- CAPÍTULO UM-
De volta à Toca
Faltavam quatro semanas para as aulas começarem e os professores haviam passado muitos deveres para as férias. Harry não podia fazer os deveres de casa de dia, pois os Dursley, com quem Harry mora, eram trouxas e tinham uma atitude muito medieval com relação à magia.
A família Dursley era o motivo pelo qual Harry nunca aproveitava suas férias de verão. Cismavam que Harry era uma pessoa anormal, o escondiam dos vizinhos, faziam de tudo para maltratá-lo, chegaram a inventar que Harry freqüentava uma escola para meninos irrecuperáveis. Certo dia irrompeu-se uma discussão no café da manhã. O Sr. Válter fora acordado no meio da noite pela coruja de Harry, Edwiges, que trouxera uma mensagem de Sirius, seu padrinho.
Era noite do dia trinta e um de julho, quase meia-noite e Harry estava sentado na cama, as cobertas puxadas, uma lanterna em uma das mãos e um grande livro encadernado em couro (animais fantásticos e onde habitam – de Newt Scamander) aberto e apoiado em suas pernas. Harry correu a ponta da caneta de pena de águia pela página à procura de alguma coisa que o ajudasse a fazer a sua redação: "A acromântula é uma aranha monstruosa de oito olhos dotada de fala humana – pesquise sobre ela".
A caneta pousou no alto de um parágrafo que pareceu a Harry interessante. Ele aproximou a lanterna do livro e leu:
A acromântula é originária de Bornéu, onde habita a mata fechada. Suas características incluem pêlos negros e grossos que lhe cobrem o corpo; as pernas têm uma envergadura que pode abranger até quatro metros e meio; as pinças produzem um estalido distinto quando ela se excita ou se irrita; e finalmente, produz uma secreção venenosa e tece teias abobadas no solo, a acromântula é carnívora e prefere presas de grande porte.
Harry pousou a caneta sobre o livro e passou a mão embaixo do travesseiro à
procura do tinteiro e de um rolo de pergaminho. Devagar e com muito cuidado ele retirou a tampa do tinteiro, molhou a ponta da pena e começou a escrever. Na verdade, seria fácil fazer uma redação sobre a acromântula, pois Harry enfrentara uma na terceira tarefa do Torneio Tribruxo no ano anterior. Ele ganhou o Torneio sem mesmo ter posto seu nome no Cálice de Fogo.
Deve ser muito tarde, pensou Harry. Talvez terminasse a redação no dia seguinte.
E olhando para o relógio de cabeceira, (que marcava meia noite e doze minutos) ele repôs a tampa no tinteiro e guardou todo o seu material na última gaveta da sua escrivaninha. O garoto se levantou da cama, atravessou o quarto escuro e foi abrir a janela. Debruçou-se no peitoril, achando gostoso o ar fresco que batia em seu rosto.
Sentia uma leve contração na barriga, pois fizera quinze anos e não se dera conta disso. Um pio alto chamou a atenção de Harry para quatro aves que vinham em sua direção. Ele reconheceu o que era e deu um salto para o lado para abrir espaço para as corujas passarem. A primeira a entrar foi sua Edwiges trazendo um embrulho consigo; a segunda foi Errol, a coruja velha dos Weasley, trazendo uma pequena caixa com um cartão; as duas Harry não reconheceu embora soubesse que uma vinha de Hogwarts.
Harry descarregou todas as corujas e começou a desembrulhar os pacotes que elas haviam trazido até ele. Eram presentes de aniversário de seus amigos Rony, Hermione, Hagrid e Sirius.
Harry abriu o primeiro envelope e leu uma carta escrita por Rony:
Harry,
Feliz aniversário! Aqui na toca tudo está muito bem, a não ser mamãe brigando com Fred e Jorge (como se isso fosse alguma novidade).
Você acredita que eles me compraram vestes a rigor decentes? Quero dizer, eu não sei onde eles arrumaram dinheiro!
Está tudo bem por aí? Espero que sim, porque afinal Você-sabe-quem voltou! Ele não deu as caras por aí não né?
Hermione está aqui em casa e ela trouxe uma prima dela que vai estudar em Hogwarts conosco! Ela estudava em Beauxbatons e ela era muito amiga de Fleur.
Todas aqui na toca estão sentindo muitas saudades! Porque você não vem passar o resto das férias aqui? Se quiser vir, mande um recado logo que eu, Fred e Jorge iremos te buscar.
Tchau, Rony.
P.S.: no pacotinho tem seu presente de aniversário. É um futurômetro. Quando você coloca seu rosto na frente do espelho, o reflexo te mostra o que vai acontecer no futuro.
Harry releu a carta e parou na parte em que Rony falava de Voldemort. Como pôde esquecer
que ele retornara? Naquele momento Harry foi tomado por um sentimento que não sentia há alguns meses, desde aquela noite do retorno de Voldemort: medo.
O menino voltou sua atenção para o presente, e abriu a pequena caixinha que o
envolvia. Dentro havia um espelho redondo, do tamanho do fundo de um copo. Em sua borda de madeira levemente envernizada havia escrito em letras prateadas: Futurômetro.
Curioso para saber de seu futuro, Harry resolveu experimentar o futurômetro. Colocou seu
rosto em frente ao pequeno espelho, e viu sua imagem refletida do outro lado. O seu reflexo foi escurecendo e quando a imagem voltou a clarear, ele já não via mais o seu rosto. Pelo espelho, Harry viu a si mesmo apontando a varinha para metade de um rosto feminino, desconhecido por ele. De repente houve um relâmpago de luz verde e tudo escureceu novamente. Nessa hora a cicatriz de Harry ardeu intensamente.
Seu coração batia acelerado. Ele largou o futurômetro na cama e passou seus dedos pela cicatriz. A última vez que ela doera tanto assim foi em seu reencontro com Voldemort. Será que aquilo que ele acabara de ver tem algo a ver com ele? E quem seria aquela garota do futurômetro?
Com a cabeça explodindo e cheia de perguntas na cabeça, ele apanhou mais uma caixa e um cartão, desta vez, vindos de Hermione:
Querido Harry,
Feliz aniversário! Estou na casa de Rony, e como ele já deve ter-lhe dito, minha prima, Wendy, veio comigo. Ela ainda não acredita que sou amiga de Harry Potter.
Como você está? Tem lido o profeta Diário? Você acredita que eles ainda não admitem que Você-sabe-quem retornou? Bom, pelo menos é o que parece pois eles ainda não noticiaram nada sobre ele.
Espero que goste do presente. Foi Wendy quem escolheu.
Você vem pra Toca? Estamos esperando a sua resposta!
Afetuosamente, Hermione.
O coração de Harry deu um enorme salto quando ele rasgou o papel de embrulho e viu um livro intitulado: Dicas de Quadribol – Apanhadores e seus truques.
- Uau Hermione!
Os próximos presentes vieram sem cartões, apenas com uma dedicatória bem pequena no lado da caixa que os envolvia. Hagrid lhe dera uma torta, como no seu décimo primeiro aniversário, e Sirius lhe mandou um relógio novo, já que o velho havia parado de funcionar quando Harry mergulhou no lago durante uma hora inteira para recuperar o que lhe fora tirado, no ano que havia se passado.
Ele ficou admirando seus presentes por alguns segundos e começou a pensar numa maneira de sair da casa sem que os Dursley suspeitassem. E sua resposta logo veio. Ele viu um bater de asas ao longe chegando cada vez mais perto da janela. Viu que era um homem de cabelos compridos e barba em cima de um hipogrifo. Era Sirius e Bicuço.
- Sirius! O que está fazendo aqui? Você pode ser visto! O Ministério está atrás de você! – disse Harry admirado.
- Acalme-se! Não tem perigo! Mas eu pensei que quisesse uma carona para ir até a Toca! – disse sorrindo e apontando para Bicuço.
- Mas... Como você sabia que eu queria ir para lá?
- Adivinhei! – e quando o garoto olhou desconfiado, ele disse – Ah, vamos Harry, eu sei que você não ia agüentar ficar aqui por muito tempo! Agora anda, pegue suas coisas! – disse sorrindo.
Harry se apressou a juntar seus pertences e enquanto colocava Edwiges na gaiola, Sirius enfeitiçava seu malão para torná-lo leve. Quando tudo estava pronto, Harry montou atrás de Sirius. Bicuço agitou suas asas e eles partiram rumo à Toca.
Ao longe Harry sorriu quando avistou a velha e torta casa dos Weasley. Sentia-se muito feliz agora que havia deixado seus tios. O hipogrifo se inclinou para o chão, e com um baque suave, pousou.
Harry e Sirius desmontaram e o garoto apanhou seu malão e a gaiola de Edwiges.
-Harry, querido! Que bom que veio! – A Sra. Weasley se curvou para abraçá-lo.
Harry desvencilhou-se dela e viu, a poucos metros dele: Rony, Hermione, Fred, Jorge e... o coração dele deu um salto, a menina que ele vira no futurômetro.
- Vimos você chegar! – disse Hermione abraçando-o com força, e se virando rapidamente para Sirius – Você não devia ter trazido Harry aqui, Sirius! O Ministério ainda está atrás de você!
- Ah, Hermione, pára de reclamar! – exclamou Rony – E aí Harry! Sirius! Que bom ver vocês!
Sirius sorriu ao apertar a mão de Rony, Fred e Jorge.
- Isso não está certo, Sirius – disse a Sra. Weasley – mas vamos entrando. Vocês devem estar com fome e cansados.
A sra Weasley e Sirius entraram, mas os outros permaneceram do lado de fora.
- Olá Harry! – disseram Fred e Jorge – Como vai?
- Estou ótimo – respondeu apertando a mão dos gêmeos enquanto Rony e Hermione brigavam para ver quem amarrava melhor a corda de bicuço na árvore.
- Oi Harry, muito prazer! Sou Wendy Langlie, prima da Mione.
- Ah, sim... Hum... Oi! Prazer. – disse Harry corando.
Wendy era linda. Tinha longos cabelos avermelhados, um rosto delicado e sereno. Seu sorriso era confortante e seus olhos eram brilhantes.
- Crianças! Entrem! – chamou a sra Weasley.
Harry, ao entrar na cozinha viu Percy e Gina sentados à mesa. Gina discutindo com Sirius.
- Mas você não devia... – começou ela.
- Gina, todos já me disseram isso hoje... – falou Sirius se divertindo – e vou te dar a mesma resposta: Não há perigo, o Ministério acha que estou na Albânia.
- Alô Harry, como vai? – Percy desviou sua atenção da discussão para Harry.
- Ótimo, obrigado. – respondeu o garoto – Olá Gina!
- Oi... – disse ela envergonhada.
- Venha Harry, vamos deixar suas coisas lá em cima e descer para comer. – disse Rony
- Ok.
No dia seguinte Harry foi acordado com um grito.
- AHHHHHHHHHHH!
- O que aconteceu? – perguntou Rony que também acordara.
- Não sei... mas parece a voz de Hermione.
Eles saíram do quarto e Harry quase foi atropelado por uma Mione descabelada que corria para o banheiro levando a mão à boca.
- O que houve com ela? – perguntou Rony à Wendy.
- Ah! – respondeu ela divertindo-se - Fred e Jorge colocaram balas na mochila dela, que quando colocadas na boca viram besouros...
- Será que Hermione ainda não aprendeu – disse Harry rindo - que não se deve colocar nada na boca quando se está na mesma casa que Fred e Jorge?
Rony e Wendy riram.
- Bom, preciso ajudá-la. Vejo vocês lá embaixo. – disse Wendy e entrou para o banheiro.
- Ela é realmente bonita, não? – comentou Rony inocentemente quando voltavam para o quarto para se trocar.
Quando desceram a Sra. Weasley já estava preparando as salsichas e o bacon.
- Bom dia, Harry, Rony, queridos. Venham comer. – disse ela pondo pratos na mesa.
- Hum... Sra. Weasley? – disse Harry
- Sim...
- Onde está Sirius?
- Ah, ele está lá fora, querido. – respondeu ela.
Harry saiu da cozinha e atravessou o quintal até seu padrinho.
- Bom dia, Harry! Dormiu bem?
- Ah sim... Muito... Hum... Você já está indo embora?
- Ah, lamento informar que sim... Remo me mandou um recado e precisa de mim – disse Sirius amarrando sua mala em Bicuço – mas... – ele se virou para olhar o menino – antes de partir eu preciso te dizer uma coisa.
- O que foi?
- È sobre o relógio que te dei...
- O que tem ele? - perguntou Harry olhando para o mesmo em seu pulso.
- É que ele foi do seu pai...
- Do... Do meu pai? – Harry levantou a cabeça para olhar Sirius.
- Sim. Seu avô deu a ele quando ele se casou com Lílian. É uma das poucas coisas que tenho que me fazem lembrar de Tiago...Achei que ia gostar.
- Mas como o conseguiu?
- Do mesmo jeito que ele deixou a capa da invisibilidade com Dumbledore, ele deixou este relógio comigo. – disse Sirius olhando carinhosamente para Harry.
Harry que olhava para o relógio, não disse nada.
- Bom, tenho que ir agora... – disse seu padrinho se preparando para montar em bicuço – Espero te ver em breve...
- Ah... Sirius... – Harry disse atrapalhado.
- O que foi?
- Obrigado... – o menino abraçou Sirius muito forte.
-Tchau, Harry, cuide-se... – disse o padrinho retribuindo o abraço.
- Você também...
Sirius montou no hipogrifo e partiu. Harry ficou alguns minutos ali fora olhando até eles virarem um pontinho minúsculo e desaparecerem. Ele olhou para o relógio em seu pulso. Desde que o vira pela primeira vez o menino notou que algo naquele pequeno aparelho o prendia.
Harry ouviu gritos da cozinha e retornou para a Toca.
- FRED! JORGE! DESÇAM AGORA OS DOIS! - A Sra. Weasley berrava ao pé das escadas ao lado de Hermione e Gina. Certamente ela já sabia das balas-besouro. Fred e Jorge desceram já esperando um sermão daqueles.
- O QUE É QUE VOCÊS DOIS TÊM NA CABEÇA PARA FAZER UMA BARBARIDADE DESSAS! ORA, FRANCAMENTE! SEUS IRRESPONSÁVEIS! JÁ DISSE QUE NÃO QUERO GEMIALIDADES DENTRO DESTA CASA! PRINCIPALMENTE COM AMIGOS DA FAMÍLIA! ORA, POR MERLIM!
A Sra. Weasley tinha ficado uma fera por causa do incidente dos besouros.
- ORA, VAMOS! QUERO QUE SE DESCULPEM COM ELA IMEDIATAMENTE!
E QUERO QUE SAIBAM QUE VOU LIMPAR O QUARTO DE VOCÊS HOJE E JOGAR FORA TUDO O QUE VOCÊS TIVEREM ESCONDIDO POR LÁ! ORA, FRANCAMENTE!
Fred e Jorge, sem contestar a fúria da mãe, se dirigiram ao outro lado da mesa e se desculparam com Mione, que abriu um sorriso meio tímido e logo voltou a abaixar a cabeça e subiu as escadas tortas, seguida de Gina.
Harry olhou para Rony e fez sinal para ele o seguir. Enquanto subiam as tortas escadas ouviram mais um berro da Sra. Weasley.
- Pronto... Outra inspeção geral na casa... – rosnou Rony.
Os dois foram para o quarto e se deitaram nas camas observando os pôsteres dos Chuddley Cannons marcarem um gol extraordinário no time adversário.
- Esse relógio foi do meu pai – disse Harry inesperadamente.
- Como? – Rony se virou para o amigo
- Sirius me disse antes de partir... – Harry olhou para trás e notou que Rony o olhava ligeiramente boquiaberto.
- Posso entrar? – Wendy bateu suavemente na porta depois de alguns minutos. Entrou no quarto e se deitou na cama de armar ao lado de Rony – realmente os Chuddley Cannons são muito bons...
- Você gosta de quadribol? – perguntou Rony com um ar de excitação.
- Sim, muito! Em Beauxbatons eu era artilheira, e depois passei a ser apanhadora, como Harry. Espero que em Hogwarts eu possa fazer parte do time, adoro jogar, me deixa longe dos meus problemas.
- Como você sabe que sou apanhador? – perguntou Harry sentando-se ao seu lado.
- Bom... Rony e Mione falam muito de você Harry. E depois da sua apresentação no Torneio Tribruxo com o dragão, você só podia ser!
- Você foi ao torneio? – perguntou Rony, admirando mais um gol espetacular no pôster.
- Bom, não. Mas Fleur me contou tudo detalhadamente quando chegou de Hogwarts. Soube que você tem uma Firebolt, não é Harry?
- È... Tenho – respondeu ele numa voz distante.
- Podemos jogar uma partida de quadribol no quintal! – ofereceu Rony, e os dois não demoraram em concordar.
Não demorou muito e os três foram para o quintal acompanhados de suas vassouras, de Hermione, Gina, Fred e Jorge. Percy conjurou as balizas e fez uma bolinha de pingue-pongue sair voando, para se fazer de pomo-de-ouro.
- Vamos lá... Fred, Gina e Harry no campo de lá! – gritou Mione, que era juíza do jogo -... Jorge, Wendy e Rony pra cá! Quando eu contar três... UM... DOIS... TRÊS!
Wendy jogava tão bem, que Harry ficou abobado em vê-la enganando o outro time.
- Aí, Wendy! SIM SENHOR, ELA FUROU O GOLEIRO E MARCOU! – Hermione narrava o jogo com tanta afobação que até parecia que ela é quem tinha acabado de marcar o gol.
Harry prestava tanta atenção no jogo que se esqueceu do pomo.
- Harry! Presta atenção no pomo! – gritou Gina tentando impedir inutilmente outro gol de
Wendy.
Era mais difícil achar a pequena bolinha. Harry olhava tudo ao seu redor e subiu a fim de ver os jogadores de cima, o que o dava mais chances de avistar o pomo.
Logo o time de Wendy estava com 140 pontos e Harry procurou mais uma vez avistar algo voando no ar. Ele mergulhou como se o tivesse visto e subiu novamente e foi aí que viu de verdade: o pomo estava perto de Rony. Harry saiu a toda voando acima do quintal dos Weasley em direção a Rony. Ele pegou o pomo um segundo depois que Wendy fez o décimo quinto gol.
- E FOI EMPATE! – berrou Hermione do outro lado do quintal.
- Ela realmente joga muito bem! – disse Fred com entusiasmo – poderia fazer parte do time de quadribol da Grifinória!
- Ela vai ficar na Grifinória? – perguntou Harry a Mione quando já se dirigiam para a porta dos fundos da Toca.
- Vai! Ela esteve com Dumbledore no começo das férias de verão e o Chapéu seletor já a selecionou para não haver tumulto na hora da cerimônia no dia primeiro de setembro!
Naquela noite, à mesa do jantar, Rony contava a partida daquela tarde ao Sr. Weasley e a Percy entusiasmado.
- Nossa, vejo que Grifinória vai ganhar uma ótima artilheira! – disse Percy servindo-se de um pouco mais de abobrinha cozida.
- Que é isso! – disse ela corando – nem sei se vou conseguir vaga no time!
- Claro que vai! – retorquiu Hermione – você é muito boa em quadribol! Eu mesma vou falar com a profª Minerva a respeito disso.
As semanas estavam passando rapidamente na Toca, e o dia de embarcar para Hogwarts estava próximo.
Harry acordou com os pios altos de Edwiges naquela manhã. O garoto se levantou, pegou os óculos que guardara embaixo do travesseiro, se vestiu e desceu para o café da manhã. Rony, Hermione, Fred e Jorge já se achavam na cozinha.
- Harry, querido! Sente-se! – a Sra. Weasley despejou no prato de Harry salsichas e ovos – Rony, querido, acho melhor você começar a fazer seus deveres de casa. Não tenho visto você estudar.
- Concordo plenamente – disse Mione com a cabeça enfiada no livro. - Temos uma redação de Herbologia a fazer. E eu ainda tenho que terminar o questionário de Poções.
Harry já tinha se esquecido dos deveres de casa, porque afinal, lá na toca tinha muitas coisas pra fazer além do quadribol que eles começaram a praticar diariamente.
- Harry, você já fez a redação de Hagrid? – perguntou Rony estremecendo – não sei se vou conseguir pesquisar sobre aranhas no momento...
- Não. Mas eu já resolvi o questionário de Snape.
De repente uma coruja entrou pela janela da cozinha e pousou em cima da pia. A Sra. Weasley desamarrou o envelope da perna da coruja e colocou um nuque na bolsinha amarrada à outra perna da ave que saiu voando céu afora.
- Wendy! – gritou ela observando o envelope em suas mãos – Carta para você, querida!
Wendy desceu as escadas rapidamente e pegou a carta com um sorriso no rosto. Mas logo o sorriso se desmanchou. A garota abriu o envelope, leu a carta e fez uma cara de que não gostou das notícias. Ela olhou para Hermione e as duas subiram correndo as escadas.
- De quem será aquela carta? – perguntou Rony olhando a escada.
- Não sei. – disse Harry – de Hogwarts acho que não veio.
Nos dias seguintes Wendy se sentara junto a Mione e cochichava tristemente enquanto ela e os garotos terminavam seus deveres de casa. Ela andava meio esquisita desde que recebeu a carta.
- O que aconteceu com você, Wen? – perguntou Rony.
- Nada... – disse ela e subiu para o quarto das meninas.
Já estava na hora do jantar e ela ainda não havia descido. Harry foi chamá-la e subiu as escadas, bateu na porta e entrou. Ela não estava lá, mas ele achou a carta no chão perto do malão. Ele pensou se deveria ler a carta, e ele sabia que era errado. Mas Harry não conteve sua curiosidade e pegou o envelope. Ele examinou o papel tentando achar o brasão de Hogwarts, mas realmente, a carta não viera de lá. O garoto virou o envelope e leu:
"Martin Chase, Beco Diagonal, Caldeirão Furado, quarto n° 15".
- Harry!
Ele se virou e viu que Hermione o olhava desconfiada e ele escondeu o envelope em seu bolso rapidamente antes que ela percebesse.
- O que você esta fazendo? Onde está Wendy?
- Não sei. Ah...acho que está no banheiro.
- Ah...ta. – retorquiu ela – vou ver.
Assim que Mione saiu do aposento, Harry deixou a carta no mesmo lugar onde achara e saiu fechando a porta atrás de si. Harry desceu as escadas e se sentou ao lado da garota no jantar.
- Quem é Martin Chase? – sussurrou ele para Mione enquanto todos conversavam.
- Onde você viu esse nome? – perguntou ela calmamente.
-
No envelope. Quem é ele? – insistiu Harry.
- Não
posso dizer agora. Mas você vai descobrir quem ele é. –
ela se virou e serviu-se de
suco de abóbora.
O que será que Hermione queria dizer com "você vai descobrir quem é?". Mas Harry
resolveu não se preocupar com isso no momento. Ele ainda tinha muitos deveres para terminar e precisava de uma boa noite de sono para terminá-los.
