Capitulo 15 – A busca por Dultan Flamel

A noite passou rápido para Draco, porém este acordou muito bem descansado e bem mais humorado. Levantou e olhou para os lados. Todos seus amigos ainda dormiam. Sem pestanejar, pegou suas coisas já arrumadas e saiu do dormitório. Assim que chegou no Salão Principal para tomar café da manhã, encontrou Dumbledore que corria aflito em sua direção.

Draco levantou uma de suas sobrancelhas e se segurou para não rir, pois a cena de um velho muito barbudo correndo, segurando os oclinhos meia-lua, todo desajeitado, era muito cômico. Sem querer, soltou um risinho sem que ninguém percebesse.

- Ufa. – Dumbledore suspirou, colocou a mão no peito. Ofegava muito. – Finalmente te encontrei.

- O que aconteceu professor? – Draco segurou o braço do diretor e este sorriu e apontou para os bancos. Sentaram-se.

- Quase que você fez a pior besteira da sua vida.

- Co-como assim?

- Como você espera encontrar o filho de um bruxo, ou alquimista, tanto faz, lá no Japão, sendo que quase não há bruxos naquele lugar para pedir informação?

- Han?

- Eu esqueci de te dizer o nome dele. É Dultan Flamel.

- Ahn sim... e por acaso alguém por lá deve conhecê-lo... não é?

Dumbledore sorriu e apertou seus minúsculos olhos.

- Bom... eh... provavelmente não... mas quem sabe... sim?

- Ah, legal... estarei perdido mas tudo bem. – Ironizou.

- Não, não, não! Olhe... vamos ao meu escritório. Acabei de me lembrar de algo que poderá ser de muita ajuda.

Levantaram e se dirigiram rumo ao escritório de Dumbledore em ritmo acelerado. Assim que chegaram, o diretor foi até sua escrivaninha e de lá tirou um pedaço de pergaminho.

- Tome. É um mapa do Japão. Se bem que você nem precisará dele direito... aquele país é tão pequeno. Ah sim... e a capa de invisibilidade de Harry.

- Ah... legal... esse mapa mostra o nome das pessoas... se é que isso pode se chamar de nome... não dá nem pra ler... são tudo símbolos.

O diretor novamente sorriu serenamente e então disse.

- Você quer um dicionário de Japonês?

- Hum... não, obrigado, acho que consigo me virar sozinho.

- Bom, você que sabe. Qualquer coisa mande alguma ave pra cá.

- Tudo bem. Muito obrigado por tudo, Dumbledore. Bom, vou indo, porque senão, não conseguirei me despedir de Gina.

Sorriram. O diretor se aproximou do sonserino e o abraçou.

- Quem diria que você teria uma mudança tão grande em tão pouco tempo. Agora vá e boa viagem.

Draco sorriu e então voltou para o Salão Principal. Lá ele comeu tudo o que tinha direito e também guardou alguma coisa na mochila. Terminado o café, saiu dos terrenos de Hogwarts, vestiu a capa de invisibilidade de Harry, subiu na vassoura e foi visitar Gina no St. Mungos.

Demorou uns 10 minutos para chegar. Assim que chegou, foi até a recepção e perguntou.

- Visita para Virgínia Weasley.

- Só um minuto... hum... quarto 103.

- Obrigado.

"Engraçado... ela já não ficou nesse quarto na vez passada?" Pensou enquanto andava pelo longo corredor. "Que que eu falo para ela? Será que ela vai conseguir?"

Finalmente chegou no quarto 103. Assim que entrou, encontrou-a sozinha, lendo algum livro.

- Draco! – Exclamou abaixando o livro e levantando os braços.

- Ah, minha linda! O que você andou aprontando para estar aqui? – Brincou. Ela sorriu e sacudiu os ombros.

- Culpa sua, hehehe.

- Minha? Por que? Ando cuidado demais de você?

- Não, antes fosse!

- Aham... e, onde está minha culpa?

- Ah... agora não sei. Você está aqui comigo... e é isso que importa!

- Verdade...

- Draco...

- Sim?

- Por favor, me diga... o que eu realmente tenho? Por que estou aqui de novo? Da outra vez, só me contaram que estava com imunidade baixa e um monte de baboseira... Por favor,... eu sei que você não vai mentir pra mim...

O loiro abaixou os olhos e disse quase num sussurro.

- Eu nunca mentiria para você. É que... você tem um tumor... no pulmão. Eu vim agora me despedir de você, pois sei de alguém que pode te curar.

Gina arregalou os olhos e estes se encheram d'água.

- Vo-você o que? Tumor? Você mais me deixar... agora?

- Claro que não, bobinha! Eu sou o único que pode salvá-la. Eu preciso correr contra o tempo, pois vou pro... Japão. Eu vou conseguir, Gina! Mentaliza que vamos conseguir sair dessa!

Ambos choravam, mas de alegria. Estavam sendo invadidos por uma alegria que não sabia de onde vinha. Talvez fosse a esperança.

- Linda... preciso ir. Prometo que vou voltar com a sua cura. Você me salvou uma vez... agora está na minha vez de te salvar. Eu te amo.

Beijou-a e saiu, sem ouvir nada. Assim que chegou perto da porta, Lucius e Molly conversavam.

- Pai, Molly. –Exclamou e os abraçou.

- Estava conversando com seu pai, querido. Disse que está pagando o tratamento. Vocês não fazem idéia do quanto isso é importante para a nossa família. – Molly agradeceu de um jeito encabulado.

- Eu sei. – Draco respondeu. – Bom, agora eu estou indo. Pai, já contei para Gina.

- Contou o que? – A sra. Weasley se intrometeu sorrindo.

- Ahn... meu pai pode te contar mais tarde. Bom, adeus e até a volta!

- Adeus? Volta? – Molly perguntou confusa.

- Boa viagem, filho. Você vai conseguir.

Sorriram. Draco virou-se e começou a correr.

- Boa viagem? Me explica tudo direitinho, Sr. Malfoy.

- Ok. Vamos para dentro do quarto de Gina que eu explico.

Já do lado de fora, Draco procurou um lugar seguro para levantar vôo e então começou a longa viagem. "Vai dar tudo certo"

Era praticamente impossível ele se perder, pois usou um feitiço na vassoura, como se existisse "piloto automático", e já era guiado direto para o Japão. As horas voavam e não era nada confortável dormir numa vassoura, porém o loiro não reclamava. Após quase dois dias cansativos de viagem, finalmente chegou no Japão. Era finalzinho de tarde. Pousou num beco onde não havia ninguém.

- Ufa... até que enfim cheguei.

Draco se espreguiçou, deu um longo suspiro, invocou o feitiço para diminuir a vassoura e outro para aumentar a mala, guardou a capa direitinho e foi procurar algum lugar para descansar.

Andou por algumas ruas e ficou encantado com Tókio. "Ah... Gina iria adorar o Japão! Um dia vou trazê-la aqui". No meio de tantas lojas, restaurantes, entrou numa delas e por muita sorte, viu dois homens que conversavam em inglês. "Essa é a minha chance".

- Ah, com licença, senhores. Será que poderiam me ajudar? Acabei de chegar e não sei falar japonês. Onde tem um hotel bom e barato por aqui?

Um dos homens sorriu generoso para o loiro e disse.

- Eu sou dono de um. Custa 20 ienes a diária.

- Ah... – Draco sorriu sem graça. – O que é ienes?

- Ah gringo... ienes são moedas japonesas... como você pensou que poderia pagar?

- Bom... – Draco começou a falar mexendo nos bolsos da calça e tirando uns galeões e notas em dólar. – Não sei, talvez pudéssemos negociar de outra maneira, não acha?

Os dois homens olhavam fixamente para os galeões e começaram a conversar entre si.

- O garoto é audacioso. Tente negociar com essas moedas. Pergunta se é de ouro.

- Isso dourado... é ouro?

- Claro. – Draco sorriu. – De 24 kilates.

- Ahn... e o que significa esses símbolos? É moeda de alguma cidade local?

- Ah não... são apenas... símbolos!

- Ah, parem de fofocar. – O outro homem já estava obcecado pelas moedas. – Aceita logo Yuki.

Yuki passou a mão pelo rosto, analisou novamente as moedas e então propôs.

- Que tal quatro moedas pela estadia? Podemos ainda te explicar sobre a cidade.

Draco sorriu, guardou as notas e o restante dos galeões e respondeu.

- Ok. Negócio fechado. Agora estou morto de fome e cansaço. A propósito, só vou pagar no final, ok?

- Com certeza, chefia! Venha conosco.

Saíram os três do restaurante e foram rumo ao norte. Andaram por alguns minutos e assim que chegaram, Draco percebeu que estavam relativamente próximos do Monte Fuji, então arriscou perguntar.

- O que é aquela montanha? É o Monte Fuji?

- Sim... lindo, não é? Amanhã podemos passar por lá, se o senhor quiser.

- Com certeza. – Draco respondeu admirado.

Entraram no hotel. Não era muito luxuoso, porém era bem arrumado. Se encontrava um pouco distante da cidade. O lugar era calmo. Yuki começou a guiá-lo.

- Sr... ahn... qual é o seu nome mesmo?

- Malfoy, Draco.

- Muito bem, Sr. Malfoy, por aqui o senhor encontrará nosso humilde restaurante, onde poderá comer a vontade, e logo ali a direita, no quarto número 3, é onde o senhor irá dormir. Se precisar de alguma coisa, vou te dar o meu cartão, caso não me encontre por aqui, o senhor poderá ligar para o meu celular, ok?

- Obrigado. Só uma pergunta... fiquei curioso... o senhor sabe falar inglês e japonês?

- Sim. Sou japonês, porém fui obrigado a aprender o inglês, pois há muitos turistas por aqui.

- Aham. Entendi. Bom, muito obrigado. Amanhã de manhã o senhor estará por aqui?

- Sim. Normalmente acordo por volta das 7h e fico até umas 8h no restaurante do hotel, ajudando. Mas se o senhor quiser, posso esperá-lo para apresentar a cidade.

- Nossa, muito obrigado mesmo! Estarei esperado. Até amanhã.

- Até.

Draco dirigiu-se primeiro para o quarto, deixou sua mala, tomou banho e depois foi jantar alguma coisa. Chegando no restaurante, percebeu que Yuki ainda se encontrava ali. O loiro começou a olhar o cardápio. Não estava escrito em símbolos, porém os nomes eram muito complicados.

- Yakissoba? Sushi? Okonomi-Yaki?

- Vejo que o senhor está com um pouco de dificuldade... é tanta coisa gostosa que nem sabe o que escolher, não é?

Draco lançou um sorriso amarelo, dizendo "claro, claro".

- Vou te ajudar. Você é dos EUA?

- Não, Inglaterra.

- Ah sim... que tipo de comida você gosta? Gosta de peixe? Escolha Sushi! Gosta de macarrão, igual como vocês dizem no seu país... peça Yakissoba! Gosta de... como é o nome daquela massa redonda?

- Ah... pizza?

- Isso! Pítiça! Peça Okonomi-Yaki. E então? O que vai querer?

- Hum... acho que vou ficar com o Yakissoba mesmo. E para beber?

- Gosta de Saquê?

- Um, eu prefiro suco. Não bebo saquê, obrigado!

- Suco... só temos de laranja!

- Serve. Pra quem eu peço?

- Eu peço para o senhor.

- Obrigado.

Draco ficou encantado com a culinária japonesa. É tudo muito bem feito e incrivelmente gostoso. Comeu até estourar.

- Uau! Muito boa a comida de vocês. Muito obrigado. Vou me deitar agora. Boa noite.

- 'noite!

O loiro então se retirou, passando a mão na barriga levemente estufada. Entrou no quarto, deitou-se na cama, fechou os olhos e pensou "Já estou aqui, Gina. Agora falta pouco." E dormiu.