Entro no quarto e Abby se vira me encarando com nossa filha nos braços. Ela sorri e já estende os braços já sabendo o que eu queira

- Acho que é fome.. - eu falo vendo Abby balança-la de leve nos braços.

- Talvez.. - ela sorri ja vendo Julie abrir o bocão mais uma vez. – Quer diz.. com certeza...

Ela se levanta da cama e sai andando até o quarto de Julie indo se sentar na cadeira de balanço. Eu a acompanhei e a ajudei a sentar. Mais uma vez ela deu de mamar e eu me afastei fingindo que estava arrumando alguma coisa.

- Ai... – ela suspira e eu me viro vendo-a sorrir. – Você não imagina o quanto é bom isso... vou deixa-la mamando o dia todo aqui...

- Nossa.. - eu me aproximo tentando não falar alto. - cuidado para não viciar hein..

Nós sorrimos e logo eu vejo Julie largar o peito. Eu pego a fralda de pano e dou pra Abby que limpa a boquinha dela antes de coloca-la pra arrotar.

- Você vai ter que trabalhar quando?- ela pergunta, ainda batendo de leve nas costas de Julie.

- Não sei...acho que amanhã...- eu digo, enconstado na cômoda.

- Ah...- ela não parece muito feliz com a notícia.

- Mas eu vou pegar meio turno...pelo menos na primeira semana, pra poder te ajudar mais- eu digo e ela me encara com a mesma expressão de antes.

Eu sinto a necessidade de ir até la e me abaixar perto dela. Eu sorrio e ela deita Julie nos braços ainda me olhando.

- Ainda bem que sua mãe está aqui- ela vira os olhos, vontando a um olhar neutro logo depois.

- Queria ver o Eric...- ela faz um bico e eu sorrio.

- Ele não disse que viria assim que desse?

- Ah... – ela sorri. – mas eu queria agora.. estou muitooo sensivel e carente, sabe? – ela fala fazendo outro bico e eu me aproximo roubando um beijo rapido.

-Pois deixe que o seu marido cuida disso... o seu irmão poderia ate distrai-la por algum instante.. mas nunca suprir sua carência.. – eu sorrio tocando o bracinho de Julie e Abby levantou o olhar sorrindo. Abby estende Julie nos meus braços e se espreguiça na cadeira, eu a deixo no berço e volto para Abby vendo-a bocejar de cansaço. – Agora você deve descansar.. – eu sorrio. – eu vou preparar o almoço.. e depois a gente resolve alguns assuntos pendentes..

Ela sorri esticando o braço para eu ajudá-la a se levantar.

-Me leva no colo?

-Ta dando uma de bebê agora é? – eu a vejo acenando sorrindo.

Eu caminho ao seu lado lentamente levando-a ate o quarto. Ela se deita na cama, eu ligo o ventilador de teto e fecho as cortinas.

-Qualquer coisa me acorde.. – ela fala durante outro bocejo e eu pisco, saindo em seguida do quarto.

Desço as escadas e sinto um aroma agradável de comida. Claro, eu sempre esqueço, a sogra esta em casa.

Terminei de descer as escadas, indo até a cozinha. A mesa já estava posta e ela mexia algo no fogão, de costas pra mim.

- Maggie...- eu chamei de mansinho para não assustá-la.Ela se virou com um sorriso, me cumprimentando também.

- Oi, John...- ela volta a olhar para as 3 panelas no fogo- e Julie, voltou a dormir?

- As duas, na verdade- eu sorrio e ela olha mais uma vez pra mim.

Eu então me sento na cadeira e fecho os olhos um pouco. Eu estava morto de cansaço e meus olhos quase fechavam sozinhos.

- Por que você não vi dar uma descansada também?- a voz dela me faz abrir os olhos novamente e eu sorrio.

- Não, não. Estou bem assim...

- Vá, não tem nada pra fazer aqui- ela sorri. Se Julie chorar eu vou escutar. Você deve estar cansado também- nossa, que sogra compreensível eu tinha.

- Então vou aproveitar a oferta e vou tomar um banho...- eu sorri me levantando.

- Tudo bem- ela sorriu de volta me olhando enquanto eu subia as escadas.

Entrei no quarto devagar e escutei o sono pesado de Abby. Fui até o armário pegar uma roupa limpa e me tranquei no banheiro. Tirei roupa e com ela um pouco do cansaço. Entrei na ducha relativamente morna e deixei que a água me desse toda a disposição que eu iria precisar a partir de agora.

Quando estava terminando o meu banho, vejo a porta se abrindo e me viro ao ver Abby com uma cara de sono bocejando.

- Ja acordou? - eu pergunto terminando de tirar o sabonete que ainda estava no meu corpo.

- Deu fome.. - ela sorri. - vou ter tempo pra dormir...

- Ah eu ja estou indo...

- Será que eu podeira tomar um banho tambem? - ela pergunta passando as mãos pelo cabelo.

- Claro.. - eu sorrio desligando o chuveiro.

Percebo ela me olhar de cima a baixo e dar um sorrisinho saindo da porta do banheiro. Eu amarro a toalha na cintura e começo a me vestir.

- John... - ela volta aparecer na porta do banheiro, quando eu vestia uma camisa.

- Sim.. - eu me viro vendo-a ainda com cara de sono.

- Nada.. - ela sorri. - Não anda pelado pela casa não.. Maggie esta aqui..

- Hann? - eu falo vestindo a camisa - e desde quando eu ando nu pela casa?

- Sei lá... - ela fala se apoiando no trinco da porta. - Depois da vontade.. as vezes as pessoas viram pais e ficam com umas vontades doidas...

Eu penso um pouco enquanto penteava meu cabelo e olho pelo espelho vendo-a sorrir.

- E você por acaso esta com alguma vontade doida?

- Você não imagina o quanto...-ela ri, indo pro quarto. Eu deixo o pente em cima da piae vou até o quarto novamente, onde ela estava mis uma vez deitada na cama, agora de lado, de costas pra mim.

- E eu posso saber por acaso qual é essa vontade?- eu sorri e ela sorriu sozinha, antes de me falar.

- É uma coisa muuuuuito feia - ela virou o corpo lentamente, me encarando.

Eu sorri entendo sobre o que ela falava. Ia ser difícil esse um mês. Não apenas me controlar como controlar Abby, que a cada dia parecia ficar mais impossível.

- Que horas são?- ela muda completamente de assunto.

- Quase meio dia...- eu digo, depois de conferir meu relógio.

- Já?- ela parece inconformada- Deus, nem vi o tempo passar...- eu sorrio e ela se agarrar ao travesseiro.

- Sua mãe fez comida...vamos comer?- ela continua na mesma posição, sem nenhuma reação.

- É...a comida da minha mãe é bem gostosa...mas eu to com uma preguiça- ela volta a bocejar.

- Você quer que eu suba com alguma coisa pra você comer?

- Hum.. - ela se vira sorrindo. - não precisa.. vou comer com meu maridinho...

Eu espero ela se levantar e a sigo descendo as escadas, indo diretamenta para a cozinha onde Maggie preparava um suco.

- Querem que eu faça mais alguma coisa! - ela se vira levando a jarra de suco a te a mesa.

- Não precisa.. vem comer..

Maggie sorriu e sentou a mesa. Eu servi o meu prato, Maggie serviu o de Abby e rapidamente começamos a comer.

- Hum.. - eu falo provando do frango. - realmente.. é de se fazer mil elogios..

- Nada como a comida da mãe..

Abby sorri e Maggie sorri mais ainda bebendo do suco. Quando eu estava quase terminando de comer ouço a campainha tocar.

- Quem será? - eu me levanto e vejo Abby se virar para também ver que estava aqui uma hora dessas.

- Entrega? - eu falo abrindo a porta.

- Sim.. - homem sorri. - assine aqui...

Eu assino dois papeis e um embrulho grande vem sendo carregado ate a minha sala. Eu agradeço aos entregadores e vejo Abby se levantando da mesa para ver o que era.

Eu ponho o pacote sobre o sofá e vejo Maggie olhar em nossa direção.

- Hum...vejo que Julie vai ganhar um presentão- ela diz sorrindo, ainda terminando de comer.

- Pois é...- eu sorrio, vendo que havia um cartão branco pendurado perto do laço. Eu olho pra Abby que pega imediatamente o envelope, abrindo-o rapidamente.

- Seu pai...- ela diz, me entragando o bilhete e eu posso ler.

" Para a minha netinha que ainda não conheci, mas que já tenho informações de que é linda. Sejam felizes, vocês dois...

Jack Carter"

Eu sorriu ao ver que ao menos ele se lembrou. Maggie levanta da mesa e se junta nós e os três ficam encarando o imenso pacote.

- Qual é, ninguém vai abrir?- Maggie pergunta, tirando-nos do transe.

- Sim.. - eu sorrio puxando laço que envolvia a caixa.

Abby se apressa puxando logo o embrulho rasgando-o. Eu então abro a caixa e vejo um monte de isopor por cima.

- Só pra sujar a casa.. - eu sorrio vendo Abby encontrar o plástico bolha.

- Adorrrrro estourar! - ela fala já pipocando umas bolhas e eu tiro sua mão tentando agilizar aquilo.

Tiro tudo o que estava no meio do caminho e puxo algo parecido com um...

- Móbile? – Abby fala pegando-o e girando uma manivela, fazendo tocar uma musiquinha.

- Ah.. – eu sorrio fazendo-o girar. – até que ele é bonitinho...

- Bonitinho.. mas acumula uma poeirinha boa hein! – ela sorri e eu balanço minha cabeça colocando-o de volta na caixa. – Depois a gente o coloca direitinho no berço.. pode acumular poeira, mas isso também é útil...

Nós voltamos à mesa e terminamos de comer.

- Vai querer sorvete Abby? – eu me levanto indo ao congelador pegar o pote de sorvete.

- Não.. – ela sorri limpando a boca com o guardanapo – agora sim começou minha luta para conseguir emagrecer os quilos que eu ganhei...

- Eita, mas já vai começar?- eu pergunto, vendo Maggie sorrir a minha reação.

- Lógico, Carter. Depois voce vai me agradecer...- ela sorri, levantando e indo até a pia.

Maggie literalmente a expulsa de lá dizendo que ela deve ir se deitar.

- E a respeito do seu peso, fique tranqüila, viu?- eu olho pra ela e ela dá uma piscadinha pra mim enquanto Abby não está olhando - você perde isso é rapidinho. Você não tem uma mãe magricela à toa...- ela dá um pequeno riso pra nós dois e começar a lavar a louça, enquanto eu acompanho Abby até o sofá da sala, ligando a TV num volume não muito alto.

Voltei para ajudar Maggie com a cozinha e terminamos rapidamente. Assim que ela enxugou s mãos no pano de prato, vi os olhos dela observarem Abby.

- Já caiu no sono...- eu olhei pra trás, vendo que Abby dormia sentada no sofá. Eu sorri enquanto ela continuou - bem, eu vou tomar um banho, ok? Qualquer coisa me chame.

Eu acenei e a vi subir as escadas, ainda olhando pra Abby quando podia.

Me aproximei do sofá e tentei ajeitar Abby em uma posição mais confortável sem acorda-la. Tarefa feita, saio da ala e pego a caixa e a levo para o andar de cima. Deixo-a no corredor e por mais uma vez não me contenho e entro no quarto de Julie. Ando em passos lentos e silenciosos, me aproximo da janela e fecho um pouco mais a cortina evitando que a claridade entrasse no quarto. Ajeito algumas coisas em cima do móvel, pego uma camisa e dobro com cuidado, guardando-a dentro de uma gaveta e me aproximo lentamente do berço. Tudo bem, talvez eu esteja viciado na minha filha.

- Olá.. – eu falo baixinho tentando fazer com que ela abrisse os olhos. Mas foi em vão. Toco o seu rostinho com cuidado. Definitivamente eu caprichei.. tudo bem, bebê recém nascido tem cara de joelho, mas minha filha é diferente. Pelo menos a gente começa a pensar assim quando se torna pai.

Observo para ver se ela acordava mas ela mal se mexeu no berço. Só moveu o bracinho e eu desisti de esperar que ela acordasse. Deito-me na cama de seu quarto e ajeito o travesseiro na minha cabeça. Meus olhos estavam pesados e meu corpo pedia alguns minutinhos de sono. E foi daquele jeito, ali mesmo que eu cai no sono.

Continua..