Oito anos depois...
Passaram-se os anos em que a vida de Aioros mudara e na sua opinião para melhor, sua vida no santuário não poderia ser melhor, conhecera varias pessoas que se tornaram especiais, dentro delas seu inseparável amigo Shura, nunca pode agradecer a amizade que ele lhe dava, mas o que realmente lhe importava era tê-lo conhecido, tão quieto e pensativo, mas tão lindo. Sim era estranho até para si mesmo, mas isso não importava mais, agora que finalmente compreende o que sentia por ele.
Caminhava sorridente pelos corredores do santuário, estava realmente feliz, hoje era o dia em que Saga finalmente voltaria a vida ao santuário, lembrava-se de como se sentiu quando este foi para o hospital aquela luta contra o outro interessado pela armadura de Ouro fora difícil, mas dentre outras coisas o poder de Saga era surpreendente, e o outro oponente, nossa! Sentiu pena, quase virou pó.
Duas semanas, realmente aquele idiota merecia seus méritos, conseguiu afasta-lo de seu amor por tanto tempo, somente nestas horas não sentia pena pela estado lamentável em que ele ficou. Só de imaginar que em poucos minutos o veria novamente seu coração se acelerava, e como se atendesse o seu pedido lá estava ele.
Aioros queria captar aquele momento e guardar em sua memória para sempre. Desde pequeno acreditava que existiam pessoas especiais, desenhadas com cuidado, linha por linha por Deus, tais como Shaka, Saga e até mesmo Afrodite, mesmo que não gostasse da audácia deste ultimo, afinal não fazia a menor questão de dar em cima de seu Saga, e lá estava ele, agarrado aos braços deles, será que não enxergava que ele jamais permitira que ele ousasse encostar-se a ele? Logo a raiva começava a lhe invadir, como ele ousava, sempre ali, sempre impedindo dele se aproximar, sempre o interrompendo, mas hoje não, hoje ele seria somente seu, e que Afrodite fosse para o inferno, ele não iria atrapalhar.
Aioros! – Cortou seus pensamentos ao ouvir aquela voz maravilhosa que sempre lhe invadiam os sonhos, desejando algo que praticamente era impossível.
Oh! Vejo que é verdade o que dizem: Vaso ruim não quebra mesmo! – Disse no tom mais sarcástico que pode, ele sempre gostou de testar Saga dessa maneira, e recebeu o já esperado olhar de "Ah muito engraçado" e sorriu dizendo. – É brincadeira, bom, mas me desculpe por não dizer antes, mas parabéns e meus pêsames, pois agora terá que me agüentar também no circulo de Ouro de Athena!
Bobo! Eu é que devo me desculpar. – Respondendo ao olhar de interrogação de se formou na face de Aioros, Saga se aproxima e o abraça, fazendo que seu corpo todo respondesse aquela proximidade. Aioros estava no céu, como quis sentir aquele perfume, era simplesmente maravilhoso, retribuiu o abraço, se esquecendo de onde estava, se tinha mais alguém ali, não importava, estava ali com ele, e isso bastava. Um novo arrepio surge quando Saga começa a falar próximo de seu ouvido, sem para o abraço.
Acabei de sair do hospital, como sabes, desculpe-me por não dizer antes, mas feliz aniversario, sei que estou atrasado e não tenho o que lhe dar, mas...
Saga... Obrigado, você não sabe como me deixa feliz apenas por lembrar, pensei que você não sabia, não precisa me dar nada. Somente por este gesto e por ter vindo de você já considere um presente.
Aioros mesmo assim você é meu amigo, e eu devo lhe dar algo, ah! Já sei, venha comigo.
Saga começou a andar sem dizer mais nada, sempre que agia assim era porque iria aprontar alguma, ou seja, era muito raro. Aioros viu que Afrodite iria começar a segui-lo, mas este quando viu o olhar mortífero de Aioros sobre si desistiu dando de ombros e seguindo na direção contraria.
Já haviam começado a caminhar fazia algum tempo, onde será que Saga o levaria, o garoto mais velho sempre sumia às vezes, será que estava levando-o em um dos lugares em que ia quando não estava presente? Uma agonia passou pelo seu peito, não conhecia aquele caminho, e estava anoitecendo, o que ele pretendia?
Logo um barulho conhecido, apesar de não lembrar do que era, podia ser ouvido naquela pequena mata, já estava escuro somente se sabia aonde iam pela luz da Lua e das sombras das arvores. Mas o que viu a seguir lhe deixou mais do que boquiaberto, era simplesmente a coisa mais linda que vira na vida, era mágico.
Uma pequena cachoeira com algumas pedras em sua margem, a correnteza não parecia violenta isso indicava que era possível ir até as pedras ou até mesmo adentrar as águas. Ao redor a mata, e o som de alguns animais que a tem como casa, acima uma vista perfeita do céu, nunca ele fora tão lindo, aquele lugar ao amanhecer devia ser divino.
Saga, isto é...
Magnífico? Eu sei, gosto de vir aqui às vezes para pensar, é calmo e muito agradável ao dia, tinha certeza que iria gostar.
Eu nem sei o que dizer, apenas obrigado por dividir um local seu... – Disse calmamente e sorrindo, nunca na vida tinha sido tão feliz, finalmente ele tinha algo de Saga que nenhum outro tinha, algo só deles, algo que ele poderia chamar de "nosso".
Saga tirou suas sandálias e caminhou em direção as pedras das cachoeiras sentando-se em uma delas. Aioros acompanhou tudo com o olhar, sempre maravilhado com a beleza dele, viu-o sentar-se nas pedras e balançar as pernas dentro da água, e ao fazer isso uma pequena parte de sua canela molhava-se com a água cristalina, suas mãos estavam apoiadas na pedra como se ele estivesse se segurando, inclinou sua cabeça como se quisesse observar a grande lua que lhe banhava com sua luz, uma visão divina.
Continuou a observar Saga, era incrível como ele e a natureza podiam ser perfeitos aliados, queria aproveitar aquele momento maravilhoso, ficaria admirando aquela perfeita criação de Deus para sempre se pudesse, ele estava lindo nem parecia o mesmo garoto que adentrou o hospital há duas semanas.
Ele sempre usava aquele manto que o deixava ainda mais perfeitos, a cor branca do mesmo em contraste com o azul de seus cabelos e alguns detalhes no broxe com o símbolo de gêmeos que o prendia, e a faixa também azul.
Aioros olhava, mas não acreditava que ele poderia realmente existir, Deus havia sido realmente generoso quando o criou, realmente uma criatividade e tanto, muitos homens no santuário poderiam ser assim também, mas Saga, ele era demais, Deus deve tê-lo pintado a mão e desenhado com a mesma, não tinha homens no santuário que poderiam ser iguais a ele.
Está certo que Afrodite era lindo, apesar de tudo, mas não era uma beleza que o agradava, se quisesse alguém como ele preferia perder tempo com uma amazona, ela provavelmente seria mais interessante. Mas tinha medo daquela beleza do futuro cavaleiro de peixes (duvidava claro disso) não o queria perto de seu Saga, ele era muito perigoso, não iria permitir que se aproximasse demais.
Um rubor começou a se formar em sua face, estava pensando e admirando Saga demais, este que parecia ocupado em olhar o céu nem percebia o olhar penetrante de Aioros, ainda bem. Não deveria pensar, mas não podia evitar olha-lo, sua boca, sua face, seu jeito, seu corpo, eram tão... Ah! Como queria toca-lo, sentir a sua pele macia, poder beija-lo, mas não podia, sentia medo, ele provavelmente não o aceitaria.
Muitas vezes pensou em lhe dizer, mas... Desistiu! Fraco! Era isso o que era "Conforma-se" em dizer que prefere vê-lo a distancia a se arriscar a perder sua amizade, respirou, não era hora de se recriminar, começou a ir em direção a Saga, esperando não falar nada que estragasse aquele momento.
Saga...
Aioros chamou, mas parecia que ele não estava ali, que seus pensamentos estavam longe começou a se preocupar, claro que Saga sabia que ele estava ali, mas se fosse um inimigo? Ele sempre agia assim? Mas o que estava pensando? Ele era Saga, jamais se distrairia assim, tentou novamente em um tom mais alto.
Saga!
Saga abre seus olhos como se estivesse acabando de acordar, desde quando os fechara? Não se lembrava, sorri para esquecer o que tinha acabado de acontecer, era para fazer com que seu amigo ficasse feliz, não se deixar levar pelo momento.
Levantou-se calmamente de onde estava, a parte debaixo de seu manto estava molhada e isto fez com que a mesma colasse ao seu corpo acentuando suas coxas, era demais para Aioros que já começava a sentir a reação de seu baixo ventre.
Desculpe, estava pensando...
Tudo bem, você mesmo disse que gostava de fazer isso quando vinha aqui.
Mas hoje eu vim para mostrá-lo a você, não para me distrair, mas venha, vamos nos sentar ali.
Acompanhou Saga até uma arvore sentando-se a seu lado, nem imaginava o que poderia dizer e tinha até medo, pois o perfume dele o estava embriagando.
Hey! O que foi, está com febre! – Disse colocando a mão em sua testa como se quisesse medir a temperatura. Aioros afastou-se um pouco, aquela aproximação toda iria fazer com que ele cometesse uma besteira.
E-Eu estou bem Saga... Ahn... Pegue. – Lembrou-se que antes de sair tinha conseguido pegar alguns bombons que seriam dados as crianças mais jovens do santuário, não sabia o porque, mas enfim, resolveu dá-los a ele, afinal Saga era chocolatra, como ele mesmo gostava de dizer.
Saga olha para as mãos de Aioros admirado, que logo é posta em suas próprias mãos, estava tudo errado, era ele quem devia presenteá-lo.
Aioros! Fique para você, hoje quem deve ganhar presentes é você e...
Não Saga, eu peguei para você, posso gostar de chocolate, mas não é tanto e posso dizer que já peguei algumas para mim. – Piscou com um sorriso maroto em seus lábios. – Vamos, deixe de frescura! É sua.
Mas...
Nada de mais, não irá fazer essa desfeita né?
Saga não conseguia discutir com Aioros quando este falava daquele jeito, era incrível o quanto ele poderia dobra-lo, sempre ajudava-o a escapar das encrencas que ele e os outros se metiam, sempre foi assim, com um sorriso guardou o presente prometendo que ele o comeria depois.
Aioros botou-se de pé correndo na direção oposta e parando a uma certa distancia de Saga, este só esperava o que ele iria lhe dizer.
Será que o todo-poderoso cavaleiro de Gêmeos, continua em forma? Hum?
Está me desafiando?
Sim! Vem me pegar! – Era o cumulo, será que ele sempre acharia que a vida era uma brincadeira? Sorriu, não podia fazer nada, e aceitando o desafio começa a perseguir Aioros.
O perseguia já fazia meia hora, já estava na hora daquilo acabar, ele era realmente veloz, mas não iria deixar assim. Após muitos planos de captura errados ele finalmente consegue encurralar Aioros contra a parede do lado da cachoeira.
Aioros viu-se preso, a única forma de escapar seria passar por Saga, decidido a dar um "Olé" em seu amigo ele o faz, mas o cavaleiro de gêmeos entende o que ele quer fazer e tenta pagá-lo, porém, algo saiu errado e ele tropeçou e Aioros notando que ele iria cair tenta segurar, mas acaba indo em direção ao chão.
Os olhos permanecem fechados pela dor do tombo, Saga bateu as costas, enquanto Aioros havia batido os cotovelos e os joelhos, abriram lentamente os olhos e desataram a rir da situação. Aioros tentava se controlar, mas era realmente engraçado o como eles foram tontos em cair.
Acalmou-se ainda observando Saga rir, deu-se conta de onde estava e quem era aquele que ria do descuido dos dois, fitou seus olhos marejados d'água por causa do riso, eram tão diferentes de perto, tão lindos.
Ficou assim por alguns segundos e não resistiu, tocou numa das mexas de sua farta franja as afastando para vê-lo melhor, tocou em sua bochecha, sua pele era tão clarinha, tão macia, tão pura.
Perdendo completamente o controle sobre si, levou um dos dedos para os lábios dele contornando-o calmamente, ele não sorria mais, apenas o encarava, estaria surpreso? Não poderia mais resistir, levou uma das mãos a nuca dele aproximando-se lentamente e encostando seus lábios nos deles. Como eram macios, tão doces, era um momento mágico, estava ali, realmente o beijando e ele estava retribuindo, era incrível! Mas como tudo que é bom dura pouco, eles precisavam de ar e Aioros se afastou ficando a poucos centímetros de seu rosto, podiam sentir suas respirações se misturando, nada podia e nada estragaria aquele momento.
