Capítulo 22
Draco estava caindo, mas estava muito fraco pra gritar. – Eu vou morrer – pensou tristemente.
Fechou os olhos e esperava o impacto com o chão. Ouviu um barulho de algo voando ao seu lado e se sentiu ser puxado. Abriu os olhos e olhou pra cima. Era Fawkes, tinha suas garras presas aos ombros de Draco e o levava de volta a Hogwarts. Draco sentiu-se aliviado já que estava salvo e sucumbiu à escuridão.
Fawkes voou de volta a Hogwarts e pôs Draco no chão para que Dumbledore e os outros pudessem assisti-lo. Fawkes então voou de volta para ajudar Harry.
Depois que Gilding viu Fawkes salvar Draco, ele liberou Harry do feitiço de suspensão e fugiu o mais rápido que podia. Harry logo tinha controle de sua vassoura de novo e começou a voar atrás dele.
Harry jogava feitiços e maldições em Gilding, mas este sempre se esquivava. Gilding virou a cabeça pra trás e desarmou Harry. Então começou a rir.
- Esse será seu fim Harry Potter. – gritou uns feitiços, mas Harry escapou de todos.
Gilding começou a fazer feitiços mais perigosos e mais freqüentes, Harry estava ficando cansado e diminuía sua velocidade porque ainda sangrava devido a alguns cortes.
Quando Gilding mirava diretamente para Harry, Fawkes o empurrou de sua vassoura. Sua varinha escapou e ele caía direto no chão. Harry mergulhou para pegá-lo e quando estava perto o bastante, Fawkes veio e afastou Harry dele.
- Fawkes, o que está fazendo? Ele vai morrer se cair no chão. – gritou. E foi buscar Gilding de novo, mas novamente Fawkes o afastou com sua asa.
Harry estava em pânico. Só faltavam apenas uns 30 metros até Gilding se espatifar no chão e Fawkes não o deixava salvar Gilding.
Quando faltavam apenas poucos metros, Harry teve que empinar a vassoura ou quem se espatifaria seria ele, deixando Gilding para Fawkes salvar ou não.
Foi no último minuto que Fawkes segurou Gilding pelos ombros e evitou que se tornasse uma panqueca. Harry suspirou aliviado. Ele e Fawkes voaram de volta a Hogwarts onde Gilding foi jogado em uma poça de lama antes de Fawkes ir embora.
Snape fez um feitiço de restrição total em Gilding e o professor Flitwick o levitou até a escola.
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A Ala Hospitalar estava cheia de gente. Na maioria estudantes que tinham sido estuporados e agora acordavam, mas gemiam e reclamavam de dores nos braços e pernas. Ginny tinha voltado justo naquela manhã e tomava conta dos estudantes enquanto Madame Pomfrey foi tratar de Harry e Draco. Colocaram os dois nos seus respectivos quartos pois a enfermaria estava muito barulhenta, e Ginny não pôde ver se estavam bem.
Demorou até tarde da noite até que Ginny conseguisse fazer os alunos pararem de reclamar e fossem dormir. Madame Pomfrey tinha voltado de cuidar de Draco e Harry e parecia muito cansada indo apenas para seu escritório. Ginny não queria aborrecê-la, mas estava louca pra ter notícias de Draco. Ela descobriu que ele era quem estava mais machucado, enquanto Harry só tinha pequenos cortes.
Ginny foi até a entrada do quarto do Monitor-chefe e notou que ela não abriu automaticamente quando disse a senha.
Ainda deve estar quebrada. – pensou, pegando a borda e abrindo com um ruído para que pudesse entrar.
O quarto de Draco foi arrumado e tudo estava no seu devido lugar. Ginny o viu deitado na cama e seu peito subia e descia acompanhando sua respiração. Ela sentiu um imenso alívio por ver que ainda estava vivo. Ginny soube por Hermione que uma faca foi posta contra a garganta de Draco.
Ela foi até Draco e puxou um pouco os lençóis para poder examiná-lo melhor. Levantou seus braços um pouco e viu que não havia cortes nem hematomas.
Madame Pomfrey deve já ter curado. – Ela sabia disso, mas precisava checar por ela própria. Cobriu suas mãos com os lençóis de novo e foi inspecionar seu pescoço. Correu a mão por ele e não sentiu nenhuma cicatriz. Isso era esperado, porém ela só estaria satisfeita se pudesse pessoalmente ter certeza de que ele estava bem.
Ginny sentou na cadeira ao lado de Draco e olhava seu peito subir e descer com sua respiração. Mas de repente ela parou. Ginny estava na cadeira apertando os braços desta esperando seu peito subir, mas isso não aconteceu. Ela se levantou da cadeira e foi para o lado da cama dele em segundos. Começou a sacudi-lo, tentando acordá-lo.
- Malfoy, acorda. – disse em pânico – Malfoy? Tá me ouvindo? Acorda. – falou com mais urgência. Mas ainda nada.
Ela checou pra ver ele estava respirando e ele não estava. Ginny puxou as cobertas para ver se ele tinha pulsação. Não tinha.
- Eu tenho que chamar a Madame Pomfrey. – disse se virando pra sair do quarto, mas foi parada de repente por algo segurando sua mão. Ela deu a volta rapidamente e viu Draco sentado na cama sorrindo.
As mãos deles seguravam as dela e ele puxou uma Ginny surpresa de volta, mais perto da cama.
A outra mão de Ginny tapou sua própria boca.
- Surpresa. – Draco disse enquanto sorria.
Ginny não conseguia falar nada e começou a chorar. Lágrimas rolavam pelas suas bochechas e Draco perdeu o sorriso do rosto. Se levantou da cama e colocou as mãos sobre os ombros de Ginny.
- Ei, era só brincadeira. Não leve tão a sério. – disse gentilmente, tentando fazê-la parar de chorar.
- Isso não teve graça. – Ginny soluçou – Eu pensei que você tinha morrido. – ela chorou mais. Draco se sentiu tão culpado por fazer ela chorar e a abraçou. Apertou sua bochecha contra a dela e falava suavemente no seu ouvido.
- Desculpa. Me perdoa. – disse enquanto fazia carinho em suas costas para diminuir os soluços. Ginny tinha os braços em volta dele e bateu nas costas dele com as mãos devagar.
- Seu grande idiota. – disse entre soluços – Não tem graça nenhuma brincar com a morte. – e bateu nele de novo. Draco sorriu.
- Oh, ok. Nunca mais vou fazer isso novamente. Prometo. – sussurrou no seu ouvido – Agora, não chore. Shh... – e a apertou mais.
Ginny enterrou o rosto no ombro de Draco e o abraçava forte para confirmar que ele não estava morto. Depois de um tempo, Ginny se acalmou e parou de chorar. Se deu conta de que estava nos braços de Draco e se afastou rapidamente. Draco se surpreendeu com a reação dela e sentiu um vazio depois dela ter se afastado.
Ginny tinha todas essas diferentes emoções passando pela sua cabeça e não pôde pensar em nada pra dizer. Olhou nos olhos de Draco e viu sua decepção.
- Você devia voltar pra cama, Malfoy. – disse suave – Tem que descansar.
Draco andou pra trás em direção à cama, mas sem retirar os olhos de Ginny. Quando se sentou na cama, levantou os pés e Ginny o cobriu.
- Como você escondeu sua pulsação, afinal?
- Seu eu prender a respiração, ela fica muito fraca. Sempre foi assim.
Ginny assentiu. Ela teria descoberto isso se não entrasse em pânico.
O barulho do retrato abrindo fez Ginny olhar e se levantar, ir pra longe da cama de Draco. Felicity entrou e viu Draco na cama enquanto Ginny estava parada estranhamente ao seu lado.
Felicity lembrou ter visto Ginny na Ala Hospitalar e a reconheceu como um membro dos Weasley's. Todos seus amigos sonserinos falavam o quão patéticos eles eram.
- O que você está fazendo aqui? – Felicity perguntou.
- Bem, mandaram eu vir aqui checar o Malfoy. Ele está bem agora, então é melhor eu ir indo. – disse e depressa saiu do quarto.
Felicity olhou enquanto Ginny saía e foi para o lado de Draco.
- Como você está se sentindo? – perguntou docemente e o beijou apaixonadamente. Draco interrompeu o beijo logo.
- O que houve? – Felicity perguntou preocupada.
- Estou cansado.
Felicity concordou e sentou-se numa cadeira ao lado da cama.
- Você conhece ela? – Draco perguntou. Felicity riu.
- Não pessoalmente, mas sei que é uma Weasley. Bastantes vergonhosos, não são? Com os cabelos vermelhos e roupas velhas.
- É... – Draco disse meio relutante.
Não demorou muito para Felicity sair de quarto de Draco e voltar para seu próprio quarto e Draco foi dormir aquela noite com um sorriso nos lábios. Feliz que Ginny tinha voltado.
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Na manhã seguinte, Harry e Draco foram chamados para ver Dumbledore em seu escritório. Se encontraram em frente à estátua e pararam antes de entrar.
- Você está bem, Malfoy?
- Tô, e você? – Harry assentiu.
- Estou bem.
Ficaram em um silêncio incômodo e Draco estendeu a mão para Harry. Este apertou a mão de Draco e a sacudiu. Sabia que o meio de Draco demonstrar gratidão e Harry também demonstrou a sua. Não era preciso palavras, ambos sabiam o que o outro queria dizer.
Sentaram de frente pra Dumbledore e esperavam o diretor chegar. Fawkes estava no seu lugar e Draco foi até ela para fazer-lhe carinho.
- Essa é a segunda vez que você me salva, Fawkes. – Draco disse ao pássaro. Harry também levantou e foi até Fawkes.
- Também pegou Gilding pra nós. Apesar de parecer que ia deixá-lo morrer.
Draco olhou pra Harry estranhamente e Harry explicou como Fawkes agiu ontem.
Dumbledore entrou na sala quando Harry acabou de contar a história.
- Draco, Harry. Estão se sentindo bem hoje?
Ambos assentiram.
- Sinto muito pelo incidente ocorrido ontem. Contatei a Ordem e notifiquei sobre as ações de Gilding. Eles o levaram para o quartel-general e estão tentando descobrir para quem ele trabalhava. Sei que este ataque foi armado pra te pegar Draco, e queria saber se você tem alguma idéia do que ele estava procurando?
- Tudo que eu sei foi que ele disse algo sobre uma caixa que meu pai deixou pra mim. Olhei o que tinha na caixa, mas não tem nada nela exceto alguns pergaminhos e livros, então eu não sei o que ele queria com ela.
- Bom, está tudo bem agora e podemos deixar isso pra lá. Por causa desse incidente eu tive que fazer arranjos especiais para o treinamento de Auror. Fui forçado a considerar o cancelamento...
- Não, por favor – Harry gritou enquanto Draco dizia,
- O que?! – Dumbledore sorriu.
- Acalmem-se garotos. Eu estava dizendo que fui obrigado a considerar cancelar porque não estava achando um instrutor confiável e apropriado para ensinar vocês. Mas agora o candidato perfeito foi encontrado e suas aulas não serão canceladas.
Harry e Draco relaxaram.
- Quem será nosso novo professor? – Harry perguntou. Dumbledore sorriu mais ainda.
- Você ficará muito feliz em saber, Harry, que será seu padrinho, Sirius Black.
Fawkes chilreou nessa hora e todos os três se voltaram para ela. Fawkes se acalmou e eles voltaram a falar sobre Sirius.
- Sirius chegará daqui a algumas semanas, então vocês têm o tempo livre para descansar e melhorar o que já aprenderam. Informarei vocês quando as aulas recomeçarem.
Ambos concordaram e Dumbledore gesticulou dizendo que já podiam ir.
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Mais tarde, naquele dia, Draco estava andando pela entrada da Ala Hospitalar e Ginny ocupou sua mente na hora. Parou do lado de fora e decidiu entrar e ver se ela estava.
Realmente ela estava e viu que ela estava fazendo uma poção em um caldeirão pequenino. Parou na porta observando ela preparar a poção, estava tão concentrada que nem o notou parado ali. Draco reconheceu o cheiro e concluiu que era seu remédio. Viu como ela pegava alguns jasmins frescos e os colocava pouco a pouco.
- Não lembro de Jasmim ser um dos ingredientes da lista.
Ginny virou o rosto e viu Draco. No início sua expressão era vazia, mas depois sorriu.
- É só uma coisinha extra que eu coloco para ter um gosto melhor. – respondeu e voltou sua atenção ao pequeno caldeirão.
Draco entrou na sala e olhou sobre os ombros de Ginny. – Então por que você não colocou na lista para que o Curandeiro que contratei pudesse melhorar o gosto também? – Ginny balançou a cabeça.
- A maioria dos Curandeiros profissionais não aprovam colocar ingredientes desnecessários para fazer o remédio ter um gosto melhor. Ele iria desaprovar a lista que eu te dei e fazer uma outra, e aí teríamos problemas.
Draco só concordou com ela. Ele estava bem perto dela e conseguia sentir o cheiro de seu cabelo. Ele reconhecia esse cheiro agora. Era Jasmim. Ele agora tinha se dado conta que adora o cheiro de Jasmim.
- Como você sabia que eu gosto do cheiro de Jasmim? – Ginny soltou um risinho.
- Você só descobriu que gostava agora? – ela provocou. Draco sorriu.
- Exatamente, só descobri agora, então como você sabia antes de mim? – Ginny se virou pra ele.
- Pelas pequenas coisas. Sua loção pós-barba tem uma leve essência de Jasmim. Você pede para que suas roupas sejam lavadas com o feitiço 'Clenzo' e isso deixa um aroma de Jasmim. Sua mãe quando faz sua mala coloca saches que contêm Jasmim, e o marcador de livro que você usa é feito com fragrância de Jasmim. Você sempre gostou, só nunca tinha notado.
Ginny voltou ao remédio e se espreguiçou.
- E você intencionalmente deu a Felicity um xampu de Jasmim. – Draco disse. Ginny sorriu.
- Eu não dei intencionalmente nada a ela. Outra aluna deu acidentalmente. Mas parece que funcionou para chamar sua atenção. – Draco deu um de seus sorrisinhos.
- Então voc usa de propósito xampu de Jasmim para atrair minha atenção. – provocou. Ginny riu.
Não se gabe, Malfoy. Acontece que eu gosto de Jasmim também.
Draco se sentiu um pouco desapontado, mas não demonstrou. Ginny se virou e deu a ele um frasco com líquido azul.
- Toma, aqui está seu remédio.
- O que houve com o vermelho, uma vez por semana?
- Oh, aquele tinha efeitos colaterais, então estou suspendendo ele. – disse casualmente.
- Que tipo de efeitos? – perguntou preocupado consigo mesmo. Ginny abanou a mão.
- Não é nada. Só faz seu cabelo ficar vermelho.
- O que?! – Draco gritou. Procurava desesperadamente por um espelho enquanto passava a mão pelo cabelo. Ginny o segurou pelo braço para acalmá-lo.
- Só vai acontecer isso se você tomar por muito tempo. Não tem efeito se você só tomou uma vez. – Draco relaxou, mas ficou uma fera.
- E você queria me dar mesmo assim? – gritou incrédulo. Ginny ficou na defensiva.
- Bem, você gritou comigo, lembra? Aquilo me deixou com raiva o suficiente para pensar no assunto. – bufou e cruzou os braços. Draco não queria que Ginny ficasse brava com ele novamente, então deixou tudo pra lá.
- Tá bom, tá bom. Estamos quites, então. – disse e Ginny sorriu.
- Tudo bem. – ela disse animada.
Draco balançou a cabeça derrotado, mas estava feliz que Ginny estava falando com ele civilizadamente outra vez.
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