Santa Madalena – II
Capítulo Dez – Penúltimo Capítulo
Special Thanks... A todo mundo que deixou Review pelo capítulo anterior.Vocês repararam que nem comentário sobre elas eu deixei neh? Por aí vocês podem ver o grau de tumulto que eu estou tendo por aqui... Beijokaxxx!AVISO: O certo seria terminar esta FanFiction daqui a 5 capítulos.Porém, estou tendo alguns problemas e estarei sem internet por tempo indefinido ainda.A partir do dia 10 de junho de 05.Por essa razão, infelizmente, terei que resumir a história.Desculpe-me pelo transtorno e por deixar vocês leitores esperando por uma continuação normal da Fic.Mas às vezes pedemos o controle da situação e quando nos damos conta já é um pouco tarde.
MUITO OBRIGADA!
Boa leitura! )
Algumas semanas mais se passaram.O grupo finalmente parecia ter chegado a algum lugar fixo depois de semanas caminhando sem um rumo. Porém, John sabia que conhecia aquele lugar.
"O dia dos mortos é depois de amanhã." Comentou Taiza. "Como eu queria estar perto do túmulo de minha mãe..".
"Morreu faz tempo?" Perguntou John.
"13 anos.. no dia do aniversário de meu pai, também falecido.Sorte que ele morreu antes, ou eu estava arriscada a perder os dois ao mesmo tempo." Sorriu. "Quando acha que vão nos libertar?". Mudou repentinamente o assunto.
"Prefiro manter minhas esperanças do mais cedo possível."
"Eu queria ser otimista como você."
"Talvez seja, mas ainda não percebeu, como a maioria"
Taiza ficou um pouco pensativa. "Pode ser" Pensou.
Eles estavam entrando em um vilarejo por uma trilha feita no meio do mato.Havia algumas crianças brincando perto de um barranco, e logo começaram a avistar algumas casinhas.
Depois de alguns minutos, esperaram um dos capangas entrar em uma das casas e momentos depois fazer sinal pela pequena janela para que pudessem entrar.
John cochichou irritado. "Parece que têm apoio por todo o país."
Vera e José estavam tendo alguns problemas com as aulas por distância.Estavam sentados à mesa da cozinha fazendo alguns exercícios.
"Verinha olha só, me ajuda nessa frase: "Aquele rio é o mais maior de todos, ou é o mais grande de todos"?".
Vera olhou para o marido com expressão sarcástica. "Ai que burro! Não existe mais maior e mais grande... o certo é mais maior de grande!".
"Poxa amor, eu não sou tão inteligente como você não é, dá uma égua vai...".
"..Dar o quê?" Perguntou dona Soledad que vinha chegando com os netinhos. "Trégua Zé, trégua!".
"Viu? Até a Soledad acha que eu mereço".
Marguerite estava na lanchonete sozinha.O dia foi cansativo para ela, não podia mais contar com Vera e José todos os dias por lá.Por ela mesma, decidira fechar a lanchonete.Não havia por quê continuar uma coisa da qual a fazia lembrar a todo tempo do "falecido" como ela mesma chamava John Cortez.
No fim da tarde lembrou-se, ao achar uma antiga xícara dentro de um pote, e que desta mesma xícara havia mais três, cujo duas haviam se perdido, e uma ela a exatos sete anos quebrara ali mesmo, naquele mesmo lugar quando o simples toque de suas mãos com as do homem que ela havia conhecido a menos de um ano provocou sensações nunca sentidas antes por ela.
"Como o mundo dá voltas! Quem poderia imaginar que depois de tanto tempo nós.." Foi obrigada a interromper quando lembrou que ele não estava mais ao seu lado. ".. fossemos acabar assim". Falou com certo pesar.
Terminou de enxaguar alguns pratos e copos para depois se trancar na lanchonete.Precisava fazer aquilo há um bom tempo.Ficar sozinha, pensar em tudo o que se passou, e o que restava dela.
"O que restou dele em mim?" Repetia a mesma questão por momentos a fio, sem ter a resposta exata.
Curvou-se sobre uma das mesas e respirou fundo, de olhos fechados. "Eu vou conseguir viver sem você. Juro por minha santinha, eu vou conseguir sem você."
Depois de sair da lanchonete, caminhava determinada pelas ruas mal iluminadas de Santa Madalena.Já tinha colocado as idéias no lugar, tinha visto a real situação, cuja ela já tinha a solução.
Mas ela sabia, lá no fundo de seu coração, que ao mesmo tempo existia um lado fraco, frágil em sua mente.Talvez uma criança não possa entender tão bem a perda de alguém querido.
"Na procissão, está decidido."
"Não falharemos" Diziam os bandidos em reunião em uma das casas.
Na casa ao lado, estavam John e Taiza, não mais amarrados ou amordaçados como antes.Tinham apenas um vigia na porta com uma espingarda na mão.Estava sentado em uma cadeira de madeira, e o seu ranger estava irritando Taiza, que andava para lá e para cá.Estavam lá pelo terceiro dia.
Duas batidas na porta chamou a atenção de ambos: era hora da refeição trazida por uma moça do vilarejo.
"Bom tarde, como vai" John tentou puxar assunto em alguma possível conversa, mas recebeu um olhar interrogativo rapidamente por parte da moça.
"Você sabe quando vão nos libertar?" John perguntou ainda na esperança de que tivesse alguma resposta.
A moça botava os pratos na mesa, mas não direcionava o olhar para nenhum dos dois.
"Precisamos de ajuda senhorita..." John segurou-a pelo braço, fazendo-a olhar para ele.
"Não posso falar com prisioneiros. Solte-me". A moça fez um pequeno movimento com o braço, e John a soltou.
"O que ela é, um pau-mandado daqueles ridículos?".
"Ela pode nos ajudar".
"Uma mosca morta daquelas só atrapalha".
"Senti algo em seu olhar".
"O quê? Quando ela olhou para o seu traseiro".
"Não seja irônica, estou falando na nossa liberdade. Acho que ela poderá nos ajudar".
"Se eu fosse você não..".
"..Lembra da conversa sobre otimismo? Então, não está mais disposta a descobri-lo em você?".
Taiza se calou.Ela não havia comentado, mas ele sabia que ela queria ter mais esperança sobre tudo em sua vida. "Tem algum plano?".
"Terei.Teremos algum plano, esta noite, você vai me ajudar".
"Depois que comermos, enquanto a comida está morna".
"Então foi isso que decidi madrecita, não quero mais viver alimentando o passado. Pra mim ele morreu e os mortos não ressuscitam mais".
"Se você acha que é melhor assim, te darei todo o apoio".
Marguerite sorriu. "Obrigada madre".
Elas conversavam no sofá da casa de Vera e José, que ainda estavam fazendo os exercícios.
"'A tauba de ferro ficou ali.' Ali ou lá?".Vera questionou ao marido com um ponto enorme de interrogação na testa.
"Depende ué" Onde é que esta a tauba?" Perguntou José com um ponto de exclamação imenso na testa.
"Tábua!" Disseram Marguerite e Soledad ao mesmo tempo.
"Aonde?" Perguntaram ambos.
As duas se olharam e começaram a rir.
Verinha estava ouvindo no rádio sua novela favorita: "Ela, Cremilda", que dizia assim:
"Dona Cremilda!".
"Profº Robervaldo! Que milagre o senhor por aqui!".
"Vim lhe trazer este humilde presente!".
"Oh obrigada... não precisava se incomodar! Não quer entrar para tomar uma xícara de café?".
"Não será muito incomodo?".
"Mas é claro que não, pode entrar!".
"Depois da senhora!".
E a cada diálogo terminado, era um suspiro de Verinha com seus olhos brilhando, e secando as vasilhas.E o carteiro chegou.
"Olá dona Vera, tem correspondência pra senhora". Gritou do muro.
Vera veio e disparada como um furacão em direção ao pobre homem que levou um susto quando teve a carta arrancada das mãos. "Passa isso pra cá, rápido eu to perdendo a novela!".
"..Por hoje é só minha amiga ouvinte de todos os dias, durantes esses 7 anos de "Ela, Cremilda", obrigada pelo carinho e.." Vera desligou o rádio assim ouviu a voz do narrador e foi ler a correspondência.
"Lindinelson?". Seu coração palpitou tanto, que teve até que sentar e tomar fôlego, antes de abrir a carta.
John e Taiza estavam desanimados.Não tinham conseguido pensar nem planejar em nada, todas as idéias que tinham se desmanchavam com um obstáculo e outro.Cada vez era mais difícil manter a fé.
A moça vinha mais uma vez trazer a refeição para John e Taiza.
"Bom dia, como vai" Perguntou John mais uma vez notando uma certa palidez em sua face.Sabia que ela não ia responder...
"Bem, obrigada" Respondeu a moça para a surpresa de Taiza e John que se olharam com certa euforia.
"Você se machucou?" Taiza reparou o braço todo marcado da moça, que logo tratou de esconde-lo.
"Não foi nada". A moça ia se retirando rapidamente quando Taiza a segurou pelos braços, tomando a frente e John.
"Têm que nos ajudar, por favor!". E a sacudiu.
A jovem mal estava se sustentando sobre os pés quando caiu desacordada no chão.
"Eu não sacudi tão forte assim!". Taiza disse assustada vendo a mulher atirada em seus pés.
John rapidamente apoiou o tronco da mulher em seus braços, dando algumas leves batidas em seu rosto.
"O que vamos fazer! Vão pensar que a matamos!". Taiza começava a ficar muito nervosa.
"Ela não está morta, me ajuda, pegue a bacia com a água, rápido!"
"O que? Gastar nossa água com uma deles? Nem pensar!".
"Faça o que estou pedindo!".
Taiza foi contra a vontade buscar a bacia de água.John reparou que havia agora sangue na manga de sua camisa.Virou-a a moça de costas e viu vários arranhados em suas costas e um ferimento na nuca dela.
Rapidamente tirou a blusa e tentou estancar o sangue que descia sem parar. "Com essas condições!" Lamentou não ter recursos para ajudar a moça naquele momento.
Taiza voltou com a bacia rapidamente e quando viu o sangue disse nervosa. "É melhor chamarmos alguém!".
"Não! Não... ela irá ficar bem.. já tenho nosso plano".
Marguerite tomou seu banho, arrumou o café e partiu para a igreja.Quando voltou, Maribel estava acordada, brincando em seu quarto.A menina estava praticamente muda nas últimas semanas.Respondia só o que lhe perguntavam, falava o mínimo necessário.Não tinha ânimo para brincadeiras, acordava muito cedo, o que estava deixando Marguerite preocupada.
Marguerite fazia o possível para não deixa-la sozinha por muito tempo enquanto estava na rua, voltando rapidamente para casa.Já tinha tentado conversar com a menina que sempre dizia que estava bem.
"Bom dia minha princesa, acordou faz tempo?".
A menina balançou a cabeça positivamente, fazendo o seu coração apertar mais ainda.Sentou-se sobre a cama e estendeu os braços para abraçar a menina. "Está tudo bem?".
A menina novamente balançou a cabeça.
"Está com fome? O que quer comer?".
"Nada" Disse baixinho enquanto olhava as próprias bonecas.
Marguerite continuou olhando-a, reparando sinais de olheiras nos olhos da menina. Estava decidida a leva-la no médico, não suportava mais vê-la assim.E mesmo assim não queria admitir que a menina estava assim por John.
"Então vamos tomar banho, vamos ir dar uma voltinha na pracinha, ta?".
Marguerite pegou a menina no colo e levou até o banheiro.Sabia que nenhum remédio poderia ajuda-la agora e isso começava a entristece-la.
CONTINUA...
Submit Review and OK!
