Santa Madalena – II

Capítulo Quatro

Special Thanks:Maga Patalogica, Raffinha (Bem Vinda!), Jú, Jessy Pinheiro, Nessa Reinehr, Marie Darcanjo, Spirita, Jess Nobre, Rosa, Claudia, Kakau, Cris e Aline Krux.

Vocês todas, cada uma é muito especial pra mim! Adoro vocês meninas! Beijokaxxx!

Boa Leitura! ;-)


"Desculpe senhorita Garciaz.. ah, nome diferente o seu não é? Não, não quero dizer que seja feio, claro que não, só que não vi nenhuma Taiza por esses lados na minha vida, é com certeza de fora... é, pois é, sê sabe que Taiza é um nome...".

"Eu não sou daqui, apenas fui criada em Acapulco".

"Ah!!! A senhorita é de Acapulco?? A senhorita conhece o Carlindo bicheiro?".

"José, deixe-nos a sós". John se alterou, cortando a fala de Taiza Garciaz.

"Tudo bem, ele não está me incomodando" A mulher disse simpática a John que continuou encarando José sério.

"Mas a mim sim" Disse secamente.

"Ok.." José elevou as mãos e deu os ombros se afastando. "..Se precisar estarei ali, no cantinho, cá com meus botões..".Disse sentido.

John estava nervoso, não sabia como proceder, aquilo era embaraçoso demais para ele.

"P-posso a-ajudar à senhora".

"Eu acho que sim, meu carro quebrou, mas... não se incomode, eu posso ir a outro lugar e...".

"... Não! Não, não, não... o que houve com seu carro?". John procurou não olhar a mulher.

"... Eu não sei, estava indo bem, a poucos metros o motor apagou".

"Posso dar uma olhada".

"Obrigada, obrigada mesmo, não sabe como me alegra!".

John não respondeu, passando por ela, indo para fora.José ia levantar-se, mas John sinalizou que permanecesse ali.Havia fregueses por lá.

A mulher olhou distraída para o lado, nem percebendo que John havia parado de caminhar.A porta da lanchonete se abriu mais uma vez.

Marguerite entrou, vendo John parado em sua direção.Estava com Maribel na cintura, e as duas tinham sorrisos nos lábios.Marguerite se distraiu não com a figura máscula a sua frente, mas sim, com a da mulher que trombava com John.

"Papá!" Maribel quebrou o silêncio e se jogou para os braços de John.Marguerite cruzou os braços.

"Meu anjo, espere um pouco com sua madre aqui, papá tem que ajudar uma senhora". Ele desceu a menina de seus braços lentamente, enquanto ela o encarava. "Não demoro".

"Sim" Respondeu amenina um pouco sem graça dando lugar para a passagem.

"Olá". Ele lhe deu um abraço, enquanto Marguerite esperava um beijo.Ela não respondeu continuava encarando a mulher, que estava um pouco constrangida. "Já volto, fique a vontade".

"Não se incomode, já estava de saída".Disse friamente pegando Maribel pelo braço e abrindo a porta atrás de si. "Maribel só queria dizer um olá".

"Marguerite.." John a segurou pelo braço, a impedindo de sair.

"Estou indo!".

"Não!" Ele disse a encarando.Seus olhos pareciam queimar, pareciam emanar fogo. Virou-se à senhora Garciaz. "Espere lá fora, pegarei equipamentos".

A mulher obedeceu, enquanto passando por Marguerite que não cessava em olha-la.

"Buenas tardes senhora". Taiza disse, mas não ouviu retorno.

A mulher deixou o ambiente e Marguerite tirou seu braço da mão de John. "Me solta, vou para casa".

"Não, vamos conversar".

"Não tenho nada para conversar com você agora! Roupa suja lava-se em casa". Fazia o possível para não se alterarem.

"Concordo. Mas você terá que me escutar agora" A conduziu para o balcão.Maribel Camila foi junto, um pouco assustada.

John pôde sentir uma alteração em sua mulher sem mesmo olhar para ela.Soube pela respiração, pelo tom de voz e os gestos bruscos.Ela a conhecia como ninguém certamente.Pode reconhecer e confirmar isto tudo, quando seus olhares se cruzaram, um brilho muito estranho havia invadido aqueles belos olhos cinzentos.

Ela manteve o maxilar firme, "está bastante irritada", pensou ele.

"Escute...".

Ela o interrompeu "...Você precisa trabalhar, nos vemos em casa". Despediu-se estava decidida a sair, virando as costas para ele, levando Maribel, que olhava para trás, um pouco aflita.

John sabia que seria inútil lutar. "Não está esquecendo nada?".

Ao ouvir a pergunta, Marguerite parou.Virou-ser e caminhou de volta, e por cima do balcão e lhe deu um rápido beijo.Já ia se afastando quando John colocou a mão em sua nuca, fazendo-a permanecer face-a-face com ele.

"Eu amo você" Disse pausadamente muito sério, num tom firme, porém melodioso. "Entendeu?" Quis certificar-se de que ela estava ciente.

Marguerite demorou um pouco para responder "Sim".Nenhum dos dois cedeu no olhar, permaneceram se encarando por um longo tempo. "Te vejo mais tarde" Ela respondeu.

"Vou contar cada minuto".Replicou John.

Apesar do olhar sério, a última troca de palavras aconteceu de forma serena.


"Como o senhor pode ver..".

"John, por favor..".

"Oh claro" Ela sorriu. "Como pode ver, John, acho que estou com problemas no motor..".

A jovem mulher caminhava em volta de John, gesticulando e mostrando a possível origem do problema no carro vermelho. "Acho que só um mecânico sabe o que é".

"Tem razão" Disse ela em fim, parecendo conformar-se. "Mesmo assim, obrigada pela boa vontade".

"Não foi nada señorita".

José espiava da janela, vendo os dois conversarem, e logo se apressou para aborta-los quando retornavam para dentro.

"Então, o que era?".

"Não sabemos" Taiza respondeu.

Ficaram ali trocando algumas palavras enquanto John servia-lhe uma xícara de café fresco.Ela elogiou bastante, mas ele parecia não ouvir o que ela dizia.

"Onde fica a pensão mais próxima?".

Os dois homens se olharam, e José prosseguiu. "A mais próxima fica na entrada de outra cidade, lá pras bandas de Mérida".

"Perfeito" Com pesar, ela abaixou a cabeça e olhou para o carro lá fora, debaixo daquele calor infernal. "Parece que o carro vai ser minha pensão por hoje" Sorriu desanimada.

"Não seja por isso!" José emendou. "Você pode ficar aqui!".

"Aqui???????" John o encarou.

"Pode! Não pode?" Só então se virou para John, meio confuso.

"Oh, de maneira nenhuma, não quero aborrecer, não se incomodem, por favor".

"Não é incomodo nenhum señorita, pode ficar no trailer".

"Não acho justo, por favor, posso muito bem dormir no carro, é só por uma noite, não há mal algum...".

"Essa cidade já foi bastante calma, mas isso como eu disse, já foi..".

"De qualquer modo, eu... está bem, eu fico. Mas só por uma noite".

Os dois assentiram. "Onde tem um telefone que eu possa usar?".

John olhava a mulher no orelhão do lado de fora da lanchonete. "Ficou louco?".

"Compadre, você vai deixar um avião desses dormir num carro!?".

"Claro que não, mas.." Ele abaixou o tom de voz, estavam chamando a atenção. "...Mas, tinha que ser aqui!?"

"Não to entendendo!".

"Por que não a levou para a sua casa de uma vez!"

"Quem me dera... q-q-quer dizer, não, NÃO! Vera pode me aleijar!".

"E o que você acha, conhecendo sua prima a mais tempo que eu, o que ela fará quando souber que uma estranha irá dormir aqui?".

"Ela não precisa saber!".

"Não? Está louco mesmo!".

"Não, claro que.." Disse rapidamente. "É só por uma noite, ninguém vai saber!".


"COMO É?!?" Marguerite estava perplexa no portão de sua casa. "O que John pensa que está fazendo?!?".

"Calma!!!" Disse Cris. "Eu só estou lhe contando o que eu ouvi de lá da rua!".

Marguerite bufou. "Eu não acredito que John vai trazer uma estranha pra dentro de casa...!!!".

"... Olha, eu sei que homem não presta, e todos são iguais!".

"Não, meu John não é igual aos outros, tenho certeza..." Marguerite parecia desiludida. "... Deve ter tido um mal entendido, não pode ser...". Coçou a cabeça, olhando para o final da rua.

Cris agachou-se de frente a vizinha. "Só digo uma coisa, abra os olhos! Por mais que tenham cara de anjo, aquelas mulheres de Mazatlán não são arcanjos!".

"O quê? Ela é de lá?" Marguerite arregalou os olhos.

"Sim, sim, pois é, pois é, pois é!!!" Disse Cris Francisca.

"Então, tenho que tomar cuidado!" Disse ela decidida, levantando-se.

"Isso!". Sorriu. Ao longe, as duas ouviram a irmã de Cris chamá-la. "Depois conversamos".


"Niña, estou em casa". John entrou na casa, notando um silêncio anormal. "Marguerite? Maribel?". Esperou para ver se ouvia algo, mas nada aconteceu.

"Devem ter ido na casa da Verinha..." pensou.

Subiu os degraus e foi logo para o banho, estava exausto.Precisava relaxar, aquela estranha havia acabado com seu sossego.

"Como é possível?" Se perguntava ligando o chuveiro. "Como é possível?".

Fechou os olhos e deixou a água cair livremente sobre suas costas. Precisava apenas relaxar.

Ouviu passos do lado de fora do pequeno banheiro, mas não ligou, apenas concentrando-se apenas na água fria.

A porta se abriu.John abriu os olhos e viu uma figura por detrás da cortina verde observa-lo.

A figura abriu a cortina de repente, nem dando tempo de John compor-se.

"Onde ela está?".

"Marguerite?!?".

"Pensou que fosse outra?".

"O quê???".

"É isso mesmo que ouviu senhor Cortez!".

John fechou o chuveiro e pegou a toalha amarela enrolando-se. "Marguerite.. o que está acontecendo?".

"Não se faça de bobo John, eu sei bem que ela está aqui!" Marguerite olhava para os lados, quase afirmando que havia mais alguém por lá.

"Ela quem?"

"Aquelazinha... aquela, aquela... GRRR!!".

John nem precisou ouvir quem, logo lembrou-se da cena da lanchonete. "Ela não está aqui!".

"Ah não? Prove!".

Minutos depois os dois desciam as escadas com passos largos e John a colocou perto do muro, de onde gritou. José provavelmente estava no banho.

"Zé!!!".

"ÔÔÔÔÔÔÔiii...".

"Aquela tal Taiza está ou não está na lanchonete?".

"TAAAAAAA...".

Então, ele encarou a mulher a sua frente de braços cruzados. "Satisfeita?".

"Não!". Entrou para a casa e John correu atrás dela.

Sabia muito bem que tinha que explicar tudo corretamente a Marguerite, mas alguém o fez antes mesmo dele saber.Tinha certeza de que alguém lhe contara algo distorcido.

Continua...

Submit Review e OK!