Capítulo 39

Quando Dumbledore, McGonagall, Sirius e todos os outros estudantes que estavam em Hogsmeade chegaram à escola, a professor McGonagall foi instruída para levar os alunos para uma sala e acalmá-los.

Sirius, no entanto, levou Ginny pra outro lugar e o professor Dumbledore levou Ron até sua sala.

- Aonde estamos indo? – Ginny perguntou.

Sirius sorriu pra ela misterioso – Ver alguém especial.

Ela levantou as sobrancelhas enquanto tentava descobrir quem iria encontrar.

Eles chegaram ao quarto de Sirius e entraram. Assim que Ginny entrou, viu que havia um homem parado de costas pra eles. Ela estudou sua figura tentando identificá-lo, mas não pôde.

- Sente-se Ginny. – Sirius instruiu.

Ginny sentou numa cadeira próxima, mas não tirou os olhos das costas do homem. Este se virou para encará-los e Ginny viu um par de olhos castanhos escuros. Ela olhou dentro dos olhos dele por algum tempo antes de dar uma passada geral pelo corpo. Ele não parecia muito velho, talvez 25 no máximo. Usava calças pretas, sapatos pretos e uma jaqueta preta. Era alto e magro, mas combinava com ele e o cabelo castanho bem penteado. Parecia do tipo normal, mas Ginny sentiu algo diferente sobre ele.

O homem sorriu pra ela e foi sentar numa cadeira perto dela.

- Já me analisando? – ele disse divertido.

Ela enrubesceu e desviou o olhar.

O homem apenas sorriu – Você é mais bonita pessoalmente, sabia?

Ginny voltou a olhá-lo e assumiu uma expressão suspeita – Quem é você?

- Adivinha V.

Só uma pessoa no mundo a chamava de V.

- X – ela exclamou surpresa.

- Eu realmente prefiro Andrew. – ele disse sorrindo ainda.

Ginny estava chocada em conhecer sua Fonte do lado de fora pela primeira vez e disse a primeira coisa que veio a sua cabeça. – Você é mais novo do que eu pensava.

Sirius riu com o comentário – Eu disse que a sua voz era de velho. – disse provocando Andrew.

Andrew ignorou Sirius e estendeu sua mão para Ginny.

- Acho que devo me apresentar formalmente a você. – disse educado e cumprimentou Ginny – Meu verdadeiro nome é Andrew Fletcher e é um prazer finalmente conhecê-la Virginia.

Ginny finalmente se recompôs e sorriu pra ele – Você pode me chamar de Ginny.

Os dois logo criaram um forte laço e sentiam-se bastante confortáveis um com outro.

- Muito bem – Sirius falou – agora que as apresentações já foram feitas, vamos ao que interessa.

- O que? – ela perguntou.

- Tem a ver com Felicity Caruso e os Comensais – Andrew disse – Ela tinha ordens de vir a Hogwarts e pegar alguma coisa para seu Protetor.

- O que era?

- Não sei ainda, mas sei que ela não conseguiu e mesmo assim voltou para seu Protetor, o que eu acho muito suspeito.

Os três ficaram lá por um bom tempo discutindo o assunto Felicity Caruso, Comensais e a possibilidade da volta do Lorde das Trevas.

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Enquanto isso, no escritório de Dumbledore estavam Harry, Hermione, Ron e Draco. Eles também falavam sobre a possibilidade de haver um novo Lorde das Trevas.

- Você tem algum suspeito? – Harry perguntou.

- Não exatamente, – Dumbledore respondeu – mas suspeita-se que seja um dos mais poderosos Comensais.

Olhares se desviaram para Draco, mas este se manteve impassível. Ele sabia o que estavam pensando. Lucius Malfoy tinha sido o Comensal mais poderoso e nada mais lógico que fosse ele o próximo Lorde, se ainda estivesse vivo, é claro.

- Então, o que vamos fazer? – Ron perguntou.

- Tudo vai continuar do mesmo jeito por enquanto. Só queria informá-los da possibilidade de uma nova guerra. Descobrimos que esse possível novo Lorde enviou um espião pra escola tentando obter um tipo de objeto. Que objeto é esse nós não sabemos, mas sabemos que o espião não o conseguiu.

- Se existe alguma coisa que podemos fazer, professor. – disse Hermione.

Dumbledore sorriu, mas levantou a mão – Obrigado pela oferta, Hermione, mas agora não há nada que possamos fazer. Necessitamos de mais informação antes de planejar algo. Apenas estejam preparados se o Ministério precisar de ajuda.

Todos concordaram e se levantaram para sair da sala.

- Draco – Dumbledore chamou.

Draco parou e quando o trio estava longe já descendo as escadas, Dumbledore falou.

- O espião era Felicity Lateris. Talvez você possa pensar em algo que ela tenha dito ou feito que possa nos ajudar.

- Claro, professor. – disse e saiu.

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- Eu acredito que o alvo dela era Draco Malfoy. – Andrew falava.

Ginny ficou tensa com a menção do nome de Draco e Andrew notou.

- Você sabe alguma coisa sobre o jovem Malfoy e essa garota, Ginny?

Ela olhou pra ele e franziu o cenho – Não exatamente. É só que tudo faz sentido agora. Ela queria muito ser sua namorada, talvez o item que procurava pertencesse a ele.

Tanto Sirius quanto Andrew concordaram.

- Será que você poderia descobrir se ele tem alguma coisa especial que ela pudesse querer? – Sirius perguntou.

Ginny pensou no assunto por um tempo e assentiu – Acho que consigo.

- Ótimo – Andrew disse – e agora que fiz meu trabalho, acho que devo ir.

Sirius se levantou e cumprimentou Andrew – Obrigado pela ajuda, Andrew.

- Disponha, Sirius.

- Posso acompanhá-lo? – Ginny perguntou.

- Claro.

A escola estava vazia prum sábado à tarde, mas considerando o choque que alguns alunos sofreram em Hogsmeade, eles estavam todos provavelmente amontoados nas salas comunais repetindo a história.

- Então, você e Sirius são bons amigos. – ela perguntou enquanto andavam pelo corredor.

Andrew sorriu – Sirius e meu pai eram grandes amigos, ele era como um tio pra mim. Pediu que o ajudasse com algumas suspeitas que tinha sobre um novo Lorde das Trevas e parece que Felicity Caruso fazia parte disso.

Ginny concordou entendendo. Havia tantas perguntas que ela queria fazer, mas não sabia como começar. Por que ele não disse a ela que conhecia Sirius? Ele resolveu ajudá-la porque Sirius disse para fazê-lo? Quem era ele exatamente? Ele era um Comensal?

- Você está morta de curiosidade, não é? – ele falou.

Ginny se assustou, surpresa que ele sabia o que ela estava pensando.

- Que tal nós sentarmos e eu te conto tudo o que quiser saber.

Ela sorriu – Eu adoraria.

Eles foram para o lago e passaram o dia conversando.

Na verdade Andrew fora contratado para descobrir quem era a Fonte, ele também descobriu sobre a amizade dela com Sirius e já que Andrew conhecia bem Sirius, ele resolveu ajudá-la. Andrew realmente admirava o quão talentosa era Ginny, não só como curandeira, mas como uma verdadeira observadora/detetive/espiã. Ele não era um Comensal, mas sua família era das Trevas, então sabia muito sobre famílias Comensais. Disse a Ginny que se algum dia se cansar de ser Curandeira que sempre haveria uma vaga no trabalho dele. Ginny agradeceu pela oferta generosa e ele se foi.

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A escola inteira sabia agora sobre o ataque dos Comensais ao banco, não só em Hogsmeade, mas no Beco Diagonal também houve ataque. Rumores corriam que aconteceria outra guerra, todos morrendo e Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado voltando dos mortos.

Todos estavam tão nervosos e preocupados, mas Dumbledore tinha dito que todos iriam ficar a salvo no castelo e todo mundo parece ter acreditado na sua palavra. Todo mundo exceto Ginny.

Ela pensava muito ultimamente e começava a chegar à conclusão ao que Felicity Caruso estava planejando. Ginny não tinha certeza, mas se o que achava fosse verdade, o Mundo Mágico veria surgiu um novo Lorde das Trevas, mas desta vez ele teria um corpo e seria mais forte.

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O dia dezessete de maio chegou e era o décimo oitavo aniversário de Draco. Uma festa foi organizada pra ele na sal comunal por seus poucos amigos e todo o resto pois eles queriam puxar o saco do garoto mais rico da escola. A festa foi agitada e parecia mais uma boite que uma festa pra ele. Draco realmente não ligava, porque pôde voltar ao seu quarto sem que os outros notassem.

Ele entrou no quarto e imediatamente sentiu a presença de mais alguém. Entrou mais um pouco e seu coração pulou com o que viu.

Ginny sentada numa cadeira segurando um objeto retangular nas mãos. Draco logo estava parado em frente a ela e esta levantou para olhá-lo nos olhos.

- Feliz Aniversário – disse animada e deu a ele o presente.

- Obrigado – disse e aceitou o presente. Rasgou o embrulho e leu o livro em suas mãos.

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- Pensei que fosse útil depois que terminasse a escola.

Draco sorriu pelo pensamento – É maravilhoso. Obrigado.

- De nada – disse sorrindo. Depois de alguns segundos de silêncio, ela começou a andar em direção à porta.

Quando Ginny passou por Draco, ele a segurou pelo braço.

- Você pode ficar um pouco? Só pra comemorar comigo?

Ginny se virou para encará-lo e concordou – Claro. Como você quer comemorar?

Draco sorriu. – Com vinho, claro. – Colocou o livro na mesa e foi até um armário no canto do quarto. Abriu as portas e procurou entre as muitas garrafas de bebida que tinha.

Ginny estava parada atrás dele e olhava por cima de seu ombro os rótulos.

- Aquele – ela apontou.

Draco pegou a garrafa e deu um sorrisinho – Bebedora cara você hein?

Ginny sorriu de volta inocente – Todos os seus vinhos são caros.

Ele apenas sorriu e pegou duas taças antes de ir até a mesa e pegar o saca-rolha.

Não muito tempo depois, Ginny e Draco estavam sentados numa mesinha no quarto, com metade da garrafa vazia, mas ainda estavam sóbrios.

- Quem te ensinou a beber? – ele perguntou.

Ginny agitava o vinho na taça, mas parou para tomar um gole – Ninguém em particular. Bill sempre disse que era perigoso pra uma garota ficar bêbada e Percy tem bom gosto, então eles dois me ensinaram uma ou outra coisa.

Draco sorriu – Você deve saber muita coisa sobre vinho, então?

- Sei o bastante. – respondeu e bebeu o resto que havia na taça.

Outra garrafa foi logo aberta e depois dessa outra. Suas defesas diminuíam e eles lentamente esqueciam suas preocupações. Ambos acabaram deitados na cama com as cabeças ao pé da mesma enquanto os pés (sem os sapatos) estavam na cabeceira, levantados pelos travesseiros.

- E aí, Fred e George quase pelados terminaram por serem perseguidos pela casa por um cão rosa fluorescente. – Ela dizia e caiu na gargalhada junto com Draco.

- Seus irmãos realmente sabem como se meter em encrenca.

Ginny bebeu um gole da garrafa de vinho que estava entre eles e concordou. – Eles são experts nisso. – disse rindo.

Ela passou a garrafa para Draco e ele tomou um gole, mas depois derrubou a garrafa no chão porque estava vazia.

Ginny rolou na cama e colocou um braço sobre o peito de Draco, apalpando como se procurasse alguma coisa.

Draco ria porque sentia cócegas – O que está fazendo?

- Cadê a garrafa?

- Não tem mais. – disse e segurou a mão dela. Ele se virou e a encarou.

Seus olhos se encontraram e ficaram parados se observando. O rosto de Ginny estava vermelho por causa do álcool e seu cabelo espalhado em volta dela.

- Você é linda. – sussurrou.

Os olhos de Ginny se arregalaram por um segundo antes dela sorrir fracamente – Você está bêbado.

Draco apertou a mão de Ginny e se aproximou dela.

- Mesmo assim é verdade. Você é a garota mais magnífica que já conheci.

As palavras dele eram simples e para qualquer outra garota seriam ótimos elogios. Mas ninguém nunca tinha dito essas coisa para Ginny antes e valiam ainda mais que era Draco que as falava.

Os olhos dela estavam cheios d'água, então ela olhou pro teto para evitar que chorasse. Draco aproveitou a chance de envolver os braços na cintura dela e puxá-la pra mais perto. Ginny voltou sua cabeça para olhá-lo e colocou suas mãos sobre o peito dele.

- Por que você tem que ser tão maravilhoso? – sussurrou antes das lágrimas começarem a rolar sobre seu rosto.

Draco gentilmente limpou as lágrimas e ela envolveu os braços no pescoço dele e enterrou a cabeça em seu ombro.

- Sentiu sua falta – ele sussurrou no ouvido dela – Tanto.

Ginny voltou a encará-lo – Malfoy, nós não devemos...

- Draco – ele a cortou – Eu sou só Draco, Ginny. Será que você pode ver além do nome da minha família? – a dor era evidente em sua voz.

- Não é tão simples – disse suave olhando pra ele – Não podemos fugir das obrigações que temos com nossas famílias. Nosso nome define uma parte do que somos e como as pessoas nos vêem. Mesmo se eu puder ver além disso, não significa que todos possam.

Ginny começava a sair da cama, mas Draco a puxou de volta e olhou pra ela sério.

- Não há mais ninguém aqui, Ginny. Ninguém para agradar nem fingir. Só eu e você.

Ginny o olhou nos olhos e viu Draco. Ele não era um Malfoy ou qualquer outro, ele era o Draco que só ela conhecia.

- Por favor, fica.

Havia um milhão de razões pra Ginny ir embora e somente uma pra ficar, mas essa uma era suficiente. Ela o amava.

Ginny deitou ao lado dele de costas pra ele e Draco a abraçou por trás. Eles ficaram assim em silêncio, felizes só por estarem ali, um com o outro. Draco podia ouvir a respiração de Ginny e pensou que ela dormia. Ele levantou a cabeça e a apoiou na mão para poder olhar o rosto dela.

Ele se inclinou e beijou sua bochecha – Acho que te amo. – sussurrou antes de deitar e dormir.

Uma lágrima escapou de Ginny e rolou seu rosto, mas desapareceu no tecido da cama.

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