9. Te odeio mais que tudo!

Ma...Malfoy... – ela falou recuperando os movimentos e levando as mãos à boca.
Ele tapou a boca com tudo, e fez uma cara de nojo.
- O que eu fiz! – o garoto se afastou dela indignado.
- O que você fez COMIGO, né! – ela se levantou nervosa.
- Você jogou alguma azaração em mim para eu fazer isso, eu sei que jogou! – ele começou sem acreditar.
- O quê! Eu não! Que nojo! Assuma responsabilidade pelos seus atos!
- Eu estava inconsciente, só pode ser! – ele tentava se livrar daquela sensação.
- Cala a boca, Malfoy! Você me agarrou, é um pervertido, e só porque algumas tolas babam por você, você acha que pode sair beijando quem quiser, é! – ela gritava vermelha de raiva.
- Sua Weasley estúpida! Eu, aliás, ninguém, nunca beijaria você em sã consciência!
- IDIOTA! – ela berrou e deu um tapa estalado na cara dele.
Malfoy ficou um pouco sem reação. Gina se virou e saiu batendo o pé, muito indignada.

Gina estava no dormitório, com a cabeça enfiada no travesseiro. Estava com muita raiva de Malfoy, tanto que não quis continuar na festa. Depois de algum tempo sem conseguir dormir, ouviu alguém entrar no dormitório. Levantou a cabeça e viu Hermione.
- Gina! Por que você sumiu da festa? – Hermione perguntou à amiga.
- Não foi nada! – ela respondeu grossa.
- O que aconteceu? Me diz...
- Nada que interesse a você! Aliás, a festa estava divertida com um par legal? – ela perguntou irônica.
- Gina, o que é? Por que você está me atacando desse jeito? Se você não percebeu, eu estou querendo te ajudar...
Gina ficou um tempo em silêncio.
- Me desculpe, Mione. – falou finalmente, abaixando a voz.
- Tudo bem, Gina... O que houve? - Aquele idiota do Malfoy! – ela se enraiveceu, ficando vermelha novamente.
- Calma, o que ele fez dessa vez? Te ofendeu? Pregou uma peça em você? – perguntou Hermione.
- Antes fosse! Aquele... aquele...
- O que foi? – Hermione insistia.
- ELE ME BEIJOU! - Gina falou indignada, porém baixo para se certificar de que ninguém que estivesse lá fora poderia ouvir.
- O QUÊ! Mas... mas... como foi isso?
- Eu entrei para sentar um pouco em um lugar silencioso, e logo depois ele entrou, e disse que foi por acaso que nos encontramos, depois se sentou ao meu lado, e eu me virei para ele e falei que... – Gina parou e pensou - ... falei uma coisa e ele me beijou! – ela terminou rápido.
- O que foi que você falou, Srta. Gina Weasley? – Hermione perguntou desconfiada.
- Nada de mais... – Gina corou ao se lembrar da cena.
- O que foi? Diz logo... – suspirou Hermione.
- Tá bom... Eu perguntei se, nas aulas de Quadribol, se algumas coisas não tivessem interrompido alguns momentos, o que teria acontecido. E ele falou "Isso" e...
- E te beijou... – completou Hermione suspirando. Gina abaixou a cabeça corada, afirmando. – Então vocês já tinham chegado perto de fazer isso em outras ocasiões?
- Já... – Gina respondeu ainda de cabeça baixa. – Mas ele não tinha o direito! – ela levantou o rosto brava novamente.
- Você deu esse direito a ele a partir do momento que não recuou nas outras vezes... – falou Hermione.
- Mas nós dois não gostamos!
- Como assim?
- Ele falou que estava fora de si, e eu xinguei ele até não poder mais!
- Hum, sei... Mas ele não estava com a Parkinson? – perguntou Mione.
- Sei lá! Ele é tão metido, idiota, incompetente e inútil que deve achar que pode ficar com todas! – xingou Gina apertando os punhos.
- Ou terminou com ela por você... – começou Hermione com um sorriso malvado, porém preocupada com a possibilidade.
- Não, não... Isso nunca! Ele não faria isso, e se fizesse, estaria fudid... porque eu não quero ABSOLUTAMENTE NADA com ele! – ela falava nervosa.
- Sei, sei... Olha, Gina, cuidado, ele é um Malfoy, sempre foi nosso inimigo. Mas... do jeito que você fala... Brigam o tempo todo... Conheço esse tipo de casal... – Mione falou e foi saindo do dormitório, deixando Gina sozinha.
- Casal! Eu não formo nenhum tipo de casal com o idiota do Malfoy! – Gina gritou para a garota, mas teria sido mais eficiente gritar para o criado-mudo, pois Hermione já havia ido embora.

Na manhã seguinte, Gina estava mais calma, porém agora odiava mortalmente um certo loiro aguado. Tomou seu café e voltou à Sala Comunal, quando viu um aviso pregado por cima de tudo no quadro de avisos.

PRECISA DE DINHEIRO?
Você precisa de um extra esse mês?
Fale com Fred e Jorge Weasley
Precisamos de pessoas para teste de novos produtos.
Pagamos bem, mas não garantimos bons resultados.
Sala Comunal da Grifinória.
Ass.: Fred e Jorge

Por que eu tenho que suportar até isso? – Gina se perguntou arrancando o aviso (que influência da Monitora Hermione!).
- 'Pessoas' ou 'cobaias sem amor à vida'? – perguntou Colin por trás da menina.
- Oi, Colin... Pois é, eles são totalmente sem noção, mas as vezes fazem coisas legais...
- Bem, Gina, eu vou tomar café com a Sarah! Até mais! – ele disse saindo.
- Quem me dera Ter tido um bom desempenho na festa como ele... – ela suspirou.

Draco não queria acordar, não queria viver aquele dia, aliás, não queria viver mais nenhum dia, só pela vergonha que estava de si mesmo. Ele havia beijado uma Weasley, nunca se perdoaria por isso. Mas ele deveria estar com alguma coisa naquela hora, hipnotizado, enfeitiçado, doente mental, qualquer coisa, porque ele mesmo, nunca beijaria uma Weasley. E ela ainda o bateu... "Atrevida, idiota. Eu ODEIO ela, agora mais do que nunca!" ele pensou.
Se levantou na cama e sentiu que estava com dor de cabeça, enjoado...
Um garoto entrou no dormitório. Era Kevin Müller, um menino com quem dividia o dormitório.
- Olá, Malfoy. Pensando na ruivinha? – ele perguntou maldoso.
- O QUÊ! Do que você está falando? – Draco estava assustado.
- Uma Grifinória, não é? Como você pôde..? – vendo a cara confusa de Malfoy o garoto completou – Eu vi vocês dois, ou vocês acharam que só vocês tiveram a idéia de entrar no castelo na festa de Outono?
- Mas... a... aquilo, não... não é o que você está pensando! – Draco falou rápido – Eu odeio aquela garota! Não sei o que aconteceu para eu beijar ela!
- Ah, é? Eu não sabia que a gente beijava quem a gente odeia... Como você não sabe o que aconteceu? Não é óbvio? Você não resistiu, afinal, é um homem também, e ela é bonita... – Kevin falava para um Draco pasmo.
- Não! Ela é estúpida! EU - ODEIO - ELA! – ele gritou.
- Tá bom então, pense como quiser...
"Não resisti... Hunf!" pensou Malfoy emburrado, se dirigindo ao Salão Principal, mas no meio do caminho ele percebeu ter acordado com o pé esquerdo, pois viu a Weasley vindo na direção oposta. Ela estava concentrada, lendo, e não o viu. "Vou ignorá-la, ela não me viu mesmo..." ele decidiu, e assim estaria ótimo, mas não foi o que aconteceu. Gina, absorta em sua leitura (Santa Mione...), trombou com Malfoy, exatamente o que não poderia acontecer.
- É cega, Weasley! – perguntou Draco furioso.
- Não, é que meus olhos são sensíveis a tal monstruosidade. – ela respondeu arrogante.
- Então como é que você se vê no espelho?
- Cale essa boca, Malfoy! Sua voz está começando a irritar meus tímpanos! – ela levou as mãos aos ouvidos.
- E a sua já irritou os meus faz tempo. – ele retrucou – Aliás, Weasley, vá para os braços do seu Potter! Ah, é verdade, eu tinha esquecido, você não pode fazer isso porque ele prefere estar com a Chang à ficar com uma Weasley sardenta.
- Para, Malfoy! – Gina começou a chorar na mesma hora.
- Chore, Weasley. Chorar não vai fazer o Potter esquecer a Chang e ficar com você. Aliás, mesmo você chorando, ninguém trocaria nem uma garota-trasgo para com você! – ele falou maldoso.
- Malfoy, EU-TE-ODEIO, EU-TE-ODEIO, EU-TE-ODEIO! – Ela gritou chorando muito, e tentou empurrá-lo com força, mas ele só deu um passo para trás.
Ela saiu correndo para a Sala Comunal. Malfoy, sem remorsos (será?), se dirigiu ao Salão Principal para tomar seu café.
"Aquela estúpida! Até parece que eu também não odeio ela... Mas ela é muito chorona, não dá para não ter dó..."
Malfoy terminou seu café e resolveu dar uma volta pelos jardins. Enquanto andava, pensava na cena que se passara antes dele comer... "Será que eu exagerei? Não... Ela também me irritou... E além do mais, ninguém mandou ela ser tão sensível quando se trata do Potter... Que ódio dele! Por que será que ela gosta tanto dele? Que boba... Mas ela estava tão magoada e chorou tão forte que eu achei que ela fosse desmaiar... Ela me odeia mesmo... Eu fui tão ruim assim com ela? Não... Ela é que é bobona..." ele refletia. Pra variar, bem naquele momento de reflexão, como que por perseguição (perseguição mesmo! Ou destino... ), ele encontrou a garota com cabelos flamejantes esvoaçando, sentada, com a cabeça enterrada nos braços. Ela ainda soluçava baixo. Mais por reflexo do que por pena, Draco parou em frente a ela. Ela, percebendo a presença de alguém, levantou a cabeça e viu Malfoy a observando.

N/A: Puts, como ele foi malvado... Mas tudo bem, tudo se resolve... Ela não pode odiar ele para o resto da vida... Pode?