Capitulo 11 – A doença

Draco acordou cedo, por volta das 7h. Olhou para o lado e viu sua pequena menina dormindo. Sorriu. "É... Gina tem razão." Pensou enquanto se levantava e trocava de roupa. "Parece um sonho mesmo... graças a Merlim não é!" Aproximou-se dela, beijou-lhe a testa, e foi para a cozinha preparar alguma coisa.

Depois de alguns minutos preparando algumas torradas, ele olhou para o corredor, e avistou a ruiva, com os cabelos todos despenteados e bocejando.

Já acordou? Mas ainda ta cedo. Vai dormir Gina, depois eu levo seu café no quarto. – Draco brincou. Ela apenas levantou uma sobrancelha, coçou o olho e respondeu com a voz rouca.

Dormir? Nhaaaai, não! Já cansei de descansar. Vou tomar banho, ta bom?

Ele assentiu com a cabeça e voltou a se concentrar nas torradas e no restante da comida. Passados uns 10 minutos, Gina voltou para a cozinha, usando uma mini blusa com uma minissaia, sacudindo os longos cabelos molhados. Draco ficou de queixo caído. "Uau, eu não sabia que Gina era tudo isso!" E sorriu;

O que foi Draco?

Como um estalo, ele fechou a boca, sorriu e respondeu.

Nada não. É que nunca te vi com tanta pouca roupa. Bom, vamos comer e depois dar uma volta na beira do mar?

Claro.

Tomaram café da manhã silenciosamente. Assim que Draco terminou, retirou tudo da mesa, colocando na pia da cozinha e lançando um feitiço para que a louça ficasse limpa. Gina sorriu e comentou.

Nossa Draco, você sempre foi assim, super prestativo, ou ta fazendo isso só para me agradar?

Riram.

Bom, um pouco de tudo. Tenho que recuperar o pouco de dignidade que me resta, não acha?

Gina negou com a cabeça, e aproximou-se dele dando um beijo, com uma resposta.

Você é perfeito!

Sou não. Bom, está tudo pronto?

Aham.

Então vamos!

Deram as mãos e saíram. Agora que já era de dia, Gina conseguiu ver melhor, a beleza do local. Começou a correr pelo gramado do quintal com os braços abertos, sentindo a brisa batendo no seu suave rosto. Draco foi ao seu encontro, correndo também.

Você acha que isso é bonito? - Perguntou gritando, enquanto corriam.

Claro! É tão perfeito quanto aquele lugar em Hogsmeade!

Você ainda não viu nada. Vem, é por aqui!

Pegou na mão da ruiva, e começaram a correr para o leste. Continuaram correndo, e então começaram a ouvir sons mais altos de ondas se quebrando entre enormes rochas. Depois de uns 5 minutos só na correria, chegaram perto de uma praia, que ficava a uns 500 metros da casa. Essa parte da praia, era deserta e não havia rochas tão grandes. Na verdade, as rochas estavam a uns 50 metros de onde eles estavam pretendendo chegar.

Gina olhava para tudo com um brilho no olhar. Estava maravilhada, porém logo cansaram, e então sentaram na parte seca da areia, de frente para o mar.

Afff, que sede! Você trouxe alguma coisa, Draco?

Claro. – Respondeu ofegante tirando de dentro do bolso do short, um pequeno frasco. – Finite Incantatem.

O frasco aumentou de tamanho, virando uma garrafa de dois litros de água gelada. Beberam um pouco para saciarem sua sede. Continuaram descansando por um tempo, até que, depois de recuperarem o fôlego, Draco perguntou.

Pronta?

Pra que?

Sem obter resposta, ele levantou rapidamente, pegou-a no colo antes mesmo que ela pudesse sair, e começou a correr em direção ao mar, com a ruiva gritando no seu ouvido. Draco deu menos de 20 passos, e entrou na água, que por sinal, estava super gostosa. Assim que a água atingiu sua coxa, ele a soltou e começaram a se molhar.

Que lindo... – Ela comentou indo um pouco mais ao fundo com o loiro. Abraçaram-se e começaram a se beijar.

"Por você, eu mudaria até o meu nome, eu viveria em greve de fome, desejaria todo dia, a mesma mulher" – Cantou no ouvido da ruiva assim que terminaram de se beijar.

Não sabia que você gostava tanto assim de musica trouxa.

Pois é... mas é que pelo menos uma coisa os trouxas têm de bom.

Ah é? E o que é?

Eles sabem fazer músicas expressando o verdadeiro sentimento. Eles transformam o que sentem em palavras. É incrível.

Sorriram. Continuaram passeando e brincando na praia durante o dia inteiro. Voltaram para casa e assim foram seguindo os dias. Infelizmente os dois só ficariam em Natal por uma semana, e o último dia havia chegado. Era parte da tarde, e ambos estavam exaustos. Tinham ido conhecer o shopping trouxa. Por sorte, não tiveram muito trabalho com dinheiro, nem trouxas curiosos em relação a roupas meio estranhas.

Eu vou tomar banho, viu? Vou ligar a banheira. Nunca tomei banho de banheira antes. – Gina avisou o loiro assim que chegaram em casa.

Ué, por que você não tomou nos outros dias?

Ela sorriu e respondeu.

Ah... sabe que eu não sei? Vou tomar agora... relaxar um pouco. E você?

Eu? Bom... estou assumindo o papel da mulher. Vou fazer o jantar.

Tudo bem.

Gina saiu e foi tomar banho. Começou a despir suas roupas e ligou a água para encher a banheira. Enquanto não enchia, ficou penteando seus longos cabelos, na intenção de tirar todos os nós. Passou uns cinco minutos e a banheira havia enchido. Entrou, porém não desligou a torneira. Queria que enchesse um pouco mais.

Ah... que delicia! Isso é muito bom.

Relaxou. Fechou os olhos e começou a cantar uma musica baixinho. De repente, começou a ficar com falta de ar, e sem forças para se levantar. Em frações de segundo, desmaiou e começou a afundar na banheira.

Draco estava na cozinha. Ele pegou as duas ultimas lasanhas que a ruiva havia trazido. "Hum... quatro queijos ou presunto? Vou perguntar a Gina qual ela prefere." Pensou se dirigindo ao banheiro.

Chegou perto da porta, deu uma batidinha e começou a chamá-la.

Gina... Gina meu amor, qual lasanha você prefere, quatro queijos ou presunto?

Draco, que estava sorrindo, ficou sério. Não obteve resposta.

Gina, você está me ouvindo? Eu estou falando com você! – Gritou. Estava ficando preocupado. Tentou abrir a porta, mas ela havia trancado. Correu até seu quarto, pegou a varinha e gritou.

Alorromorra.

Assim que entrou, viu o banheiro começando a alagar, e Gina afundada na banheira.

Merdaaa! Ginaaa!

Desesperado, Draco gritou e foi até ela. Puxou-a para fora da banheira e percebeu que seu rosto estava pálido. Rapidamente desligou a banheira, cobriu-a com uma toalha e levou-a para o quarto. Começou a pressionar sobre o peito dela, e fazendo respiração boca a boca. Uma lágrima saiu de seu belo olho cinza.

Gina... por... favor... não... morra! – Implorou pausadamente enquanto continuava a tentar reanimá-la.

De repente, ela começou a tossir, cuspiu muita água, porém continuou desmaiada. Draco sorriu levemente, e chorou. "Ufa... por Merlim". Rapidamente a vestiu com a primeira roupa que viu, e a carregou até o lado de fora da casa. No quintal, levantou a varinha, acionou "lumus" , e nisso percebeu que um ônibus enorme se aproximava.

Para onde querem ir? – Perguntou o cobrador no Noitibus Andante.

Para o hospital St. Mungos. Rápido. – Respondeu entrando rapidamente no ônibus e deitando Gina numa das camas.

Não demorou mais de 10 minutos e então chegaram ao hospital. O loiro pagou 2 galeões e não esperou troco. Desceu rapidamente e assim que avistou uma enfermeira, gritou.

Uma maca. Rápido!

Ela chegou a se assustar com a agressividade de Draco, porém correu e pegou a primeira maca.

O que houve. – Perguntou Kate, a enfermeira, correndo para o Box de emergência.

Não sei. Estávamos passando as férias em Natal, e ela foi tomar banho. Ligou a banheira e quando entrei no banheiro para perguntar algo a ela, percebi que tinha se afogado.

Ela está com algum problema? Vocês brigaram? Foi suicídio?

Claro que não. – Draco gritou. Estava se remoendo de raiva. – Estamos ótimos. Acho que ela passou mal. Não sei.

Calma. – Kate tentou acalmá-lo. – Vamos fazer uns exames nela. Por favor espere naquela sala ali. Logo, logo o chamaremos. Qual seu nome e o da paciente, por favor?

Draco Malfoy. O dela é Virginia Weasley.

Ok. Por favor, fique calmo. Ela está a salvo agora.

Draco abaixou a cabeça. Sentia-se impotente. Queria fazer algo, porém tinha que ficar quieto no seu canto e esperar o resultado dos exames. Ele ficou na sala de espera, sozinho, por mais ou menos duas horas, até que Kate voltou e o chamou.

Sr. Malfoy?

Sim – respondeu se levantando rapidamente.

Bom... segundo nossos exames... a Srta. Weasley...

Sim? – Perguntou segurando as mãos da enfermeira, que estavam ligeiramente geladas.

Bom... Ela tem um tumor... que não reconhecemos. Ele está atacando o pulmão. Ainda está pequeno. No momento, não há nada que possamos fazer. Convocamos os melhores medi-bruxos do mundo para analisarem seu caso. Ela terá que passar uns dias no hospital. Você pode ficar com ela no quarto, se quiser.

Tudo bem... mas...

Sim? – Kate perguntou serenamente.

Ela... ela vai... vai sobreviver, não vai? – Perguntou pausadamente, com os olhos cheios d'água. Kate apertou as mãos de Draco e respondeu.

Sinceramente, querido, eu não sei. Agora com licença, preciso comunicar a família dela. O quarto da Srta Weasley é logo ali, à direita.

Obrigado...

Agradeceu e foi em direção ao quarto. Assim que entrou, puxou uma cadeira, em silencio absoluto e sentou-se ao lado da cama, segurando uma das mãos da ruiva. Algum tempo mais tarde, Draco fechou os olhos e sem querer dormiu. A Sra Weasley chegou, sem fazer barulho algum, porém o loiro acordou.

Ela o olhou serenamente e foi se aproximando dos dois.

Draco. Vamos conversar?

Ele assentiu com a cabeça e saíram do quarto. Do lado de fora, repetiu tudo o que havia acontecido, e a Sra. Weasley o abraçou. Draco sentia uma vontade indubitável de gritar. Estava com medo. Não queria perder a única pessoa que mais amava na vida. Retribuiu o abraço, porém apertando a pobre senhora com mais força. Chorava.

Fique calmo querido. Eu sei como você está se sentindo porque eu estou assim também.

Draco a olhou e falou num tom baixo.

Obrigado, Sra. Weasley... mas acredito que eu esteja me sentindo um pouco pior... Gina é a única pessoa no mundo por quem eu daria minha vida... ela é a única que me entende... que me ama, e me aceita do jeito que eu sou... Ela salvou minha vida... está na hora de eu fazer algo por ela.

Molly sorriu.

Infelizmente eu não vou poder ficar no hospital por muito tempo... por favor, cuide da minha filhinha, ok?

Pode ficar tranqüila.

Draco novamente a abraçou e então voltou a entrar no quarto. Gina acordou, olhou o sonserino fechando a porta e perguntou pausadamente, como se estivesse com falta de ar.

O que... foi... o que... estou... fazendo aqui?

Está se sentindo melhor? – Perguntou se aproximando e sentando na cadeira.

Sim... eu acho... mas... o que houve?

Draco tentava se segurar ao máximo, porém a cada esforço, uma lágrima escorria.

Tão serio... você... – Gina falou.

Sério? Nada... é que... por um momento, eu pensei... que eu iria te perder...

Ela sorriu levemente e respondeu tentando acariciar o rosto pálido do namorado.

Isso nunca vai acontecer...

Draco pegou a mão que o acariciava, beijou e disse.

Eu espero.