TRY – CAPÍTULO 4

Ela estava ali, de pé atrás da poltrona com os cabelos soltos ainda úmidos do banho vestindo somente o roupão de Saga que encontrara enquanto procurava uma toalha para se secar.

- Você estava demorando. – disse ele meio embevecido olhando para o rosto dela.

Ficou vermelha por causa do modo como ele estava olhando-a, não estava acostumada a esse tipo de olhar que ainda não sabia dizer se era desejo ou admiração. De qualquer forma, não estava mesmo era acostumada com os olhos de Saga.

- Sente-se direito, sei que você está cansado como eu estava – e delicadamente forçou-o a voltar a encostar as costas no encosto da poltrona mantendo as mãos sobre os ombros dele.

- Estava? Não está mais?

- Shhhh... – fez ela pedindo silêncio – Não quero saber de perguntas.

Começou a massageá-lo nos ombros, sentia que ele estava um pouco tenso por isso tentava ser suave ao máximo nos movimentos. Ele soltou um gemido e depois um suspiro.

- Isso é bom. – falou enquanto fechava os olhos e se entregava ao prazer de estar sendo massageado por ela.

Saori sorriu diante disso, a sensação de ter total e exclusivo controle sobre um homem como Saga da maneira como estava fazendo era algo muito bom, sentia-se extremamente poderosa como jamais imaginou. Começou a intensificar a massagem agora não se detendo somente aos ombros, mas principalmente à base do pescoço onde sentia que os músculos estavam rígidos demais, o que indicava tensão acumulada. Foi sentindo que ele relaxava sob seus dedos e então começou a ousar mais nos movimentos, agora visivelmente não eram simples massagens, mas sim carícias. Com movimentos circulares vagarosos ela desceu do pescoço dele para o começo do peito, com as mãos espalmadas introduziu-as sob o tecido da camisa que ele usava deliciando-se com a firmeza dos músculos e surpreendendo-se com a maciez da pele dele. Inclinou-se um pouco em direção a Saga para poder descer um pouco mais as palmas pelo tórax, foi quando as mãos dele prenderam as delas de encontro à sua pele impedindo a continuidade da carícia.

- O que foi? Não gosta? – perguntou ela.

- Sim, gosto demais. – falou ele rouco.

Ela então aproximou a boca do ouvido dele e perguntou baixinho:

- Então por que não me deixa continuar?

- Porque você está me deixando louco.

Saga virou a cabeça para trás olhando bem fundo nos olhos dela. Não precisou dizer nada, ela foi de encontro à boca dele e beijou-o deliciando-se mais uma vez com o gosto que ele tinha, mas não podia se estender no beijo e logo separou os lábios. Retirou as mãos de dentro da camisa dele e endireitou-se, pegou uma mão dele puxou-o querendo que levantasse.

- Vem.

- Para onde?

- Para um banho, não quero você cansado essa noite.

Ele a acompanhou sorrindo. Um banho a dois sempre era excitante.

Entraram no banheiro e foram direto para o box parando na entrada, ela virou-se de frente para ele e começou a desabotoar o restante dos botões da camisa dele. Não conseguiu evitar um suspiro de admiração quando contemplou o peito inteiramente nu, mordeu o lábio inferior enquanto observava cheia de desejo cada detalhe daquele monumento em forma de homem.

- Se continuar me olhando desse jeito eu não respondo por mim. – falou ele num tom divertido para tirar ela da espécie de transe que estava.

- A... acho melhor você fazer isso. – disse ela meio ofegante.

- Mas você está indo tão bem. – argumentou ele de forma encantadora

Ela ficou levemente vermelha e baixou o olhar evitando fitá-lo, depois riu baixinho e disse mais firmemente.

- É melhor você fazer isso. Vou ver outras coisas.

- Como assim? Não vai tomar banho comigo?

Levantou o rosto sorrindo e levou uma mão à face dele acariciando-o.

- Eu já tomei banho. – falou suavemente.

- Mas você pode...

- Shhhh... – interrompeu ela colocando um dedo sobre os lábios dele para calá-lo, ele beijou o dedo e a moça suspirou – Tome seu banho Saga, quero ver outras coisas enquanto isso.

- Que outras coisas? – desconfiou ele.

- Quantas vezes preciso repetir que não vou fugir? Só quero ver umas coisas, assunto feminino.

- E vai me deixar sozinho?

- Você vai sobreviver – falou rindo.

E dito isso nem quis ouvir mais nada, passou por ele e saiu do banheiro deixando-o só e incrédulo. "O que ela pretende?"

Assim que ela fechou a porta do banheiro atrás de si suspirou. "Nossa! Ele é de tirar o fôlego!" Mas só quando ouviu o barulho do chuveiro ligado é que deixou a porta e avançou pelo corredor. Provavelmente o quarto ficava naquela direção. Parou quando se viu entre duas portas e estranhou, deveria haver somente um quarto naquela casa. Então lembrou-se de um detalhe: Kanon morava com Saga, um dos quartos pertencia ao irmão.

Agora vinha a pergunta séria: qual dos dois quartos era o de Saga?

Perguntar pra ele nem pensar, não queria ele por perto agora. Teria que verificar por si mesma. "O que temos atrás da porta número um?" Abriu uma das portas e procurou o interruptor para acender a luz, era um quarto arrumado de decoração tipicamente masculina, podia ser de qualquer um dos dois. Olhou mais atentamente e procurou qualquer indício que indicasse a quem pertencia aquele aposento quando notou uma caixa grande e dourada no canto mais afastado da porta. Uma armadura. Olhou mais atentamente os entalhes que enfeitavam a caixa e logo identificou a quem pertencia. "Parece que a ganhadora é a porta número dois." Apagou a luz e fechou a porta, dirigiu-se para o outro quarto com a certeza de que era o que estava procurando. E não se decepcionou com o que encontrou. "Isso vai ser interessante"

Saga estava sorrindo, na verdade não conseguia parar de sorrir desde que Saori o deixara. Resolvera que ela tomaria controle de tudo e fizesse as coisas como mais a agradava, deveria ir devagar com ela senão a assustaria. Mas aquela demora estava deixando-o inquieto, ainda mais quando tentava pensar no que ela estaria fazendo agora. "Assunto feminino. O que isso quer dizer?" indagou-se enquanto desligava o chuveiro e saída do box. Então percebeu que não havia toalha ou roupões no banheiro, Saori levara o único. Como faria para ir ao seu quarto? "Vai ter que ser assim mesmo" Pensando assim saiu do banheiro, nu, e andou devagar até seu quarto.

Abriu a porta e foi brindado com um espetáculo singular, a mais densa penumbra proporcionada pelas luzes de diversas velas espalhadas pelo quarto todo. "Mais romântico impossível" E entrou no aposento procurando Saori em meio as sombras lançadas pelas claridade tremeluzente das velas. Parou aos pés da cama e ainda nem sinal da moça.

De repente sentiu algo macio envolver-lhe os ombros.

- Pensei que não vinha mais. – falou uma voz suave.

Era Saori atrás dele cobrindo suas costas com uma toalha macia. Virou-se para ela e o que viu foi a mulher mais sensual que já tivera diante de si. Usando somente uma camisa que mal lhe chegava às coxas e alguns botões abertos, que reconheceu como dele, estava ela iluminada pela luz das chamas com os cabelos úmidos caindo por seus ombros e costas, olhar cheio de desejo e um sorriso nos lábios mais do que provocante.

Ela começou com movimentos delicados usando a toalha para absorver as gotículas d'água que escorriam pelo peito dele, eram movimentos nem tão rápidos nem tão lentos. Os olhos dela não se desviavam do que fazia e os dele não se desviavam dela. Foi fazendo assim até que resolveu levar a tarefa a sério, retirou a toalha dos ombros dele e começou a secá-lo não só no peito mas nos braços, no abdômen, adorou principalmente ter que circundar a cintura dele. Tentava não olhar para o membro de Saga, não sabia porque, só não queria olhar agora. De repente ela percebeu algo, olhou para cima e encontrou-o observando-a com um brilho de indisfarçável desejo nos olhos.

- Por que está tão quieto? Não me sinto confortável com seus silêncios.

- Quer que eu diga algo?

- Seria muito bom.

Saga apenas sorriu.

- O que deseja ouvir?

- Algumas respostas se não for muito incômodo. – falou ela com um certo enigma na voz e não disfarçando o sarcasmo por trás da cortesia.

Segurou a mão dele e puxou-o para que a seguisse até a cama, chegando lá empurrou-o de encontro ao colchão, gesto que o cavaleiro não ofereceu nenhuma resistência. Ela então foi para cima dele lentamente, tomando o cuidado para não encostar sua pele na dele. Com o rosto a centímetros do seu e apoiando seu peso nas mãos espalmadas sobre a cama, Saori apenas encarava aqueles olhos azuis, queria gravar o brilho deles, as nuances do rosto de Saga, tudo que pudesse para ter pra sempre. Sabia que um dia não o teria mais, então queria guardar aquele momento pra sempre.

- E então? O que estamos esperando? – perguntou ele com a voz rouca tentando induzi-la a soltar o desejo que via arder naquele olhar.

- Eu disse que queria algumas respostas. – ela então desviou seus olhos para o peito dele, sentou-se sobre ele tentando ignorar o membro rígido que encostava em sua pélvis. – Primeiro: por que estava na limusine?

"O que ela está fazendo?"

- Queria uma carona de volta pra casa.

- Mesmo? – ela começou a acariciar o peito dele, debruçou-se então sobre ele novamente e começou a beijar seu pescoço, ainda contra a pele dele continuou as perguntas – Como sabia que eu estava indo embora?

- Vi você pegar seu casaco na saída, não precisa ser gênio pra saber o que isso indica.

- Hum... e por que não ficou na festa? – ela começou a descer os lábios numa carícia provocante pela base do pescoço em direção ao peito.

- Acho que já respondi essa pergunta.

- E eu não acreditei. – ela então chupou um dos mamilos dele e sentiu-o mexer-se sob seu corpo, levantou a cabeça encontrando o olhar dele novamente – Por que não fez como o escorpião e colocou suas "garras" numa linda mulher na festa? – a ênfase sarcástica não passou despercebida.

- E quem disse que não coloquei minhas "garras" numa linda mulher? – falou meio confuso com o assunto da conversa.

- Sei... – voltou o olhar para o peito dele e começou a lamber o outro mamilo agora com um pouco mais de força e determinação, sentiu a pele dele tremer e sentiu-se satisfeita – Por que está tão passivo?

- Porque quero ver o que você fará. – falou divertido. Sabia que a moça estaria estranhando as rédeas da situação em sua mão, mas queria descobrir o que Saori gostava de fazer, o que a agradava. E para esse tipo de descoberta é necessário que ela aja de acordo com seus instintos, de acordo com seu tempo.

Ela voltou à posição normal de modo que ele tivesse uma boa visão de seu corpo, mas ainda sentindo o membro dele roçando agradavelmente em sua parte mais íntima. Esse contato em especial estava excitando aos dois cada vez mais. Então, um por um, Saori começou a abrir os botões da camisa que usava não desviando o olhar nem por um segundo sequer do rosto de Saga. Foi com muita satisfação, e um pouco de embaraço, que observou os olhos dele escurecerem de desejo ao contemplá-la completamente nua sobre ele. Na verdade ela mais que sentiu do que viu o desejo que se intensificava nele despontar em forma de excitação numa parte peculiar que estava deixando-a ansiosa pelo contato.

Debruçou-se novamente sobre ele juntando seus corpos para um beijo faminto. Quanto mais experimentava os lábios dele, mais queria daquele sabor, daquela maciez. A língua dele era tão deliciosa e tão segura do que fazia, os braços fortes envolvendo suas costas fazia com que o contato de suas peles fosse cada vez maior. Os lábios dele então começaram a contornar seu rosto beijando-o em direção ao pescoço, ela fechou os olhos e só aproveitou o arrepio gostoso que descia pela sua espinha em sentir aqueles beijos sobre sua pele. Inclinou-se um pouco para permitir que tivesse acesso a mais de seu pescoço, seu colo e... Então lembrou-se onde aqueles beijos iam acabar e afastou-se bruscamente.

Escutou-o rir e então foi puxada de encontrou ao peito dele, sentia o queixo dele sobre sua cabeça e as mãos que acariciavam suas costas. O que ele estaria pensando agora? Não entendia direito porque tivera aquela reação ao sentir que os lábios dele chegariam aos seus seios, simplesmente quando dera por si havia se afastado. Agora ele a acariciava, não queria sentir-se assim, como uma garotinha assustada.

- Como pensei. Devagar... – falou ele com aquela voz profunda que a fazia estremecer sempre.

Wanda Scarlet

Nota da autora: o capítulo está curto eu sei, e atrasei mais uma vez a parte interessante.

Podem me matar mais tarde se quiserem...mas sinceramente...sei o que estou fazendo e arranjar inspiração para conciliar a sensualidade natural do geminiano com a inexperiência da reencarnação da deusa não é nada fácil. Claro que as coisas demoram um pouco. Só que a noite é uma criança e vou terminar essa fic logo porque já estou achando-a longa demais.

Obrigada a todos pelos elogios (bem como as ameaças de morte de alguns), vocês me ajudam muito.

Espero não desapontá-los e colocar o próximo capítulo o mais breve possível no ar. Eu sinceramente achei esse capítulo muito ruim...a parte do final ficou meio "coisa estranha" pra mim, não sei pra vcs. Só sei que estou melhorando no próximo...talvez tenha sido só um momento de falta de inspiração. De qualquer forma...vou persistir, tenho que achar um jeito de juntar esse dois!

Mas o que posso fazer se quero mesmo o Saga é pra mim! '

Beijos