Capítulo 16
Na manhã que Ginny estava indo pra casa passar o recesso de Natal e fim de ano, ela recebeu uma carta no café de Draco.
Weasley,
Está no início do recesso de fim de ano e Natal e eu não vou voltar à escola até depois das festividades. Eu contratei um Curandeiro para fazer o meu remédio todos os dias e apenar de funcionar muito bem, por alguma razão não tem um sabor tão bom quanto os que você faz pra mim. O funeral do meu pai foi extravagante e muitos dos seus chamados amigos vieram se despedir e dar os pêsames. Obrigado pelas palavras de encorajamento, estou bem agora e estou usando seu cachecol com sabedoria assim não fico doente. Te verei depois do recesso.
Ginny sabia que ele não voltaria até depois do recesso, mas ainda achava que era fofo da parte dele em notificá-la sobre as coisas que aconteciam na vida dele.
Ela colocou a carta no bolso antes que alguém pudesse vê-la e então foi até o corujal para enviar o cachecol que ela tricotou para sua amiga por correspondência, Katie Moffat.
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Era a primeira semana do recesso e o Beco Diagonal estava cheio de gente fazendo compras de Natal. Ginny andava entre a multidão se desviando das pessoas para chegar ao seu destino o mais rápido possível.
Ela acho a entrada da Travessa do Tranco e parou para puxar o capuz da capa sobre sua cabeça. Uma vez feito isso, ela entrou na Travessa com a cabeça baixa e foi até o bar local de trocas.
Empurrou a velha porta que rangeu um pouco. Ginny entrou e examinou a sua volta, tudo era deprimente e escuro. Ela foi empurrada pra dentro da sala por outra figura que foi sentar-se em uma das mesas escondidas na escuridão, mas ele não ligou pois estava querendo encontrar uma pessoa. Havia mesas redondas por todo o lugar, onde tinham pessoas bebendo whiskey ou efetuando trocas. À sua esquerda havia um bar, onde um homem estava sentado em um banco e segurando seu drink. Era o homem que procurava.
Ginny caminhou até o bar e sentou em um banco ao lado do homem.
- Você tem as raízes de debuxo? – ela disse claramente.
Ginny não tinha medo de onde estava. Estava ali a negócios e enquanto negociava não havia lugar para o medo.
A grande criatura olhou Ginny de cima a baixo e caçoou.
- Você tem o que eu quero, menininha? – ralhou.
Ginny desdenhou. Ela sabia que ele gozaria dela.
- Sim, eu tenho. – Ginny pegou um frasco transparente do seu bolso e segurou em frente da cara do marmanjo.
O homem parecia que estava prestes a babar quando viu, mas logo colocou uma cara séria.
- Como vou saber que é de verdade? – falou desconfiado.
Ginny sacudiu o frasco para que seu conteúdo balançasse sob a luz da vela. Então o colocou em cima da mesa e pegou um canivete do bolso.
- Eu vou provar. – Disse antes de cortar seu braço com a lâmina. Sangue começou a escorrer de seu braço e o homem olhou a face impassível de Ginny com uma cara de choque.
Ginny cravou o canivete na mesa e pegou a tampa do frasco. Havia um conta-gotas na tampa que permitiu a Ginny pingar gota por gota do líquido no seu braço. Uma luz dourada apareceu do corte e então desapareceu. Ginny levantou a manga e mostrou ao homem seu braço ileso.
- Temos um trato então? – ela perguntou.
O homem pegou uma pequena caixa marrom e deu a Ginny. Ela abriu para ver o conteúdo e assentiu com a cabeça em aprovação.
Ginny se levantou e estava prestes a ir embora quando o homem falou, fazendo ela parar.
- Que tal nós fazermos um novo acordo, garotinha? Ainda preciso de mais lágrimas de fênix.
Ginny desdenhou – Eu acho que não. – Virou-se para ir embora, mas o homem segurou seu ombro e a fez sentar.
- Eu não aceito não como resposta. – ele gritou.
Ginny ainda não estava com medo e só encarou o homem – Bom, isso é uma pena.
O grandalhão tinha levantado a mão e já ia bater em Ginny quando uma mão bateu com força na mesa nos fundos e todos viraram para olhar um canto escuro. Uma figura se levantou e começou a caminhar lentamente até Ginny e o homem.
- O trato está feito, então por que não a deixa ir? – A figura veio até a luz e revelou-se Draco Malfoy.
Ginny estava levemente surpresa, mas ainda mantinha a calma. O homem viu quem era e largou Ginny. Draco pegou sua mão e a puxou para onde estava sentado.
Draco deu ao homem uma última olhada e saiu do Bar de Trocas. Uma vez fora, ele caminhava cada vez mais rápido até chegar a uma área reservada. Empurrou Ginny contra o muro e a segurou pelos ombros.
- Que diabos você estava fazendo lá, Weasley? – gritou.
Ginny empurrou ele pra longe dela e endireitou sua capa – Nada do seu interesse, Malfoy.
Draco ainda estava bravo – Você tem idéia o quão perigoso era você estar lá? Se eu não tivesse...
- Eu ia ficar bem, Malfoy. – Ginny cortou firme.
Agora Draco estava aborrecido – Como você ia ficar bem? – ralhou.
- Eu sei como me proteger, sabia. – Ginny gritou de volta. Então ela fez que ia embora, mas Draco agarrou sua mão e a puxou de volta.
- Não, se você pode estar tão certa disso, então eu quero saber como você pretendia se livrar daquele esquisito.
Ginny brigou para se soltar, mas era inútil. Ela finalmente levantou a manga para mostrar um bracelete de metal. O bracelete que tinha uma pedra safira azul no meio e rodeado por detalhes encravados.
Draco examinou de perto – Onde você arranjou isso?
Ginny puxou sua mão de Draco e desenrolou a manga – Sirius me deu. – então ela correu.
Draco não a parou nessa hora, porque ele estava certo que ela podia se proteger agora.
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Draco estava sentado no seu quarto brincando com um objeto redondo de metal e pensando nos eventos acontecidos do dia.
Ele tinha visto Ginny parar na entrada da Travessa do Tranco para se cobrir com o capuz e acho aquilo esquisito. Quando ela resolveu entrar na Travessa, ele pensou que seria melhor segui-la. Ela acabou indo no Bar de Trocas, então Draco a seguiu pra dentro do bar e a observava ao longe em uma das mesas escondidas nos fundos. Ele viu ela puxar um frasco contendo um líquido transparente da mochila. Ela balançou o frasco um pouco e tirou um canivete do bolso e cortou o próprio braço. Ele, naquele momento, teve ímpetos de ir correndo ao encontro dela ver se ela estava bem, mas assim que a viu derramar gotas do líquido do frasco sobre o braço e seu corte começou a cicatrizar, Draco relaxou. Porém o homem agarrou Ginny e não a queria soltar. Isso realmente o enfureceu, então ele bateu com força na mesa.
Draco entendia agora porque Ginny não estava com medo e ainda estava muito segura de si ao entrar na Travessa do Tranco. O bracelete de metal que ela usava era o Legado da Família Black.
O Legado da Família Black era muito parecido com um que ele possuía. Sim, ele tinha um também, exceto que o Legado da Família Malfoy possuía uma esmeralda verde ao invés de uma safira azul. A maioria das famílias bruxas predominantes têm um, e usar o bracelete simboliza sua autoridade e status. Muitas pessoas na Travessa do Tranco reconheceriam o bracelete, pois eles adorariam possuir um. Eles não eram apenas um símbolo de poder, mas também continham um magnífico poder dentro deles. Draco ganhou o dele quando lutava contra Lorde Voldemort e foi assim que ele ajudou Harry a derrotá-lo.
Mas agora a pergunta era – Por que a Weasley tinha o Legado da Família Black e não o da sua própria família?
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Draco viu Ginny sair doa Travessa do Tranco mais algumas vezes naquele recesso de Natal. Ele não ligava pro que ela estava fazendo lá, mas não gostava do fato que ela parecia tão à vontade indo num lugar como aquele. Ela andava por lá como as outras pessoas andam pelo Beco Diagonal. São e salvas, mas a Travessa do Tranco estava muito longe de ser tranqüila. Isso era o que o irritava. O modo como ela não ligava para a própria segurança. Mesmo que ela tenha uma arma poderosa, ainda era perigoso.
O Natal tinha passado e eles voltavam à escola. Havia o banquete de boas-vindas usual, exceto que desta vez havia uma surpresa.
Dumbledore se levantou e pigarreou. O barulho imediatamente parou e as cabeças se voltaram para ele.
- Eu gostaria de dar as boas-vindas a todos e espero que tenham tido um ótimo Natal e Ano-Novo. Queria aproveitar a chance para introduzir a vocês uma nova aluna que ficará em Hogwarts pelo resto do seu 7o ano. Seu nome é Felicity Lateris e espero que vocês todos a façam sentir em casa.
Uma porta atrás da mesa dos professores se abriu e por ela entrou uma garota. Ela foi até um banco, que estava colocado à frente, e se sentou graciosamente. O Chapéu Seletor foi colocado em sua cabeça e o Salão ficou quieto.
Felicity tinha cabelos ondulados castanhos soltos que chegam no meio das costas. Tinha a pele branca e olhos castanhos ovais. Era linda e metade dos garotos na escola estavam de queixo caído.
- Sonserina! – o chapéu gritou e a mesa da Sonserina explodiu em palmas. Felicity vagarosamente caminhou até a mesa e sentou-se perto de algumas garotas do 7o. ano. A maioria dos garotos do salão esticavam seus pescoços para poder dar uma olhada melhor, mas ela parecia não notar ou não se importar.
- Agora, vamos aproveitar o banquete. – A comida apareceu nas mesas e todos saborearam uma deliciosa refeição.
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Draco patrulhava os corredores aquela noite, fazendo seu trabalho de Monitor-chefe. Não havia muitos alunos fora esta noite, porque era a primeira noite de volta e a maioria estava nas suas salas comunais fofocando com os amigos sobre o recesso. Ela virava um corredor e estava surpreso quando viu Felicity perambulando por ali parecendo perdida.
- Ei. – Draco chamou.
Felicity olhou e sorriu. Ela correu até Draco e parou em frente a ele.
- Graças a Deus você está aqui. Estou meio perdida. Você pode me ajudar a chegar à sala comunal da Sonserina?
Draco deu uma olhada na garota e chegou a uma conclusão. Ela era bem bonita.
- Vem comigo. – disse naturalmente. Virou-se, mas de repente parou por um minuto antes de continuar novamente.
Andavam em silêncio, mas Felicity resolveu começar uma conversa.
- Eu sou Felicity Lateris. – disse cordialmente.
- Eu sei quem você é. – respondeu Draco friamente.
- E você é... – ela perguntou excitada.
- Malfoy. – respondeu com o mesmo tom frio.
- Você é frio assim com todo mundo? – Draco não respondeu. Ele não estava com humor para ter uma conversa com essa garota.
Felicity revirou os olhos. – Você tem um primeiro nome?
Eles viram outro corredor e Draco parou em frente a um retrato, que era a entrada da Sonserina. Draco disse a senha e o retrato se abriu.
- A próxima vez, leve alguém com você quando você for perambular pela escola – Felicity suspirou e apenas passou pela entrada. Ela não se virou para olhar Draco de volta, mas se ela o fizesse, teria visto ele agarrando alguma coisa no ar.
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Draco tinha uma mão esticada segurando alguma coisa no ar e a outra fechando o retrato. Ele puxou sua mão e Ginny de repente apareceu e Draco ficou com uma capa em sua mão.
Draco levantou a capa e a observou com um sorrisinho.
- Então, é assim que você se infiltra nos lugares Weasley.
Ginny pegou sua capa de invisibilidade de volta e jogou sobre o braço. – O que você está fazendo, Malfoy? – ela sibilou.
- Vendo o que você está fazendo, tentando entrar na nossa sala comunal. – Ginny arregalou os olhos pra Draco ferozmente.
- O que você pensa que eu tô fazendo? – disse sarcástica.
Draco deu mais um sorrisinho. Ele sabia que ela já estava pegando informação da nova garota.
Ela trabalha rápido. – pensou.
- Bom, se você planeja xeretar por aí, da próxima vez, não use o xampu que sempre usa. Eu pude sentir o cheiro a um quilômetro de distância, como você acha que eu sabia que era você?
Ginny fez bico – Eu geralmente não vou de encontro com pessoas que têm faro de cão.
Draco estava adorando a reação irritada de Ginny – Ora, obrigado pelo elogio Weasley. – Ginny colocou a capa de invisibilidade de volta, murmurou a senha da Sonserina e o retrato abriu.
- Era pra ser uma ofensa. – ela disse debaixo da capa. Estava quase entrando quando parou e puxou a capa da sua cabeça a revelando para Draco.
- Você já tomou seu remédio? – perguntou preocupada.
Draco secretamente sorriu pela súbita mudança de tom dela – Já, o Curandeiro me deu uma dose antes de eu sair de casa.
Ginny assentiu – Isso é ótimo, agora pare de atrapalhar o meu trabalho. – Ela cobriu a cabeça de novo e o retrato se fechou.
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