Ciúmes III – Por Lili Psiquê
Disclaimer: Saint Seiya / Cavaleiros do Zodíaco pertence a Masami Kurumada. E Mozão, Mozinho e Carlo são apelidos / nomes criados pela Pipe.
Resumo: E a ciumera continua. O que aconteceu com Miro e Kamus depois daquela festa? Será que o gelado aquariano se rendeu ao quente escorpião? Final da trilogia! Romance yaoi / lemon.
Olha, eu não pretendia escrever esse número três simplesmente porque achei que não iria agradar. Sei la, pensei que vocês achariam o tema meio batido.. Mas, devido às ameaças que eu recebi (rssss), escrevi o mais rápido possível essa continuação. Ta, o mais rápido possível foi bem longo... Malditos bloqueios. Mas como eu postei, acho que escrevo os outros capítulos rapidinho. Afinal, agora a história está na minha cabeça.
Pra quem ta boiando (ô mania de escrever como se todo mundo soubesse do que eu tô falando...), essa fic é continuação direta da Ciúmes II, minha também. Apesar de que dá pra entender a fic, mesmo quem não leu as anteriores. Boa leitura, e espero que tenha ficado de acordo com as expectativas! Porque eu, sinceramente, não acho que ficou. Mas, sem drama... Vamos ao que interessa.
E muitos beijos e thanks pra Celly, a beta mais fofa que existe!
Bjos!
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Capítulo 1 – Fase Um
Miro soltou Mú:
– Vai!
A festa inteira estava olhando para eles. Shaka puxou Mú discretamente, como se não estivessem ali. Áries se deixou levar, como uma marionete.
Miro havia topado participar de um plano maluco de Afrodite para unir Shaka e Mú. Os dois últimos haviam ajudado Peixes a resolver um probleminha com Máscara da Morte. E o Escorpião só havia entrado nessa corrente de auxílio amoroso porque tinha seus próprios interesses. Dite iria ajuda-lo a conquistar Kamus.
Só que ele já estava começando a se arrepender. Shaka arrastou Mú para fora da festinha que rolava na oitava casa, e Miro sobrou sozinho no meio da pista, com todos aqueles olhares curiosos em cima dele.
– Mas que cazzo, Dite, o que aconteceu aqui? Miro nunca desiste fácil assim de uma conquista! Você foi assim longe com o tal plano? – Como todo o restante do salão, Máscara da Morte não havia entendido nada. Mas conhecia muito bem aquele sorrisinho de vitória de Afrodite.
– Ai Mozão, você achou que eu estava blefando? – Carlo abriu a boca para discutir – E não fala nada! Os fins justificam os meios... Deu tudo certo, graças à deusa! – Disse, batendo palminhas. Di realmente estava contente. Era óbvio que seu plano tinha dado certo, mas a situação de Miro não era das melhores. Todos os presentes estavam cochichando, e ninguém se dava ao trabalho de disfarçar o assunto. – Carlo, espera um pouquinho, vou falar com o Miro.
Afrodite saiu de seu cantinho e foi até o salão.
– Precisa de companhia para terminar a dança, querido?
Miro sorriu.
– Aceito!
Dançaram mais uma música, e lentamente os outros desviaram a atenção.
– E aí Di, você acha que deu certo? – Miro sussurrou próximo à orelha de Dite.
– Tenho certeza! Mas não fala tão perto do meu ouvido! Aquele italiano é extremamente ciumento. – Di dançava com Miro, mas estava prestando muita atenção na cara de fúria de seu namorado. Iria ouvir um monte depois...
– Tá bom... ! Mas... e agora? Eu percebi o olhar de desprezo que o Kamus me deu quando eu agarrei o Mú! – Escorpião continuou falando baixo, mas agora um pouco mais longe.
– Desprezo não, querido! Aquele foi um olhar de ciúmes!
– Ciúmes? Ah, me poupe...
– Sim, ciúmes. Miro, todo o Santuário está acostumado a te ver agarrar amazonas, levar cavaleiros de prata para seu templo, ou mesmo outros moradores do Santuário. – Miro não escondeu uma careta de orgulho quando Dite falou sobre suas conquistas. – "Mas você nunca se envolveu com nenhum cavaleiro de ouro. Pelo menos, não que eu saiba."
– Não. Não tem nenhum douradinho na minha lista, justamente porque eu nunca quis me queimar...
– Queimado você já está há muito tempo, mas eu te entendo. Seria muito mais difícil conquistar o Kamus se ele soubesse que você está ou já se envolveu com um de nós. Ele não é um amigo próximo de ninguém, mas nós convivemos todos juntos já há um bom tempo. Seria uma situação muito delicada...
– E será que eu não joguei esse meu único ponto a favor no lixo hoje?
– Hum.. eu acho que não... serviu pra deixar o Kamus com ciúmes. Não foi tão mal assim.
– Dido, você realmente acha que o Kamus vai ceder assim facilmente, com esses planos regados de ciumeira?
– Olha, sinceramente, eu acho que não Miro. Eu até tinha pensado nisso, como te expliquei antes, mas Kamus é de Aquário, além de ser uma pessoa muito fria. Você vai precisar de algo insólito, criativo, surpreendente... – Di estava novamente com um olhar pensativo, que Máscara já estava começando a interpretar mal.
"É melhor separar esse dois. Dite é ingênuo, nem vai perceber se Miro der em cima dele."
– E você tem idéia de onde eu vou arrancar tanta criatividade? – Miro não confiava muito nessas loucuras do Afrodite.
– Olha, tenho sim! Passa no meu templo amanhã! Aí a gente... – Afrodite viu o olhar de pânico do Escorpião, e olhou para trás. Encontrou um italiano disfarçadamente furioso. – Amore, calma! Só estamos conversando. – Dite abriu aquele sorriso que só não derretia os esquifes do Kamus.
– Chega, né? Vamos embora Di, essa festinha já deu o que tinha que dar. Boa noite Miro...
–Até amanha, Máscara... – "Ô cara enfezado..."
– Até amanhã? Mozinho, o que o Miro quis dizer com até amanhã? Quem esse folgado pensa... – Afrodite continuou ouvindo desaforos em italiano o caminho inteiro até seu templo...
A festa já tinha miado por si só. O clima já tinha ido pro espaço, Miro nem precisou expulsar ninguém, e o "seu" Kamus já tinha ido embora sem se despedir mesmo...
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– Afroditeeeeee!
– Didoooooo!
– Afrodite, vem aqui!
– Dite, eu vou entrar no teu quarto!
– Mozão, vê quem tá me chamando... – Afrodite estava dormindo nos braços de Máscara da Morte, com a cabeça aninhada no seu peito. Abriu os olhos com manha, e fez o pedido com um biquinho lindo...
– Nem a pau. – Mascara nem abriu os olhos.
– Por favor... eu ainda tô com sono.. – Dite fez ainda mais manha.
– Não Di! Só pode ser aquele Escorpião inconveniente. E ele é assunto seu. Foi você que o convidou. – Máscara detestava ser acordado daquele jeito. Seu humor, que já não era dos melhores, ia para o espaço.
– Mas eu não achei que ele viria tão cedo... – Afrodite fez mais uma tentativa.
– Mozinho, já são 11 horas... – Carlo abriu os olhos, olhou no relógio e fez uma cara de indignação.
– Mas a gente ficou na festa até às 3 da madrugada! Fora que você fez com que eu ficasse acordado até amanhecer. – Di não conseguiu esconder o sorrisinho malicioso.
– Vai dizer que você não gostou... – Agarrou o namorado e deu-lhe um beijo apaixonado.
– Hum... gostei e muito! – Di respondeu em meio ao beijo, mas quando viu que a coisa começou a esquentar, e que Miro continuava berrando, levantou-se - Ai, eu vou lá falar com o Miro, que ele acorde o Santuário inteiro.
Afrodite levantou-se, abriu a porta do quarto e gritou:
– Calma, Miro, eu tô indo! Senta aí na sala!
Lavou o rosto, penteou os cabelos, escovou os dentes e colocou a primeira túnica que viu na frente. Deixou um Carlo com uma careta furiosa – forçada, lógico! – na cama, e foi falar com o Escorpião.
– Poxa, você não podia vir mais tarde?
– Ai Di, eu nem dormi- Miro estava em pé, elétrico.
– Credo, Miro, você precisa relaxar. Pede umas aulas de meditação para o Shaka. – Di sentou-se no sofá. Aliás, seu templo era um dos mais 'modernos' do Santuário. Enquanto os outros conservavam quase todo o ar de Grécia Antiga, Afrodite fez questão de decorar o seu como se morasse num apartamento chique, não em meio a ruínas.
– Claro, vou pedir sim! Depois de ontem ele deve é estar louco para me mandar para um dos seis mundos! – Miro continuou andando pra lá e pra cá...
– Dramático! Senta logo, senão eu vou ficar tonto se tentar falar com você rodando pela minha sala.
Miro sentou, bufando. Realmente, seus olhos estavam inchados, e, apesar dele estar com os cabelos recém lavados, sinal de que tinha saído do banho há pouco tempo, parecia que tinha acabado de chegar de uma balada.
– O Kamus falou com você ontem?
– Não. Ele foi embora sem nem se despedir. – Respondeu, passando as mãos pelos cabelos, nervoso.
– Hum... eu já imaginava.
– Então por que perguntou?
Di olhou para o escorpiano com um bico de indignação.
– Você quer a minha ajuda?
– Quero! – Fez uma careta. - Aliás, você não tem escolha. Por sua causa o Kamus deve estar me achando o maior galinha do Santuário.
– Bom, isso ele já devia achar antes mesmo da festa de ontem... Mas não vamos entrar no mérito da questão.
Nessa Máscara apareceu.
– Olha, se vocês dois vão ficar trocando farpas, é melhor desistirem. Conquistar o kamus já é uma missão quase impossível. Fora que você é o cara menos indicado pra isso Miro.
– Mas por que?
– Porque você é o mais galinha do Santuário. – Respondeu, seco. - E há outro probleminha...
– Qual? – Os dois perguntaram, em uníssono.
– Algum de vocês já viu o Kamus com algum cara?
– ... Não. – Respondeu Miro, abaixando a cabeça, enfiando os dedos entre seus cachos. "Mais um problema..."
– Não acho que ele seja machista, mas será que ele vai querer se envolver com um homem? Tipo, isso não é assim tão simples... – Máscara complementou.
– Ai, é mesmo! Eu nem tinha pensado nisso! – Afrodite exclamou.
– Eu sei que você vai querer me matar, mas eu também não. – Miro já estava transtornado. O povo do Santuário era tão tranqüilo e aberto quando a isso, que ele se esqueceu de que estava querendo conquistar Kamus de Aquário, o cavaleiro conhecido por jamais ter se relacionado com ninguém dali.
– Pois é... E se ele for hetero? – Carlo completou.
– Ah, Mozão, ele pode simplesmente ser discreto, o que é mais provável.
– Ele também pode ser assexuado. – O grego ironizou. - Sei la, as vezes não acha que ter um relacionamento seja importante.
– Miro, não exagera... Olha... A única coisa que podemos fazer é tentar. Ninguém vai poder nos culpar por isso. E a questão aqui não é a opção sexual dele, mas os sentimentos. Eu acho que ele gosta de você Miro, pois ele vive lhe lançando uns olhares.
– Sim, ele vive me lançando olhares. Olhares de censura, Dite... – Escorpião levantou-se, frustrado. Tinha a sensação de que nenhuma idéia de Afrodite iria ser suficiente para conquistar o cubo de gelo. - Mas, na pior das hipóteses, eu continuo sem ele. Portanto...
– Portanto, vamos à fase um.
– Fase um? – Carlo e Miro perguntaram.
– É. Eu tenho umas 3 idéias na manga. Mas nem me perguntem quais são as outras. Caso esta não dê certo, partimos para as outras opções.
– Desembucha...
– Miro, você não vai sair com mais ninguém.
– Como assim, mais ninguém? – Miro fez careta.
– Simplesmente isso. Ninguém. Nem homens, ou mulheres. Não vai levar mais ninguém ao seu templo, não vai sair a noite, nem vai sair beijando na boca a torto e direito. Vai se abster de qualquer relacionamento, por mais casual que ele seja.
– E no que isso vai ajudar? – Miro fez pouco caso de Dite. - O Kamus nem fala direito comigo, como vai ficar sabendo dessa minha abstinência?
– Kamus pode não falar com você, mas conversa com o Saga e o Mú. Eu vou plantar a fofoca, e tenho certeza de que o Saga vai acabar comentando com ele. E Miro, logo o Santuário inteiro vai estar comentando, pois você não passa uma semana sem levar alguém pra tua cama.
– Não é assim, Dite...
– Tá é quase assim. Enfim... Não custa tentar, né?
– Bom.. até custa, mas é pelo Kamus. Ficaria sem beijar mais nenhuma boca pela eternidade se pudesse ganhar só um beijo dele.
Afrodite rodou os olhos.
– Você está realmente muito dramático hoje, Miro... E vai pra tua casa, dormir um pouco, e arrumar aquela zona.
– Como você sabe que eu ainda não arrumei meu templo?
– Desde quando você arruma alguma coisa? – Dite gargalhou.
Miro, desgostoso, foi embora para seu templo. Não estava com sono, mas a bagunça que havia sobrado por lá o manteria ocupado até o dia seguinte.
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Assim seguiram os dias. Miro na sua, brincalhão como sempre, irônico e chamativo, sempre com uma sátira na ponta da língua. Mas Afrodite nem precisou 'plantar' a fofoca. Logo na primeira sexta-feira após a festa no templo de escorpião, e o começo do namoro de Shaka e Mú, Miro recusou um convite de Shura para sair para a balada, que estranhou. Recusou outro convite no sábado, fugiu de uma amazona atrevida no domingo, e não levou mais ninguém ao seu templo durante toda a semana que se seguiu.
Logo o Santuário começou a comentar sobre o que acontecia com o cavaleiro de Escorpião. Antes sedutor, Miro agora evitava lançar quaisquer comentários maliciosos.
A 'fofoca' chegou aos ouvidos de Kamus, mas não através dos cavaleiros de outro. Durante um treino coletivo durante a semana, na arena, ele lutava com Shura. Apesar de estar extremamente concentrado, não conseguiu evitar prestar atenção nos risos contidos de Shaka, que estava a descansar de um treinamento na arquibancada, ao lado de Mú.
– Mú, olha como ele está vermelho! Desde quando o Miro fica vermelho? – Shaka riu, baixinho, apontando com a cabeça Miro, que estava aparentemente envergonhado, ao ser abordado por um cavaleiro de prata enquanto estava indo beber água.
– Shaka, e o que você tem a ver com isso? – Mú perguntou, calmo.
– Oras, desde que ele tentou te agarrar, tudo!
– Eu já te disse que foi armado... – O ariano respondeu, ainda calmo. - E você disse que tinha entendido.
– Até pode ter sido armado, mas bem que ele tirou uma casquinha. – Mú riu. Shaka era realmente muito ciumento.
– Mas Shaka... Por que te importa tanto a situação amorosa do Miro?
– Não que me importe, mas ele está estranho. – O virginiano começou a falar, gesticulando, enquanto os dois observavam a abordagem do cavaleiro de prata, que parecia estar dando em cima de Miro, enquanto o escorpiano se esquivava. - Miro sempre passava com amantes pelo meu templo, sempre estava por aí a beijar, saindo pra dançar... Agora ele parece até doente. Não faz mais nada, vive declinando os convites dos outros para sair. E olha ele ali, dando um fora no Capela! – Mú olhou feio para o loiro, que correu em consertar seu comentário. - Não que o Capela seja interessante, mas o Miro, dando um fora, e um fora ríspido como aquele?
– Eu vou fingir que não ouvi essa do Capela, pois você tem razão. – O tibetano respondeu. - Miro está mesmo diferente. Mas acho que nós não temos nada a ver com isso, Shaka. Acho que ele simplesmente percebeu que sair com qualquer um não irá faze-lo feliz.
– Assim espero, Mú, assim espero. – Concluiu o loiro, para mais uma sessão de treino. E não percebeu que Kamus, distraído enquanto ouvia a conversa dos dois, havia levado um belo soco de Shura.
– Kamus, desculpe! Está tudo bem?
– Está sim Shura. Eu me distrai, mas podemos continuar. Isso não vai acontecer de novo. – Respondeu, enquanto observava um estourado Miro empurrando o tal cavaleiro de prata.
"Mas o que raios está acontecendo com ele?"
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– Dido, pelos deuses, já faz um mês e meio que eu estou na maior seca! – Miro estava mais uma vez no templo de Peixes, inconformado. O plano de Afrodite aparentemente não havia dado fruto algum.
– Eu sei, Miro... – Respondeu Dite, aborrecido. Achou que Kamus iria dar pelo menos alguma dica de ter percebido a mudança de Escorpião.
– E até agora nada! Nada vezes nada. Kamus sequer parece ter notado minha mudança.
– Ele deve ter notado, Miro! Todos notaram. – Os dois estavam sentados no sofá de Di, e Miro não hesitou em colocar seus pés na mesinha de centro. Peixes estava tão decepcionado com o resultado da primeira parte de seu plano, que nem ralhou com ele.
– Mas, se ele notou, em nada o afetou. O que eu faço, Di?
– Bom... vamos à parte dois, então... Apesar de que eu preferia não chegar nesse ponto.
– E qual é a parte dois? – Miro desceu os pés, e ficou reto, ansiosamente esperando a resposta.
– Olha, antes de eu te contar meus planos, você vai ter que ir comigo conversar com Shaka, Mú, Shura e Saga.
– Mas por que eles?
– Porque Shura, Saga e Mú são os mais próximos a Kamus, e o Shaka vai de bandeja.
Miro riu.
– Nunca imaginei que ele e o Mú seriam tão grudados. – Suspirou, triste. Não conseguia conter uma certa inveja da felicidade deles, e a de Dite e Carlo. Não que fosse uma inveja negativa... Ele só queria ter a mesma chance de ser feliz.
– É o amor, querido, é o amor...
– E o que você quer falar com eles?
– Estamos no final de Janeiro... – Di se levantou.
– E...
– E mês que vem é aniversário do Kamus. Nós nunca fizemos uma festa pra ele.
– Desde quando Kamus vai querer uma festa? – O escorpiano levantou as sobrancelhas, enquanto observava Afrodite passar um paninho na mesa, que havia ficado com a marca dos pés sujos do outro.
– Eu não quero fazer uma festança, como nos seus aniversários, mas um jantar...
– Hum... É... mais a cara dele. Mas ainda acho que ele não deve nem se lembrar da data em que faz anos. Deve ser algo completamente insignificante pra ele.
– Miro, se você o acha tão chato, por que afinal quer conquista-lo? – Bufou, batendo os braços ao lado do corpo. "Mas que saco!" Miro vivia a reclamar das atitudes do aquariano, mas seguia com essa obsessão. Às vezes o sueco achava que o grego só queria mesmo Kamus por saber que ele era difícil.
Miro ficou quieto alguns instantes, como se estivesse tomando coragem.
– Eu o amo. Afrodite. Simplesmente isso. Mesmo ele sendo insuportável. Me lembro do dia em que ele chegou no Santuário, quieto, calado, mas com aquele ar superior. – Respirou fundo, pra conter as lágrimas. Imagina, andava emotivo demais. - Lembro das reuniões no Templo do Mestre, e dele sempre me criticando por causa dos meus rompantes. Me arrepio só de pensar naquele olhar gelado me reprimindo, naquela voz doce e autoritária, na raiva contida dele quando simplesmente virava as costas e ignorava minhas provocações. E agora eu tenho uma chance. Não preciso mais pensar na minha morte iminente, tenho a possibilidade de ser feliz. E só vou ser completamente feliz ao lado dele...
Dido ficou quieto. Nem nos seus momentos mais românticos ele falava de Carlo com tanta paixão. Entendeu Miro. Aliás, o entendia muito bem. Por quanto tempo ele mesmo não sofrera calado?
– Nossa... Depois dessa, me convenci. – Segurou na mão de Miro, levantando-o, sorrindo. - Vem, vamos falar com os outros. Temos duas semanas pra acertar tudo.
E agora a fase dois entraria em cena.
Continua...
Nota da Beta:
O site tá com problemas, como todo mundo sabe, com algumas acentuações e travessões...a culpa não é nossa...lol..boa leitura!
