúpido, Weasley? Foi só um mal-entendido.
- Claro, Malfoy, tão mal-entendido que você teve que lançar um olhar mortal pro Harry por dez minutos. Você sabia quantas pessoas estavam olhando pra vocês? E falando aquilo pro Harry no meio do corredor, e se alguém ouvisse vocês? Você tem idéia do que Harry iria pensar depois de você ter acusado ele de contar o seu segredo? Ele pode descobrir sobre mim. E depois?
Draco voltou a sentar,
- Calma aí, Weasley. Tenho certeza que Potter não suspeita de nada. – Ele moveu a mão para afastar o trabalho.
- Não subestime o desconhecido, Malfoy. – Ginny entoou. Ela estava tão furiosa. Não podia deixar Harry saber sobre a Fonte. Era muito arriscado.
- Bem, eu perguntaria a você se eu não tivesse que pagar por cada pergunta que eu fizesse. – Draco disse com seus braços cruzados sobre o peito.
Ginny levantou as sobrancelhas; então colocou a mochila no chão e puxou uma cadeira para se sentar em frente a Draco.
- Tá bom. – ela disse enquanto levantou um dedo em frente a Draco, - Uma hora. Eu vou sentar aqui por uma hora e nesse tempo você pode perguntar o que quiser que eu não vou te cobrar.
Draco se recostou na cadeira e sorriu,
- Sobre qualquer coisa que eu quiser?
Ginny enrugou a testa,
- Você pode perguntar sobre qualquer coisa, mas eu posso não responder.
- Ok. É um trato. Agora, como você sabia da batalha que tivemos na Câmara Secreta? – foi a primeira pergunta de Draco.
- Eu estava lá. – Ginny respondeu friamente.
- Eu não te vi lá. Onde você estava?
Ginny balançou a cabeça negativamente,
- Eu não vou responder essa.
Draco franziu a testa,
- Ok. Quanto da batalha você viu?
- Toda ela. Desde que vocês oito entraram na Câmara até a Ala Hospitalar, onde você fez o trato com o Harry.
~Flashback~
Depois de Voldemort ter sido reduzido a uma pilha de cinzas e Lucius Malfoy desmaiar, outras pessoas da Ordem vieram para curar Dumbledore, Harry e os outros cinco da Ordem. Draco estava ainda sangrando do machucado que tinha e não podia se levantar porque tinha perdido muito sangue.
Os Medi-bruxos e bruxas não conseguiam fazer o sangue estancar.
Draco começava a perder a lucidez e iria morrer logo, quando neste instante entrou voando a fênix de Dumbledore, Fawkes. Fawkes pousou ao lado de Draco e chorou, gotas de lágrima caíram sobre o ferimento. Raios dourados eram vistos saindo do ferimento e num piscar de olhos, não sobrou nem cicatriz.
Harry e Draco estavam deitados em camas uma ao lado da outra na Ala Hospitalar e os dois olhavam para o teto. Imagens da batalha ainda estavam vivas em suas mentes e provavelmente nunca se apagariam pro resto de suas vidas.
Draco se virou para o lado e olhou pra Harry.
- É melhor você não dizer a ninguém sobre o que meu pai fez e disse. Potter. – Draco ameaçou.
Harry estava confuso, então virou a cabeça e olhou nos olhos de Draco.
- Por que, Malfoy? Você não quer que o mundo saiba que seu pai não era tão ruim assim?
- Não é da sua conta o que eu quero que o mundo saiba. – Draco rebateu.
Nesse momento Ron e Hermione entraram no quarto e foram direto até a cama de Harry.
- Harry, você tá bem?
- Ele está realmente morto?
- Dói muito?
- Como você acabou com ele?
Draco arregalou os olhos para eles,
- Dá licença! – ele gritou.
Três cabeças viraram pra Draco, que estava agora sentado esperando pela atenção deles.
- Se vocês não se importam, Sangue-ruim e Weasel, Potter e eu estávamos discutindo alguns assuntos.
Ron e Hermione olharam pra Draco abobalhados.
- Hã, pessoal, - os dois viraram e olharam para Harry que agora estava sentado, - Vocês podem sair um pouquinho? Têm algumas coisinhas que eu preciso falar com o Malfoy.
Ron e Hermione estavam hesitantes, mas deixaram o quarto. Depois que eles saíram, Harry encarou Draco e este o encarou de volta.
- Você entendeu, Potter? Você não dizer pra ninguém o que aconteceu hoje.
- Sob uma condição. Malfoy. – Harry disse e Draco franziu a testa. – Você tem que parar de provocar o Ron e a Hermione. Isso significa não chamá-los mais de Sangue-ruim e Weasel. E nada de comentários maldosos sobre o Ron ser pobre também.
Draco pensou sobre isso por um momento, pesando os prós e contras.
Harry estendeu sua mão a Draco,
- Temos um trato Malfoy?
Draco pegou sua mão e o cumprimentou,
- É um trato Potter.
~Fim do Flashback~
- Não tem como você saber sobre isso – Draco disse – Não tinha ninguém no quarto naquela hora. Tenho certeza disso. – Draco não estava seguro.
- Eu nunca disse que estava no quarto. Há outras maneira de descobrir as coisas, sabia? – Ginny respondeu casualmente.
- Como?
- Eu não posso responder isso.
Draco estava frustrado,
- Então o que você pode responder?
- Qualquer coisa que não envolva eu dizendo a voc como consigo minhas informações.
- Tá bom. – Draco deixou-se cair na cadeira.
Eles estavam sentados em silêncio fazia minutos e Ginny estava ficando entediada.
- Seu tempo está correndo, Malfoy. É melhor pensar em algo logo ou você vai ter que pagar por o que quiser saber depois.
Draco pensou rapidamente,
- Quanto tempo você faz isso, Weasley?
- Isso o quê? – Ginny respondeu inocentemente.
- Essa venda de informação privada.
- A venda dura uns dois anos. Mas venho coletando material por três anos já.
- Pra que você quer todo esse dinheiro Weasley?
- Eu não vou responder essa.
- Por que não?
- Porque é sobre minha vida privada e eu não vou te contar sobre ela.
- Mas você sabe sobre a minha vida privada. – ele praticamente gritou.
- Isso é diferente. Eu descobri sobre a sua vida privada. Eu não te perguntei sobre ela.
- Qual é a diferença? Você continua sabendo. – ele falou indignado.
Ginny apenas balançou a cabeça e olhou seu relógio,
- Hã, bem. Acabou seu tempo. Tenho que ir agora Malfoy.
Ginny pegou sua mochila e saiu pelo quadro deixando um Draco irritado pra trás.
…………………………………………………………………….
