Postando a pedidos.. ehehe hoje a fic vai pra Carol e pra Natasha! Continuem lendo e quem puder da uma review! Bjs!


Me sento no computador verificando algumas coisas na internet, vejo um pouco de televisão e olho para o relógio constatando que ja passavam das 6 horas e nada dela acordar. Subi as escadas para ver se realmente estava tudo bem e ela continuava dormindo. Fui diretamente para a cozinha abrindo o armário a procura de algo leve para fazer. Abro a geladeira e pego alguns legumes e verduras e coloco-as em cima da mesa. Volto para o computador e pego uma receita de sopa que havia separado mais cedo. Começo a seguir todos os passos da receita tentando não errar em nada, para não causar uma catástrofe.

Enquanto eu provava a minha obra de arte, vejo a luz do corredor sendo acesa e vou até a escada ver se ela estava bem.

"Dormiu bem?" – eu pergunto subindo as escadas vendo-a bocejar parada no ultimo degrau.

"Aham..."- ela vem descendo devagar e eu a abraço quando ela está no primeiro degrau ficando quase da minha altura – "cheiro gostoso...que é?"- ela diz, olhando pro fogão.

"Sopa..."- eu sabia a carinha que viria por ali e não foi diferente do que eu imaginei.

"Não tinha algo mais gostosinho não?"- ela sai da escada e vai bisbilhotar na panela.

"Não reclama, moça..."- eu a segui, mexendo um pouco e testando o sal.

Ela sentou na cadeira e se debruçou no braço.

"Ainda com sono?"- eu estranhei o comportamento dela.

"Não..."- disse quando fechava os olhos- "acho que foi o suco"- ela riu e eu sorri de volta. Coloquei os pratos e a colher, juntamente com o guardanapo na mesa.

"Já está com fome?"- era relativamente cedo comparado o horário que nós jantávamos, mas nunca se pode negar comida a uma grávida.

"Um pouco... Até que esse negócio tá cheiroso...Vamos comer?"- ela disse, olhando pra dentro da panela esperando uma resposta minha.

"Tudo bem" - eu disse, começando a servir nosso prato.

Sento ao seu lado e ela pega duas torradas colocando-as ao lado do prato. Com a colher mexe um pouco a sopa antes de colocar finalmente na boca.

"Quente.." – ela diz voltando a colher e soprando o liquido.

"Claro.." – eu digo pegando uma torrada – "acabou de sair do forno.. queria que estivesse gelado?"

Ela me encara e pega a colher levando a sopa ate a boca. Não demoramos muito para acabarmos aquilo me levanto pegando os pratos e jogando-os na pia. Ela continuava sentada brincando com os guardanapos enquanto eu fazia todo o serviço. Eu olho pra ela que não desviava o olhar. Sua cabeça estava longe... provavelmente em outra dimensão bem longe de mim.

Sento a sua frente esperando que ela voltasse a reparar em mim.

"O que?" – ela fala piscando quando vê que eu a encarava.

"Quer sobremesa?"

"Hum.. o que tem?" – ela pergunta sem dar muito importância, como fazia das outras vezes.

"O que você quiser eu tenho.. basta pedir..."

"Tem chocolate?"- ela continua olhando pro guardanapo com uma mão enquanto eu seguro a outra.

"Uhum.."- eu aceno com a cabeça e vou me levantar quando ela me segura.

"Olha, não precisa não, viu?"- ela me olha sorrindo- "to bem assim, não preciso engordar mais. Nem to com muita vontade..."

"Você tá doente?"- eu fico descrente. Chocolate? Abby recusar CHOCOLATE?

"Não"- ela me sorriu- "só estou sem vontade..."- disse, levantando da cadeira- "eu vou lá pra cima, tá?"

"Vai dormir de novo?"- eu não estava gostando nada desse negócio.

"Não, Carter, ow! Só vou tomar banho..." disse me recriminando por estar recriminando-a. Vi-a subir a escada enquanto eu dava uma geral na cozinha.

Assim que terminei, fui também indo pro quarto. Já não escutava o barulho do chuveiro no corredor. Entrei no quarto no mesmo instante que ela abria a porta do banheiro. Senti o cheiro e vi o cabelo molhado. Sim, ela tinha tomado banho mesmo.

"Tá se sentindo melhor?"- eu perguntei, vendo-a enxugar os cabelos com a toalha.

"Ué, não tava mal.."- ela parou subitamente de falar e fechou os olhos pesadamente.

"Que foi?"- eu disse prontamente, já preocupado. Ela voltou ao normal e riu do meu excesso de cautela.

"Nada, homem! O bebe chutou, só isso!" - ela riu, indo estender a toalha no banheiro. Pude ver que ela pegava um escova e começava a pentear o cabelo. Quando estava desembaraçado, ela jogou o corpo pra frete e pra trás, para dar "volume", como ela dizia.

"Dá próxima vez você vomita a Julie.."- eu sorri e ela me olhou com aquela cara do tipo "cala a boca". Sentei na cama e a olhei de novo. Eu não estava louco, ela não estava bem.

Mas uma vez ela caminhou pelo quarto procurando por alguma coisa que eu não estava certo do que seria. Olhou a sua bolsa e pegou algo colocando na boca. Voltou para perto da cama sentando e pegando o hidratante, passando nos seus braços.

"Quer ajuda?" – eu pergunto vendo que ela não alcançaria as pernas.

"Precisa não..." – eu fico observando-a e ela para o que estava fazendo olhando pra mim. – "Tem mais o que fazer não?"

Eu aceno mostrando que não e ela sorri colocando o hidratante de lado.

"Quando você volta a trabalhar?"

"Amanhã.. a tarde.. meia troca... não vou demorar muito lá não.. porque?"

"Por nada.. amanha de manha eu estava pensando em sair um pouco.. ir a uma praia.. qualquer coisa.. eu não agüento mais ficar direto em..." – ela para de falar, baixa a cabeça olhando pra barriga, colocando uma mão por cima dela, e observando-a melhor eu vejo que ela respirava fundo com uma certa dificuldade.

"Abby?" – eu me aproximo sentando próximo a ela tocando a sua mão. – "você esta realmente se sentindo bem! Por favor.. não me esconda.. por menor que seja a dor..."

Ela levanta o rosto com os olhos bem abertos e respira fundo fazendo bico.

"Deve ter sido essa tua sopa..." – ela sorri e eu respiro aliviado vendo que provavelmente ela não estava tão mal.. mas mesmo assim eu iria insistir naquele assunto.

"Não quer que eu de uma olhada?"- eu disse sem pensar muito.

"Olhada onde?"- ela começa a rir mas logo para, fechando mais uma vez os olhos em dor.

"Caramba, eu to falando sério...isso não é chute e você sabe muito bem"- eu já comecei a ficar muito preocupado e 500 coisas já passavam pela minha cabeça.

"Relaxa, John..."- ela disse entre dentes, enrugando o rosto. Deus, o que ela tinha?

"Abby, vamos pra o hospital, vai..."- eu tinha de fazer alguma coisa. Não sabia o que estava acontecendo.

"Tá louco?"- ela parou um pouco de se mexer- "não é pra tanto, vai.."- ela parecia bem tranqüila. Talvez fosse só um chute mesmo.

Vi que ela estava melhor e resolvi tomar um banho rápido. Não ia colocar o pijama ainda, não sabia o que poderia acontecer. Ela também estava trocada, com uma calça de moletom larga e uma blusa de linha de manda comprida. Talvez ela também estivesse cismada com algo.

Fui pro banheiro e tomei uma ducha voando. Meu ouvido estava bem atento, mas até o presente momento, nada. Sai do box, e comecei a me trocar. Quando só faltava a camiseta, eu escutei ela gritar. Larguei tudo o que estava fazendo e abro a porta vendo-a sentada na cama mordendo a boca com força segurando a barriga. Eu me aproximo me abaixando sua frente, passando a mão pelo seu cabelo.

"Abby?" – ela olha pra mim piscando. – "você acha que isso pode ser uma contração?" – eu pergunto tentando manter a calma (o que era impossível naquele momento).

Ela acena com a cabeça e eu me levanto olhando par aos lados. Antes eu ja tinha tudo programado na minha mente no que fazer quando esse momento chegasse.. mas quando ele chega mesmo, ficamos com a cabeça a mil, sem saber direito o que pensar. Minhas pernas travaram, mas ao olhar pra ela vi que tinha que dar um jeito naquela situação.

"Respira fundo.. calma que eu ja volto.."

Saí correndo pelo quarto, vestindo uma camisa, coloco as chaves do carro no bolso junto com a carteira e corro para o quarto da Julie colocando bolsa que ja estava preparada a quase um mês debaixo do braço. Volto para o quarto e ajudo Abby a se levantar.

"Com calma.. respira com calma.." – eu falava nervoso e fomos caminhando lentamente até a porta do quarto, quando ela parou se apoiando de novo. Pronto, mais uma contração.

Descemos as escadas com todo o cuidado do mundo para que nada acontecesse. Acompanhei os seus passos e parava sempre que ela sentia algo mais forte.

"Estão vindo de quantos em quantos minutos.. você sabe?"

"Estão bem espaçadas ainda.. dá tempo de sobra pra chegar ao hospital.." – ela sorria enquanto nós caminhávamos lentamente até a porta de casa.

Ela estava calma. Calma demais. Muito mais do que eu sempre achei. Peguei a molho de chave e comecei a colocar as primeiras cinco chaves que vieram a minha mão. Nenhum virava e eu comecei a ficar mais nervoso ainda. Minha mão começou a tremer. Só o que me aliviava era a risada de Abby, vendo toda a minha atrapalhação.

"Calma..."- ela disse rindo, tirando as chaves da minha mão. Olhou dois segundos e pegou a chave certa, colocando-a na porta, abrindo-a instantaneamente, apoiada em mim. Eu sorri vendo a facilidade dela. Saímos e eu fechei a porta, ainda apoiando-a em mim. Fomos até o carro, e eu pus as malas no banco de trás e ela sentou normalmente no banco, quase não precisando de minha ajuda. Dei a volta, sentando no banco do motorista. Mais uma luta para colocar a chave do carro na ignição.

"Ei, você tá muito nervoso.."-ela passou a mão pelas minhas costas- quer qeu eu dirija?- ela disse sorrindo um pouco.

"Engraçadinha..."- eu disse, finalmente engatando a 1a marcha.

Andamos dois quarteirões até eu ouvi-la dar um gemido mais forte.

"Tá doendo?"- eu perguntei, meio perdendo a nossa do que disse.

"O que você acha?"- ela disse, no meio de outro gemido. A carinha dela de dor me matava.

"Certo.. vamos fazer a respiração de cachorrinho..." - eu sorri e ela começou fazendo e eu fazia junto para dar apoio moral.

Me controlei para não aumentar a velocidade para chegar logo ao hospital e por incrível que pareça, respeitei quase todos os sinais. Ainda bem que já passavam as dez da noite e o transito estava muito mais tranqüilo uma hora dessas. O único problema nisso tudo, era que era inicio de dezembro e o clima estava ficando insuportavelmente frio. Entro com o carro no hospital e estaciono descendo logo para ajuda-la. Quando eu abri a sua porta ela respirava fundo, segurando ainda mais a sua barriga e o medo começou a tomar conta de mim.

"De quanto em quanto tempo?"

"Não sei.. acho que uns 9 minutos... como pôde ser rapido assim?" - ela diz descendo do carro com cuidado.

"E eu que sei..." - deixo ela se segurando na lateral do carro e pego as coisas que havia deixado no banco de trás. Olho para o lado desejando achar uma cadeira de rodas sem sucesso. Apoio minhas mãos nas suas costas e conduzo-a lentamente até o elevador.

"Vamos direto para a maternidade.. por favor.." - ela diz ja respirando com uma certa dificuldade.

"Certo..."- eu nem pensava em contraria-la a uma hora dessas.

Caminhamos até o elevador e enquanto íamos subindo, ela se apoiou no meu feito. Quando estávamos quase chegando, ela agarrou minha blusa com força, sinalizando uma contração mais forte.

Eu passei a mão pelo rosto dela, que já estava um pouco suado.

"Agüenta firme, ok?"- eu apartei a mão dela e a porta do elevador logo de abriu. Ainda bem que não tínhamos muitos conhecidos naquela área do hospital, Abby não fiaria nada confortável, se eu a conheço bem.

Dei a entrada na recepção rapidamente. A moça me reconheceu, mas não fez nenhum comentário, vendo o estado de Abby que estava sentada na cadeira do nosso lado.

Logo eu vi um médico se aproximar de nós. Cumprimentei-o mas Abby nem olhou pra cima.

"Aaaai"- certo. Agora ela tinha começado a ficar desesperada. Eu não sabia se ela sentia mais dor ou mais medo. Mas eu tinha certeza que a minha preocupação com a saúde dela e do meu bebê alcançavam a soma dessas duas coisas nela.

"Quanto tempo ela ta assim?" - o medico fala ja fazendo com que uma equipe medica se aproximasse de nos.

"Cerca de uma hora.." - ela diz respirando fundo.

"E a bolsa ja estourou?"

"Ainda não.." - eu respondo vendo uma enfermeira colocando-a em uma cadeira de rodas eu fui seguindo-os até que o medico ajudou ela a deitar em uma cama.

"Bom.. vou só lavar minhas mãos e ja volto para ver de quanto você esta de dilatação."

Eu fiquei ao lado de Abby segurando as suas mãos enquanto o medico não vinha. A minha vontade ali era de eu mesmo fazer tudo aquilo. Olhei para uma caixa de luvas que estava perto de mim e ela reparou o meu olhar.

"Não..." - ela diz sorrindo. – "Nada disso.. você vai ficar aqui ao meu lado.."

Eu olhei para ela e relembro do parto de Julie... mas... se eu não me engano.. não seria uma médica que iria fazer o parto dela?

As coisas estavam estranhas. Eu já não tinha tanta segurança de que ia correr tudo também como no meu sonho. Tudo estava diferente. Eu, ela, os médicos.

Mais alguns minuto se passaram e as contrações só aumentavam. Eu já estava ficando desesperado com aquela demora.Ninguém vinha dizer nada!

"Deixa eu só dar uma olhada, vai?"- eu disse, seguindo para a parte de baixo da maca, onde o lençol cobria até a coxa dela.

"Pode ir saindo dai.."- ela ainda tinha forças pra me advertir- "sai dai Carter!"- ela disse num tom mais forte, dentro de uma expressão de dor. Vi que ela já estava toda molhada de suor, e as mãos agarravam o lençol pra tentar aliviar a dor. Eu fui voltando pro lado dela, quando escutei a porta abrir e vir o médico entrar com mais uma enfermeira.

"Desculpe a demora.." – ele diz sorrindo se virando par a enfermeira dando alguma instrução. Ela se aproxima e ajeita as penas de Abby, dando uma maior liberdade para que o medico verificasse o quanto ela estava de dilatação. Ele se aproximou e colocou uma mão no meio das pernas de Abby que olhava pra mim apreensiva. Eu segurei a sua mão e me aproximei para tentar ver alguma coisa.

"6 centimetros..." – ele diz tirando as luvas. – "Não demorara muito.. mas também não é para agora.. você vai querer anestesia!"

"Pelo Amor de Deus.. sim.." – ela diz apertando minha mão. O medico sorri e vai ao telefone no corredor provavelmente chamar o anestesista.

Enquanto isso, uma enfermeira ajudava Abby a colocar uma batinha que facilitasse todo aquele processo. Eu ajudei a sentá-la e a levantei da cama levando-a até o banheiro. Ela ja estava praticamente nua, então a envolvi no lençol sabendo que ela não gostava daquela exposição toda. Encostei a porta da frente e ela sentou-se em uma cadeira que estava ali provavelmente para fazer isso. Ela tira a sua camisa rapidamente e o sutiã enquanto eu segurava a sua mão e a bata em minhas mãos, reparando em qualquer sinal de "perigo".

Eu ajeitei a bata dela e ela continuava com aquela expressãozinha de preocupação.

"Calma, tá ok?"- eu disse olhando nos olhos dela. Ela respirou profundamente e eu amontoei as roupas delas num canto do banheiro, dentro de uma sacola.

Ela não disse nada e abriu a porta do banheiro. Eu sai atrás dela e a ajudei sentar na maca de novo. Ela já não estava tão calma e eu sentia que a qualquer momento ela ia entrar em pânico.

Assim que ela se deitou, veio mais uma contração e ela apertou forte a minha mão. Eu já via um pouco das lágrimas dela, não sei se pelo nervosismo ou pela dor. Olhei para o médico que permanecia conversando com a enfermeira enquanto ela se contorcia em dor.

"Esse anestesista vem ou não?"- eu disse, já impaciente, vendo-o olhar levemente pra mim.

"Dr..."- ele veio até mim – "nós não temos muito a fazer...Eu estou preocupado com uma coisa...acho melhor esperarmos um pouquinho até anestesia, ok?"- ele disse baixo, enquanto a enfermeira ia falar com Abby.

"Que tá acontecendo?"- por um momento, o medo me dominou.

Continua..