Ligo o carro e Abby fica acenando até que a casa de Susan desapareceu da nossa vista.

Eu sorri aquela cena mais me esforcei para me desligar daquele mundo, por algumas horas que fossem. Peguei na mão de Abby, que anteriormente, já havia trocado o Cd, e posto uma música mais "dela". O semáforo fechou e eu aproveitei para dar um beijo nela. Eu estava extremamente feliz, nada poderia estragar a minha noite.Além do nosso aniversário, era o fim da "seca". Agora tudo iria melhorar.

Diriji por alguns quilômetros. Meu nervosismo era tanto, eu nem sabia pra onde ir. Planejei tanto esse dia que agora não sabia que rumo tomar. Ela olhava pela janela e pegava minha mão de vez em quando. Pensei em ir num hotel, mas isso era muito batido. Tínhamos feito isso no dia do casamento e eu queria surpreendê-la. Hotel 5 estrelas, muita pompa e fama pelo dinheiro já estava fora de moda.

Eu deveria ser mais ousado dessa vez.Pensar mais pelo lado "sexual" e "instintivo". Até voltar pra casa me passou pela cabeça, rebatizar a casa. Mas não. Eu queria ir além. Fazer algo novo, diferente mesmo. Algo que ela nunca esperaria de mim. Ela não vivia dizendo que eu era certinho demais? Bonzinho demais? Certo, vamos tirar essa impressão da mocinha.

A velocidade do carro era alta, mas isso não me impediu de virar a direita bruscamente. Eu não tinha um em mente, mas não seria difícil de encontrar o que eu estava procurando.

- Jurava que você ia me levar pro sushi...- ouvi ela dizer, parando um pouco de sussurrar a música.

- Pois é...- eu me limitei a dizer.

- Não vamos?- ela ainda parecia não acreditar.

- Não- respondi rapidamente, começando a prestar atenção nos dois lados de uma das Avenidas mais conhecidas de Chicago. De longe eu avistei um letreiro colorido piscando, acelerei mais o carro. Passei em frente observando bem, sem que ela percebesse. Ok, esse não. Não precisava exagerar. Não precisava ser caro e glamuroso, mas pelo menos limpo.

- Ah meu Deus.. – ela começou a rir quando percebeu que eu encarei muito o estabelecimento anterior. – se precisar de ajuda pra escolher eu sei de uns que me indicaram...

Olho para ela quando paramos no sinal e pisco sem acreditar que ela conversava sobre esses assuntos com suas amigas.

- Então vocês conversam sobre motéis! – eu torno a dirigir quando o sinal abre e ela começa a rir.

- Nós mulheres conversamos sobre cada coisa que vocês homens nunca iriam imaginar.

Antes que eu me estressasse ou ficasse encucado com aquilo, ela coloca uma mão na minha perna e fica acariciando-a de leve. Pronto, agora ela que estava querendo me seduzir.

- Vira à direita daqui a dois quarteirões...

Ok. Ela venceu, eu iria pra onde ela já tinha ouvido falar. Dobrei onde ela mandou e logo avistamos algo que aparentava ser o que eu procurava.

Sinalizei e entrei vendo que o portão se fechou atrás de nós. Estacionei o carro e fomos diretamente a recepção. Olhei para os lados torcendo que não tivesse alguém conhecido. Não sei porque, eu não me sentia muito à vontade vindo num local como esses.

- Pois não? – a recepcionista falou – Quantas horas e que tipo de quarto vocês vão querer?

Olhei para Abby que esperava que eu me pronunciasse e volte a encarar a recepcionista.

- Não sei.. – eu fico batendo meus dedos no balcão enquanto contabilizava quanto tempos iríamos precisar – o que você acha?

- Eu? – a recepcionista pergunta fazendo Abby rir.

- Carter...- Abby acena negativamente me fazendo sentir pior do que eu estava. Eu dei totalmente as costas para a mulher enquanto fazia com que Abby entendesse o que eu sussurrava.

- Po, eu tenho que saber quanto tempo vou demorar pra transar?- eu pergunto e Abby começar a quase chorar pelo riso contido.

- Calma- ela ria feito criança - vou dar um jeito.

- Não!- eu disse mais alto quando ela parecia querer dar um jeito. Aí eu me sentiria uma "bosta" completo. Nem pra ir a um motel! Não, isso não. Agradeci quando vi um casal de "pivetes" entrou pela porta e eu nos afastei, fazendo com que eles fossem na frente.

- Esse garoto tem 18 anos?- eu perguntei pra Abby, que não parecia se espantar.

- Não parece...de repente ele só não é muito desenvolvido- ela riu com aquela carinha, colocando a mão muito discretamente bem perto da minha coxa.

Em menos de um minuto o garoto pegou a chave do quarto e subiu.

- Que humilhação...- eu disse entredentes e Abby sorriu. Voltei a encarar a moça que já ria da minha cara.

- Decidiram?- ela perguntou sorrindo pra Abby.

- Sim.. – falei tentando recuperar minha moral, olhei para o relógio e analisei. Bom.. se são quase oito horas até meia noite saia algo.. – Cerca de cinco horas... – falei vendo que Abby havia parado de rir.

- E qual suíte?

- Qual você sugere para aniversario de casamento? – eu viro o meu olhar pra Abby que talvez estivesse abismada com a minha "espontaneidade".

- A mais cara.. é claro.

Bom, pelo menos ela ia direto ao assunto. Confirmamos o quarto e logo ela nos deu a chave e indicou para onde deveríamos ir.

Passamos por um corredor longo e fomos até o que o final do mesmo. Peguei a chave e coloquei na porta abrinndo-a rapidamente.

- Opa.. – eu sorrio empurrando a porta – preparada para fortes emoções?

- Vamos logo com isso John.. – ela praticamente me empurra e entra no quarto na minha frente.

- Nossa.. eu sabia que você estava carente.. mas nem tanto...

Ela se vira fazendo bico e se aproximando de mim.

- Bom... – ela sorri – que tal falar menos e agir mais! – ela sorri e eu a acompanho fechando a porta.

- Nossa, você vai ficar grávida pelo menos uma vez por semana...- eu disse rindo, tirando a bolsa que estava no ombro dela, deixando cair no chão. Chega de ser certinho. Pelo menos hoje. Eu aprofundei o beijo que ela me deu e fui indo pra frente, abraçado a ela, sem saber onde iriamos parar. O quarto não era tão grande quato ao do hotel do nosso casamento, mas poderia apostar que era o maior dali

Ela nos afastou um pouquinho e encarou a cama.

- Saudades...- ela suspirou.

- De uma cama de motel?- eu sorri, abraçando-a por trás.

- Aham...e dos acessórios- ela disse naturalmente, não se tocando que eu poderia entender outra coisa por "acessórios". É lógico que ela se referia a mim, mas eu poderia muito bem me fazer de inocente, não?

- Ah...então você gosta dos "acessórios"?- eu a olhava por trás mas não podia deixar de notar a carinha dela.

- Não foi isso que eu quis dizer, Carter...-ela estava visivelmente envergonhada, e isso só me deixava mais e mais... ansioso.

A vi caminhar pelo quarto matando a curiosidade do lugar. Segui lentamente os seus passos e a alcancei abraçando-a por trás.

- Você quer comer antes? – eu começo a beijocar o seu pescoço vendo que ela deixou se render por um instante as minhas primeiras caricias.

- O que você acha? – ela se apóia na parede se virando para me encarar.

Continua..