Capítulo 19

Draco e Harry não eram 'melhores amigos' agora, mas eram o tipo de amigos que tinham respeito mútuo um pelo outro. Draco achou que seria bom ter um inimigo a menos e um colega a mais, esse foi o motivo dele ter aceito a proposta de Harry. Além do mais, ele só implica com Harry e seus dois amigos porque no seu primeiro ano, Harry recusou a amizade que Draco oferecera na frente da escola toda e isso era embaraçoso. Muitos anos de vingança era o plano de Draco, mas agora, ter quase um amigo uma vez na vida parecia legal, então ele aceitou.

Desde a derrota de Voldemort, Harry contemplava que tipo de pessoa Draco realmente era. Ele era sonserino, um esnobe e sempre implicava com ele e seus amigos, mas podia ser também muito nobre. Desafiar seu pai e os ajudar a destruir Voldemort exige muita coragem; Harry não achava que poderia traia sua família, mesmo que soubesse que ela era ruim, essa era a razão pela qual Harry admirava Draco. Ele foi quem recusou a proposta de Draco de serem amigos no primeiro ano e agora Harry queria voltar atrás e ser ele quem oferecesse um recomeço.

Harry disse a Hermione e Ron sobre a trégua entre ele e Draco. Hermione gostou da novidade e Ron ainda não acreditava, mas mesmo assim respeitou a decisão de Harry.

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Draco estava em seu quarto com Ginny e ambos faziam seus deveres. Draco porém não conseguia se concentrar, e olhava pro nada.

Me pergunto se ela sabe? Ela deve ter ouvido sobre isso já. Potter deve ter dito a seus dois amigos e elas com certeza saberia. Por que não diz nada sobre isso? Será que ela não se importa?

Ginny observava Draco e notou olhar concentrado que ele tinha, mas que não parecia ser nos estudos.

Abanou a mão na frente da cara dele, mas ele nem piscou.

- Malfoy! - gritou

Draco sacudiu a cabeça e olhou pra Ginny sem expressão.

- Hã? –disse. Ginny suspirou.

- O que houve com você hoje?

- Nada. – respondeu meio mal-humorado.

- Tudo bem, então. – disse relutante e voltou pros estudos.

Draco pensou por um tempo até não agüentar mais. Ele tinha que saber se ela sabia sobre sua trégua com Harry, mas não podia ser muito direto.

- Então, Weasley – começou casual – Aconteceu alguma coisa interessante ultimamente?

Ginny olhou pra cima e fez uma cara de pensativa antes de negar com a cabeça.

- Não. – disse e olhou pra Draco – Por que? Você quer saber alguma coisa em particular?

- Ah... Não, nada em particular. – disse miserável.

Ginny voltou pro trabalho por alguns minutos antes de Draco falar novamente.

- Então, não tem nada de novo acontecendo na Grifinória? – perguntou impaciente. Ginny virou o rosto e o olhou de novo.

- Não, só as coisas de sempre. – respondeu voltando ao dever.

- Sério? Nem nada novo aconteceu na vida do Potter? – disse sedento. Ginny soltou um risinho e olhou pra ele dando de cara com um Draco carrancudo.

- Sabia Malfoy, que você não é tão discreto quando quer saber alguma coisa. – Draco franziu a testa por ela estar rindo dele.

- Eu não sei do que você está falando, Weasley. – disse rapidamente. Ginny sorriu com o canto da boca.

- Se você quer saber se eu sei sobre sua trégua com o Harry, então a resposta é sim, eu sei.

Houve silêncio e Draco esperou algum comentário de Ginny, mas ela não disse nada.

- E... – disse impaciente.

- E o que? – falou casualmente.

Draco estava furioso que ela não demonstrava nenhuma reação.

- Nada. – disse aborrecido.

Ela estava toda feliz quando eu aceitei o treinamento de Auror, mas agora que eu fiz as pazes com o Potter, ela não dá nem um sorriso nem nada. – pensou nervoso.

Ginny sorria de como Draco agia como uma criança que queria recompensa por ter feito uma coisa boa. Ela soube a trégua quando escutou Harry comentar com Ron e Hermione. Ela estava tão feliz que foi dormir sorrindo e na manhã seguinte suas bochechas doíam.

Ginny começou a arrumar suas coisas e notou que Draco a ignorava.

Que bebezão. – pensou divertida. Depois que tinha terminado, Draco ainda estava com raiva e nem olhava pra ela. Ela andou até ele e tocou sua bochecha com as pontas dos dedos. Isso fez com que ele olhasse pra ela e ele pôde ver o lindo sorriso dela.

- Eu estou feliz por você, Malfoy. – disse e saiu do quarto.

Depois dela ter saído, um enorme sorriso se formou no rosto de Draco e ficou lá por um bom tempo.

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Por outro lado, enquanto Ginny saía da quarto de Draco com um grande sorriso, ela deu de cara com ninguém mais que Hermione Granger. Ginny imediatamente parou de sorrir e congelou.

Hermione viu Ginny e ficou chocada. Foi andando bem devagar até Ginny e ficou de frente pra ela.

- O que você estava fazendo no quarto do Malfoy. Ginny? – perguntou preocupada.

Ginny não tinha palavras. Ser pega por Hermione não era o que ela esperava. Ginny rapidamente pegou o braço da Hermione e arrastou pra longe da porta de Draco.

- O que você tá fazendo aqui, Hermione? – perguntou de volta. Hermione franziu a testa.

- Responda minha pergunta primeiro, Ginny. – disse firme. Ginny suspirou. Ela não ia se safar dessa.

- Não posso te dizer aqui Hermione. Pode ser em outro lugar? – disse desesperada.

A morena concordou e levou Ginny até seu próprio quarto privado.

Elas ficaram no quarto de Hermione por um bom tempo. Ginny contou sobre como ela acidentalmente fez a Vervexia de Draco voltar, deixando os detalhes sobre ela saber tudo sobre ele de fora. Ela mudou um pouco a história para esconder o que realmente aconteceu, porque senão acabaria com seu disfarce. Acabou dizendo pra Hermione que Draco era teimoso e não queria tomar o remédio então ela tinha que levar pra ele todas as noites. Também disse que queria curar a Vervexia dele para pesquisa e ganhar experiência.

Ginny pôde ver que Hermione ouvia a história e ao mesmo tempo pensava se tudo era verdade.

Por favor faz ela acreditar em mim. Em parte é verdade, eu só deixei alguns detalhes de fora, só isso.

- É por isso que você tava no quarto dele?

- É.

- Por quanto tempo você faz isso?

- Desde as duas primeiras semanas de aula.

- Por que você não disse pra gente Ginny? – Hermione disse sentida. Ginny suspirou.

- Porque o Ron ia descobrir e teria um treco. Você sabe o quanto ele odeia o Malfoy. Por favor, não diga a ele isso, Hermione. – suplicou.

Hermione franziu a testa. Ela não gostava de mentir pros amigos.

- Bem…

- Por favor Hermione. Por favor, eu faço qualquer coisa. – implorou. Hermione suspirou.

- A Madame Pomfrey não pode levar o remédio pro Malfoy ao invés de você? Eu não confio nele sozinho no quarto com você. Você sabe como é que ele é.

Ginny deu um sorrisinho – Claro que eu sei como ele é; são vocês todos que realmente não o entendem.

- Mas Hermione, é bom pro meu treinamento – Ginny mentiu – Eu vou poder ver os reais sintomas da Vervexia e não só ler sobre eles. Por favor, Hermione, prometo que terei cuidado. – Ginny secretamente sorriu da última frase – Malfoy é quem tem que ter cuidado comigo.

Hermione hesitou um pouco mas concordou.

- Tudo bem, Ginny, eu não vou te impedir, ou dizer a Ron sobre o que você está fazendo. Só estou preocupada com você, só isso. – Ginny se levantou e abraçou Hermione.

- Obrigada Hermione. Eu realmente agradeço. – Hermione a abraçou de volta.

- Só tenha cuidado Ginny. – Ginny se soltou e recolhia sua mochila.

- Vou ter. – falou enquanto saía do quarto de Hermione.

Merlin, essa foi por pouco. – Ginny pensou ao ir de volta pro seu quarto.

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Draco sentava na biblioteca fazendo seu dever quando uma pilha de livros foi jogada em frente a ele. Ele olhou pra cima e viu o severo rosto de Hermione.

- O que você quer, Granger? – entoou ao voltar a ler seu livro.

Hermione sentou na cadeira ao lado de Draco – Eu vim aqui te dar um aviso Malfoy. É melhor você não fazer nada com a Ginny ou então você vai se arrepender. – disse ácida.

Draco fechou o livro e olhou frio pra Hermione.

- Não sei do que você está falando, Granger. O que a Pequena Weasley tem a ver comigo? – perguntou casualmente. Hermione o encarou brava.

- Pára de fingir, Malfoy. Ginny me disse tudo.

Os olhos de Draco se arregalaram – Ela sabe que a Weasley é a Fonte?

- É isso mesmo. – continuou – Ela me disse que tem que levar remédio pra você toda noite e que está procurando uma cura pra você. Eu prometi que não ia dizer ao Ron, mas eu não sei porque ela insiste em curar um idiota como você. Se fosse eu, eu deixaria você apodrecer. – Draco ficou com raiva.

- Bom, você não é ela, Granger, e eu não acho que é da sua conta o que acontece entre mim e a pequena Weasley. – disse na defensiva.

- É da minha conta porque a Ginny é minha amiga. – Hermione rebateu.

- Então ela é sua amiga agora, né? Tenho certeza que ela não sente isso quando vocês três propositalmente a deixam de fora dos seus planos e a ignoram. – entoou. Hermione estava chocada.

- Foi isso que ela te disse? Que nós a ignoramos propositalmente?

- Não, mas até um cego pode dizer que vocês não a tratam como amiga. Amigos de verdade não negligenciam uns aos outros.

- Nós não a negligenciamos. Só a protegemos. – Draco deu um sorrisinho.

- Bem, ela não precisa da proteção de vocês. Tenho certeza que é capaz de se defender sozinha.

Hermione estava prestes a discordar, mas Draco a interrompeu.

- A propósito, Granger. Você sabia que a pequena Weasley é inteligente o suficiente para avançar para o 7o. ano de Poções, mas preferiu recusar? – provocou.

Hermione franziu a testa. Ela nao sabia aonde Draco queria chegar, mas respondeu.

- Claro que sabia. – Draco sorriu.

- Deve ser realmente devastador saber que você não é a bruxa mais inteligente da escola, né Granger? – Hermione não gostou do tom de voz de Draco.

- Desculpe desapontá-lo Malfoy, mas eu estou muito orgulhosa da Ginny. Eu luto por boas notas porque eu espero o melhor de mim mesma e não porque eu quero ser a mais inteligente. Há muitas pessoas no mundo que são mais inteligentes e melhores do que eu e os admiro por isso. Eu não os invejo como você.

Hermione se levantou e pegou seus livros da mesa.

- Só lembre-se Malfoy, se você fizer alguma coisa para machucar a Ginny, eu garanto que pessoalmente vou te amaldiçoar até a lua. – e saiu deixando Draco sozinho de novo.

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