QUATRO ANOS DEPOIS

- Acorde, Victória. Acorde.

Victória Bagnold abriu os olhos e o quarto entrou em foco.

- Você sonhou de novo com o dia que seus pais morreram?

Ela fez que sim com a cabeça.

- Então quer dizer que você não tomou a poção.

- Desculpe, vovó. Eu me esqueci.

- Tudo bem, levante-se. Consegui algumas horas de folga para levá-la até o Beco Diagonal e comprar seu material para seu primeiro ano em Hogwarts!!!

A avó de Victória, Emília Bagnold, deixou o quarto.

Ela era Ministra da Magia há quase vinte anos, e, segundo ela mesmo dizia, não pretendia deixar o cargo tão cedo... Desde que o filho e a esposa haviam sido assassinados ela cuidava da neta, na época com seis anos de idade.

Era verdade que não tinha muito tempo para a neta, mas admitia que ela era a garota perfeita. Jamais iria envolver-se em confusões, nem sonharia em fazer qualquer coisa que desagradasse a avó. Era educada, tinha um respeito gigante para os mais velhos e ajudava no que lhe pedissem. Em palavras mais simples, era a neta que havia pedido a Deus.

Victória Thomas Bagnold foi até o banheiro e tomou um banho, logo depois vestiu a roupa que a avó deixara separada. Penteou os longos cabelos negros, observando suas feições. Era exatamente igual à sua mãe, as feições, o tamanho, os cabelos, o queixo, o nariz, o jeito puxadinho dos olhos. Só tinha duas coisas de seu pai: os olhos azuis vivos e a personalidade.

Assim que chegou na mesa de refeições da casa da avó, Victória sentou-se e começou a comer segundo as ordens da etiqueta. Foi quando uma coruja entrou voando na sala e parou diante de Emília. Ela tirou a carta e leu-a absorta. Quando terminou de ler, olhou para a neta e começou:

- Sinto muito, Victória, minha neta querida, mas terá de ir sozinha até o Beco Diagonal ou adiaremos a visita. Lamento muito, mas estão tendo um problema sério na seção dos Duendes e querem que eu vá lá ajudar com o caso. É inadiável.

- Tudo bem, vovó. Mas acho que é melhor eu ir sozinha, com as suas desculpas, levando em conta que faltam dez dias para o início das aulas e eu queria muito ler os livros antes de chegar no castelo.

- Entendo. Então, garanto que a presença dos dois seguranças não será incômodo, não é?

- É claro que não, vovó. Estou acostumada com eles.

Victória Thomas Bagnold entrou no caldeirão furado sorridente. Tom, o dono do bar, recebeu-a alegremente e conduziu-a para o pátio lá nos fundos pôr onde ela passou até o Beco Diagonal.

- Então, aonde vocês acham que eu devo ir primeiro?- perguntou aos seguranças.

- Primeiro a Sra. Bagnold aconselha a passar em Gringotes.

- Sei. Estou falando... depois...

- Ah, Madame Malkin é uma ótima ideia- sugeriu um deles.

- Claro!

Meia hora depois, com a bolsa atolhada de moedas de ouro, prata e bronze, ela deixou o banco dos bruxos e foi em direção à Madama Malkin, sorridente.

Pediu que os seguranças esperassem lá fora e entrou sozinha na loja. A proprietária reconheceu-a e foi atendê-la...

- Veio ver suas vestes para Hogwarts, Srta. Bagnold?

- Sim. E buscar aquelas vestes que a vovó... digo... que a Sra. Bagnold já deixou separada.

- Sim, a Ministra deixou meia dúzia de vestes de galas de primeira qualidades separadas. São lindas!

- Devem ser. A Sra. Bagnold tem um ótimo gosto! Mas... não vamos perder tempo. Aposto que você ainda tem muitas compras a fazer, não é mesmo querida?

- É verdade.

Madame Malkin começou a ajustar as vestes da garota, dados sacudidas leves na varinha, fazendo com que as vestes se ajeitassem. Enquanto isso, ia falando...

- Você já imagina em que casa ficará? Aposto que na Corvinal, todos os Bagnolds ficaram lá. Mas a Grifinória não seria ruim, não é mesmo? Sua avó ficará realmente satisfeita se você se sair tão bem em Hogwarts quanto seu pai. Ficou sabendo que ele foi o Monitor Chefe? Uma conquista e tanto. Depois se formou com todos os méritos no curso para auror do Ministério... é um Mistério sua morte, não é? Tão jovem... quantos anos ele tinha? Vinte e oito? E sua mãe então, coitada, sempre tão alegre e tão bonita, apesar das dificuldades de ser uma das únicas aurores que existem... Deve ser ainda mais duro para você, não é? esse mistério todo envolvendo a morte deles...

Victória pediu mentalmente que ela parasse de falar. Eram menos de dez as pessoas que sabiam que ela vira o assassinato de seus pais e menos de duas que sabiam o motivo das mortes, e eram a Ministra e o Assassino. Finalmente, Madame Malkin parou de falar e disse que ela estava pronta. A garota pagou dez galeões pelas suas vestes e as da avó e deixou a loja, meio pensativa e com o coração batendo apressado.

Logo depois dirigiu-se até a Floreios e Borrões, onde comprou seus livros, logo depois foi até a farmácia onde comprou os ingredientes para poções. Deu uma passada na sorveteria Florean onde comeu com os seguranças grandes sorvetes. Logo depois compraram uma coruja branca, um caldeirão, uma balança, um telescópio e pôr aí ia. Pôr fim, foi indo até Olivaras, a única loja de Varinhas.

Assim que ela entrou uma sineta tocou, e um senhor de cabelos brancos e muitas rugas, mas cujos olhos brancos cintilavam emitindo vida apareceu diante dela.

- Ah, sim, estava esperando sua visita, Srta. Victória Thomas Bagnold. Estava esperando. Parece que foi ontem que seu pai e sua mãe vieram comprar suas primeiras varinhas. Seu pai deu preferência a uma varinha meio dura, uma mistura de cordas de dragão e folha de salgueiro, tinha trinta e nove centímetros, ótima para duelos. Mas a varinha quebrou quando ele começou o curso de auror, e ele veio comprar outra. Tinha trinta e três centímetros, era meio dura também, e combinava azevinho e ébano, era ótima também para duelos. E sua mãe... ela deu preferência a uma varinha de vinte e três centímetros, flexível, faia e um pêlo de unicórnio, ótima para feitiços de cura. Mas ela seguiu a carreira de auror...

Seguiu um silêncio. Victória olhava-o interessada.

- Vejamos... qual é a mão da varinha?

- Hum... sou canhota.

- Canhota é? seu pai também. vejamos... Fita Métrica...

A fita começou a medi-la, enquanto o Sr. Olivaras continuava falando sem parar. Pôr fim, depois de uns dez minutos, a fita parou de medi-la e caiu enrolada no chão. A garota olhou para o Sr. Olivaras, esperando sua varinha.

- Vejamos... azevinho e pena de fênix, trinta e cinco centímetros, boa e maleável...

Ela mal erguera a varinha quando o velho tirou-a de sua mão.

- Quem sabe essa, bordo e dragão?

Mais uma vez o Sr. Olivaras tirou a varinha de sua mão. Pôr fim, uns quinze minutos depois, o Sr. Olivaras observou-a e disse.

- Ah, sim, eu tenho uma só. Nunca coloquei-a aqui. É uma combinação muito incomum, existe há mais de dois séculos. Foi meu bisavô que fê-la... deixamos de fabricá-la há mais de cento e cinquenta anos... mas vejamos...

Alguns minutos depois ele voltou trazendo uma varinha não de madeira como as outras, mas branca, puramente branca.

- Experimente. É feita de Prata do Século XXI antes de Cristo e tem uma pétala de uma Jasmin Negra plantada em Hogwarts pelos Quatro Grandes. Agora a planta já está morta, mas garanto que Dumbledore guarda suas sementes. Tem vinte e nove centímetros, é inflexível e extremamente poderosa. Vamos, experimente!

A garota segurou-a e sentiu um calor morno em seus dedos, e no instante seguinte uma chuva de faíscas prateadas saiu da ponta da varinha.

- Maravilhoso!

Ele bateu palmas e a garota devolveu a varinha para ele empacotá-la, numa bonita caixa branca com uma fita cor de rosa.

- São quinze galeões e sete sicles. É uma peça extremamente rara, Srta...

Ela pagou e logo depois saiu da loja.

- Bem... acho que depois de um dia tão longo, quero ir para casa- disse ela para os seguranças.

Eles imediatamente levaram-na na carruagem até a Mansão da Avó, escondida dos trouxas numa das ruas movimentadas de Londres porque "era" uma casa abandonada que dizia "não se aproxime, risco de desabamento", e que se entrava pôr uma árvore falsa no jardim.

Ela chegou e a avó já tinha chegado. Deu dois beijos nela e em seguida contou como foi as compras em poucas palavras. Depois, alegando cansaço, disse que iria subir para tomar um banho e preferia que levassem seu jantar na cama.

Segundo capítulo aí... ainda não cheguei onde eu queria - nos meus outros personagens... nem falei que a fic é dos marotos, mas acho q jah deu mais ou menos pra entender... esse capítulo é mais sem sentido, o próixmo eu gosto mais!!!

Não deixem de comentar e obrigado por quem já comentou!!!

Bjinhos!!!