Capítulo 44
Faltava uma semana para que Draco e todos os sétimo-anistas se formarem e todos estavam muito excitados, menos Draco. Ele conseguiu tirar Ginny de Harry à tarde enquanto Harry aproveitava o tempo que tinha com Hermione. Ele a levou até o telhado e sentou no chão com as pernas esticadas para que Ginny pudesse ficar em cima delas. Ginny tinha crescido um pouco e algumas de suas penas eram mais duras e com cores mais fortes, como o vermelho. Draco não precisava se preocupar porque ela nunca se afastava muito dele.
- Sinto sua falta. – disse com emoção ao acariciar suas penas. – Espero que você lembre de tudo. Se não, não haverá mais nada aqui pra mim.
Draco respirou bem fundo e olhou pro gramado abaixo – Sei que é difícil entender o que sinto por você quando não te conheço bem, mas mesmo que eu não saiba qual a sua cor favorita ou qual o seu livro favorito, eu sei quem você é. – Ele olhou pra Ginny que agora estava parada em sua perna olhando pra ele. – Você pode entender o que eu digo? – perguntou esperançoso, mas Ginny apenas sacudiu as penas. Ele a pegou e a levou perto de sua cara triste. – Você uma vez disse que eu sabia mais sobre você que qualquer um. Já você é a única que me conhece tão a fundo. Nenhuma outra pessoa nesse mundo me conhece melhor que você e não quero deixar que ninguém me conheça. Você é a única pra mim, Ginny. Nunca haverá nenhuma outra, não importa como as coisas acabem.
Draco fechou os olhos e os apertou – Eu daria tudo pra ver você saudável e normal de novo. – sussurrou.
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Draco se formou uma semana depois junto com todos seus colegas de ano. Sua mãe e mordomo vieram à cerimônia, sua mãe chorou e Draco estava feliz que tinha se formado. Mas quando chegou a hora de partir, ele não queria porque ele não iria saber se Ginny voltaria a ser uma pessoa ou não.
Draco segurou nas mãos um frasco de seu remédio. Era a última dose e então ele estaria curado pra sempre. Depois que bebesse seria o fim de seu acordo com Ginny. O acordo que começou tudo aquilo.
- Não se preocupe, Malfoy. – Harry disse suave. – Vou ficar na Toca nas primeiras semanas e se Ginny voltar, tenho certeza que ela vai entrar em contato com você, mas se não... bem, eu te digo.
- Obrigado, Potter. – respondeu e só então foi capaz de ir pra casa. Draco se manteve ocupado na primeira semana em casa porque agora ele era oficialmente o dono de todos os investimentos Malfoy. Draco não estava tão interessado assim nos negócios, mas adora ser rico, então se forçou a trabalhar com suas finanças. O livro que Ginny deu a ele serviu bastante naquela semana.
A semana passou voando e quando Draco menos esperava, uma coruja chegou pra ele. Ele rasgou a carta abrindo-a ferozmente e leu as palavras de um papel trêmulo, pois suas mãos tremiam.
Telhado
Amanhã ao Meio-dia.
Draco entendeu a mensagem imediatamente. Ele respirou fundo e segurou a carta firme em suas mãos. Ele ia voar até Hogwarts e até o telhado deles.
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Draco chegou ao castelo cedo para poder passar o tempo esperando e pensando. Ficou olhando o campo lá fora e prendia as mãos atrás das costas nervosamente. Dumbledore disse que se Ginny lembrasse de alguma coisa, ela seria capaz de voltar a ser humana, mas se não, ela seria uma ave pra sempre. Quando era exatamente meio-dia, um ponto podia ser visto no céu se tornando cada vez maior. Era um pássaro, mas não qualquer pássaro, era uma fênix. A fênix pousou no telhado e parou perto de Draco. De princípio, Draco pensou que Ginny tinha perdido completamente a memória e ficaria como uma fênix sempre, mas ela se transformou em Ginny novamente.
Draco só conseguia olhar pra ela. Ela estava ali, era humana. Isso só podia significar que se lembrava de tudo. Draco a abraçou fortemente girando com ela em seus braços. Ginny ria em seu ouvido e ele achava que aquele era o melhor som que podia escutar. Finalmente ele parou de rodar e colocou ela no chão.
Ginny ainda sorria com as mãos em volta de Draco olhando nos olhos dele. – Tenho tanta coisa pra te falar. – ela disse.
- Eu também tenho.
- Deixa eu falar primeiro. – e ele concordou – Ganhei uma bolsa de estudo no Medica. Eles reconheceram toda ajuda que prestei durante a guerra e muitos dos Curandeiros com os quais trabalhei me indicaram, então me deram uma bolsa integral.
- Isso é ótimo! – Draco disse excitado por Ginny, mas ela não estava sorrindo.
- Mas eu vou embora amanhã e só voltarei daqui a três anos. – disse triste.
A expressão de Draco mudou – O que você quer dizer com só vai voltar daqui a três anos?
Ginny respirou fundo – É um internato em algum lugar longe e eles não permitem que os alunos voltem pra casa antes da formatura.
- Mas e Hogwarts? Você ainda não terminou a escola.
- Eu vou terminar meu último ano lá. Vai ser melhor porque eu já vou estar no ritmo pra começar o meu primeiro ano.
Draco franziu o cenho e sua máscara de frieza voltou – Eu devia imaginar que você ia embora assim. – disse com nojo e se afastou dela.
- Por favor, não fique assim.
- Como você quer que eu fique? – perguntou com raiva – Eu esperei tanto por esse dia e você chega e me diz que vai embora por três anos. Claro, me despreza como se eu não fosse nada. Provavelmente eu nunca signifiquei nada pra você mesmo.
Ginny segurou os braços de Draco e olhos em seus olhos – Isso não é verdade. – ela disse convicta.
Draco separou-se dela e a olhou friamente – Eu acho difícil de acreditar nisso. – disse com aspereza.
Ginny estava prestes a chorar e pensou em ir em embora, mas não queria ir de mal com ele. Ela se aproximou, mas ele não a encarava e ficava olhando pro campo. Ginny segurou o rosto dele e fez com que a olhasse. Ela procurava carinho em seus olhos. A expressão de Draco era vazia, mas seus olhos o traíam e Ginny o beijou. As mãos dela envolveram o pescoço dele e ele envolveu a cintura dela. Mesmo com raiva, ele não podia afastá-la novamente. Ginny mostrava a Draco o quanto ele significava para ela e aprofundou o beijo. Ambos eventualmente se separaram e encostaram uma testa na outra.
A raiva de Draco desapareceu e foi substituída por desejo. Ele não estava realmente com raiva dela, mas frustrado porque sempre tinha obstáculos no caminho deles.
- Eu... – ele começou, mas Ginny colocou um dedo em seus lábios. Ela olhava seriamente nos olhos dele enquanto falava.
- Eu te amo. Muito mais do que as palavras podem expressar e não quero que você duvide disso nunca. Eu te amo por você, Draco, e não queria que você fosse outra pessoa. Você é muito mais do que as pessoas vêem e realmente desejo que os outros pudessem testemunhar o quão maravilhoso você é.
- Por favor, não vá. – suplicou ele, mas ela balançou a cabeça.
- Por mais que eu te ame, não é o suficiente pra mim ficar com você.
- Por que?
- Porque muitas pessoas não vão aprovar.
- Importa tanto assim?
- Importa pra mim. – disse triste – E devia importar pra você. Lembra que seu pai disse, Draco? Você é um Malfoy e com isso vêm certas obrigações.
Ginny deu a Draco um rápido último beijo antes se sair de seu abraço. Draco olhou pra ela com olhos desejosos, mas não conseguiu fazer com que palavras saíssem de sua boca. Ginny vagarosamente se afastou dele. – Você sempre será meu único e verdadeiro. – ela sussurrou antes de se transformar numa fênix e voar pra longe.
Draco ficou mais uma vez sozinho no telhado com suas palavras não ditas. "Eu te amo" era mais difícil de dizer do que nunca.
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TRÊS ANOS DEPOIS
Ginny saiu na rede de longa distância de Floo somente com uma bolsa. Usava uma saia preta até o joelho, sapatos de salto baixo e uma camisa vermelha. Tinha crescido alguns centímetros e ganhou mais curvas tornando-se uma verdadeira mulher. Ela procurou pela multidão por um rosto familiar e viu Fred e George pulando e acenando pra ela. Ginny sorriu da palhaçada e foi passando pela multidão. Os abraçou ao mesmo tempo antes de saírem dali.
- Você sabe como aparatar, Ginny? – George perguntou.
Ginny revirou os olhos – Claro que sei. Eu te disse na minha carta dois anos atrás. – disse com um sorriso.
Agora foi Fred quem revirou os olhos – Isso foi há dois anos atrás, Ginny. Como íamos nos lembrar?
Ginny apenas sorriu – Venham, vamos pra casa. – disse animada e aparatou pra Toca.
Ginny apareceu na grama macia à frente de sua casa e Fred e George estavam parados ao seu lado. Ela sentia-se um pouco nervosa ao entrar em casa depois de três anos, mas seus irmãos a acalmaram. Fred abriu a porta e assim que Ginny entrou, todos apareceram do nada gritando 'surpresa'. Foi realmente uma surpresa pra Ginny e ela cobriu a boca com as mãos. Fred e George a empurravam para que entrasse. Todos estavam lá, seus pais, todos seus irmãos, Harry, Hermione, Colin, Amy, Sirius, Remus e até Andrew. A primeira coisa que Ginny fez foi abraçar seus pais. Depois Bill, Charlie, Percy, Ron, Harry, Colin, Amy, Sirius, Remus e Andrew. Ginny deixou Hermione por último porque ela estava enorme de grávida (de Harry) e Ginny queria ter cuidado com ela. Havia várias das comidas favoritas de Ginny, muitas das quais ela não come faz três anos e ela tinha tanta coisa pra contar.
Ginny mandava cartas ocasionalmente, mas tinha muitos detalhes que ela não podia escrever, pois consumia muito de seu tempo. Ela se graduou como a melhor da turma e fez muito esforço pra conseguir isso. Estava ficando tarde e Harry, Hermione, Colin, Sirius, Remus e Andrew estavam indo embora. Ginny estava triste por vê-los partir, mas sabia que agora que estava de volta, tinha todo tempo do mundo pra vê-los novamente. Ginny finalmente pôde relaxar e se afundou no velho sofá. Arthur Weasley sentou ao seu lado e segurou sua mão. Ela o olhou e sorriu pra ele. Ele estava mais velho, mas ainda era muito saudável. Como os Weasleys estavam melhores de vida, ele não tinha que trabalhar tanto, o que ajudava na sua saúde.
Apesar de Ginny estar ausente por três anos, ela muito bem informada sobre o que acontecia com sua família. Nesses três anos, Bill voltou à Inglaterra e abriu sua própria loja de quebra de feitiços que era o maior sucesso, pois ele era bem rápido em identificar o feitiço e quebrá-lo. Charlie abriu sua própria reserva de dragões na periferia da Inglaterra e era um ótimo lugar pra aprender corrida de dragões. Percy estava numa excelente posição no Ministério e todos seus irmãos reclamavam com ela sobre o quão pomposo ele era, mas mesmo assim ela tinha orgulho dele. Fred e George abriram filias de sua loja pelo mundo e faziam sucesso. Ron era o segundo em comando no setor de Batalha Estratégica na divisão de Aurores do Ministério, todos esses anos jogando xadrez valeram. E por último, o setor do Ministério onde Arthur trabalhava cresceu e ficou mais importante ao longo dos anos. E Arthur finalmente foi reconhecido como uma pessoa importante dentro do Ministério e seu salário aumentou.
Vendo toda sua família bem sucedida deu a Ginny uma enorme sensação de contentamento. Ela foi desperta de seus pensamentos pelo seu pai falando.
- É bom tê-la de volta, Ginny.
Ela sorriu – É bom estar de volta, papai. Senti tanta falta de vocês.
Arthur suspirou e sorriu fracamente – Estou feliz que você não tem nenhuma preocupação agora, Ginny. É sua vez de viver a vida como você merece, não devia ter mais pesos pra carregar.
- Ah pai. – disse abraçando o pai – Não se preocupe comigo. Estou muito feliz.
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Ginny só precisava trabalhar no St. Mungo na próxima semana, então ela passou a maior parte do tempo se reajustando em casa. Não era muito difícil, já que ela morou na Toca por dezessete anos. Ginny estava no meio da arrumação de seus livros de estudo quando ela pegou um livro de capa de couro verde. Ela levou o livro à mesa e o abriu. Havia recortes de jornais e coisas escritas lá datadas de três anos atrás.
Este era seu livro de Draco que começara no dia que colocara os pés em Medica. Draco viveu uma vida bem interessante nos últimos três anos e Ginny sabia de cada detalhe do que tinha feito. Passou os três primeiros meses depois da formatura abrindo uma companhia que ajudava os vilarejos destruídos pelos Comensais serem reconstruídos. A companhia de Draco era única de um modo que provia coisas trouxas a quem estava disposto a tentar. Havia eletricidade e telefone àqueles que estavam dispostos a aprenderem a usar. Poucas pessoas queriam instalar essas coisas esquisitas trouxas, mas com o tempo as pessoas gostaram e a empresa de Draco cresceu com muitos contratos. Depois de três meses, Draco deixou o trabalho para outras pessoas fazerem, mas manteve o olho nos negócios.
Ele foi se tornar Auror e ajudar a pegar os Comensais remanescentes que andavam à solta. Draco passou os seis meses seguintes como Auror e depois achou que havia feito o suficiente, voltou pros negócios. Itens trouxas se tornavam cada vez mais populares no mundo mágico e Draco viu que era um ótimo negócio. Ele construiu uma casa em cada uma das grandes cidades mágicas do mundo. Essa casa era toda trouxa, aberta para visitação e se eles gostassem podiam comprar alguns dos itens contidos ali. Esse boom de interesse em artefatos trouxas aumentou o setor do Arthur Weasley no Ministério. Draco tinha contratado pessoas que realmente conheciam tudo sobre o mundo trouxa para ensinar Arthur tudo sobre esse mundo, o que fez Arthur muito feliz. Draco também recebeu um prêmio pela sua contribuição para o desenvolvimento do mundo mágico. Esse passou um ano ou mais trabalhando na sua empresa e depois alguns meses atrás, parou pra jogar quadribol profissional. Draco tinha seu próprio time e achou que iria ser legal jogar de apanhador por uma ou duas temporadas.
Draco era um rosto popular na mídia por causa da reputação estranha que conseguira. Na escola ele odiava os nascidos trouxas, mas agora ele era dono da maior loja de coisas trouxas no mundo mágico. Na escola ele era conhecido como um playboy, mas repórteres não conseguiam escrever nenhuma fofoca sobre sua vida amorosa. Uma vez eles alegaram que Draco podia ser gay e acharam que ele ia dar um ataque e processá-los, mas quando perguntaram pra ele sobre isso, Draco somente riu na cara da pessoa. O comportamento inesperado de Draco o fez notícia de jornal quase todo dia e ele era bem popular com as bruxas. Era por isso que o livro de Ginny ficou cheio tão rápido. O artigo mais recente era sobre ele e sua carreira no quadribol, falando sobre como ele viajava pelo mundo. Agora ele estava na Irlanda treinando para um jogo.
Ginny ouviu um ruído na madeira do chão e se alertou para ver Sirius sentado em sua cama ao lado dela. Ginny colocou a mão no peito.
- Sirius! Você quase me mata de susto.
Sirius sorriu – Você tá ficando enferrujada, Ginny. Eu cheguei faz tempo e só agora você nota?
Ginny sorriu pra ele – Vou praticar minhas habilidades outra hora. – disse insolente.
Sirius fez menção ao livro e levantou uma sobrancelha. Ginny fechou o livro e enrubesceu.
- É por causa do hábito ou é porque é ele? – perguntou Sirius.
Ginny suspirou e passou a mão sobre a capa – Sempre foi porque é ele. – suspirou, mas forçou o sorriso – Como ele está, Sirius?
- Eu acho que todos já te falaram muito sobre ele.
Ginny sorriu – De alguma forma ouvir elogios sobre ele do Ron é muito difícil de acreditar.
Sirius também sorriu. Toda família Weasley tinha mudado sua visão sobre Draco dramaticamente nos últimos três anos e todos o aceitavam, até Ron e especialmente Arthur. Ele provou que não era o homem mau que todos achavam.
- Ele está bem, Ginny – respondeu – Witch Weekly acabou de nomeá-lo o solteiro mais querido de toda Europa. Ele é rico, bonito, saudável e tem um bom histórico familiar.
Ginny consentiu – Acho que ele tem tudo então. – disse feliz.
Sirius franziu o cenho – Tudo menos você. – disse meio irritado com o fato de Ginny não ver isso.
Ginny simplesmente olhou pro chão – Sei que ele sente sua falta, Ginny. – continuou.
Ginny suspirou e olhou pra Sirius séria – Eu duvido que ele tenha me esperado esses três anos. Ele provavelmente me odeia por ter ido embora mesmo.
- Eu não acho que possa te odiar, Ginny – Sirius disse sinceramente e saiu deixando Ginny sozinha.
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Ginny começou no St. Mungo há alguns dias e num dia particular ela passou pela ala infantil e viu várias crianças cercando uma cama e fazendo muito barulho. Ginny estava no seu intervalo de almoço, então ela entrou pra ver qual era o problema. Tinha algumas crianças segurando um livro e tentando tirá-lo de outras. Ginny pegou o livro e disse a todos para soltarem.
- Por que vocês brigando por este livro? – Todas as crianças sentaram na cama e olharam pra Ginny com os olhos arregalados.
- Todos queremos ler o livro, mas só tem um livro. – uma criança falou.
Ginny sorriu para todos eles – Por que eu não leio para todos vocês então? – sugeriu.
Todas as crianças aplaudiram e se ajeitaram na cama em frente a ela. Ginny sentou e olhou a capa do livro, sua respiração falhou. 'Rosalie' era o nome do livro. Ginny foi ver quem era o autor e só achou o nome S.U.V. Ela abriu o livro na primeira página e leu a dedicatória.
Dedicado à garota mais magnífica que já conheci.
Palavras não podem expressar o amor que sinto por você, mas espero que esta história possa.
Aguardo o dia que poderei te dizer como me sinto.
Ginny leu a página e viu que o livro foi publicado há um ano. Ela folheou até a primeira página da história e leu a primeira linha em voz alta. O resto ela pôde recitar de cor. Essa era mesma história que Draco escreveu pra ela, e nos últimos três anos ela tinha relido aquilo inúmeras vezes, a tinha decorado. Ginny folheou as páginas automaticamente e parecia que ela estava lendo, mas seus olhos não liam as palavras, ao contrário, eles estavam embaçados enquanto ela relembrava seus dias com Draco. Ginny terminou a história quando Rosalie vive feliz para sempre com sua família. Mas quando ela acabou de falar, todas as crianças gritavam "Não" e "O que? Não é assim que termina". Ginny estava meio confusa e não estava entendendo o que as crianças estavam falando. Era assim que a história dela acabava.
- Por que não deixa eu terminar a história direito? – uma voz disse da porta. Ginny levantou a cabeça e viu draco parado na porta. Ele estava ali em robes pretos limpos e imaculados e o cabelo loiro bem penteado. Era de tirar o fôlego e até as crianças olhavam pra ele. Ginny estava tão surpresa em vê-lo que ficou parada no lugar. Draco entrou devagar na sala sem tirar os olhos dela ao contar o resto da história.
" Príncipe Drake voltou ao castelo, curado de sua doença de tantos anos. Sua única falha tinha sido retirada e agora ele era um príncipe perfeito. Você pode dizer que ele tinha no mundo, mas bem no fundo o príncipe não se sentia completo. O tempo passou e o rei sugeriu que era hora do príncipe Drake se casar. Mulheres de todo o país eram apresentadas ao príncipe, mas nenhuma o impressionava. Num dia crítico, enquanto o príncipe andava pelo mercado, um brilho vermelho chamou sua atenção. Príncipe Drake seguiu o brilho e viu que vinha dos cachos de uma jovem. Ele a reconheceu como sendo a garota que o tinha salvado tempos atrás.
- Rosalie – o príncipe sussurrou.
Rosalie olhou para o príncipe um pouco surpresa, mas o cumprimentou – Príncipe Drake. – ela disse.
- O que você está fazendo aqui? – o príncipe perguntou com um sorriso.
- Eu vim curar as pessoas de uma praga. – ela disse rapidamente.
- Que praga?
Rosalie então falou das outras vilas que contraíram uma praga e quase todos morreram. A doença se alastraria rápido e ela queria que todos bebessem seu remédio e se tornassem imunes.Príncipe Drake acreditou nela e a levou pra conhecer o pai dele, o rei. O remédio de Rosalie foi distribuído no dia seguinte e depois de algumas semanas, todos os animais tinham morrido de alguma doença desconhecida, mas as pessoas das vilas sobreviveram porque tinham tomado o remédio de Rosalie. Um banquete foi feito em honra a Rosalie e toda sua família foi convidada.
Nos dias que o príncipe Drake e Rosalie estavam juntos, eles viram que se amavam desde o momento em que se conheceram e estarem juntos nessas semanas só fortaleceu o amor deles. Príncipe Drake anunciou no banquete os planos deles de se casarem e todos no reino estavam animados. Um casamento luxuoso foi feito para o príncipe e sua princesa na semana seguinte e eles viveram felizes para sempre."
Ginny tinha se levantado no meio da história que Draco contava e ambos estavam agora parados um em frente ao outro. As crianças olhavam fascinadas pro casal.
- Você mudou o final. – Ginny falou segurando as lágrimas – Não é assim que termina o original.
Uma lágrima escapou dos olhos de Ginny e Draco a limpou. – O original estava incompleto. É assim que devia terminar e todos na Inglaterra conhecem este fim. – Draco pegou a mão de Ginny na sua e olhou em seus olhos – Nós devíamos ser assim também. – disse suave.
Ginny não sabia o que dizer. Ela nunca esperou isso dele. Era tudo muito bom pra ser verdade e ela estava certa que era só um sonho. Draco viu a incerteza no olhar dela e ele estava determinado a tirá-la de uma vez por todas. Ele botou a mão no bolso e tirou um objeto de lá. Era um globo de neve. Ele colocou o globo nas mãos de Ginny e colocou suas mãos nas dela. Lágrimas corriam pelo rosto de Ginny enquanto ela olhava o objeto em suas mãos. Era o globo que ele queria há treze anos. Exatamente o mesmo globo.
- Não tenha medo, Ginny. – Draco disse ao apertar as mãos de Ginny. – Se você tiver esperança, as coisas sempre voltarão pra você. Eu esperei por você e você tá aqui agora. Eu não vou te deixar, Ginny. Ninguém pode me afastar de você.
Draco envolveu Ginny em seus braços e Ginny o abraçou chorando em seu ombro. Ele era real, isso era real e ela começou a acreditar que ficar com ele era possível. Muito tinha mudado nesses três anos e as coisas parecem menos impossíveis pra eles.
- Você quer viver feliz para sempre comigo? – Draco sussurrou no ouvido dela.
Não havia mais nenhuma dúvida na cabeça de Ginny – Sim, eu quero.
Draco estava tão aliviado e feliz por ouvir aquilo. Ele segurou o rosto de Ginny e demonstrou toda sua emoção em seus olhos. – Eu te amo. – ele disse antes de se inclinar e beijá-la apaixonadamente.
Todas as crianças gritaram e aplaudiram enquanto Draco e Ginny se beijavam no meio da sala. O início de suas vidas felizes para sempre.
FIM
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Ainda há um epílogo então ainda não é bem o fim.
