Capítulo 27

Ginny andava pelo corredor sozinha. Estava indo para a Ala Hospitalar. Não tinha pressa porque saiu do café da manhã mais cedo e tinha bastante tempo antes da primeira aula.

Pulava pelos corredores de bom humor pois tinha tido um sonho maravilhoso com Draco na noite anterior. Era um dos sonhos mais freqüentes que tinha, nesse ela e Draco patinavam num lago congelado sozinhos.

Os sonhos dela com ele sempre começavam com ela parada sozinha no lago e de repente Draco chegava por trás, a agarrava pela cintura e a girava. Eles se davam as mãos e ele a guiava pelo lago, patinando feliz, mas esta não era a melhor parte. Era quando paravam de patinar e ele soltava a mão dela e a olhava intensamente. Ela olhava fundo nos olhos cinza dele e ouvia ele dizer 'Eu te amo'. Ela dizia também e depois se beijavam. Normalmente Ginny acordava logo antes do beijo, mas dessa vez ela conseguiu beijá-lo no sonho. Mesmo que fosse só um sonho, era o bastante.

Ginny sorriu ao lembrar do sonho. Eles eram o que mantinham o amor dela por Draco sob controle e impediam dela ir até ele e beijá-lo. Ela sabia que nunca ficaria com ele, então nem pensava em tentar. O observava por anos e estava satisfeita em só saber o que estava fazendo. Sim, era como se fosse uma psicopata obsessiva, mas saber tudo sobre ele era o mais perto que podia chegar. Esse novo desdobramento com a Vervexia dele era tudo que Ginny podia pedir. Não por ele estar doente, mas pela chance de passar um tempo com ele antes dele ir embora.

No entanto, o que aconteceu na noite passada estava preocupando Ginny e fazendo-a pensar se deveria continuar indo vê-lo tanto. Estava com medo dele desenvolver sentimentos por ela, e se tivesse isso complicaria as coisas. Ela sabia que se ele acabasse apaixonado por ela, ele faria tudo para tê-la ao seu lado, mesmo que isso significasse dar as costas pra sua família, amigos e sociedade. Ela não podia permitir que ele arruinasse o futuro dele por algo que nunca poderia acontecer.

Ginny estava tão absorta em seus pensamentos que não notou que poeira e pedrinhas do teto estavam caindo em volta dela. Um braço envolveu sua cintura e a puxou pra trás, evitando que uma enorme pedra caísse encima dela. Ginny acordou de seus pensamentos e olhou para encontrar um par de olhos cinzas.

- Malfoy? – sussurrou. Ainda não tinha entendido o que tinha acontecido e estava admirada.

- Merlin, Weasley. Olha por onde anda. – disse irritado.

Ginny olhou pro chão e viu um grande pedaço do telhado somente alguns centímetros longe dos pés dela.

Draco começou a sentir o calor de Ginny contra seu corpo e involuntariamente a abraçou mais forte. O movimento repentino de Draco tirou Ginny de seu transe e ela o olhou novamente.

- Malfoy! – uma voz alta ecoou no corredor.

As cabeças de Ginny e Draco viraram e viram Ron indo ao encontro deles, com Harry e Hermione logo atrás. Ron parou bem em frente a eles e puxou Ginny dos braços de Draco.

- Que diabo você está fazendo com minha irmã? – perguntou furioso.

Draco não gostou que Ginny fora removida dos seus braços, mas não demonstrou – Estava salvando ela de um pedaço que caiu do teto – respondeu frio.

O jeito de Draco deixou Ron mais furioso, mesmo que soasse lógico, Ron ainda não acreditava e achou que Draco tinha outros motivos. Estava preste a gritar com Draco novamente, mas sentiu Ginny puxar seu braço.

- Ron – sibilou com vergonha – Malfoy só estava me ajudando, podemos sair daqui logo. – praticamente suplicou enquanto o puxava pra longe.

- É Ron, - Hermione concordou – vai se atrasar pra aula se não correr.

Ron hesitou, mas deu a Draco um último olhar mortal antes de se virar e resmungar sobre Malfoy's estúpidos. – Vamos, gente. – Ron disse e gesticulou para seus dois amigos.

- Vou só limpar essa sujeira antes. – Hermione disse.

Ron assentiu e começou a andar pra longe com Ginny e Harry. Ginny girou a cabeça rápido para dar a Draco um olhar arrependido antes de virar a esquina.

Hermione não perdeu isto e voltou pra olhar pra Draco.

- Ajude-me a limpar isto, Malfoy.

Draco não disse uma palavra e só conjurou uma vassoura e pá. Também conjuraram barreiras para prevenir outros de vir para o corredor perigoso.

……………………………………………………………………….

Draco andava de um lado pro outro de seu quarto e não parava de pensar. Era a segunda vez que sentia algo especial quando Ginny estava perto dele e não conseguia saber o que era.

- Bem, definitivamente não é amor – pensou alto – nunca senti isso com minhas outras namoradas, e eu nunca sentiria isso por uma Weasley.

Draco franziu o cenho – Então o que é? – e andou mais.

- Talvez eu esteja passando muito tempo com ela. Mas aí, é bom quando ela está por perto. Mas por que isso?

Draco gemeu em frustração. – Isso não vai me levar a nada, e ainda estou falando comigo mesmo e agindo feito idiota.

- Quem está agindo como idiota? – disse outra voz.

Draco virou a cabeça e viu Ginny parada no quarto dele. Draco foi pego com a boca na botija.

- Ah... ninguém em particular – disse meio engasgado.

Ginny concordou e deu a ele seu remédio. Draco pegou e bebeu logo.

Ginny pegou o frasco de volta, mas ainda ficou parada na frente de Draco, como se estivesse esperando alguma coisa.

- Malfoy? – Ginny disse suave.

- Sim? – Draco respondeu devagar.

Ginny olhou pra cima e seu rosto demonstrava confusão e tristeza ao mesmo tempo.

- Acho que  talvez seja melhor você ir pegar seu remédio na Ala Hospitalar a partir de agora.

- O que? Por que? – Draco estava em pânico. Ele não sabia porque, mas não queria ir até a enfermaria pegar seu remédio.

Ginny apertava as mãos. – Bem, não acho que seja... – lutava pra encontrar uma palavra – apropriado eu vir no seu quarto à noite, é isso. Ainda vou fazer sua cura, só não virei te dar seu remédio todos os dias pessoalmente.

Draco absorvia cada palavra que ela dizia e franziu a testa – É por causa da noite passada?

Ginny não conseguia olhar nos olhos dele enquanto ele a olhava intensamente – É... não exatamente. Quer dizer, me fez pensar um pouco, mas... ah, eu não sei. Não parece certo. – disse, mas por dentro sentia o oposto. – Parece tão certo estar com você que estou com medo que você fique muito ligado a mim.

Draco estava confuso. Ginny sempre sabia o que dizer e pensar, mas agora estava perdida. – Bem, eu acho que parece bom. A noite passada não foi nada, Weasley, eu não estou interessado em você, então não tem com o que se preocupar. – ratificou.

Ginny sentiu uma dor no peito ao ouvir a declaração do não-interesse de Draco por ela, mas seu cérebro disse que era o que queria: ele não estar interessado nela.

- Então por que é importante eu vir ou não te trazer seu remédio? – Ginny o desafiou. Era seu coração que tinha feito ela falar isso e não sua lógica.

Draco não sabia o que dizer. Era algo que tentava descobrir, mas ainda não tinha resposta. Sentia que gostava de vê-la todas as noites, mas não entendia porquê. Sabia que não pensava nela de forma sexual, o que fazia tudo ser tão estranho.

Esperava pacientemente por uma resposta e pôde ver que ele estava pensando.

- Bem, Malfoy? – apressou.

- Eu... é... gosto da sua companhia. – disse – É interessante te ter por perto, porque tenho acesso aos segredos de todo mundo. Este é o motivo pelo qual quero que venha trazer meu remédio. – Isso parece razoável. – Draco se parabenizou e esperou que Ginny acreditasse nele.

Ginny pensou por um tempo. – Então ele curte a minha companhia. Mesmo que seja por causa dos segredos, ainda é bom. Ele vai embora este não e não terei outra chance de estar com ele, deveria aproveitar essa oportunidade.

Draco observava o rosto de Ginny tentando decifrar o que ela estava pensando, mas não pôde. Começava a entrar em pânico, mas ela sorriu.

- Tudo bem, Malfoy. Continuarei trazendo seu remédio, mas Hermione e Sirius já sabem sobre isso e dois já são demais. Se alguém mais descobrir, você vai ter que pegar seu remédio sozinho. Certo?

Draco sorriu – Certo. – Desde de que ela esteja aqui, e isso pareça certo, quem se importa em saber que sentimento é esse? – pensou. Então parou de tentar descobrir o que era e só curtiu esse tempo ao lado dela.

…………………………………………………………………………

Ginny descia as escadas para a sala comunal na manhã seguinte e viu Hermione sentada numa mesa com papéis espalhados por toda parte. Era muito cedo, mesmo para Hermione, então Ginny foi até ela ver o que estava fazendo.

- Bom dia, Hermione. – saudou.

Hermione levantou a cabeça e sorriu. – Bom dia, Ginny. Dormiu bem?

- Dormi. – respondeu e sentou-se – O que está fazendo?

Hermione suspirou pesadamente e se jogou pra trás na cadeira. – Tenho que arrecadar fundos para ajudar a reparar o teto que caiu. Você sabe, o teto do corredor que você estava ontem.

Ginny assentiu – Vai ser muito caro? A escola não tem dinheiro?

Hermione balançou a cabeça – Reparar um prédio velho custa caro e a escola não tem dinheiro suficiente no momento. Parece que falta 200 galeões e precisamos do dinheiro logo. Se não concertarmos o teto rápido, pode desabar mais.

Ginny franziu a testa – Isso é mau.

Hermione suspirou de novo – Você não faz idéia. Agora o problema é conseguir os 200 galeões, e como Monitora-chefe, é meu dever ajudar.

Ginny não sabia o que dizer. 200 galeões não era pouco e não seria fácil arrecadar esse dinheiro.

- Ei, Ginny, estava pensando em usar uma idéia trouxa para levantar o dinheiro. Você acha que funciona?

- Depende do que?

Hermione sentou-se reta e começou a explicar – Bem, na escola dos meus primos, eles têm um dia em que leiloam os professores para os alunos por um dia. Quem dá o lance maior, compra o professor e passa um dia inteiro com ele para fazer o que quiser. Geralmente querem uma aula particular numa matéria, mas ainda funciona para arrecadar dinheiro. Você acha que funcionaria aqui?

Ginny pensou na idéia e sorriu – Acho que seria legal. Apesar de que não acho que os professores iriam querer ser leiloados.

Hermione concordou – É, por isso estava pensando em leiloar alguns alunos especiais. Como monitores e capitães de quadribol.

Ginny concordou também – É, isso seria bom. Você vai organizar isso agora?

- Eu já tenho os nomes de todos os monitores e capitães, então tudo o que tenho que fazer é perguntar se eles querem participar.

- Tenho certeza que vão querer, vai ser tão divertido. – Ginny sorriu.

Hermione também o fez – Espero que funcione. Obrigada Ginny, você foi de grande ajuda.

……………………………………………………………………….

Hermione passou amanhã toda percorrendo a escola perguntando às pessoas se queriam cooperar. Todos concordaram, mas alguns precisaram de mais persuasão que outros. A última pessoa da lista era Draco Malfoy e Hermione sabia que ela seria difícil.

- Por que você não faz o leilão sem ele, Hermione? – Ron perguntou no almoço.

- Por que ele é o Monitor-chefe, então ele devia contribuir para a causa.

Ron só resmungou e voltou a comer. Hermione viu Draco saindo do salão e se levantou para segui-lo.

O parou no corredor e pediu alguns minutos para conversar com ele sobre o que queria fazer.

- Não. – foi a resposta dele.

- Vamos, Malfoy, você é o Monitor-chefe. Deveria participar disto e ser um exemplo para os alunos menores.

- Eu disse que não, Granger. Não serei vendido num leilão idiota de colégio.

- Você não vai ter que ficar com a pessoa pra sempre, são só 24 horas.

Hermione  insistia com Draco e tentava persuadi-lo a aceitar.

Ginny estava virando o corredor quando viu Hermione tendo uma discussão com Draco.

- Você não faz nada, isso é o mínimo que pode fazer pra ajudar.

- Bem, o que eu posso fazer se você quer fazer todo o trabalho sozinha.

Ginny andou até ficar ao lado de Hermione e tentava entender a situação. No momento que ela chegou, Draco parou de gritar e ficou quieto. Hermione estranhou a mudança repentina no comportamento dele.

- O que está acontecendo, Hermione?

- Nada demais, Ginny. É só que o Malfoy aqui está sendo um imbecil e não quer cooperar.

- Ei, quem você está chamando de imbecil?

- Você, claro, furão. – A voz de Ron veio detrás deles.

Draco franziu o cenho quando Ron se juntou à conversa, Harry também ficou parado ao lado deles.

- Vamos, Hermione. – Harry disse ao colocar uma mão sobre o ombro dela – Se Malfoy não quer ajudar, esquece. – E puxou Hermione para ir embora.

Ron também colocou a mão sobre o ombro de Ginny e estavam indo embora também.

- É melhor ficar longe dele, Ginny – Ron dizia no ouvido dela – Esse idiota não é flor que se cheire.

Draco fechou as mãos em punhos ao ouvir o que Ron dizia – Como esse imbecil ousa me diminuir na frente dela e dizer pra ela ficar longe de mim!

E saiu andando furioso.

……………………………………………………………………….

Ginny entrou no quarto de Draco e o encontrou lendo um livro sentado. Depois de colocar sua mochila no chão, Draco se levantou da cadeira e a olhava sem expressão.

Ginny jogou pra ele o remédio que ele pegou facilmente e bebeu.

- Por que você não quer ajudar a Hermione?

Draco suspirou. Ele sabia que ela iria perguntar isso. – Porque não quero ser feito de bobo na frente da escola inteira.

- Como você acha que isso vai acontecer? É só um leilão inofensivo para ajudar a escola.

- Ter um preço estipulado pra mim é insultante. Gosto de pensar em mim não tendo preço. E eu não tenho. Ninguém pode comprar um Malfoy. – disse arrogante.

Ginny virou os olhos – Isso é sobre seu ego de novo, não é? – disse exaltada.

- Não é sobre meu ego, é sobre orgulho e dignidade. Me recuso a ser vendido.

Ginny sorriu debochada – Você está com medo que ninguém queria comprar você, ou que alguém seja vendido por um preço mais alto.

- Eu não estou com medo. – disse na defensiva.

- Prove, então. – desafiou.

Draco ficou quieto, mas sorriu debochado – Bela tentativa, Weasley, mas não vou cair no seu truque.

Droga! – pensou – Tá bem, então não seja leiloado.

Draco sorriu pela vitória – Por que é tão importante pra você que eu entre neste leilão?

- Porque você pode ajudar a escola a arrecadar muito dinheiro.

- Como? – perguntou curioso.

- Todas as garotas da sua casa são na maioria ricas, elas adorariam ter a chance de passar um dia inteiro com você, por um alto preço, claro.

Draco entendia agora. Ginny estava dizendo que ele valia muito.

- Então você vai participar? – perguntou esperançosa.

- Vou pensar.

………………………………………………………………………

O leilão vai ser nesta quinta-feira e as regras são:

Alunos serão vendidos para quem der o maior lance e vão ficar com seu comprador por 24 horas. Essas horas serão divididas em duas partes. As primeiras 12 vão começar na sexta às 9:00h e vai até às 21:00h. Todos os alunos comprados seguirão seus compradores às aulas e ficarão com eles depois das aulas até acabar o tempo.

As outras 12 horas serão no sábado e também vão das 9:00h às 21:00h. As atividades feitas neste dia serão por conta do comprador.

NOTA: As regras da escola ainda serão aplicadas durante este leilão.

Todos os alunos e professores estavam no Salão depois das aulas na quinta e Dumbledore iria começar o leilão.

- Obrigado a todos por estarem aqui hoje – disse em voz alta – O Leilão de Alunos hoje foi organizado pela nossa Monitora-chefe, Hermione Granger, e toda renda será convertida no reparo do teto da Ala Leste, então espero que dêem lances altos. Isso é tudo, vamos começar o leilão.

Houve gritos e palmas pelo salão. Lee Jordan, amigos dos gêmeos Weasley, soube do leilão e se candidatou para ser o anfitrião. Ele era, afinal, muito bom com as palavras.

- Tudo bem, senhoras e senhores. Hoje estaremos leiloando alunos que têm posições especiais na escola e começaremos com os monitores.

Os monitores foram convidados a subir no palco e serem leiloados enquanto Lee dizia ao público quem eles eram e o que faziam.

Depois de um tempo veio o grupo de pessoas famosas.

- E agora temos Ronald Weasley. – A Grifinória aplaudiu e assobiou. Ron foi até o palco e ficou parado lá, esperando pelos lances enquanto Lee o introduzia.

- Aqui temos Ronald Weasley, filho mais novo da Família Weasley. Ron é capitão do time de Xadrez de Hogwarts e também goleiro da Grifinória. Agora comecemos os lances.

- Um sicle – gritou uma primeiro-anista da Grifinória.

- Dois sicles – uma garota da Lufa-Lufa.

- Cinco sicles – uma gritou do outro lado do salão.

Lances eram feitos e ficavam cada vez maiores, até que uma quito-anista loira da Corvinal que deu o lance de 2 galeões e 8 sicles. Se ninguém desse lance mais lato seria vendido pra ela.

- Dois galeões e 8 sicles, dou-lhe uma – Lee gritou – 2 galeões e 8 sicles, dou-lhe duas. Vamos gente. Nós temos o Capitão do clube de Xadrez aqui e também um ótimo goleiro. Pela última vez: 2 galeões e 8 sicles...

- Três galeões – veio uma grito. Todos viram e viram Lavender Brown.

- Bem, temos 3 galeões. Alguém mais que 3 galeões? Alguém? – Lee olhava em volta, mas ninguém se manifestou. – OK, 3 galeões, dou-lhe uma. 3 galeões, dou-lhe duas. 3 galeões, dou-lhe três. – Lee bateu o martelo na mesa – Vendido para a adorável srta. Lavender Brown.

Houve gritos e aplausos enquanto Ron descia do palco até Lavender e a beijava na bochecha.

- Agora, a próxima é nossa Monitora-chefe, Hermione Granger! – novamente houve gritos e aplausos da Grifinória enquanto Hermione caminhava para o palco.

- A srta. Granger é Monitora-chefe este ano em Hogwarts e também fundadora do F.A.L.E.. Ela tem sido a melhor aluna por seis anos diretos e têm muitos conhecimentos em Transfiguração. Dê um lance para ela e ela poderá lhe dar uma aula particular.

Depois dessa, muitos alunos que tinham dificuldade em transfiguração davam lances.

- 2 sicles!

- 5 sicles!

- 10 sicles!

- 1 galeão!

- 1 galeão e 2 sicles!

- 1 galeão e 12 sicles!

Lee seguia todos os lances e Hermione estava vermelha com os lances que davam por ela. Pelo que podia ouvir já tinha chegado a 5 galeões.

- 5 galeões e 5 sicles!

- 5 galeões e 7 sicles!

- 5 galeões e 11 sicles!

- 10 galões! – gritou uma voz. Todos os lances pararam e as pessoas se viraram para ver quem era que tinha feito um lance tão alto. Harry levantou a mão. – 10 galeões por Hermione Granger.

Lee arregalou os olhos, mas pigarreou – Ok, alguém tem algum lance maior? – olhou em volta e nada – 10 galeões dou-lhe uma, duas e três. – O martelo bateu de novo – Vendido para Harry Potter por 10 galeões.

Hermione tinha um belo sorriso estampado no rosto ao descer do palco e ir abraçar Harry.

- Harry, você não precisava dobrar o preço num lance só – sussurrou rápido.

Harry simplesmente sorriu – Ei, você vale muito mais que 10 galeões. Acho que te consegui por uma pechincha.

Hermione bateu de leve em Harry e ele sorriu mais ainda.

- O próximo é nosso Monitor-chefe, sr. Draco Malfoy! – muitos gritos e aplausos vieram da Sonserina enquanto Draco ia pro palco.

- Draco Malfoy é Monitor-chefe este ano em Hogwarts e também capitão de quadribol da Sonserina. Ele... – Lee não pôde terminar pois lances já eram feitos.

- 10 sicles!

- 1 galeão!

- 2 galeões!

- 2 galeões e 7 sicles!

- 3 galeões!

- 5 galeões!

- 6 galeões!

Lances eram feitos muito rápido e Lee virava de um lado pro outro do salão tentando acompanhá-los.

Draco estava pardo ali, entediado. Ele só concordou com isso porque Hermione ficou enchendo o saco dele sobre seus deveres como Monitor-chefe e ter que contribuir com a escola. Mas era também porque Ginny tinha pedido pessoalmente a ele. Falando nela, ele estava tentando achá-la no meio da multidão. – Será que ela vai dar um lance? – pensou, mas sabia que ela não o faria pois ela não tinha tanto dinheiro.Mesmo que tivesse o usaria para pagar o empréstimo da família ao invés de comprá-lo.

- 11 galeões  8 sicles!

- 12 galeões e 9 sicles!

- 13 galeões e 5 sicles!

Draco estava ficando de saco cheio de todas essas garotas dando lances por ele. Ele não queria passar tempo nenhum com nenhuma delas.

- 20 galeões! – ele gritou.

Lee Jordan olhou para ele chocado. Draco só olhou de volta.

- Não há nenhuma regra dizendo que não posso dar um lance pra mim mesmo. – disse – Eu quero me comprar.

Lee ponderou a idéia por um tempo e assentiu – Verdade, não nenhuma regra dizendo que você não pode se comprar. Só tenho que vender pelo preço maior, então há alguém querendo oferecer mais que 20 galeões?

Todas as garotas suspiraram e sentaram derrotadas. Até Pansy desistiu porque ela sabia que Draco só iria aumentar seu próprio lance até se comprar. Merlin sabia que ele podia pagar.

- Tudo bem então, dou-lhe uma, duas e três. – Lee bateu o martelo – Vendido para o próprio sr. Malfoy!

Houve aplauso da platéia masculina da Sonserina, pois eles concordavam com a atitude de Draco de não ser vendido para uma garota por um dia.

O barulho diminuiu e Lee continuou no próximo aluno – O próximo é Harry Potter.

Houve gritos e aplausos da Grifinória e de garotas de outras casa.

Harry subiu no palco e olhou a multidão. Ele olhava nos olhos de Hermione Granger e sorriu pra ela docemente.

- Harry Potter é o capitão de quadribol da Grifinória e também destruiu o Lorde das Tr...

- Lee – Harry gritou ao dar um olhar mortal para que Lee calasse a boca. Ele odiava que as pessoas falassem dele derrotando o Lorde das Trevas.

- Tudo bem, desculpa aí, Harry – Lee desculpou-se. Ele estava a ponto de falar outras coisas, mas os lances começaram.

Os lances eram tão freqüentes como foram os de Draco e tão altos quanto. Durou uns dez minutos e as garotas estavam a procura nos bolsos por cada nuque que tinham. Agora era entre uma sexto-anista da Corvinal e Hermione.

- 17 galeões, 8 sicles e 15 nuques – a corvinal gritou.

- 17 galeões e 9 sicles – Hermione gritou de volta.

Lee Jordan olhou para a corvinal esperando seu lance, mas ela segurava as amigas e parecia estar implorando algo.

- Mais algum lance maior que 17 galeões e 9 sicles? – A corvinal balançou a cabeça e Lee suspirou em alívio. Harry finalmente ia ser vendido.

- 17 galeões e 9 sicles dou-lhe uma, duas e... três – e bateu o martelo – Vendido para Hermione Granger!

Harry desceu do palco e foi até Hermione e pegou sua mão para beijá-la. Ambos se sentaram e esperaram o leilão acabar.

Os outros dois capitães da Lufa-Lufa e da Corvinal foram leiloados por 8 e 10 galeões respectivamente. Agora só faltava uma pessoa.

- Agora, para nosso último leilão, temos a srta. Virginia Weasley.

Draco, Harry, Ron, Lavender, Colin e Amy, todos ficaram surpresos. Não sabiam que Ginny iria ser leiloada. Só Hermione sabia.

Todos a seguiram com os olhos enquanto subia no palco. Ela contorcia as mãos e olhava a multidão.

- Todos vocês conhecem Virginia como Ginny. Ela trabalha na Ala Hospitalar e ajuda vocês quando estão doentes, deve ter curado alguns de vocês. É uma ótima aquisição para aqueles que estão doentes e cansados. – Lee a elogiou e Ginny ficou vermelha.

Ron estava muito orgulhoso de sua irmãzinha então fez o primeiro lance.

- 1 sicle!

- 2 sicles! – Dean falou depois dele. Ron se virou e olhou Dean com um olhar interrogativo. – Ginny me ajudou quando meu nariz sangrou, então achei que seria legal ficar com ela por um dia.

- 3 sicles! – disse Colin. Ron e Dean olharam pra ele – Ei, ela é minha amiga sabiam?

- 4 sicles! – Amy gritou – Só quero um tempo com minha amiga, só isso.

Todos os quatro fizeram uma competição amigável pra ver quem ficava com Ginny.

- 5 sicles!

- 6 sicles!

- 7 sicles!

- 8 sicles!

- 9 sicles!

- 10 sicles!

- 11 sicles!

- 12 sicles!

Foram aumentando um sicle cada um até que alguém os fez parar e olhar.

Draco Malfoy ofereceu 5 galeões por Ginny.

Ginny, Ron, Hermione, Harry, Dean, Colin e Amy todos olharam para Draco, chocados.

Draco olhou de volta especialmente para Ron e sorriu debochado. Um garota ao lado de Draco se inclinou e sussurrou em seu ouvido.

- O que você quer com a Weasel, Malfoy?

- É uma ótima maneira de irritar o Weasley mais velho. – Draco sussurrou de volta. O garoto riu e voltou a sentar.

Enquanto isso Ron, Dean, Colin e Amy estavam se perguntando o que Malfoy estava fazendo.

- Eu não ligo. Malfoy não pode ficar com a Ginny. Ele vai torturá-la ou algo do gênero. – Ron disse.

- É. – Colin concordou.

- Que tal se juntarmos nosso dinheiro e tirar Ginny daquele idiota. – sugeriu Dean.

Todos os quatro aceitaram e colocaram o dinheiro junto.

- 5 galeões e 10 sicles! – Ron gritou.

- 6 galeões! – Draco disse.

Dean, Colin e Amy estavam juntando o dinheiro e depois do lance de Draco, Colin disse a Ron um novo valor.

- 6 galeões e 8 sicles! – Ron disse.

- 7 galeões! – Draco gritou.

Ron estava ficando nervoso a cada minuto. Colin disse a ele um novo valor.

- 7 galeões, 5 sicles!

- 8 galeões!

- 8 galeões e 3 sicles!

- 10 galeões!

Ron estava espumando agora. – Vamos gente, temos mais alguma coisa? Não vou deixar aquele idiota ficar coma minha irmã! – Ron gritou.

Dean, Colin e Amy balançaram as cabeças.

- Nós não temos mais dinheiro, Ron. – Dean disse.

Ron fechou o punho com raiva.

Hermione se inclinou sobre Harry e sussurrou – Harry, por que você não dá um lance pra ver até onde o Malfoy está disposto a ir?

Harry sorriu e assentiu. Lee estava prestes a bater o martelo quando Harry levantou o braço – 12 galeões!

Draco virou a cabeça para olhar pra Harry. Harry sorriu pra ele e mimicou uma mensagem.

- Vamos ver o quanto você está disposto a pagar, Malfoy. – Draco entendeu e sorriu debochadamente.

- 13 galeões! – Draco ofereceu.

- 15 galeões! – Harry falou.

- 17!

- 20!

- 25!

- 30!

- 35!

- 40!

- 50! – Draco gritou.

Harry não respondeu. Olhou para Hermione e sussurrou em seu ouvido.

- Quer que eu continue? Ele está disposto a pagar 50 galeões. Você realmente acha que ele vai fazer alguma coisa ruim?

Hermione estava observando Draco intensamente – Deixe-o ter Ginny. Acho que ela vai ficar bem.

Harry e Hermione sorriram um pro outro.

- Algum lance maior que 50 galeões? – Lee disse. Claro que não tinha nenhum então ele bateu o martelo. – Vendido para o sr. Malfoy por 50 galeões. – e foi o fim do leilão.

Todos estavam se preparando pra sair e Ron agarrou o braço de Harry.

- Ei, por que você não continuou o lance, Harry?

Harry olhou para Ron com culpa – Desculpa Ron, mas o Malfoy só iria aumentar mais e mais, não adiantava. Ele estava decidido a ter a Ginny.

Ron suspirou – É, você tá certo, Harry. Não queria culpar você. Só estou preocupado com o que aquele idiota quer com ela.

Hermione foi até Ron e colocou a mão em seu ombro – Não se preocupe, Ron. Tenho certeza que Ginny pode cuidar de si mesma.

Ron só concordou. Ele então viu Ginny falando com Draco e foi até lá.

Ele puxou Ginny de lado e ficou entre ela o Draco, o encarando. – Malfoy, o que você pensa que está fazendo, dando lances pela minha irmã? – gritou.

Draco só sorriu – Ei, eu só quero ser dono de uma Weasley por um dia, só isso. E eu não estou vendo sua irmã reclamar.

Ron estava prestes a dar um soco nele, mas Ginny o impediu.

- Ron, foi um leilão justo, e nada de mau vai acontecer. Os professores e Hermione podem garantir.

Hermione foi até eles e também ajudou a segurar Ron – É, Ron, vamos para a sala comunal e vou te explicar como isso é seguro.

Ron hesitou e ainda encarava Draco mortalmente, mas acabou indo com os amigos.

Ginny seguiu atrás, mas virou a cabeça para olhar Draco uma última vez. Ela não estava feliz com o que ele fez hoje.

………………………………………………………………………..