Ciúmes III – Por Lili Psiquê
Disclaimer: Saint Seiya / Cavaleiros do Zodíaco pertence a Masami Kurumada. E Mozão, Mozinho, Dido e Carlo são apelidos / nomes criados pela Pipe.
Resumo: E a ciumera continua. O que aconteceu com Miro e Kamus depois daquela festa? Será que o gelado aquariano se rendeu ao quente escorpião? Final da trilogia! Romance yaoi / lemon.
Aqui está a segunda parte. Gente, não precisam querer me matar, pois essa fic é curtinha. Provavelmente vai ter mais um ou dois capítulos, e só. Agradeço muito a Celly, a querida beta, a Elfa Ju, a Caliope, a Susu. a Pipe, a MueShaka 4 Ever, a Ilia-chan, a Anna Malfoy, a Sinistra Negra e a Carloa Weasley, que me deixaram reviews. Agradeço também ao povo que leu, e que esperou pacientemente este capítulo.
E pra quem pediu mais... gente, acabaram os casais! rs... Afinal, essa fic é yaoi... E não tem outros casais yaoi que eu goste o suficiente para escrever. Mesmo assim, (Lili dando pulinhos), thanks de novo para quem deu apoio para essa ciumera chegar perto do fim.
Ah, e antes que eu me esqueça. Acho que todos sabem que o ta bichado, mas eu não ando com saco pra mudar a formatação. Tentei dar um jeito nos travessões, e 'repostei' o primeiro capítulo. Se alguém quiser os capítulos pontuados, me pede no msn, ou aguarda uma carinha, que eu mando a fic pro SSD qdo estiver pronta.
Bjos!
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Capítulo 02 – Fase Dois
– Eu já disse que não, Dite! – Gêmeos estava em seu templo, com uma calça larga, suado e descabelado, treinando. Batia com força em um saco de areia, com as mãos nuas. Nem olhou para Peixes ao responder.
– Mas Saga.. não vai doer nada! – Afrodite estava em pé, de braços cruzados, pensando desesperadamente em como convencer Saga a ajuda-lo.
– Quando é que você vai perceber que esses seus planos são furados? – Ele parou, limpando a testa com as costas da mão. Pegou uma toalha que estava jogada em um canto, secou-se, e sentou em um comprido banquinho de madeira.
– Furados? – Dite ficou revoltado. - Olha, meu último foi um sucesso! É só olhar para o Mú e o Shaka desfilando. E você não vai ter que fazer nada de mais...
– Só agarrar o Miro... – Gêmeos virou os olhos, e Di sentou-se ao seu lado, franzindo o nariz por causa do estado 'lastimável' do outro.
– Não! Você ainda não entendeu? É pra você provocar o Miro, e fazer com que Kamus perceba. Mas não é pra agarrar ele... É só pro Miro te dar um fora.
– Ótimo! – Saga levantou-se, cruzando os braços, e olhou para Peixes com desdém. - Além de ter que dar uma de sem vergonha, vou levar um fora. E o que eu ganho com isso?
– Alguém que você queira conquistar? – Dite sorriu, e olhou com aquela carinha que só ele sabe fazer.
– Nem se eu quisesse, Dido, pediria seus 'serviços' de cupido... – Gêmeos voltou ao seu treinamento, agora chutando o tal saco.
– Então me pede alguma coisa, oras!
Saga parou, e olhou para Peixes, com um sorriso curioso. Logo em seguida gargalhou, e voltou aos chutes, enquanto falava.
– Semana que vem, whisky a noite inteira. Do mais caro.
– Afeeee... Isso vai sair mais caro do que eu imaginei... – Di suspirou, dando de ombros. - Tudo bem. Depois eu cobro do Miro.
– Ok, então. Me explique com detalhes o que eu tenho que fazer... – E Saga sentou-se novamente, ouvindo atentamente tudo o que o outro cavaleiro tinha para lhe falar.
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– Mas Shura... você sabe que eu ODEIO festas. – Kamus, ainda inconformado, havia ficado sabendo do tal jantar de aniversário há poucos minutos. Estava indo deitar-se para ler, quando Shura entrou em sua casa, forçou-o a se arrumar, e o arrastou ao Templo do Mestre.
– Isso não é uma festa, é um jantar, Kamus.
– Dá na mesma... Isso tudo foi idéia de quem?
– De nós, seus amigos; ainda se lembra disso, ou anda tão mergulhado em seu mundinho de gelo que se esqueceu da nossa existência? – Shura parou, olhando sério para o outro cavaleiro.
– Para, Shura! Drama definitivamente não combina com você.
Kamus suspirou, ao entrar no Templo do Mestre. Em uma das salas, destinada a justamente esse tipo de confraternizações, havia uma mesa longa, já arrumada com as louças, talheres e outros apetrechos. Todos os cavaleiros de outro estavam presentes, ainda em pé, assim como os de bronze.
Logo que Shura entrou no local, viu Shina, conversando com Marin e Aioria, e correu até lá. O inconformado aniversariante ficou plantado na porta, bufando de mau humor, até que Shaka e Mú vieram dar-lhe os parabéns, e acompanha-lo até a roda dos dourados.
Saga conversava animadamente com Miro, e Kamus percebeu. Mas fingiu não ter se abalado nem um pouco ao receber os cumprimentos dos dois. Seiya, Saori, Shun, Hyoga, Shiryu e Ikki também cumprimentaram o cavaleiro de Aquário, que tentou se esquivar de qualquer conversa mais acalorada.
Dite estava ao lado de Máscara, e apenas observava o andamento de seu plano. Carlo bufava, inconformado, mas não falava mais nada. Adiantava falar alguma coisa para Afrodite?
Aldebaran foi o primeiro a perguntar a Saori sobre o jantar, afinal, o aniversariante já havia chegado e recebido os parabêns de todos os presentes.
Todos sentaram-se na longa mesa, mas, por não estarem em nenhuma reunião oficial, dispuseram-se ao seu bel prazer. Kamus foi obrigado a sentar-se em uma ponta, e Saori colocou-se na outra. Seiya sentou-se ao lado direto da deusa, e Shiryu no esquerdo. Ao lado do cavaleiro de Pégasus estavam Shun e Hyoga, discretamente de mãos dadas, e Ikki ao lado de ambos, emburrado, pois estava ali somente por causa da insistência do irmão.
Mú e Shaka colocaram-se ao lado de Shiryu, Dite e MdM ao lado de Mú, Kanon ao lado de Máscara, com seu gêmeo ao lado, que puxou Miro, para que o escorpião se sentasse ao seu lado. E, conseqüentemente, ao lado direito de Kamus.
No outro lado da mesa estavam Seiya, Hyoga, Shun, Ikki, Aldebaran, Aioria, Marin, Shina e Shura. O cavaleiro de Capricórnio acabou ficando ao lado esquerdo de Kamus.
E assim o jantar começou a ser servido.
Para o pânico de Kamus, todos estavam completamente preocupados em serem gentis e educados, e a conversa na mesa parecia ser totalmente interessante. Claro, algumas figuras estavam caladas, como Seiya, Ikki e Máscara. Mas, em geral, todos se davam bem, e o papo fluía.
Um papo sobre os possíveis mestres do Santuário começou, e desagradou imensamente Kamus. Talvez apenas Mú estivesse mais incomodado do que ele, pois era, sem dúvida, o mais cotado para o cargo. Esperava que Saori demorasse muitos anos para pensar em fazer essa escolha. Kamus estava em segundo lugar, e só perdia por ser meio que anti social. Aí logo o assunto passou a ser a 'sociabilidade' de Aquário, que continuou frustrado.
Mas Mú suspirou em alívio.
O cavaleiro de Aquário apenas respondia o que lhe era perguntado, e agradeceu a todo o Panteão do Olimpo quando o tal jantar começou a ser servido. Assim tinha uma desculpa para manter-se de boca calada.
Após alguns minutos, entradas, pratos principais e taças de vinho, a sobremesa foi servida. E foi nessa hora em que a 'festa' ficou esquisita.
Miro estava furioso, e desconcertado. Quase ninguém notara, mas Saga havia tentado insistentemente puxar conversa com o escorpião, durante o jantar todo. Chegou a encher gentilmente sua taça de vinho, e desfilou palavras educadas a ele. Miro não estava entendendo nada.
Pra começar, Saga não podia estar cantando-o. Não que ele não se achasse bom o suficiente, – assim como modesto - mas Saga nunca havia mostrado ter... ahn... 'interesse' pelo sexo masculino. Mas, gregos são gregos... E naquele Santuário nada mais chocava.
Fora isso, Miro achou o momento completamente inapropriado. Saga não era um moleque. Se realmente estivesse interessado nele, poderia chama-lo para sair, ou mesmo dar em cima dele, mas em OUTRO lugar, longe de todos...
E, desde que a sobremesa (sorvete, em homenagem ao aniversariante) começara a ser servida à mesa, Saga tentava pegar na sua mão, tanto por cima quanto por baixo da mesa. E Miro não sabia mais como fugir dele sem ser grosseiro e fazer todos perceberem.
Por alguma razão qualquer, logo Miro enxergou a desgraça. E olhou inconformado para Dite. Achou que a maldita fase dois fosse simplesmente cortejar Kamus o máximo possível, e da forma mais educada, depois do jantar, quando Afrodite havia prometido colocar umas músicas calmas para que todos conversassem.
Se Dite havia planejado fazer Saga dar em cima dele... Por que não o avisara? O que ele devia fazer? E por que Gêmeos simplesmente não combinara alguma coisa com ele?
Não deu tempo nem de pensar no assunto.
Kamus falou alguma coisa pra ele, sobre algum assunto que estava rolando entre Aquário e Capricórnio, e Miro virou assustado, parando de falar com Saga, puxando com força a sua mão da de Gêmeos.
Kamus percebeu, mas não disse nada. Fingiu que não viu. Miro ficou desconcertado, mas tentou disfarçar.
– Desculpe Kamus, você pode repetir? – Miro passou as mãos pelos cachos, recompondo-se.
– Shura estava comentando sobre as festas em seu Templo, Miro... – Kamus disse, com um tom de zombaria.
– Ah, sim.. e o que foi?
– Estávamos falando que você é ótimo em organizar festas de arromba. – Shura disse, rindo, logo após levar uma colher de sorvete à boca.
– E eu estava perguntando qual é a graça nisso. – O francês acrescentou.
Miro fez pose, jogando os cabelos para trás, e apoiando o cotovelo na mesa. Segurou o queixo na mão, e ia começar a falar sobre as vantagens de suas festanças...
– Oras, Kamus, você tem que entender que.. AIIIIIi... – Nessa Miro gritou, e simplesmente caiu.
Sim, caiu.
Foi ele e a cadeira para o chão, e o escorpiano ficou com os cabelos bagunçados, jogados pela cara, e as pernas pra cima, numa cena ridícula, digna de comédia pastelão.
A mesa parou de conversar, para, a principio, olhar para Miro. Os que estavam do outro lado da mesa levantaram e ficaram observando também, e logo Mú saía da sua cadeira para ajudar o escorpião, enquanto todos permaneciam calados.
Até que a sonora gargalhada de Ikki e o riso mal contido de Aioria e Shura explodissem pela sala. Logo, até Miro ria, largado, enquanto Mú o ajudava a levantar.
– Tinha que ser o Escorpião! – Gargalhou Aioria.
– Mas o que aconteceu, Miro? – Mú, solicito, perguntou.
– Não sei! Simplesmente cai! – É óbvio que ele não ia contar a verdade. Olhou feio para Saga, enquanto ficava reto lentamente. "Como ele pode ser tão atrevido?"
Afinal, o que ninguém havia visto, era que Saga havia deslizado suas mãos nas coxas de Miro, chegando bem perto de uma área muito sensível... isso não fazia parte do plano, mas o geminiano não resistiu a tentação de tirar Miro do sério. Mas não imaginou que ele iria cair...
– Só você consegue ser tão desastrado... – Kamus disse, ajudando-o a se endireitar.
– Ai, ai, ai, ai, ai.. – O grego colocou as mãos na parte baixa das costas, e encurvou-se novamente, nitidamente com muita dor.
Aioria até pensou em ir para o outro lado da mesa, usar seu poder para ajuda-lo, mas hesitou quando viu que Kamus colocava sua mão, com a intenção de 'gelar' o lugar machucado.
– Miro, eu acho que você realmente deu um belo de um mau jeito nas suas costas. – Kamus disse, ainda com as mãos ali. Estranhamente, Miro mal sentia a mão gelada. Sentia era um calor gostoso se espalhando por seu corpo, devido à proximidade dos dois. - Mas amanhã deve estar melhor. Mú, você o acompanha até sua casa?
Desesperou-se.
– Não, peraê! Não precisa, eu tô legal, e, aiiiiiii... – Miro tentou sentar-se, e travou. Aquilo era hora para dar mau jeito? Mas que droga! E a fase dois?
– Não discuta, Miro! Olha, você não tem condições de continuar aqui! – Kamus olhou para Mú, que ainda estava ali ao lado. - Mú...?
O tibetano entendeu a intenção do outro. Queria que acompanhasse logo Miro, sem dar chance a ele para discutir.
– Claro, Kamus. – O ariano olhou para Shaka, que sorriu. – Nós também vamos nos retirar.
Ambos se despediram dos outros, mas Miro, ainda mais entrevado, e furioso, não conseguiu nem dar tchau. Desceu a escadaria, frustrado, gemendo.
"Não creio... Tem que ser comigo..."
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– Mozão... Eu não disse para o Saga fazer isso! – Dite estava deitado na cama, com a cabeça no colo de Máscara, que estava sentado no colchão, enquanto fazia cafuné nos cabelos dele. Haviam chegado da festa há pouco, e ficaram um pouco quietos na cama, até que Carlo começou a cobrar de Dite explicações sobre a atitude de Saga.
– Afrodite, acho melhor você pensar antes de fazer as coisas. Sabe-se lá se essa história de planos e planos está certa; não acha que as coisas devem fluir naturalmente? – Carlo estava sério. Não adiantava muito discutir com Afrodite, mas essa história estava indo longe demais. Ele não entendeu como somente ele percebeu que Miro caíra da cadeira por causa da carícia de Gêmeos.
– Mas pensa comigo... – Dite sentou-se, manhoso, olhando para o outro. - Será que a gente iria se entender caso o Mú e o Shaka não tivessem se metido? E se eu continuasse triste daquele jeito, fingindo que nada estava acontecendo?
– O problema ta aí! Mentiras! – Carlo respondeu, firme, mas sem ser grosso. - Desde quando faz bem mentir? Se você fosse sincero, e me dissesse que não queria ficar comigo se fosse para me dividir com outras, acha que eu iria lhe largar, Mozinho? Eu te amo, seu mimado... – Fez um carinho no rostinho triste. - Se você tivesse sido sincero, nada daquilo teria que acontecer.
– Ta, tudo bem... Até concordo com você. - Bufou, frustrado, mas logo em seguida abriu um sorriso de triunfo. - Mas e o Mú e o Shaka?
Carlo suspirou, pacientemente.
– O Mú já andava percebendo que gostava do Shaka. E os dois nasceram um para o outro, chega até a ser melado demais...
– Como assim, melado?
– Ah, esse lance de destino, almas gêmeas.
Mais um bico de Afrodite.
– Você não acha que somos almas gêmeas?
– Não é isso, Di. – Ta bom que ele era canceriano, mas também era o Máscara da Morte. Nem mesmo Carlo sabia de onde tirava tanta paciência para conversar com o peixinho... - Você consegue imaginar Mú com alguém que não seja o Shaka? E vice-versa? Por que eu não consigo. É como se realmente, eles tivessem nascido para serem um do outro. Chega a ser monótono...
Dido fechou a cara, e cruzou os braços na frente do corpo, mostrando sua indignação. Como assim eles era almas gêmeas? E os dois, eram o que? Carlo continuou.
– Nós nos apaixonamos. Foi mais intenso, mais divertido, mas não quer dizer que nós tenhamos menos amor que eles. Eu só acho que é diferente. E não faz bico... – E fez carinho na nuca do outro, que logo deitou a cabeça para o lado, e se derreteu. Máscara inclinou-se, com o claro objetivo de parar com a discussão e iniciar um beijo.
– Tá bom, tá bom... – Di entregou-se ao beijo que Carlo começou, mas logo o interrompeu. - Mas eu posso tentar mais uma vez?
– Como assim?
– Eu tenho mais uma ideiazinha. Caso ela não dê certo, eu desisto, prometo.
– E se eu falar que não?
– Eu vou fazer um bico muuuuito grande! – O peixinho riu, fazendo com que o outro risse junto, e cedesse aos caprichos do amado.
– Va bene, mas você vai ter que me contar sua idéia antes...
E logo os cochichos do sueco e exclamações indignadas do italiano enchiam o quarto da casa de Peixes. Começava a fase três, para a sorte (ou seria azar?) de Miro.
Continua...
