Em clima de Dia dos Namorados ainda enviou o Capítulo 41 da Fonte. Desculpem a demora, espero que gostem... Já está quase no fim.

Capítulo 41

Sirius entrou na enfermaria com fúria o que fez as pessoas saírem de seus transes. Ele foi até a multidão de pessoas em volta da cama e viu uma Fênix pousada sobre uma perna de um Fred inconsciente enquanto a multidão encarava a ave.

Ron viu Sirius e começou a balbuciar – Ginny... ela... – ele apontou para a fênix. – Ave... mudou... Fred... morrendo...

Sirius apoiou uma mão no ombro de Ron para acalmá-lo e suspirou – Acho que algumas explicações são necessárias, não acha Dumbledore?

Realmente, Sirius – Dumbledore respondeu – Talvez em minha sala?

Venham crianças – falou Sirius – Deixem Fred e Ginny. Explicarei tudo na sala de Dumbledore – e dirigiu Harry, Hermione, Ron, George e Draco para fora da enfermaria.

Todos sentaram na sala de Dumbledore ainda em choque, exceto Draco que possuía uma expressão pensativa no rosto. Sirius começou a explicação rapidamente.

Bem, Ron e George, vocês sabem como acham difícil entender a proximidade que tenho com Ginny, bom, é porque eu fui quem a ensinou a ser uma animaga. Na verdade, conheci Ginny antes mesmo de vê-lo novamente, Harry. Estava me escondendo na forma de cachorro perto da Toca e Ginny veio e me achou um dia ferido e faminto. Ela cuidou de mim e quando eu estava fugindo depois do seu terceiro ano, eu voltei à Toca para agradecê-la e ela pareceu tão triste, então eu ensinei a ela uma coisa especial. E foi assim que ela se tornou uma animaga. Eu sei que ela não é registrada, mas ela realmente não usa muito suas habilidades, só quando há uma emergência.

Sirius deixou de fora o fato de tê-la ensinado espionagem por motivos óbvios. Ainda mais, ter um segredo revelado é o bastante por um dia.

Todos saíram da sala de Dumbledore em silêncio e enquanto a gangue grifinória voltou à enfermaria para visitar seu amigo e irmão, Draco foi até o telhado pensar. Ginny ser uma fênix explicava muita coisa agora. E era uma prova do quanto Ginny já havia feito por ele.

Draco pisou no telhado e viu que alguém já estava lá. Observou cachos de cabelo vermelho e chegou perto para sentar ao lado de Ginny. Houve silêncio até Draco falar.

A fênix que me curou na Câmara. Era você, não era? – Draco perguntou devagar enquanto olhava para o chão. Ele não estava com raiva nem exigindo nada. Só queria saber.

Era. – Ginny olhava a vista em frente a ela. O sol estava se pondo tornando o céu num lindo cenário alaranjado no horizonte.

Lágrimas de fênix naquele bar, me salvando de Gilding e o sangue do mercado negro. Tudo foi você? – disse suavemente e se virou para olhar pra ela.

Ginny consentiu levemente e olhou para seus dedos trêmulos. Ela não queria que ele soubesse. Era pra ser um segredo, como a maioria de sua vida era.

Por quanto tempo você tem sido uma animaga? – perguntou e se virou para olhar o pôr-do-sol.

Pouco mais de um ano. – e houve uma pausa.

Como está seu irmão agora?

Ele está bem. Até já começou a contar piada pra Madame Pomfrey. – um sorriso apareceu no rosto dela, mas sumiu rapidamente.

Fez-se silêncio entre eles enquanto sentavam juntos admirando o pôr-do-sol e as estrelas surgindo no céu escuro. Este era o momento pelo qual Draco estava esperando. Ele estava ali, com Ginny, num lugar calmo, com estrelas no céu e tinha acabado de saber até onde ela iria para ajudá-lo. Draco lentamente esticou a mão para alcançar a dela, mas Ginny se levantou de repente. Por reflexo, Draco também se levantou.

Você devia ir descansar agora – ela disse suave – Vai ter que sair amanhã de manhã.

Estava muito escuro, então Draco não foi capaz de ver as lágrimas rolando pela face de Ginny quando ela saiu do telhado.

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Draco estava pronto pra sair enquanto esperava na entrada do castelo pelo trio, porque foram ordenados a saírem juntos. Foram designados para ajudar na área perto da Floresta Proibida e Hagrid ia levá-los para lá. O trio finalmente chegou junto com Ginny. Draco foi ensinado a nunca demonstrar se algo o afetasse, então permaneceu parado enquanto Ginny abraçava Ron, Hermione e depois Harry enquanto lhes desejava sorte.

Tudo bem, vamos então. – Ron disse e começou a sair pelo grande portão de madeira com Harry e Hermione.

Draco permaneceu parado ainda e esperou o trio ir à frente. Ele queria se virar e olhar pra Ginny mais uma vez antes de ir, mas foi surpreendido quando ela enlaçou os braços em seu pescoço e o abraçou forte.

Boa sorte, Draco. – sussurrou em seu ouvido.

Vamos logo, Malfoy! – Ron gritou do lado de fora.

Ginny deu um beijo rápido na bochecha de Draco antes de soltá-lo e correr pra longe. Harry enfiou a cabeça pela abertura da porta nessa hora e viu Draco que estava parado ali.

Tudo bem, Malfoy? – perguntou preocupado.

Draco sorriu pra si mesmo rapidamente antes de colocar sua máscara fria de novo – Estou bem, Potter. Vamos indo.

Ele então saiu com Harry para alcançar Ron e Hermione.

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Ginny voltou à Ala Hospitalar e encontrou Fred sentado na cama escrevendo num pedaço de pergaminho. Sua ferida tinha curado praticamente imediatamente com a ajuda das lágrimas de fênix dela e ele estava bem agora. Ginny sentou na cadeira ao lado dele e deixou um grande suspiro escapar. Fred colocou os planos para novas piadas de lado e olho pra ela.

Bom truque o seu, Ginny. – disse com um grande sorriso. Ela olhou pra ele e sorriu fracamente. – Por que nunca nos disse que era uma animaga?

Ginny suspirou de novo e deu de ombros. – Acho que eu queria uma coisa que fosse só minha. – disse devagar.

Por que diz isso? – ele não sabia o que ela queria dizer.

Eu sinto como se eu não tivesse nada que possa dizer meu. Nunca tive nada que fosse realmente meu sozinho. As coisas sempre eram usadas por alguém antes ou algo que eu tinha que dividir. Nem as decisões são feitas só por mim. Tenho que ter permissão da Mamãe e Papai ou de algum de vocês. Ser uma animaga era o meu segredo. Um segredo só meu, ninguém pra compartilhar, ninguém pra pedir permissão e ninguém pra me impedir. – Ginny o olhou com olhos tristes – Estou sendo egoísta, Fred? Estou errada?

Fred sacudiu a cabeça e puxou Ginny pra um abraço – Entendo Ginny. Você não é egoísta nem está errada. Você devia ter seus próprios segredos, eu prometo que não direi a mais ninguém. Ainda me certificarei de que nem Ron nem George dirão à Mamãe nem Papai. Protegerei seu segredo.

Obrigada, Fred. – e se desvencilhou do abraço – Agora, você ainda não me disse como ficou ferido tão feio. Onde estava George? Vocês geralmente são inseparáveis.

O sorriso de Fred aumentou – Uma pergunta de cada vez. George e eu planejávamos vir à escola e ver se havia algo que poderíamos fazer quando de repente fomos atacados por Comensais. Te digo isso, Ginny, você mal pode entrar e sair sem se machucar. Eles estão obstinados a entrar neste lugar. Mas bem, assim foi como eu acabei com um buraco na barriga e quanto ao George, ele foi falar com Dumbledore pra ver se havia algo em que pudéssemos ajudar.

Por que vocês não ficam fora disso? – disse desesperada – Uma de vocês já está ferido e Ron já foi ajudar. Eu não quero perder nenhum de vocês.

Fred deu tapinhas de conforto na mão de Ginny – Todos nós Weasleys estamos ajudando, Ginny. Bill está no Egito lutando contra os Comensais de lá. Charlie está preparando os dragões pra queimarem as bundas deles. Percy está fazendo o que ele está fazendo no Ministério junto com Papai. Ron é um Auror em treinamento e você também está ajudando com os feridos. George e eu não podemos ser os únicos de fora. Podemos ser úteis também, sabia? Mesmo que seja pra distrair o inimigo mostrando nossas bundas pra eles.

Ginny não conteve a risadinha ao imaginar Fred e George balançando suas bunda peladas na frente dos Comensais. – Tudo bem – disse séria – Deixo vocês ajudarem, mas têm de ser cuidadosos.

Fred prestou continência – Sim, Mãe! – ela só podia sorrir e desejar que todos os membros de sua família estivessem a salvo.

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Uma semana se passou e vez ou outra um Auror ou dois apareciam com o mesmo ferimento de Fred. O único tratamento era as lágrimas de fênix e Ginny tinha frascos preparados e estocados no quarto dos fundos. Isso rendeu a Ginny várias noites de choro para ter suprimento suficiente para enviar aos perímetros de Hogwarts para a cura ser administrada imediatamente. Ela tinha se oferecido pra ir e ficar com Ron e os outros, mas Madame Pomfrey protestou, dizendo que era mais seguro ficar em Hogwarts e seria mais útil lá dentro.

Draco foi ordenado por Madame Pomfrey a voltar à escola por um dia para pegar seu remédio. Ele viu os frascos de lágrimas de fênix que eram entregues e se perguntou o quanto Ginny tinha chorado para enchê-los todos. Ficou imaginando se quando a visse seus olhos estariam inchados e vermelhos. Mesmo assim, ele ainda estava excitado com a chance de revê-la.

Quando estava virando a esquina para alcançar a enfermaria, viu um relance de cabelo ruivo saindo de lá rapidamente. Sabia que era Ginny e começou a correr para alcançá-la. Depois de alguns minutos de correria, Ginny notou que alguém a seguia e parou para ver quem era. Parou no meio do corredor esperando a pessoa alcançá-la e logo depois Draco apareceu.

Pára de me seguir. – mandou severa.

Onde está indo, Ginny? – perguntou enquanto caminhava em direção a ela.

Ginny permaneceu parada e encarava Draco friamente. – Num lugar que você não iria. Agora pára de me seguir. – disse ameaçadoramente.

Draco não ia desistir assim tão fácil. Ginny agia de modo muito estranho e ele queria saber o que estava acontecendo. – Como você sabe que eu não iria querer ir nesse lugar? – desafiou ele.

Não é questão de você querer. È uma questão do que você deveria ou não se meter. – ela falou e se virou rapidamente para voltar a correr.

Por sorte, Draco era bem rápido e conseguiu acompanhá-la. Ele pôde recuperar o fôlego quando ela parou em frente a uma parede. Ignorando-o enquanto batia com a varinha na parede e uma porta preta surgiu diante deles. Ela abriu a porta e gritou. O quarto estava escuro, mas logo que deram alguns passos adentro, as tochas se acenderam com uma estranha chama verde.

O quarto era frio e as chamas não pareciam emitir nenhum calor. Ginny não disse uma palavra enquanto andou até os fundos do quarto e pegou um livro grosso de capa de couro preta de uma mesa de granito preta. O livro era muito exótico e singular. Draco pôde sentir uma certa familiaridade nele, mas não conseguia se lembrar onde o tinha visto antes.

Onde estamos, Ginny?

Ginny assoprou a poeira que estava sobre o livro e passou a mão sobre a capa. – A Passagem da Arte das Trevas. – disse num sussurro.

Draco deu um passo pra trás e averiguou o quarto. Por todo ele havia artefatos sombrios, equipamento de tortura e livros de Magia Negra de toda parte do mundo.

O que você tá fazendo aqui, Ginny?

Ela se virou e colocou o livro debaixo do braço. Sem responder a ele, ela saiu do quarto e Draco a seguiu. Quando estavam no corredor, Draco agarrou o braço dela e a fez olhar em seus olhos. Como ele suspeitava eles estavam avermelhados, mas pareciam úmidos, como se ela estivesse acabado de chorar.

Me diz o que aconteceu, Ginny. – suplicou.

Ela o olhou com tanta raiva no olhar – Só estou fazendo o que devia ter feito há muito tempo já. Se eles querem brigar com Magia Negra, então eu também vou. – ela sibilou. Ginny fez menção de sair, mas Draco a segurou contra a parede.

Por que agora? – perguntou – O que aconteceu pra você agir assim?

Ginny não conseguiu manter mais sua pose de durona e estava a ponto de chorar. – Eles pegaram ele. Pegaram ele no Egito e eu não posso fazer nada para ajudá-lo. – Disse suave, mas foi ficando mais irritada e começou a gritar – Ele tá morrendo e a culpa é toda deles. Vou me livrar deles, todos eles, de uma vez por todas.

Draco a sacudiu um pouco para ela sair do estado de histeria. – Você não pode usar Magia Negra, Ginny. Uma vez que você começa, você não vai conseguir parar.

Ginny empurrou Draco e o encarou firme – Eu já fiz uma vez e vou fazer de novo. – gritou – Ninguém pode me impedir, nem mesmo você.

E ela saiu correndo de novo. Draco não sabia o que havia de errado com ela. Parecia que ela tinha enlouquecido com a idéia de vingança, mas era razoável. Tudo que ela tem feito estes últimos anos foi pra ajudar a família dela a se manter segura e unida, mas vem esses comensais e quase matam metade da família dela. Draco voltou a Ala Hospitalar e ficou surpreso ao ver Ginny sentada no chão com uma carta nas mãos enquanto o livro estava jogado no chão. Ela tinha lágrimas correndo pelo rosto, mas um fraco sorriso podia ser visto. Draco agachou em frente a ela e a puxou pra perto. Ginny relaxou em seus braços e respirou fundo.

Ele não está morto. – disse baixinho – Eles acharam a cura bem a tempo e ele vai ficar bem. Ele vai ficar bem.

Draco a ajudou a se levantar e a sentou numa cadeira próxima. Agachou na frente dela segurando sua mão e a olhou nos olhos. – Promete que aconteça o que acontecer não recorra à Magia Negra. – suplicou.

Ginny desviou o olhar e não respondeu a ele. Draco segurou seu rosto e a fez olhá-lo de novo. – Promete pra mim, Ginny. Não usa Magia Negra. – disse um pouco mais enfático.

Ginny sacudiu a cabeça – Não posso fazer isso. – disse firme – Tenho que matar todos eles. Preciso matar todos eles.

Então deixa a gente fazer isso. Há outras maneiras e nós podemos. Não entra num caminho sem volta.

Vai ser só uma vez e nunca mais vou usar isso. Vai ser fácil.

Não, não vai! – Draco gritou com ela. – Vai te consumir e você vai ficar dependente disso. – Draco se lembrou de como isso afetou seu pai.

Estou disposta a me sacrificar. – disse ela determinada.

A cara dele fechou – Mas eu não vou deixar. – ele disse e pegou o livro do chão.

Ginny tentou pegá-lo de volta, mas Draco se afastou e apontou a varinha pra ela. – Não me force, Ginny. – a avisou.

Você não seria capaz. – ela disse confiante e deu um passo à frente. Draco deu um passo pra trás e segurou a varinha mais firme.

Você sabe que eu seria. – Era verdade, ele podia ser bem rude se fosse pra mantê-la salva. Infelizmente Ginny subestimou o quanto Draco a amava e se jogou pra frente, acabando inconsciente nos braços dele.

Draco a deitou numa das camas da enfermaria e a cobriu. Ela acordaria daqui a algumas horas, mas nesse meio tempo, ele tinha que pegar seu remédio com Madame Pomfrey e esconder o livro.

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