Capitulo 12 – Volta à Hogwarts e dia dos namorados

Cinco dias haviam se passado. Gina permaneceu no hospital em observação, com Draco a todo o momento ao seu lado. Recebera alta e já estavam voltando a Hogwarts. O trajeto de trem fora tranqüilo, sem nenhum mal estar ou qualquer outra sensação ruim. Assim que chegaram no castelo, Gina viu seu irmão, com seus amigos, correndo na sua direção.

Gininha! – Rony a abraçou. – Você já está melhor? Mamãe não quis nos contar que você havia passado mal logo de inicio. Ficamos sabendo hoje. O que realmente aconteceu? É algo grave?

Gina sorriu serenamente e respondeu do mesmo modo.

Não Rony. Não foi nada, pode ficar tranqüilo.

Sorriram. Harry e Hermione quiseram abraçá-la também. Depois de todos se cumprimentarem, foram se arrumar para jantar.

"Merlim... não posso desgrudar de Gina... se alguma coisa acontecer com ela, será tudo culpa minha" Draco pensava enquanto tomava banho no chuveiro sonserino. De repente, ele começou a pensar no seu pai. Um comensal sabe vários segredos sobre como atrasar a morte e coisas do tipo.

"Será que devo? Não sei... eu odeio Lucius.. mas... vou tentar"

Assim que terminou de se arrumar, pegou uma garrafa que continha um pó amarelado, estranho. Jogou um pouco na fogueira e chamou por Lucius. De repente, Draco começou a ouvir a voz de seu pai vindo da lareira.

Draco? O que foi agora?

Pai... você é um comensal...

Hum... eu sei disso.

Bom, pois é... eu queria saber algo... algum feitiço ou alguma coisa que retarde a morte.

Ouve um silêncio sombrio, até que Lucius voltou a falar.

Ahn... fiquei sabendo que sua namoradinha pobretona está por um fio, não é?

Os olhos de Draco se encheram d'água e uma onda de raiva começou a se apossar dele. Tomado pelo impulso, começou a gritar.

Muito obrigado, seu idiota. Pelo menos eu encontrei uma pessoa que sabe realmente o verdadeiro significado da palavra "amar". Ela pelo menos me ouve, me ajuda, ao contrário de você, que só sabe me criticar e ainda por cima se achar superior a mim. Pois saiba de uma coisa, Lucius... tudo o que sabemos sobre o amor, é que o amor é tudo o que existe. Você não é nada, nem ninguém. Obrigado pelo seu conselho.

E desconectou os dois elos. Draco continuava gritando "idiota, idiota, idiota". Num ato desesperado de raiva, pegou a mesma garrafa que continha o pó, e jogou-a contra a parede, quebrando-a. Rapidamente, secou suas lágrimas, vestiu o sobretudo, e saiu rumo ao jardim de Hogwarts.

Ficou sozinho, encostado numa enorme árvore, por mais ou menos 5 minutos, até que alguém se aproxima de si. Era Goyle. Permaneceram calados, olhando um para o outro por alguns segundos, até que começam a conversar.

Sabia que você estaria aqui. – Goyle falou quase num sussurro.

É... – disse desanimado.

Bom... fiquei sabendo sobre Gina... como você está cara?

Draco abaixou a cabeça e falou choroso.

Ela foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida.

Novamente o silêncio. O coração de Goyle mudou. Pela primeira vez, começou a sentir pena, vergonha, tristeza, e então, criou coragem e resolveu fazer algo inteligente e digno. Abraçou Malfoy.

Draco aceitou o carinho do amigo, e o abraçou mais forte, como se o estivesse esmagando, porém sem o machucar. Estava com medo. Começou a chorar novamente e apertar mais o abraço do amigo.

Tenha fé, Draco.

Eu estou perdido... não sei o que fazer...

Não tem nada que você possa fazer? Se por acaso não encontrar a cura, faça-a a pessoa mais feliz do mundo. Realize seus sonhos...

Sonhos...?

Soltaram-se e olharam bem em seus olhos. Sorriram. De repente, Draco começou a sentir-se um pouco melhor. Novamente secou suas lágrimas, suspirou, e então voltaram ao castelo. Assim que entrou, o loiro avistou sua namorada se aproximando, e estando aparentemente feliz.

Goyle deu um tapinha em suas costas e o deixou a sós. Gina abraçou ternamente seu namorado e perguntou.

O que houve? Por que está com as bochechas rosadas?

Draco sorriu e a beijou.

Não foi nada, é melhor você ir dormir agora. Eu te acompanho até sua torre.

Tudo bem.

Os dias passavam lentamente para Draco, pois como eram de anos diferentes, o loiro ansiava a hora de ver sua menina para ficar mais calmo. Quase dois meses haviam se passado desde o acidente em Natal. Estavam na véspera do dia dos namorados.

Draco havia acordado mais cedo nesta sexta feira, então resolveu ir sozinho à Hogsmeade comprar o presente de Gina. Conseguiu voltar antes das 9h da manhã. Assim que chegou, ele a avistou conversando com Rony, Harry e Hermione. Aproximou-se como quem nada queria e os cumprimentou.

Onde você estava, Draco? – Perguntaram. O loiro até se assustou e sorriu.

Eu heim, desde quando estão me vigiando? Eu só fui... bem, eu estava lá fora, na floresta... e vocês?

Ah... ficamos procurando você no castelo. – Gina respondeu. – Você sumiu e não tinha avisado... – Brincou fazendo "biquinho" de choro. Rony deu um leve tapa no peito de Harry chamando-o, juntamente com Hermione para saírem e os deixarem a sós.

- Desculpe, prometo nunca mais fazer isso... Bom, vamos fazer o que agora?

Draco e Gina almoçaram juntos e depois foram assistir às aulas, infelizmente, separados. O dia passou normal, igual aos outros. Não demorou a chegar sábado, a tão esperada data. Nesta mesma noite, estava previsto um baile para todos os alunos. As meninas, como sempre, mais vaidosas, começaram a se arrumar desde cedo.

Com toda a correria de decoração de salão, meninas procurando algum vestido, penteado e outras coisas, fez com que as horas voassem. Draco estava sentado numa poltrona verde do Salão Comunal, sozinho, até que de repente uma garota se aproxima lentamente. Num impulso, ele se levanta e encara Pansy,

Você!

Eu... Bem... trouxe as fotos... da sua apresentação com a Weasley.

Pansy entregou um envelope vermelho nas mãos do loiro, que apenas recebeu, sem dizer nada. Ela voltou a falar.

É.. parece que você está com quem realmente deveria estar.

Draco sorriu, coçou a nuca e falou sem graça, tirando as fotos do envelope.

É... na verdade eu nem sei porque justo eu...

Eu sei...

O loiro levantou seu olhar e a encarou. Por um momento, sentiu pena da sonserina. Esta por sua vez, rapidamente, aproximou-se dele, beijou-lhe a bochecha e saiu correndo. Draco apenas sorriu e começou a ver as fotos. A primeira ele beijava Gina, e é claro, como toda foto bruxa, esta se mexia.

"Hum... boa idéia" Pensou ainda olhando para a mesma foto. Resolveu escrever algo no verso da foto e mandar junto com seu presente.

Assim que acertou tudo no pacote, fez um feitiço para diminuí-lo, e colocou num dos bolsos de sua calça. Ele vestia um finíssimo smoking preto. Já estava pronto para o baile, então resolveu esperar Gina na entrada da torre da grifinória. Esta por sua vez, não demorou a sair. Estava linda.

Usava um belíssimo vestido preto e toda vez que ela se mexia, partes de seu vestido ficava prateado. Seus cabelos estavam metade presa e metade solta, com vários e belos cachos modelados.

Draco ficou boquiaberto. Aproximou-se de sua bela e elegante namorada e sussurrou: Você está belíssima! Deram um selinho, sorriram e então seguiram rumo ao Salão Principal. Não ficaram muito tempo por lá. Dançaram algumas musicas, porém o loiro tinha planejado algo, e queria ficar a sós com ela.

Venha. – Disse pegando nas mãos macias da ruiva e a conduzindo para a estátua que esconde uma passagem secreta. – Vamos passar o nosso dia dos namorados longe de Hogwarts.

Ok. – Sorriu e começaram a atravessar a passagem, indo parar em Hogsmeade.

Vamos àquele mesmo lugar? – Gina perguntou quase pulando de alegria. Draco assentiu com a cabeça.

Estamos quase chegando...

Nem havia se passado nem cinco minutos e chegaram no belo local escondido de Hogsmeade. Lá o loiro desfez o feitiço de dois enormes cobertores, aumentando o tamanho deles. Estendeu um dos no chão, e então sentaram, abraçados.

Gina... você está feliz comigo?

Claro que sim! E você?

Com todo o meu sentimento. Bem, finalmente a sós, por inteiro, posso te entregar uma pequena lembrancinha... – E tirou de dentro de seu bolso um papel plastificado. – Eu mesmo mandei fazer. Esse é um tipo de tatuagem que não dói e não sai fácil... ela só sai se você lançar o feitiço certo.

A tatuagem era um pequeno coração vermelho com uma flecha perfurando-o, e dentro dele as iniciais "D & G". Gina ficou completamente sem reação, nem rir conseguiu direito. Draco tomou a iniciativa. Ele tirou as mechas de cabelo que estavam perto do braço dela, e lá colocou a tatuagem. Assim que terminou, deu um leve beijo no local e depois nos lábios da ruiva.

Dr-Draco... nem sei o que dizer...

Diga apenas que me ama, e já estarei feliz.

E-eu t-te amo! – Disse ainda meio gaga.

Ah sim... – Draco fez sinal de "espere" com as mãos. Tirou de seu bolso a foto dos dois na apresentação.

Ah Draco... você é tão perfeito... é o namorado que todas as garotas gostariam de ter! O meu presente está lá em Hogwarts...

Não... está aqui, exatamente na minha frente! Mas espere... tem mais uma coisa que eu gostaria de te mostrar. Venha comigo.

Caminharam juntos por uns 10 minutos mais ou menos, e chegaram perto de uma estrada. Draco começou a correr puxando a ruiva para perto de si.

Venha rápido.

O que houve?

Ok... coloque um pé aqui, e outro ali. – Draco guiou-a para ficar de pernas abertas entre uma enorme e grossa linha no chão. Ela olhava para ele sem entender.

Seu louco, o que está planejando?

Bem... está exatamente na divisa de Hogsmeade e Merlinópolis.

Ok..!

Bom... está em dois lugares ao mesmo tempo.

Gina olhou para o chão, logo em seguida, para o namorado, saiu correndo em sua direção gritando de alegria e pulando nos seus braços.

Como você consegue me fazer tão feliz? É incrível..

É simples... eu só sou feliz ao seu lado! Eu te amo Gina! Feliz dia dos namorados!

Eu também te amo, meu loiro! Feliz dia dos namorados também!

Beijaram.

Vamos voltar ao nosso lugarzinho. Hoje vamos dormir fora de Hogwarts.

OK.

Começaram a caminhar para aquele belo lugar no meio da floresta, abraçados e felizes. Assim que chegaram, Draco estendeu o outro cobertor, e então deitaram juntos, se cobrindo para, logicamente, não sentirem frio.

Dormiram abraçadinhos e felizes. Não sonharam com nada durante toda à noite. Não tardou a amanhecer, e assim que ouviram os primeiros cantos de passarinhos, acordaram. Arrumaram toda a "bagunça" e voltaram para Hogwarts.