Capítulo 25
Draco ganhou a aposta, então Ginny o levou até um dos Quartos Sagrados, como prometeu. Ela acabou levando ele para o Quarto do Caráter e fez questão das cortinas estarem fechadas cobrindo todos os espelhos. Ela não queria que eles revelassem seus pensamentos pra ele e tenho certeza que ele não gostaria que os dele fossem revelados pra ela.
- Bom, esse quarto teria sido mais interessante, se você deixasse eu ver pelo menos um espelho. – disse enquanto ele e Ginny voltavam pro seu dormitório. Ginny estava ficando irritada porque Draco não parava de falar.
- Eu já te disse, Malfoy, não quero que fique sabendo o que estou pensando e tenho certeza que você também não quer eu saiba o que você pensa, então ter mantido as cortinas fechadas foi a melhor coisa.
- E o espelho do ódio? Eu não ligo se você souber o que eu odeio. – Draco sugeriu.
- Mas eu não quero que saiba o que eu odeio. Agora, dá pra você esquecer isso?
- Você não pode me mostrar outro quarto mais interessante? – reclamou. Ginny suspirou.
- Não era pra te mostrado nenhuma delas em primeiro lugar. Você tem sorte de ter visto três.
- Por que não era pra eu ter visto? E como você os encontrou, afinal? – Ginny perdia a paciência, mas remanescia calma.
- Não posso te contar. Você não precisa saber, então pare de perguntar. Sabe que não vou te dizer mesmo. – Draco franziu o cenho.
- Não é justo que você possa saber tudo sobre mim quando eu não sei nada sobre você.
- Você já sabe mais sobre mim que qualquer outro que eu conheça. – Ginny disse tristemente.
Draco suspirou de novo. Não adiantava discutir com ela. Ela sempre tinha uma desculpa.
Eles chegaram à escada principal e foram para lados separados. Ginny subiu para a torre e Draco desceu até a masmorra.
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Era início de Março, o que significava começo da primavera. O jogo de quadribol entre Grifinória e Sonserina era em dois dias, então Draco levou o time para treinar.
Ele o seu time chegaram ao campo e viu o time da Grifinória já lá. Draco disse ao seu time para esperar por ele fora do campo enquanto ia falar com Harry, o capitão da Grifinória.
- Potter! – gritou.
Harry girou a cabeça e viu Draco andando até ele.
- Malfoy. – disse de volta – O que está fazendo aqui? – Draco franziu a testa.
- Isso era o que ia perguntar a você. Nós já tínhamos agendado o campo pra hoje. – Harry franziu a testa.
- Mas Ron disse que estava livre. – então virou e chamou Ron. Ron ouviu Harry e foi até ele. Quando viu Draco imediatamente arregalou os olhos.
- Sim, Harry. – Ron disse.
- Pensei que tivesse dito que o campo estava livre hoje?
- Bem, está livre agora. – Ron disse confiante e pegou um pedaço de papel do robe e deu a Draco. Draco leu a nota e a amassou com a mão.
- Seu desgraçado. – ralhou. Harry estava confuso.
- Ei, o que houve, Ron? O que a nota dizia? – Ron tinha um sorriso no rosto enquanto encarava Draco.
- Nada demais, só uma nota da McGonagall dizendo ao Malfoy aqui para sair do campo para podermos treinar. – Harry estava chocado.
- Então eles tinham agendado o campo antes?
- Claro que tínhamos, Potter. – disse – Não ligo pro que um professor diz. Nós agendamos o campo primeiro, então não vamos sair. – seu tom era letal e era dirigido a Ron.
- Vamos Ron – Harry disse colocando a mão sobre o ombro do amigo – Eles agendaram o campo primeiro, treinamos amanhã.
Ron tirou a mão de Harry de seu ombro – Não, Harry. Temos permissão de um professor, então vai embora, Malfoy! – Ron gritou. Draco ficou furioso.
- Bem me tirar, Weasel!
- Eu vou! – gritou e sacou sua varinha. Mirou a caixa de quadribol e a tampa abriu e os balaços saíram voando. Ele usou sua varinha para controlar um deles e o mandou direto para a cabeça de Draco. Draco viu o balaço e se esquivou facilmente.
- Se você quer brincar, Weasel, vamos brincar. – debochou e pegou sua varinha para controlar o outro balaço para voar na direção de Ron.
Os dois garotos mandavam os balaços voando pra todo lugar tentando atingir a outra pessoa. Harry e Hermione gritaram para que parassem enquanto todos no campo estavam ocupados se desviando das perigosas bolas.
Madame Hooch veio até o campo e viu os dois garotos tentando atingir um ao outro.
Ela assoprou o apito alto e atraiu a atenção de todos no campo. Draco e Ron se distraíram com o som e foram atingidos pelos balaços. Ron foi atingido pelas costas, perto do pescoço e Draco foi atingido na barriga. Ambos caíram no chão gemendo de dor e seus colegas vieram ao socorro. Madame Hooch balançou a cabeça em desgosto.
- Tudo bem, alguém ajude a levar os dois para a Ala Hospitalar, agora.
Hermione e Harry colocaram os braços de Ron sobre os ombros e o arrastaram na direção do castelo. Dois colegas do time de Draco também fizeram o mesmo com Draco.
Passaram por Madame Hooch, mas ela os parou por um momento. Ambos gemiam de dor e tinham os rostos contorcidos.
- Por causa desse comportamento horrível, os dois estão suspensos do próximo jogo.
Ambos esbugalharam os olhos. Eles queriam protestar, mas a dor não permitia.
Chegaram à Ala Hospitalar e entraram pela porta. Uma vez dentro, Ginny correu até eles imediatamente.
- o que aconteceu? – perguntou à Hermione enquanto indicava para deixar Ron numa cama.
- Atingido por um balaço. – respondeu rápido.
Ginny só concordou e saiu pra mostrar onde deveriam colocar Draco.
- Você também foi atingido por um balaço? – perguntou suavemente a Draco. Ele só assentiu e abraçou a barriga.
Ginny usou a mão para mover gentilmente uma das mãos de Draco de sua barriga para que pudesse vê-la, mas a voz de Ron a fez parar.
- Ginny, por que você não está cuidando de mim? Eu sou seu irmão. – disse manhoso.
- Estou indo. – gritou pra ele. Então suspirou e cobriu Draco com um lençol.
- Voltarei logo. – disse a ele e Draco assentiu.
Ginny foi até o outro lado da sala onde Ron estava e começou a atendê-lo enquanto Hermione explicava o que tinha acontecido.
Ron não estava muito machucado, mas ficava reclamando de dor de cabeça, então Ginny deu a ele uma poção e o mandou embora da enfermaria.
Enquanto Ginny atendia Ron, Madame Pomfrey foi atender Draco e ainda não tinha terminado. Havia muita bagunça vindo deles então Ginny foi até lá para checar.
Draco estava deitado e segurando sua camisa sobre a barriga. Madame Pomfrey tentava desesperadamente tirar as mãos de Draco para poder levantar a camisa e cuidar dos ferimentos, mas ele recusava.
Ginny parou ao lado de Madame Pomfrey e olhou Draco e de novo Madame.
- Qual é o problema, Madame? – esta deu um longo suspiro.
- Oh, Ginny, foi bom você chegar. Atende o sr. Malfoy pra mim. – disse e voltou ao escritório.
Ginny deu a Draco um olhar interrogatório.
- O que? – disse na defensiva Draco e afrouxou a mão que segurava a camisa. – Ela era muito bruta e fazia os machucados doerem mais.
Ginny balançou a cabeça e tirou a mão de Draco da barriga.
Levantou a camisa e viu a grande mancha roxa no meio da sua musculosa barriga. Ela apertou os dedos sobre a mancha e ele se contorceu.
- Desculpa. – e foi até a despensa pegar um pote de creme.
Ela sentou numa cadeira ao lado da cama dele e começou a aplicar o creme no machucado.
Os toques dela eram suaves como pluma e com a ajuda do creme, fez a dor passar. Ginny tirou a mão e olhou pra Draco.
- Sente-se melhor?
- Sinto, obrigado.
Ginny sorriu e se levantou. Draco puxou a camisa pra baixo e sentou na cama.
Ela tampou o pote de creme e suspirou. Draco olhou pra ela.
- O que aconteceu, Malfoy? – perguntou preocupada. Ela queria saber os dois lados da história, mas tinha quase certeza que Hermione tinha dito toda a verdade.
- Foi só uma discussão que foi um pouco longe demais, só isso. – disse frio.
- Não acho que nenhuma discussão vale perder um jogo. – disse severamente. Draco reclamou.
- Droga, Hooch disse que eu estava suspenso do jogo.
- E Ron também. Se você tivesse seguido as ordens da professora não entraria nessa confusão.
- Por que deveria? Foi o idiota do seu irmão quem foi babaca e pegou o time... – Draco não continuou porque Ginny estava indo embora.
- Ei, ainda estou falando com você. – chamou.
- Eu sei, mas eu não quero ouvir. – disse de volta. – Você pode ir agora, seu machucado vai sarar logo.
Draco levantou resmungando da cama e saiu da enfermaria.
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Draco ainda estava de mau humor quando Ginny veio ao seu quarto à noite. Ela colocou o frasco de remédio na mesa e estava indo embora. Draco se levantou rápido e impediu sua passagem.
- Ei, você pode ouvir o que tenho a dizer? – Ginny cruzou os braços.
- Se você vai insultar alguém da minha família, eu não quero ouvir. – Draco franziu o cenho.
- Eu não estava insultando seu irmão. Estava apenas falando a verdade. Ele não é exatamente perfeito, sabia? E ele é um... – Ginny levantou a mão para calá-lo.
- Não ligo pro que pensa de Ron. Só não tenho de ouvir isso. Eu sei que ele não é maravilhoso, mas ainda é meio irmão e se você insultar ele mais uma vez, eu vou fazer você calar a boca. Não me force a fazer nada contra você, Malfoy. – Draco resmungou em frustração.
- Por que você tem que ser tão protetora em relação a ele? Eu realmente não te entendo. Ele não vale a pena.
- O que Ron vale pra mim não é da sua conta. Só não diga nada de ruim sobre ele na minha frente e você está salvo. – Draco resmungou consigo mesmo.
- Tá bom.
- Bom. – disse Ginny – Tenho que ir. – então ela saiu do quarto.
Estúpido irmão mais velho Weasley. Não sei como pode ter uma irmã como ela quando ele é um grande e gordo idiota. Ainda por cima nem reconhece o que ela faz e só a ignora. – Draco pensou irritado.
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Hoje era o dia do jogo entre Grifinória e Sonserina. Todas as arquibancadas estavam cheias de gente e Draco estava sentado no banco do lado de fora do campo esperando o jogo começar. Ele esperava tanto por esse jogo, queria ganhar de Harry e pegar o pomo primeiro, mas agora era impossível.
Alguém veio e sentou ao lado dele e Draco olhou pra ver quem era. Ficou chocado ao ver Harry.
- O que está fazendo aqui, Potter? – perguntou – Não deveria estar se preparando para jogar? – Harry sorriu.
- Não vou jogar hoje, Malfoy. Convenci Madame Hooch que já que sou o capitão, então deveria ser o responsável pelo comportamento dos meus jogadores. Então, eu deveria ser punido.
- Por que diabo você fez isso? – disso desacreditado.
- Bem, esse jogo significa muito para Ron, então pensei em ajudá-lo a jogar. E ainda, não seria um jogo muito bom sem uma boa competição. – disse enquanto olhava pra Draco sorrindo. Draco sorriu levemente de volta.
- Não sabia que era tão competitivo, Potter.
- Bem, uma saudável competição faz a vida mais interessante. Não acha? É uma pena nós não pudermos jogar um bom jogo juntos. – disse triste.
- Talvez possamos organizar um pequeno jogo nosso. – sugeriu Draco. O rosto de Harry imediatamente iluminou.
- Diga onde e quando, e estarei lá.
Draco arqueou o canto da boca – Claro.
Sentaram em silêncio e observaram os jogadores voando pelo campo. Harry então pegou uma caixinha do bolso e abriu.
Draco se inclinou e olhou dentro da caixa.
- O que é isso? – perguntou – Parece plástico.
- São lentes de contato. – Harry respondeu – Eu as uso para poder jogar sem os óculos. Fred e George fizeram alguma coisa nelas alguns dias atrás e disseram que me ajudaria a ganhar, então eu queria testá-las agora e ver o que eles queriam dizer.
- Como um pedaço de plástico pode ajudá-lo a ganhar e onde você o coloca?
- Não sei como pode me ajudar, mas elas ficam nos meus olhos.
- O que! Você tem que enfiar essa coisa dentro do olho?
- É, não dói nada. Quer testar uma? – perguntou e passou a caixinha pra ele.
DRaco só olhou com nojo.
- Você não está com medo, está Malfoy? – Harry provocou.
- Não. – Draco falou alto e pegou a caixa de Harry – Ok, agora como eu boto isso, Potter?
Harry pegou uma das lentes e colocou na parte branca do olho, depois empurrou delicadamente para o meio. Draco fez o mesmo e a lente ficou no seu olho. Surpreendentemente não doeu e ele ainda via tudo claramente.
- Ei, Potter, por que ainda consigo enxergar? Não deveria ver tudo embaçado?
- O Curandeiro colocou um feitiço nelas para que se ajustassem à sua visão, então qualquer um pode usar.
- Bem, ainda não vejo como um pedaço de plástico no seu olho te ajudaria a ganhar.
- É, eu também não sei. Talvez eles não fizeram nada e só estavam brincando. Típico do Fred e do George.
Eles estavam sentados no banco quietos vendo o jogo quando depois de um tempo, Hermione desceu para ver como Harry estava. Ela veio das arquibancadas e estava na entrada do campo na grama. Chamou por Harry.
Harry se virou para olhar pra ela quando escutou sua voz e seu queixo caiu. Ele piscou algumas vezes e fechou os olhos. Seu olho direito, que estava com a lente, via agora Hermione usando um ótimo tipo de roupa. Estava com uma mini saia preta, de salto alto e um top vermelho justo. A roupa era insinuante, mas ela estava maravilhosa.
Harry conseguiu fechar o olho direito e abriu o esquerdo, nele via Hermione fora de foco, então colocou os óculos mantendo o olho direito fechado. Desta forma Hermione estava usando sua roupa normal de escola.
Hermione estava parada na frente de Harry agora e olhava pra ele estranhamente.
- Tem alguma coisa errada com seu olho Harry?
- Não, nada de errado. O que você está fazendo aqui Hermione?
Ela não prestava atenção em Harry porque estava se sentindo desconfortável com o olhar de Draco. Harry lembrou que Draco estava com a outra lente e tapou o olho esquerdo dele.
Draco e Hermione estranharam a reação de Harry.
Draco de debatia para tirar a mão de Harry do olho e Hermione também tentava puxar Harry longe de Draco.
- Tire suas mãos de mim Potter. – Draco reclamou enquanto segurava a mão de Harry.
- É Harry. Por que você está tapando o olho do Malfoy afinal?
Harry manteve sua mão firme no olho de Draco e virou sua cabeça para olhar Hermione com só seu olho esquerdo aberto. – Nada Hermione. É uma coisa de garoto. Talvez você devesse voltar lá pra cima e ver o jogo, falo com você depois, tá bom?
Hermione ouviu a urgência na voz de Harry e não o questionou. Se virou para sair.
- Tudo bem. Falo com você depois, Harry. – acenou um adeus e subiu.
Uma vez que Hermione estava fora de vista, Draco conseguiu tirar a mão de Harry do seu olho.
- Que diabo, Potter. O que você estava tentando fazer? Arrancar meu olho fora?
- Não, eu estava impedindo você de olhar pra Hermione de um jeito impróprio. Agora devolva a lente.
Draco esticava o pescoço para ver se conseguia ver Hermione de novo e irritar Harry. Este puxou Draco de volta ao banco de forma agressiva.
- Devolve agora, Malfoy, ou vou arrancar seu olho. – Harry ralhou.
Draco sentou e retirou a lente do olho. Ele não queria realmente ver Hermione naquela roupa de novo, estava só implicando com Harry.
Harry pegou as lentes de contato e pôs as duas na caixinha.
- Foi uma bela surpresa que os gêmeos te prepararam, não? – Draco comentou enquanto ria.
- Cala a boca, Malfoy. Se Hermione descobre isso ela irá matá-los.
- Não tema, Potter. Se você não disser, eu não digo e ninguém fica sabendo. Apesar de parecer que os Gêmeos Weasley já sabem da sua quedinha pela Granger.
Harry ficou vermelho e quieto. Draco riu da timidez dele.
- Não acredito que você consegue enfrentar Voldemort, mas morre de medo de admitir que gosta dela.
- Há muito em jogo se eu admitir que gosto dela. – Harry disse na defensiva. Seu tom mudou para curiosidade – E o que há com essa sua repentina mudança, Malfoy? É a influência de alguém especial?
Draco só franziu a testa e Harry perguntou mais.
- Então quem é essa pessoa que trouxe você de volta à terra? – Draco estava confuso.
- O que quer dizer, Potter?
- Bem, alguém tinha que trazer você de volta do planeta Ego que estava. Quem é afinal? Adoraria conhecer a pessoa que consegue ter tanta influência sobre você. – Draco arqueou o canto da boca.
- Mesmo que ela estive parada ao seu lado, Potter, você não saberia quem ela é. Eu mesmo quase não sei.
Todas as pessoas da arquibancada de repente começaram a comemorar e ambos os garotos olharam pro céu. O jogo de quadribol tinha acabado e eles esperavam o comentador anunciar o placar.
- E a Grifinória vence a Sonserina por 10 pontos com um placar de 250 a 240.
Draco se levantou primeiro, seguido de Harry. Eles olharam pra cima de novo e viram seus times descendo voando até seus capitães. Draco se virou pra Harry.
- Parabéns, Potter. - disse
- Obrigado, Malfoy.
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