Capítulo 9 – Decisões sobre o Natal
Outubro e novembro chegaram ao fim. Já estavam na véspera das férias de Natal. Draco e Gina estavam com 1 mês e meio de namoro. Depois do dia em que fugiram para Hogsmeade e Draco confessou seu sentimento para Rony, nunca mais precisaram dar satisfação a ninguém sobre suas vidas.
Todos os alunos começaram a arrumar as malas para irem visitar suas famílias, inclusive Gina. Assim que terminou, encontrou seu namorado no Salão Principal, sozinho na mesa da sonserina, lendo um livro qualquer. Foi junto dele para conversarem. Ele a olhou tristemente e perguntou.
¬Você tem mesmo que passar o Natal com seus pais?
Ela abaixou a cabeça, tentou sorrir, porém não conseguia fingir e respondeu.
¬Eu preciso. Ficamos juntos todos os anos... e mal os vejo.
Draco olhava profundamente nos olhos da ruiva, e depois os abaixou para o livro, fingindo estar com interesse maior na leitura, que na garota. Momento depois, cerca de alguns segundos, a encarou novamente e brincou.
¬E você tem coragem de me deixar aqui sozinho com esse bando de garota que dão em cima de mim?
Riram.
¬Coragem? Estou completamente sem coragem de ficar uma semana inteira sem você. Mas... o que eu posso fazer?
¬Passar o Natal comigo!
¬Onde? Aqui em Hogwarts? Meus pais não gostam muito...
¬Não... não precisa ser em Hogwarts... eu estava pensando... bem... já que somos maiores de idade... de passarmos juntos, só nós dois, na casa de veraneio da minha família.
A ruiva ficou pensativa por um tempo, olhando para o teto do Salão. Como sempre, era enfeitiçado na época do Natal, com pequenos blocos de neve caindo até um certo ponto. Estava lindo. Ainda olhando o teto, respondeu.
¬Eu não sei...
¬Olha... essa casa que estou falando, fica no Brasil, também nunca fui pra lá, só vi as fotos. Parece ser um lugar bem bacana. Meus pais não gostaram muito... disseram que lá, a natureza é muito viva, muito calmo, e bem... ele só não vendeu porque eu pedi de presente.
¬Nossa... seu pai foi bem legal... – Disse surpresa. Draco, como de costume levantou uma das sobrancelhas e continuou.
¬É... só nesse ponto. Ninguém vai naquela casa, faz uns 2 ou 3 anos... e bom, achei que seria diferente.
Gina estava silenciosa. Draco esperou uma resposta, até que Rony chegou até os dois, mal cumprimentou o casal e foi tocando logo no assunto.
¬Mana, deixa eu te avisar. Acabei de receber uma coruja da mamãe perguntando se vamos passar o Natal em casa... e bem... –Rony fez uma careta, e a ruiva sabia muito bem o que significava. - ..sabe como é né? Eu acho que esse ano, eu vou passar com a família da Mione e o Harry vai conosco.
¬Aham... – A ruiva concordou. – Bom... será que mamãe também me deixaria passar o Natal com outra pessoa?
Rony olhou para Draco, que sorriu, então respondeu.
¬Não sei... você acabou de fazer 17, eu já faço 18 nesse mês. Comigo não teria problema... mas... não sei. Tenta aí. Manda uma coruja a ela, talvez hoje ainda, você receba uma resposta.
¬Ok. – E saiu para o corujal,. Lá ela escreveria e enviaria a carta. Draco ficou sozinho novamente com Rony, Harry e Hermione. O ruivo ainda desconfiava do sonserino, porém já estava mais "amigável" que antes. Meio preocupado, resolveu perguntar.
¬Onde você está pensando em levar a minha irmã? Não é para aquela sua Mansão horrível não, né?
Draco riu e como seu terrível costume, levantou uma sobrancelha.
¬Você não está falando sério, está?
¬Não sei... acho que estou. – Rony estava ficando com as orelhas todas vermelhas. Draco continuava a lançar uns risinhos.
¬Até parece né, Weasley. Pô, nem eu quero voltar tão cedo para aquela "Mansão horrível" - Ironizou a fala de Rony, tremendo as mãos, como se o lugar fosse assombrado. – Estou pretendendo levá-la para o Brasil. Temos uma casa de veraneio numa região do litoral. Fica bem no nordeste do país. Se eu não me engano, a cidade se chama Natal. A minha, ou melhor, nossa sorte, é que meus pais detestaram o lugar, e estou praticamente deserdado da família Malfoy...
Rony o olhou agora de outro modo. "Deserdado? Caramba... ele realmente ama minha irmã... agora sim, acredito que é verdade... ele é capaz de amar!" pensou. Meio ressentido por ter sido tão ruim com o sonserino (também ele fazia por merecer!), resolveu apoiá-lo.
¬Deserdado... pô, não sabia que tinha sido tanto assim...
ƒ... mas foi pior... ainda briguei com ele, pois disse que preferia ser deserdado, a ter que continuar a desprezar aqueles que realmente amo, e quero amizade, saca?
¬Aham... bom, pode contar comigo, cara! Se precisar de algo, é só mandar uma coruja.
E apertaram as mãos. Rony então se retirou com seus amigos, que nada disseram, e deixaram-no sozinho, lendo. Cinco minutos se passaram, e Gina retornou.
¬Ufa. – Disse ofegando. – Consegui. Pichitinho é muito chato, não parava de me bicar toda hora. Espero que mamãe não se importe. Afinal eu passo todos o Natal com eles, acho que eu deva experimentar algo diferente.
Sorriram e deram um selinho. Draco voltou a ler, deixando-a curiosa.
¬Que livro é esse?
O loiro levantou o livro, e mostrou a capa.
¬Eu pensei que só eu lia os livros de Gilderoy Lockhart...
Se entreolharam e novamente deram outro selinho. Draco então fechou o livro e começaram a conversar.
¬Ah, você estava demorando arrumando a mala, então peguei esse livro seu emprestado, já que tinha esquecido no Salão de Inverno esses dias... realmente é até interessante.
¬É... é bom para passar o tempo. Vamos dar uma volta?
¬Ok.
Levantou, deram as mãos e foram passear pelo jardim de Hogwarts. As horas viraram minutos, e os minutos, segundos... e assim passou o dia. Já era hora da janta. Gina e Draco não podiam sentar juntos, pois eram de casas diferentes. De repente, várias corujas começaram a entrar pela porta principal, e uma delas, era Pichitinho.
A pobre coruja parecia morta de cansaço. Carregava não somente uma carta-resposta, mas também um pequeno saco, que aparentemente era pesado. Gina livrou a ave do fardo, alimentou-a e então tornou a voar. Ansiosa, abriu o pedaço de pergaminho e começou a ler.
"Gina querida, como eu queria passar o Natal com você, mas infelizmente, vejo que esse ano, terei que ficar sozinha com seu pai, pois todos seus irmãos estarão ocupados com amigos. Não se preocupe, estamos felizes, principalmente por você. Olha, juízo viu? Não é só porque você já é maior de idade, que deve ficar fazendo o que bem entender. Tenha um ótimo Natal, um ótimo ano-novo! Mande felicidades para o seu namorado, e também para meus queridos filhos, Harry e Hermione também!"
"Com muito amor, Molly e Arthur Weasley"
Assim que terminou de ler, apertou a pequena folha de felicidade, e abriu o pequeno pacote. Nele continha alguns sicles e também mais um bilhetinho de sua mãe.
"Gina, caso precise, aqui está um dinheirinho que economizamos para o Natal. Te amamos filha. Muitos beijos"
A ruiva olhou novamente as moedas, e uma lágrima saiu de seu olho. Secou-a rapidamente, guardou o dinheiro e as cartas, terminou de jantar e saiu. Draco a viu saindo e a seguiu.
¬Gina!
Ela olhou para trás e saiu correndo, pulando em seus braços, dando-lhe um beijo de felicidade. Draco sem entender o motivo, perguntou.
¬O que houve? Qual o motivo da felicidade?
¬Bom... dois motivos, o primeiro como sempre, é você! E o segundo... tcham-tcham-tcham-tcham... – Brincou de ser misteriosa. – Mamãe deixou passar o Natal com você!
Draco sorriu de orelha a orelha e a abraçou fortemente.
¬Ah, que bom, que maravilha! Vamos amanhã mesmo, para não perdermos o trem.
¬Tudo bem!
Draco coçou a nuca e então continuou a falar.
¬Só temos um problema... o trem nos levará a Londres... teremos que ir para o Brasil... voando...
Gina fez uma cara de desentendida, e continuou calada, procurando obter respostas mais simples olhando profundamente nos belos olhos cinzas.
¬E bom... espero estar realizando um sonho seu... voaremos de vassoura. Eu havia encomendado a nova Firebolt 3000. Ela é maior, mais confortável, mais rápida... e cabem até duas pessoas.
Gina estava com os olhos esbugalhados. Não sabia se ria, se continuava calada, se chorava, porém sem-querer-querendo, pulou novamente no namorado e o abraçou rindo muito. Ele também. Se beijaram por um tempo, até que Rony pigarreou e tiveram que interromper. Sorriram.
¬Bem, e aí Gina, mamãe deixou?
¬Sim. – Respondeu com brilho no olhar.
¬Que bom.
¬Gina... eu gostaria de falar um minutinho com você. – Harry a chamou. Ela foi para um canto com ele. Draco observava com quem nada queria.
¬Gina... eu só... gostaria de... pedir desculpas a você...
¬Por que? – Perguntou confusa.
¬Ah, eu fui um idiota em todos os sentidos em relação a você, e eu só quero que saiba que estou muito feliz por você e pelo Draco... sério mesmo!
Gina sorria, e continuava sem entender o porque daquela conversa.
¬Ah... então ta... obrigada Harry, desejo o mesmo a você e a Cho.
Se abraçaram. Aquela conversa foi muito estranha. Não tinha motivo, nem nada, além do mais, Harry e ela nunca brigaram... por que será que ele revelou isso? Não queria saber, voltou até Draco, despediu-se do pessoal e então falou.
¬Eu heim... o Harry veio me pedir desculpas... por ser um idiota em relação a mim... e que desejava nossa felicidade e coisa assim... Não entendi o porque...
Pela primeira vez na vida de Draco, sentiu ciúmes, porém nada fez, pois sabia que a ruiva era somente dele e de ninguém mais.
¬Eu sei... ele se arrependeu de nunca ter ficado com você antes... na época que você gostava dele... agora que ele vê o quão bonita você fica toda vez que sorri... e está ao meu lado, talvez ele tenha notado a preciosidade que ele perdeu.
Gina sorriu, e tirou uma mecha loira de perto do rosto do sonserino. Se beijaram.
¬Você é tão romântico. Eu te amo.
¬Também te amo, minha linda. Espero que continuemos juntos e desse jeitinho assim ou melhor, para sempre.
¬Hehe, vamos ver né? Também espero isso... bom, meu loiro, preciso dormir... já que amanhã viajaremos, não é?
¬Ok. Vai lá minha linda. Boa noite! Não se esqueça... acordar 7:00h, viu?
¬Ok. Boa noite. Tchau.
