Não é nada disso que você está pensando – parte 2

Ih! Ferrou...

Alheio a tudo ao seu redor, Max corria com os olhos marejados com lágrimas que ainda teimavam em sair. Não iria ver seu pai como dissera – ou mentira – para seus amigos. Queria apenas fugir, para algum lugar onde não pudesse mais ver ou ouvir Kai e Tyson.

De repente, ele esbarra em alguém, e os dois caem no chão. O loiro olha para a figura estendida no asfalto e toma um susto.

— Mariam!

— Por que não olha por onde anda? – ela disse com raiva enquanto levantava o tronco e massageava o pescoço.

— Des...des...culp-pas... – o esforço para falar fez com que o choro explodisse.

— Ei, calmaí! O esbarrão não foi tão forte! Não precisa chorar!

— N-n-não é is-sso... – ele tentava falar entre os soluços.

— O que foi então? – Mariam se esforçava para manter seu ar irônico e distante, mas os sentimentos que tinha por Max desde a luta no parque de diversões dificultavam a tarefa.

Um raio rasgou os céus subitamente e uma chuva arrasadora caiu sobre os dois antes que pudessem falar mais. Em poucos segundos, estavam molhados até os ossos.

— Rápido! Vamos sair daqui! – ela o puxou pelo braço e o levou até o galpão onde os Saint Shields costumavam ficar.

Nenhum de seus colegas estava lá. "Melhor para mim.", ela pensou. Voltou-se para o loiro e disse:

— Max... você vai pegar um resfriado... Não quer tirar essa roupa encharcada?

— ...hã?

— Anda logo! Quer ficar doente!

Como estava muito triste e confuso, ele obedeceu quase sem perceber. Tirou a camisa e a bermuda, ficando apenas com sua roupa de baixo. Enquanto isso, ela fazia o mesmo, de costas para ele. Quando terminou, continuou com sua tática:

— Deite-se ali – ela apontou para um colchão velho e surrado em um canto – até que passe esse chuvaréu.

Mais uma vez, ele agiu como um zumbi, porque só conseguia pensar em Tyson. Mas o torpor passou quando ele viu que Mariam iria se deitar com ele. Antes que ele pudesse mostrar seu espanto, ela tomou a iniciativa:

— Estou com frio. Você se importa?

Sem dar chance de resposta, ela simplesmente o abraçou fortemente. Nisso, a porta se abriu e entrou Dunga, que se revoltou com a cena.

— Calma! Não é nada disso que você está pensando! – Max entrava em desespero.

— Todo mundo sabe que essa é a frase mais manjada da língua portuguesa, seu loirudo!

O gigante avança ferozmente para Max, que fica aterrorizado só de pensar no que aquele gorila poderia fazer com ele. A pobre criança tinha razão em ficar preocupada com seu destino. Em segundos, muitos de seus ossos estavam quase estraçalhados. Mariam só sabia dar pequenos gritinhos estrangulados, enquanto via seu amado ser completamente chapado pelo grandalhão.

Em sua fúria, Dunga atirou o coitado pela janela, esbravejando:

— ISSO É PRA APRENDER A NÃO TOCAR EM UM SANTO ESCUDO, SEU VAGABUNDO TARADO!

E aí, pessoal! Eu não tinha planos pra continuar esta fic, mas a vontade de alguns amigos venceu. Espero que tenham gostado, mas mesmo que não tiverem, mandem reviews enquanto preparo a próxima parte!