Capítulo 30
Ginny estava sentada em seu escritório e pra sua desgraça esperando por Felicity Lateris. Ela tinha recebido uma carta de Felicity que requisitava uma reunião com a Fonte para discutir alguns negócios. Ginny estava sentava atrás de sua mesa quando a porta do escritório abriu e entrou Felicity.
Ela andou até a mesa e sentou numa cadeira em frente a Ginny.
- O que posso fazer por você, Lateris? – Ginny perguntou na sua voz rouca.
Felicity sorriu. Ela tinha tido uma experiência ruim com a Fonte da última vez. Mas desde que lhe disseram que ela era a melhor, quis usá-la novamente.
- Quero algumas informações detalhadas de alguém.
- Vá direto ao ponto, Lateris. – disse um pouco irritada.
- Quero informações de Ginny Weasley.
Ginny estava muito surpresa. Mas anos de negócios a treinaram para permanecer calma durante quase todas as situações. Ela pensou rápido em como ia lidar com isso e também se proteger ao mesmo tempo.
- Claro. – respondeu – Alguma coisa específica que queira saber?
- Sim. – disse desesperada – Além do geral, quero saber o que ela tem a ver com Draco Malfoy.
Ginny levantou a sobrancelha atrás da máscara. – Pelo que sei, – disse – ela não tem ligação alguma com Malfoy fora a conhecida disputa Weasley-Malfoy.
Felicity sorriu sarcástica – Eu sei que tem mais coisa aí. E não me diga que não me pode dar a informação. Tenho certeza que os Weasley não podem pagar pelo sigilo. Então significa que as informações sobre eles não são protegidas. Estou esperando uma boa resposta. – disse esnobe.
Ginny estava muito irritada pelo tom que Felicity usava, por isso não pensou ao responder.
- Bem, se ela realmente tiver qualquer relação com Draco Malfoy, então o pagamento dele também protegeria esta informação e eu não poderia dá-la a você. – disse arrogante.
Felicity sorriu de novo – Então você quer dizer que h alguma coisa entre a garota Weasley e Malfoy?
O punho de Ginny fechou e ela se chutou mentalmente pelo seu erro, mas o corrigiu logo. – Não. Não estou querendo dizer nada. Você receberá o relatório em alguns dias.
- Bom. – Felicity disse e colocou alguns galeões na mesa antes de sair.
Depois que ela saiu, Ginny deu um soco na mesa e xingou – Maldita Felicity Lateris. Ela significa problema e tenho que dar um jeito nela antes que ela faça alguma coisa. Acho que uma averiguação mais profunda no histórico dessa garota é necessária.
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Levaria tempo para que as fontes de Ginny descobrissem mais sobre o passado de Felicity, por enquanto, nesse meio tempo, Ginny deu a Felicity o mínimo de informação que podia sobre ela mesma.
Todas as coisas normais sobre ela mesma, como história familiar, amigos e hobbies que ela podia contar a Felicity sem preocupações. Ginny obviamente deixou de lado o fato dela ser Fonte e se gostar de Draco. Nenhuma alma viva poderia saber sobre isso, além de Hermione e Sirius, e especialmente a Felicity nunca poderia saber.
Felicity aceitou a informação, mas não estava muito feliz com isso e voltou para gritar com a Fonte. Ginny conseguiu convencê-la que realmente não havia ligação entre ela e Draco, então Felicity teve que aceitar.
Ginny estava sentada no quarto de Draco pensando no problema que Felicity pode vir a se tornar. Sua fonte externa ainda não havia entrado em contato e ela não tinha o histórico de Felicity. Ginny tinha um mau pressentimento sobre ela. Mesmo que Felicity tenha um diário, Ginny não achava que aquilo era de muita informação sobre seu passado.
Draco já observava Ginny por um tempo e imaginava no que ela estava pensando.
- Ei, Weasley.
Isso chamou a atenção de Ginny e ela voltou de seu transe.
- Oi. – disse meio confusa ainda.
Draco sacudiu a cabeça – O que está acontecendo nessa sua pequena mente? – perguntou curioso.
Ginny sorriu – Minha mente não é pequena. – disse – E o que acontece com ela não é da sua conta. – e voltou aos seus livros.
Draco a deixou sozinha por um tempo e depois falou de novo – Acho que devo te comunicar que não vou estar na escola neste fim de semana.
Ginny olhou pra Draco curiosa, mas depois assentiu com a cabeça entendendo – Você tem de ir para a sua corrida anual de Dragões, não é?
Draco assentiu.
- Deve ser excitante. – Ginny disse entusiasmada.
- Pode se dizer que sim. – Draco disse enquanto sorria – Você já esteve em uma?
Ginny balançou a cabeça – Mas ouvi muita coisa sobre ela do Charlie. Parece interessante, mas perigoso também. – disse preocupada – Tem certeza que será seguro?
Draco assentiu – Não se preocupe, Weasley – disse confiante – Tenho treinado com Dragões desde os meus seis anos, também tenho corrido por alguns anos já...
- Eu sei, eu sei. – interrompeu – E você sabe muito bem como se proteger. Mas não se pode ser sempre precavido. – e ela olhou pra ele de um jeito que ele não pôde discutir com ela. Ao invés disso teve uma idéia.
- Por que você não vem comigo? – perguntou de repente.
- O que? – disse surpresa.
- Eu disse pra vir comigo. – repetiu.
- Eu sei o que você disse, mas... eu... nós...
- Então, isso é um sim, você vem? – disse esperançoso.
- Não. – respondeu – Quero dizer, não posso. Tenho aula e tudo mais. E ainda o que eu diria às pessoas?
- Só diga que você vai pro São Mungo's fazer uma experiência de trabalho. – disse com esperança. Ele estava realmente gostando da idéia de Ginny ir vê-lo correndo.
- Isso é só pra enganar os alunos. O que vou dizer ao Professor Dumbledore? E à Madame Pomfrey? E os outros professores? Eles não acreditariam nessa mentira e descobririam a verdade e aí? A escola inteira descobriria e aí seria um desastre!
- Acalme-se Weasley. – disse exasperado – Você sempre se preocupa tanto assim? – disse enquanto sorria de soslaio pra ela.
Ginny olhou com raiva pra ele – Claro que me preocupo. Sabe quanto problema vai causar se espalhassem que nós...
Ginny não conseguiu terminar porque Draco tapou sua boca com a mão.
- Shhh Weasley – falou calmo – Se eu conseguir arranjar isso pra você, você vem comigo?
- Como você pode conseguir arranjar isso? – protestou – O que você vai fazer, o que vai dizer, com quem você...
De novo Draco a calou. – Só deixe as coisas complicadas comigo e prometo que vou achar uma boa desculpa pra você – disse confiante – Agora responda minha pergunta. Você quer vir pra corrida de Dragões comigo?
Ginny pôde ver que estava muito esperançoso e não podia dizer não a ele e desapontá-lo. E ainda ela nunca tinha visto uma corrida de Dragões antes e esta seria uma experiência maravilhosa.
Ginny deu a braço a torcer e concordou – Seria um prazer. – falou sorrindo.
Draco também sorriu – Tudo bem, vou arrumar isso o mais rápido possível.
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Bem cedinho a manhã seguinte, Draco acordou e correu até o escritório de Dumbledore. Ele sabia que o diretor se levantava cedo, então quando chegou até a estátua encontrou Dumbledore indo em direção a sua sala.
- Professor – chamou Draco.
Dumbledore se virou e sorriu pra Draco – Bom dia, Draco. Você levantou cedo esta manhã. – falou animado.
- Bom dia, professor – saudou. Apesar de estar impaciente não significava que iria esquecer suas maneiras. – Eu gostaria de discutir algumas coisas com o senhor.
- Muito bem. – respondeu – Iremos ao meu escritório, então.
Draco sentava em frente a Dumbledore e esperava seu diretor sentar depois de pegar uma xícara de chá. Finalmente Dumbledore sentou-se e Draco estava impaciente pra começar.
- Professor – começou – Você sabe que eu tenho a corrida anual de Dragões este final de semana.
- Sim. – disse um pouco excitado.
- Bem, estava pensando se eu posso levar alguém da escola comigo.
Os olhos de Dumbledore brilhavam e um sorriso se formou em sua boca.
- Posso perguntar quem é essa pessoa?
- É... – foi a única coisa que Draco disse, ele tentava desesperadamente evitar responder essa pergunta. Ele sabia que precisava da permissão do diretor pra tirar qualquer pessoa da escola, mas ao mesmo tempo ele não queria que ninguém soubesse que ele estava levando Ginny a um evento bruxo mundialmente conhecido. Essas Corridas de Dragões são como as olimpíadas trouxas, mas ainda mais emocionantes porque apenas um número limitado de pessoas tinha permissão para ir e os ingressos custavam uma fortuna.
Dumbledore notou o desconforto de Draco e seu sorriso aumentou.
- Muito bem, Draco. – disse e a atenção de Draco voltou para o diretor – Darei permissão para levar um aluno de Hogwarts à Corrida de Dragões. Mas só um aluno.
Draco imediatamente sorriu e estava muito excitado – Obrigado professor. – disse muito animado e se encaminhou até a porta.
- Mas Draco – Dumbledore disse fazendo Draco parar e virar-se para olhá-lo. – Eu tomaria muito cuidado para não deixar os grifinórios saberem disso. Especialmente o irmão da srta. Weasley. Não gostaria que acontecesse nenhum problema por causa dessa permissão especial que te dei.
Draco estava no mínimo surpreso, mas ainda foi capaz de concordar coma cabeça – Serei cauteloso, senhor. – e saiu, mais uma vez surpreso com seu diretor.
Dumbledore sorriu consigo mesmo. Nada acontece nessa escola sem seu conhecimento. Especialmente algo tão grande como a Fonte, cujo conhecimento seria capaz de arruinar a vida de alguns estudantes. Mas Dumbledore tinha fé em Ginny que ela nunca iria fazer uma coisa tão drástica.
Fawkes voou até o ombro de Dumbledore e cantou.
- Parece que nossa pequena Ginny cresceu. – Dumbledore disse para o pássaro e afagou suas penas.
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Mais tarde, Madame Pomfrey foi falar com Ginny e disse que Dumbledore tinha achado uma boa oportunidade pra ela de ter mais treinamento. Ginny estava curiosa do por que isso de repente, mas Madame Pomfrey explicou que aconteceria este fim de semana e que ela deveria ir à sala de Dumbledore no sábado de manhã, ela sabia que devia ter algo a ver com Draco e a corrida de Dragões.
Ginny só prosseguiu com a história e disse a todos seus amigos que ela estava indo a mais um treinamento este final de semana. Ninguém suspeitou de nada, o que não surpreendeu muito a Ginny. Qualquer coisa que Dumbledore organizasse nunca seria suspeita.
Naquela noite quando Ginny foi ao quarto de Draco, ele explicou a ela o que Dumbledore tinha dito e enquanto Draco disse o quanto estava surpreso que Dumbledore sabia que era ela de quem Draco falava, Ginny não estava nem um pouco surpresa. Ela sabia que Dumbledore era muito bem informado e também sabia que ela sabia que ela era a Fonte.
Ginny conseguiu fazer com que Draco parasse de se preocupar em como Dumbledore sabia tudo e disse a ele para se concentrar na corrida. Ginny também parou de se preocupar porque tinha uma boa desculpa para ir agora e estava muito excitada a ir num evento tão maravilhoso.
Sábado de manhã chegou rápido e Ginny já estava na sala de Dumbledore esperando pela chegada de Draco. Quando este chegou, viu que Ginny já estava lá e acariciava Fawkes.
- Desculpe o atraso.
- Claro que não, Draco. – Dumbledore disse ao se levantar.
- Eu cheguei cedo. – Ginny falou e foi ficar ao lado de Draco.
Dumbledore indicou uma pequena estátua de metal de uma gárgula que estava encima de sua mesa e falou.
- Essa é a chave de portal que levará vocês à corrida. Tenho certeza que sabem como uma chave de portal funciona, então não vou explicar. Boa sorte na corrida Draco e espero que se divirta Ginny.
Draco e Ginny agradeceram Dumbledore antes de tocar a estátua e desaparecerem.
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Ginny abriu os olhos quando sentiu a chão sob seus pés e viu um cenário lindo a sua frente.
Ela estava parada na margem de uma rua empoeirada enquanto havia movimento em volta dela. A rua parecia alguma rua de algum lugar da Itália e havia lojas em todo lugar e pessoas andando e conversando. Havia carroças que se moviam sem serem puxadas por nada e algumas pessoas fazendo mágicas no meio da rua. Ginny chegou a conclusão que estava na parte mágica da Itália.
Ela foi tirada de seus pensamentos quando Draco puxou seu braço – Vem Weasley, ou nos atrasamos.
Draco segurava seu pulso e a puxava e Ginny o seguia enquanto ele zigue-zagueava entre as pessoas como uma verdadeira cobra.
Depois de alguns minutos, eles pararam na frente de um redondo e grande estádio. Ginny olhou pra cima com admiração, mas Draco a puxou por uma porta e ela não pôde mais apreciar a construção. Os guardas assentiram para Draco enquanto este guiava Ginny pra dentro e pela primeira vez em tempos ela não sabia pra onde ir.
- Draco – uma voz chamou por trás deles.
Ele parou e se virou rápido. Uma mulher com uns vinte e poucos anos corria até eles e Draco suspirou aliviado.
- Francesca – disse – Procurei você por toda parte.
- Eu também. – Francesca disse com um forte sotaque italiano. Ginny olhou pra mulher e a analisou. Ela tinha uma corpo bem torneado, um rosto bonito e cabelos castanhos presos num rabo-de-cavalo. Usava botas marrons, short bege com um cinto grosso e uma camiseta marrom clara. Parecia que estava vestida para uma caçada, mas isso não interferia com a beleza que emitia.
- É melhor você correr, Draco – disse e isso tirou Ginny da sua análise.
- É melhor mesmo. – Draco falou com pressa. Estava prestes a correr quando se lembrou de Ginny. – Quase me esqueci. Francesca, esta é Virginia Weasley, ela é uma das minhas convidadas. Você pode cuidar dela pra mim?
- Claro. – disse e sorriu pra Ginny. Ginny sorriu de volta.
- Otimo. As verei depois então. – gritou enquanto corria.
- Boa sorte – Ginny gritou pra ele.
- Não vou precisar de sorte. – falou por cima do ombro e desapareceu no meio da multidão enquanto Ginny sorria à arrogância dele.
- Virginia Weasley, né? – Francesca falou chamando a atenção de Ginny.
Ela virou e sorriu pra mulher – Você pode me chamar de Ginny.
- Ok, Ginny. – disse sorrindo. – Meu nome é Francesca Capadino e sou a treinadora de dragões de Draco bem como sua personal trainer. Venha comigo e vou te preparar pra corrida.
Ginny seguiu Francesca enquanto ela caminhava na direção oposta a que Draco foi.
- O que você quer dizer com me preparar?
- Não precisa se preocupar – tranqüilizou Francesca – só quero dizer que você vai ter que trocar seu uniforme escolar. Eles não são muito boas de usar com o calor que faz aqui.
- Ah. Tá bom, então. – Ginny disse e seguiu Francesca. Elas chegaram a uma porta que Francesca abriu e entraram. O quarto era decorado em tons de marfim e ouro em um estilo europeu de luxo. Havia detalhes encravados na parede que iam do chão ao teto e também cortinas de seda decorativas.
Francesca pegou um vestido que estava numa cadeira e deu a Ginny. Draco tinha dito que ia trazer uma convidada então ela já tinha escolhido um vestido pra ela.
- Você pode colocar este, será mais confortável e você não vai se sentir deslocada tanto quanto sentiria com seu uniforme.
Ginny agradeceu e foi se trocar atrás de um biombo.
Francesca sorriu da timidez de Ginny. Todas as garotas que conhecia não tinham vergonha de mostrar seus corpos às outras garotas.
Francesca também trocou de roupa e colocou uma calça bege e uma camiseta larga mesclada. Terminou por colocar suas botas e um cinto por cima da camiseta.
Ginny saiu detrás do biombo e Francesca estava surpresa. Ginny usava um vestido branco longo com decote em V que ia até seu tornozelo e sandálias.
Francesca sorriu devido ao olhar nervoso de Ginny – Você está linda, Ginny.
- Obrigada. – disse sem graça.
- Vem cá, vamos ver se posso fazer alguma coisa nesse seu lindo cabelo.
Ginny andou até Francesca e sentou numa cadeira. Francesca pegou a varinha e fez um feitiço em seu cabelo. Ginny acabou com o cabelo um pouco encaracolado, com uma parte presa num coque com gravetos em volta dando um visual básico e o resto caía pelas costas.
Francesca olhou pra Ginny e sorriu – Vamos. Melhor eu te levar pro camarote pra você ver o Draco.
Ginny subiu um lance de escada e no topo havia uma plataforma com somente dois lugares e uma mesa cheia de frutas e bebidas. Ginny e Francesca sentaram cada uma em uma cadeira até que Francesca gritou.
- Ali. – disse e apontou.
Ginny se inclinou na cadeira para poder olhar pra baixo e viu Draco. Ele estava parado ali com alguns outros homens e estava vestido com botas, calça de couro marrom e uma camiseta justa que mostrava seu torso. Ginny sorriu à figura de deus grego que Draco parecia e suspirou.
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O estádio onde Draco estava tinha o formato oval e os muros do estádio eram de pedra. Os muros possuíam metros e metros de comprimento e eram onde a platéia podia sentar e olhar a corrida.
Draco olhou pra cima procurando pelo camarote que tinha reservado e quando o achou, viu o rosto sorridente de Ginny olhando pra ele. Seus olhos se encararam e ele acenou. – Tenha cuidado - Ginny falou só movendo os lábios e Draco assentiu.
Ginny sentou em sua cadeira e olhou Francesca. Ela estava sentada relaxada e comendo uvas.
- Meu irmão é um treinador de dragões também.
Francesca sorriu – O nome dele é Charlie. Charlie Weasley?
- É, é ele, você conhece?
- Conheço, já trabalhei com ele algumas vezes. – respondeu feliz – Ele é um treinador de dragões muito talentoso e muito bonito também.
Ginny sorriu, estava muito orgulhosa do irmão.
- Você já veio a uma corrida de Dragões antes?
Ginny sacudiu a cabeça – Não. Acho que foi por isso que Mal... quer dizer Draco me trouxe hoje.
Francesca sorriu – Muitas pessoas nunca viram uma corrida de Dragões antes, mas Draco não as trouxe.
Ginny estava confusa com o que Francesca tentava dizer e olhou-a intrigada.
Francesca notou e começou a explicar o que quis dizer – Draco tem vindo ver essas corridas desde os seis anos. Ele começou a correr três anos atrás, mas além dos pais, ele nunca trouxe ninguém mais pra ver antes. Você deve ser uma namorada muito especial se ele te trouxe a esta corrida.
- Não sou sua namorada. – foi a resposta imediata de Ginny – Sou só...
Ginny não podia terminar sua frase porque ela realmente não sabia o que era.
O que sou pra ele? – se perguntou – Amiga? Perseguidora? Fonte? Chantagista?
- Só o que? – perguntou curiosa.
- Só sua auxiliar médica. – disse triste – Só estou aqui porque ele precisa tomar o remédio que eu faço todas as noites.
- Oh. – foi tudo que Francesca falou e a corrida começou.
Uma Corrida de Dragões é um evento bruxo anual. Os dragões que participam não são adultos ainda, são jovens e não tão grandes. Têm aproximadamente 2 ou 3 anos e são um pouco maiores que um cavalo. Há selas especiais desenhadas para os corredores sentarem e a corrida é feita com voltas pelo estádio passando por obstáculos.
Esta corrida não só testa a velocidade dos dragões como também a habilidade do corredor de controlar seu dragão e usar as habilidades dos dragões para combater outros competidores.
Há corridas menores de dragão que são feitas do período de alguns dias, testando jovens corredores e diferentes habilidades dos dragões, mas hoje, a corrida era a Grande Corrida e testava corredores muito habilidosos.
Havia um total de sete competidores este ano e todos estavam enfileirados prontos pra começar. Um apito foi escutado e os dragões começaram a voar.
O primeiro obstáculo era um aro em chamas que o dragão e seu controlador tinham que passar por dentro dele.
Ginny sentou em sua cadeira e se contorcia enquanto rezava para que Draco não se queimasse. Ela seguiu com os olhos como ele era o terceiro a passar pelo aro a salvo e só depois que deixou escapar um suspiro aliviada.
Francesca estava sorrindo pela preocupação que Ginny demonstrava, enquanto ela só sentava relaxada. Sabia muito bem do que Draco era capaz e Draco ia definitivamente vencer essa corrida porque era o melhor. – Eu não acredito que esta garota é só uma auxiliar médica para o Draco. Vou ter que perguntar mais tarde pra ele. – pensou, mas voltou sua atenção para a corrida.
O próximo obstáculo era um labirinto com muros de plantas espinhentas que os dragões tinham que passar. Este obstáculo era pra testar a habilidade de controle sobre o dragão.
Mais uma vez Ginny estava na beira da cadeira rezando pra Draco não se machucar. Draco segurou a baia do dragão e o guiou entre as plantas espinhentas. Atrás dele ele ouviu um grito e só pôde deduzir que um dos corredores se feriu, ou seu dragão não estava sob controle e se chocou contra um muro.
O obstáculo seguinte era um bando de pássaros bicudos que voavam na direção dos dragões tentando atingir seus olhos. Os pássaros não eram reais e o propósito disto era testar o controle dos corredores sobre as habilidades dos dragões.
Ginny soltou um grito quando um pássaro passou pela cabeça de Draco enquanto ele estava ocupado ordenando seu dragão a queimar os pássaros com seu hálito de fogo. No entanto, um dos dragões foi atacado por um pássaro e se espatifou no chão.
Ginny agradeceu a Merlin que o dragão que caiu no chão não era o de Draco, mas não teve tempo de celebrar porque o próximo obstáculo que atirava projéteis tinha começado e Ginny estava de novo em pânico.
Um por um, os competidores saíam por causa da dificuldade dos obstáculos e agora só restava Draco e um outro competidor.
O último obstáculo era o mais perigoso e Draco tinha que se concentrar muito. Enquanto ele voava ao lado do último competidor, um vulcão de repente surgiu do solo. Draco agiu rápido e guiou seu dragão pra cima para evitar ser atingido pelo vulcão. Enquanto estava se endireitando em seu dragão, o vulcão começou a lançar bolas de lava. Draco teve que se esquivar delas e ao mesmo tempo passar pelo vulcão para chegar à linha de chegada. Esquivando-se das bolas de lava, Draco estava rumando para a boca do vulcão e viu que o outro competidor fazia o mesmo. Ambos chegaram à boca do vulcão e enquanto voavam sobre ela, um jato de lava foi lançado. Draco foi rápido e conseguiu escapar da substância escaldante, mas o outro competidor não foi tão rápido e seu dragão foi atingido e caiu no solo.
Draco desceu até o outro lado do vulcão rápido e alcançou a linha de chegada onde ele aterrissou com seu dragão e o desmontou. Aplausos foram escutados por todo estádio e ele sorriu e acenou como um vencedor.
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