Capítulo 28

Ginny estava sentada na sala comunal e resmungava em frustração. Harry e Hermione estavam justos não muito depois de Sirius ter vindo para dar aulas e agora estavam sentados juntos num sofá. Já que o leilão fez sucesso e arrecadou 213 galeões, o que era mais do que suficiente para consertar o teto da escola, eles estavam muito contentes. Isso irritava Ginny porque eles ficaram dando risinhos sem parar. Não pensem mal, Ginny não estava com ciúmes, ela só não gostava de ver o grude que eles ficavam na frente de todo mundo.

E tinha Ron que ficava andando de um lado pro outro na frente dela resmungando xingamentos pro Malfoy e tentando pensar numa maneira de poder matá-lo antes da manhã chegar.

Dean, Colin e Amy também estavam perto e discutiam sobre o que achavam que Draco queria fazer com ela.

Ginny se fartou de tudo e levantou. Ia sair da sala comunal.

- Aonde você vai, Ginny? – Ron perguntou.

- Pra Ala Hospitalar. – disse por cima do ombro.

Ginny ia, de fato, até o quarto de Draco. Ela iria matá-lo por fazer isso com ela. Mas por que ele tinha que ter feito um lance por ela? Se fosse qualquer outro, não seria grande coisa. Mas um Malfoy dando um lance por uma Weasley atraía a atenção de muita gente, e por 50 galeões, com certeza ia ter problemas, não muito pra Draco, mas pra ela.

Ginny recebia olhares de inveja de várias garotas depois do leilão e uma grande bronca de Ron dizendo a ela pra ter cuidado e blá, blá, blá. E tudo era culpa de Draco.

Ela entrou no quarto e jogou o remédio pra ele antes de sentar na cadeira e olhar pra ele com raiva. Draco pareceu não notar a raiva de Ginny e só olhava para ela inocentemente.

- De todas as maneiras que você tinha pra irritar meu irmão, por que você tinha que me usar?

- Por que você sempre pensa o pior de mim, Weasley? – perguntou inocente.

Ginny olhou com mais fúria – Pára de fingir, Malfoy, porque eu sei exatamente por que você fez um lance por mim. Por acaso "É uma ótima maneira de irritar o Weasley mais velho" soa familiar pra você?

Draco deixou o olhar inocente e xingou baixo – Ok, eu disse isso, mas não significa que seja o que eu penso.

Ginny levantou uma sobrancelha desconfiada – Então o que você queria fazendo um lance por mim?

Draco pigarreou inconformado – Ah… porque tenho prova de poções amanhã e eu queria sua ajuda? – disse esperando ser uma boa desculpa.

Ginny só o encarou mais – Você está tentando insultar minha inteligência? Você já é bom o bastante em Poções, não precisa da minha ajuda.

Draco suspirou – Tá bem, então eu comprei você pra irritar teu irmão, mas só porque ele ousou te dizer pra ter cuidado comigo e que era melhor você ficar longe de mim. – terminou nervoso.

- Você me envergonha na frente de toda a escola só por causa de uma coisinha que meu irmão falou? Quantos anos você tem? Seis? – gritou.

Draco ficou na defensiva – Por que toda vez que faço alguma coisa, você diz que eu te envergonho?

- Por que é isso que você faz. Não podia parecer mais óbvio que você me queria, e por 50 galeões! Sabe quantos olhares eu recebi hoje? Sem mencionar os insultos?

- A idéia de comprar num leilão é de comprar pelo maior preço. Não me culpe por comprar você por um preço tão alto, culpe o Potter por ir aumentando. E daí que você recebeu alguns olhares, você não vai morrer por isso.

Ginny só resmungou aborrecida. Ela fechou o punho e respirou fundo.

Draco olhava pra ela estranhamente. Não sabia o que ela estava pensando.

- Ok. – Ginny disse, estranhamente calma – Não posso fazer nada agora, então não adianta discutir. São só 24 horas. Posso lidar com 24 horas sendo vista ao seu lado em público.

- Ei, você faz parecer tortura. – disse se sentindo insultado – Sabe quantas garotas fazem fila só pra passar uma horinha comigo?

- Bem, por que você não deu um lance por elas? – falou com a raiva voltando.

DRaco suspirou – Tá bem, tá bem. Podemos esquecer isso? Prometo que não vou te envergonhar, só quero irritar teu irmão, só isso.

- Tá ótimo. – bufou – Mas eu não vou te ajudar de jeito nenhum. Só vou seguir as regras do leilão.

- Claro. – Draco disse. Ginny saiu de seu quarto.

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Ron, Harry, Hermione e Ginny estavam indo para o Salão Principal para o café da manhã na manhã seguinte quando esbarraram em Draco e sua gangue. Draco e Ron encaravam um ao outro enquanto Harry só olhava para Crabbe e Goyle, e Hermione estava olhando feio para Pansy e Blaise.

Draco uma hora desviou o olhar e sorriu debochado – Venha aqui, pequena Weasley. – fez com a mão para que Ginny fosse até ele – Quero que você me sirva no café. – disse arrogante.

Ron fechou a mandíbula e tinha os punhos fechados. Ginny lentamente foi até Draco e deu a Ron um sorriso reconfortante. Draco pôs uma mão sobre o ombro de Ginny e deu a Ron um sorriso vitorioso. – Não se preocupe, Weasley. Vou cuidar muito bem da sua irmã. – e entrou no salão com Ginny e seu grupo.

Ron estava furioso e ficava cada vez mais vermelho. Harry e Hermione tentavam desesperadamente acalmá-lo e levá-lo até o salão.

Na mesa da Sonserina, Ginny sentou ao lado de Draco enquanto Crabbe e Goyle sentaram do outro lado. Pansy e Blaise sentaram de frente pra eles.

Todos os sonserinos podiam ver como as ações de Draco irritavam Ron e curtiam os olhares que recebiam do outro lado do salão. Ginny se sentiu desconfortável sentada na mesa da Sonserina, mas não estava intimidada por eles.

- Weasley – Draco disse – Acho que quero uvas de café da manhã. Pega umas pra mim. – Draco só ficou sentado no seu lugar esperando ser alimentado.

Ginny suspirou e pegou um cacho de uvas da fruteira. Ela pegou e deu a Draco.

- Toma.

Draco balançou a cabeça – Não gosto da casca – disse casualmente.

Ginny quietamente resmungou e começou a descascar uma uva. Os sonserinos que estavam por perto vendo isso soltaram risinhos e Draco sorriu debochadamente ao ver o olhar de Ron ao ver sua irmã descascando a uva pra ele.

Ginny acabou de descascar e deu a Draco – Toma, sem pele.

Draco só abriu a boca.

- Você só pode estar brincando. – sibilou enquanto segurava a uva.

- Claro que não estou. Você praticamente minha escrava pelas próximas 12 horas, sabia? Por que devo fazer alguma coisa se você pode fazer por mim? – disse e abriu a boca novamente.

Ginny resmungou e colocou a uva na boca de Draco. Os sonserinos riram de novo e Ginny pôde ver que Ron estava furioso. Ela continuou a descascar e alimentar Draco durante o café até faltar só dez minutos para as aulas. Nessa hora não havia muitos alunos no salão. Mesmo Ron, Harry e Hermione tinham saído pois não queriam chegar tarde.

Vendo o salão quase vazio, Draco disse a Ginny que ela podia parar de alimentá-lo.

Ginny suspirou e limpou os dedos num guardanapo. Draco podia dizer que ela estava chateada então pegou uma maçã e começou a descascá-la com seu canivete. Depois deu a maçã à Ginny.

- Toma, você ainda não comeu nada. – disse gentil e ofereceu a maçã a ela.

Ginny fechou a cara e recusou a maçã. Draco olhou pra ela com cara de arrependimento, então ela pegou a maçã e começou a comer. Draco sorriu.

- Olha, Weasley – disse suave – Tive que fazer aquilo para que as pessoas da minha casa saibam porque comprei você no leilão. Ajudaria a diminuir a atenção sobre você porque eles sabem que você é minha única ferramenta para irritar seu irmão.

Ginny pensou por um tempo e aliviou sua expressão – Ok, eu entendo.

- Bom. – disse e se levantou – É melhor a gente ir indo ou chegaremos atrasados para Transfiguração. Mesmo que eu não ligue, uma McGonagall irritada não é como eu quero começar minha manhã.

Ginny assentiu e se levantou também. Draco pegou seu livros e jogou nas mãos de Ginny. Ginny estava prestes a desabar, mas Draco fez um feitiço para que os livros não pesassem quase nada.

Ele se inclinou e sussurrou no ouvido dela – Devemos manter as aparências, mas eu nunca faria uma dama carregar livros pesados.

Ginny enrubesceu pela atenção de Draco para com ela e sorriu. Eles então foram para a aula.

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Chegaram à aula justo a tempo e sentaram numa mesa longe de onde Hermione estava sentada. Havia sussurros de como Draco estava tratando Ginny como uma empregada, primeiro servindo comida na boca dele e agora carregando seus livros. Os sonserinos estavam vibrando por Draco enquanto os grifinórios sentiam pena de Ginny. Lufa-lufas e corvinais permaneciam neutros.

Hermione olhava Ginny quando ela entrou na sala e colocou os livros na mesa. Ela pôde ver que um feitiço foi feito para que os livros ficassem mais leves e sorriu – Acho que Malfoy não é tão cruel quanto pensei.

- Muito bem, turma. – McGonagall disse – Hoje vocês irão transformar uma matéria de um estado em outro. Em outras palavras, transformar líquido em sólido e vice-versa. Por favor peguem o que precisem e repitam comigo.

Draco se inclinou na cadeira e esperou por Ginny pegar todo o material que precisaria pra essa aula. Depois que ela fez isso, Ginny sentou quieta com Draco e escutou a professora ensinar a eles o encantamento para fazer a transformação.

McGonagall tinha terminado de falar e deixou seus alunos praticarem sozinhos. Draco segurava sua varinha e se concentrava enquanto Ginny estava entediada. A professora foi até ela e sorriu para a mesma. Ginny olhou para a professora e sorriu de volta.

- Srta. Weasley, talvez você possa tentar fazer essa aula. Tenho certeza que o Sr. Malfoy não iria se importar. – e saiu.

Ginny olhou pra Draco e ele sacudiu os ombros – Vai, eu não ligo. – disse voltou ao que estava fazendo.

Ginny não tinha mais nada pra fazer então pegou a varinha e pensou em transformar um pedaço de pergaminho numa poça d´água. Ela repetiu o que McGonagall disse e se concentrou bem, mas nada aconteceu. Estava ficando frustrada, desistiu e se jogou pra trás na cadeira.

- Desistindo tão facilmente, Weasley? – Draco implicou no meio de sua transformação de uma xícara de suco em algo sólido.

Ginny bufou e cruzou os braços – É muito difícil, vou aprender isso ano que vem mesmo, não tem porque ter pressa.

Draco balançou a cabeça e virou para encará-la ao pegar sua mão que segurava a varinha e posicionou certo para ela – Seus movimentos com a mão estão errados, só isso. – disse com tom de professor – Tente agora, e lembre de sacudir um pouco mais.

Ginny assentiu e tentou de novo. Ela bateu no pergaminho e sacudiu a varinha enquanto dizia o encantamento. Que se transformou numa poça d´água. Ginny sorriu abertamente e olhou pra Draco pra ver se ele viu que ela conseguira.

Draco olhou rapidamente e disse – Bom. – sem importância, mas Ginny pôde ver que o canto de sua boca estar curvado pra cima.

Este dia pode não ser tão ruim assim, afinal. – ela pensou.

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A próxima aula era de Artimancia e Hermione e Harry estavam nessa aula. Novamente Draco entrou na sala com Ginny atrás carregando seus livros 'pesados'. Draco sentou lá atrás enquanto que Harry e Hermione sentaram na frente.

Draco estava sentado relaxado na cadeira enquanto Ginny copiava todas as anotações e perguntas que precisavam fazer. Ginny cutucou Draco para acordá-lo quando estava perto do fim da aula e ele se assustou, causando que toda a sala virasse e olhasse pra ele.

Ginny ficou vermelha e abaixou a cabeça – O que vocês estão olhando? – Draco rebateu e todos voltaram a olhar pra frente.

Draco e Ginny foram os últimos a saírem da sala e Draco bocejava enquanto iam para o Salão para comer algo.

Draco se espreguiçava enquanto andavam e falou – É legal ter uma escrava. Não tenho que escrever as anotações chatas das aulas o que dá tempo pra eu dormir.

Ginny murmurou – Eu poderia ter anotado tudo errado pra você aprender as coisas erradas. – disse arrogante.

Draco riu – Ah, claro, você não teria coragem.

- E por que não? – Ginny perguntou um pouco ofendida.

Draco sorriu pra ela – Porque você não é esse tipo de pessoa.

Ginny não sabia o que responder então deixou pra lá e voltou a andar em silêncio.

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Depois de comerem algo, Draco tinha aula dupla de treinamento para Auror com Harry e Sirius. Ginny estava muito excitada e sorria durante todo o percurso até a velha sala que usavam.

Entraram e viram Sirius já lá dentro esperando por eles, mas Harry ainda não tinha chegado.

- Olá, Ginny, Draco – cumprimentou.

Draco deu um simples "Oi" e sentou numa cadeira.

Ginny estava mais empolgada e sorria – Oi, Sirius. – disse animada – O que você vai ensinar hoje? Alguma coisa que eu possa participar?

- Você vai ter que esperar pra ver. – disse misterioso.

Harry entrou na sala e saudou a todos.

- Tudo bem, agora que estamos todos aqui – começou – Hoje faremos feitiços fortes de chamamento. Esses feitiços permitem que vocês chamem objetos muito grandes, que estão a uma curta distância, até vocês.

A aula dupla era um saco para Ginny. Mesmo que eles tenham ido pra fora do castelo, para ter mais espaço para praticarem, tudo que ela fez foi ficar sentada olhando.

Sirius deixou Harry e Draco tentando trazer grandes pedras até eles e foi sentar ao lado de Ginny.

Os dois sentaram em silêncio observando Harry e Draco tentar fazer as pedras moverem, mas elas ainda não se moviam um milímetro.

- Quanto tempo vai demorar para eles conseguirem fazer as pedras se movimentarem? – perguntou cansada.

- Não sei – respondeu – Depende da pessoa. Alguns demoram dias, outros, meses.

Ginny suspirou – Isso significa que vou ficar aqui pelo resto da aula olhando eles apontarem as varinhas para aquelas pedras.

Sirius riu – Bem vinda ao meu mundo – disse e Ginny também riu.

Ginny via que Draco se concentrava bastante pois suas sobrancelhas estavam quase juntas e sua testa franzida. Por favor, faz ele conseguir, faz ele conseguir. – ela repetia em sua mente.

O pedregulho se mexeu um pouco e Ginny prendeu a respiração. A pedra sacudiu mais e Draco começava a sorrir. Ele ia conseguir fazer a pedra vir até ele.

Mas parou. Draco perdeu o sorriso e voltou a franzir a testa enquanto Ginny suspirava em desapontamento. Ela ficou sentada vendo ele tentar de novo.

- Ele é um bom garoto. – Sirius disse de repente.

- Hã? – ela disse. Não ouviu Sirius pois estava concentrada em Draco.

- Eu disse que Draco é um bom garoto. Uma vez que você o conhece, claro. E é muito talentoso também.

Ginny concordou e sorriu – Ele é, não é? – disse orgulhosa e voltou a observá-lo.

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Depois veio o almoço e Ginny de novo sentava ao lado de Draco cortando a comida pra ele. Ele não pediu para ela dar na boca dele, porque ele viu que não daria tempo pra ela comer.

Quase todos os sonserinos ignoravam Ginny enquanto ela comia silenciosamente e ela estava grata por isso. O plano de Draco funcionou e ninguém reparava nela a não ser que estivesse fazendo alguma coisa óbvia para Draco e atraindo a atenção da Grifinória. Draco falava com algum outro sonserino do sétimo ano e não prestava atenção em Ginny, então ela estava observando as pessoas a sua volta.

Posso ver se consigo descobrir alguns segredos. – pensou. Ela então 'acidentalmente' deixou a faca cair no chão e foi pra debaixo da mesa para pegá-la. Enquanto estava debaixo da mesa, colou alguns pergaminhos especiais debaixo de algumas pessoas populares para ver o que estavam dizendo ou planejavam fazer.

Draco notou que Ginny tinha ido pra debaixo da mesa pra pegar sua faca, mas achou estranho o tempo que estava demorando. Ele baixou a cabeça e viu ela colando pergaminhos debaixo da mesa.

Balançou a cabeça – Ela nunca pára, não é? – pensou triste.

Ginny finalmente 'pegou' sua faca e sentou de volta na cadeira. Notou que Draco não sentava do lado dela e já estava de pé esperando por ela. Rapidamente se levantou e parou ao lado dele segurando seus livros.

- Vamos indo, Weasley. – disse e começou a andar.

Ginny seguiu logo atrás.

Ginny estava temendo a aula de Poções porque era a única que só duas casas aprendiam juntas. As turmas permaneciam as mesmas desde o primeiro ano. Isso significava que Grifinória e Sonserina tinham aula juntas.

Draco sentou no seu lugar de sempre no lado direito da sala enquanto Ron, Hermione e Harry sentaram-se à mesa ao lado.

Draco lançou a Ron um olhar de 'eu-sou-superior-a-você' antes de sentar com Ginny ao lado dele. Ela não queria olhar o irmão e seus companheiros de casa então começou a pegar o material de Draco.

Ron não estava feliz com o que estava vendo e tinha os punhos fechados e os dentes rangendo.

- Ron – Hermione tentava aclamá-lo – Ginny só está ajudando ele a copiar as anotações e coisas do tipo. É normal, um monte de alunos que compraram as pessoas estão pedindo ajuda nas aulas. Nada de mau vai acontecer. – assegurou.

Ron conseguiu se acalmar um pouco, mas ainda encarava Draco de cara feia. Draco não deixou de reparar nos olhares de Ron e estava adorando tudo aquilo.

- Ei, Weasley – disse a Ron – Eu sei que sou gostoso, mas você não precisa ficar me olhando o dia todo.

Todos os sonserinos gargalharam e Ron virou seu rosto vermelho pro outro lado.

- Isso vai fazer ele para de encarar. – Draco sussurrou pra Ginny e ela sorriu secretamente.

Snape entrou na sala e todos dirigiram sua atenção a ele. Escreveu as poções que os alunos estariam fazendo hoje no quadro e disse para que esteja tudo pronto no fim da aula ou teriam uma semana de detenção. Teriam que trabalhar em dupla e já que Snape conhecia as habilidades de Ginny, deixou que ela fosse a dupla de Draco.

A poção era bem difícil, mas se você se concentrasse seria possível terminá-la. Draco já era bom em poções e com a ajuda de Ginny sabia que seria ainda melhor.

Todo mundo estava preocupado com sua própria poção para notar que Draco e Ginny estavam se dando bem juntos. Eles dividiram o trabalho, isso ajudaria na eficiência e Snape sentou observando seus alunos. Enquanto Draco estava encarregado de pegar os ingredientes, Ginny ficou na mesa cortando-os do tamanho certo e separando os montinhos certos. Depois que todos os ingredientes foram preparados e colocados em pratos separados, Draco pegou um caldeirão e fervia um pouco de água.

Enquanto esperavam a água ferver, Ginny sentou e copiou a poção num pergaminho para Draco usar depois. Quando a água ferveu, Draco chamou Ginny para ajudá-lo. Apesar de ser capaz de fazer sozinho, sentiu vontade de fazer isso com ela. Parecia ser mais divertido.

- Agora o próximo é o olho de guaxinim – Ginny disse e Draco colocou o olho de guaxinim.

- Quando isso afundar até o fundo adicionamos o carvalho seco e está feito. – Ginny disse feliz.

Draco esperou o olho afundar e colocou o carvalho seco. A poção começou a borbulhar rapidamente e saiu um pouco de fumaça. Draco pegou uma concha e pôs um pouco da poção num frasco. Examinou e assentiu em aprovação. Mostrou pra Ginny e esta sorriu.

- Acabamos! – disse excitada.

- É acabamos, e antes que todo mundo também.

Snape foi até eles e olhou para a poção deles. Ele só assentiu e se virou para ver o resto dos alunos. – Vocês também têm que responder todas as perguntas do quadro e me entregarem até o fim do dia. – disse pro resto da classe.

Snape saiu enquanto todos reclamaram. Todos exceto Draco, que estava sentado respondendo as perguntas com a ajuda de Ginny.

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Quando o sinal tocou, anunciando o fim da aula, só duas pessoas estavam prontas pra sair, enquanto a maioria ainda terminava sua poção ou de responder as perguntas. Draco estava radiante porque foi capaz de terminar a poção e perguntas hoje. Ele não tinha certeza se conseguiria responder todas as perguntas sem a ajuda de Ginny, mas nunca iria dizer isso a ela.

- Vamos guardar esses livros no meu quarto. – Draco disse a Ginny.

Ela só concordou e o seguiu. Logo que entraram no quarto, Draco pegou os livros da mão de Ginny e os colocou na mesa.

- O que a gente faz agora? – ela perguntou.

Draco levantou a sobrancelha e sorriu debochado – O que você quer fazer? – perguntou sugestivo.

Ginny sorriu. Ela sabia que ele não faria nada com ela e só estava brincando.

- Que tal nós irmos pegar o meu dever? – ela sugeriu.

Draco franziu a testa – Supõem-se que você seja minha escrava e não o oposto.

Ginny suspirou – Nós não temos mais nada pra fazer. E se você realmente não quer vir, eu irei sozinha – Ginny começou a sair, mas Draco correu até ela.

- Tudo bem, mas só porque você tem que ficar comigo até às 9 da noite e isso eu posso fazer num piscar de olhos. – disse casual.

Ginny sorriu secretamente das desculpas que ele arranjou, mas ainda estava feliz que ele a estava acompanhando.

Na hora que eles pegaram todos os deveres de Ginny já era hora da janta, então Draco e Ginny foram para o Salão Principal.

Draco se serviu sozinho e Ginny pôde curtir seu jantar e comer despreocupadamente. Muitos sonserinos do sétimo ano estavam fazendo o trabalho do Snape enquanto comiam e Draco sorriu debochado pra eles.

Ginny terminou sua janta e puxou a manga de Draco para chamar sua atenção.

- Tenho que ir para a Ala Hospitalar – disse baixinho – Posso ir sozinha ou você tem que ir comigo?

Draco pegou um guardanapo e limpou a boca – Vou com você. – disse – Eles não têm tempo pra mim, afinal. – Ele mostrou seus amigos que estavam fazendo dever.

Eles se levantaram e saíram para a enfermaria. Entraram e Madame Pomfrey os saudou.

- Boa noite, Madame – Ginny disse educada.

- Olá, Ginny, como foi seu dia? – Madame Pomfrey perguntou e olhou pra Draco que tinha se sentado para esperar.

Ginny sorriu – Foi bem interessante. – respondeu.

Madame Pomfrey assentiu e voltou ao seu escritório.

Ginny foi até os fundos da sala e pegou os ingredientes para fazer o remédio de Draco. Ela estava no meio da poção quando Draco entrou no quartinho e parou ao lado dela.

- Isso é pra mim?

- É. – respondeu e pôs mais alguns ingredientes. A poção borbulhou e parou. Ginny colocou a poção num frasco e deu a Draco.

- Aqui está. – disse e esperou que ele bebesse, mas ele não o fez.

- Bebo isso depois. – disse respondendo seu olhar confuso. – Você quer dar um pulo lá fora? – fez menção aos jardins da escola.

- Claro. – disse o acompanhando pelo corredor até a saída do castelo.

Ficaram sentados na escada que dava pra entrada do castelo. Ficaram quietos por um tempo antes de Ginny começar a rir levemente.

Draco olhou pra ela com o rosto interrogativo – O que é tão engraçado?

Ginny balançou a cabeça – Nada demais – disse casualmente – É só estranho como eu não tenho que ter uma desculpa para estar sentada aqui com você. Por um dia, tenho permissão de estar perto de você sem ter que responder perguntas.

Draco também riu um pouco ao que ela disse – É, e depois de amanhã você vai ter que voltar a ficar com o Time dos Sonhos e vou ter que fazer minhas poções com um idiota de novo.

Ginny sorriu – Terminar antes dos outros é muito bom, não é?

- É, mas não sem você. – Draco disse e tapou a boca coma mão.

Não era pra você falar isso alto! Seu idiota. O que ela vai pensar agora?

Ginny ficou chocada por alguns segundos, mas sorriu e tirou a mão de Draco da boca do mesmo. – Não se preocupe, Malfoy. Eu sei o que você quis dizer, não vou pensar mal.

- Você sabe? – perguntou surpreso. – O que eu quis dizer, afinal?

- Sei. – respondeu – Você quis dizer que sem a minha ajuda você não seria capaz de terminar primeiro.

- Ei, eu podia muito bem ter feito aquela poção sozinho. – disse na defensiva.

Ginny riu pela reação séria dele. Draco viu que ela estava brincando com ele, então ele relaxou e também riu.

O riso morreu e eles sentaram em silêncio de novo.

- Você quer ir pra Hogsmeade comigo amanhã? – Draco perguntou de repente.

O coração de Ginny quase pulou do peito e ela olhou pra Draco. – Ele está me chamando pra sair? – Ela se perguntou esperançosa – Não. Você deve ficar com ele por 12 horas amanhã, lembra?

- Eu não tenho que ir aonde você for de qualquer jeito?

- Tem, mas eu pensei que seria educado eu perguntar. Só isso. – disse hesitante.

- Ah, então, é... Claro. Vou com você pra Hogsmeade.

- Muito bem. Vou... é… esperar por você na saída do retrato da Grifinória. – disse nervoso.

- Ok. – Ginny conseguiu falar.

Houve silêncio enquanto Ginny acalmava seu coração que batia rapidamente e Draco apertava as mãos tentando ficar menos nervoso.

Ginny olhou seu relógio e viu que eram 21:30h. Ela queria ficar ali pra sempre, mas sabia que seria estranho se alguém os visse agora que não era para estarem juntos mais, então Ginny se forçou a dizer.

- Malfoy, são 21:30h agora – disse triste.

Draco pegou seu relógio de bolso e viu a hora – É verdade. O tempo voou, não foi?

- É, foi. – Ginny disse suave. – Tenho que voltar. – e se levantou.

Draco também se levantou – Te espero em frente ao retrato da Mulher Gorda. – disse.

Ginny concordou e saiu logo. Draco também voltou pro seu quarto.

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