Cap. 3 -Questão de hábito.
Já passava das quatro da tarde quando Lucius dispensou Vicenzo. Não que estivesse satisfeito, ele apenas queria se divertir com seus outros brinquedinhos.
Assim, livre, e nitidamente realizado, Vicenzo, voltou a cuidar de suas tarefas, a primeira delas, era instruir o novato.
Encontrou Andrews sentado na cama, no quarto que Lucius o havia designado após iniciá-lo naquela manhã. O homem parecia devastado e não pode disfarçar o medo que sentiu com o abrir da porta.
- Vejo que não descansaste nada. – Sorriu Vicenzo quase simpático ao notar a expressão do outro.
- Como eu poderia? – Respondeu olhando para o chão. Sentia-se sujo, envergonhado.
- Pois deveria. Tens que estar descansado caso nosso mestre queira ter-te novamente ainda hoje. – Falou com naturalidade e Andrews se perguntou se seria capaz de agüentar tamanha provação.
- Essa sua postura...Isso só pode ser alguma brincadeira... – Comentou descrente, enojado.
- Novatos...Todos iguais... – Sacudiu a cabeça Vicenzo.
- Todos? Quantos ele amaldiçoou dessa forma? – Perguntou em tom trágico.
- Alguns. Você logo conhecerá seus novos irmãos. Eles estão cuidando de nosso Senhor agora. Está com fome?
- Perdi o apetite.
- Ótimo, tens muito que aprender, e nós não dispomos de muito tempo.
Andrews o encarava. - A quanto tempo você...Quando eu serei liberto desse absurdo?
- Quando ele desejar. – Foi incisivo. - Agora vamos as lições simples...
- Como, quando ele desejar? – O homem se alterou.
- Você não está em posição de exigir nada, ou eu estou enganado? – Pontuou o outro. – Deve se submeter e aceitar as condições que ele lhe impõe se quiser manter sua família a salvo.
Andrews calou-se, quis chorar, mas segurou-se.
- Agora, escute e aprenda! Você é um serviçal e como tal deve estar sempre disposto a servir. Ajoelhe sempre que estiver na presença de seu senhor e não se esqueça de que foi você que implorou por isso.
Esforce-se para desenvolver uma percepção que te possibilite atender a todos seus desejos, antes que ele os solicite, ele deve ser satisfeito em todos os aspectos, independentemente de local, hora ou situação, com tanto que seja de maneira discreta. Ninguém deve saber do que se passa aqui. Você, assim como nós, deve encontrá-lo no mundo lá de fora, em ambientes sociais ou de trabalho, haja normalmente, mas não se esqueça quem manda em quem. Nosso mestre é um ser especial, muito superior a todos nós. Nós existimos unicamente para servir.
Andrews o ouvia, sentindo-se o único são naquele lugar. Será que já não havia sido bastante o que tivera que aceitar calado naquela manhã? Será que ele também acabaria louco daquela forma?
- Nosso mestre, tem pouca tolerância para erros ou desatenções. Cumpra suas ordens e não espere reconhecimento por isto. Você não estará fazendo nada além da sua obrigação. Se falhar, peça perdão e diga que ficará satisfeito em ser castigado, pois você merece.
- Como assim castigado? – Perguntou temeroso.
- Não posso lhe precisar essa resposta. Ele gosta de variar. Só mais uma coisa. – E o homem ergueu sua varinha. Andrews se assustou, a sua varinha havia lhe sido tirada no momento que chegara a mansão. – Castus! – O outro disse e Andrews sentiu algo gélido envolver seu membro.
- Aí...O que é isso? – Perguntou sentindo certo desconforto.
- Sua clausura. Uma ordem direta de nosso amo. Ele acredita que isso nos faz compreender melhor a importância de satisfaze-lo, nos ensina a ter compromisso e fidelidade e a valorizarmos aquilo que somente ele pode nos proporcionar. Nos tornamos mais servis, atenciosos, solícitos, educados, e ansiosos por seu chamado.
- Eu não estou entendendo... – Falou confuso.
- É simples. Isso lhe manterá casto, lhe impedirá de ter qualquer prazer, qualquer ereção, sem que ele permita. É um jogo cruel. Ele nos deixa implorando para gozar, inundados de tesão.
- E minha esposa? Como eu irei explicar...
- Vire-se. Todos nós temos esposas, mas servimos a uma única pessoa e é a sua vontade que deve ser cumprida.
- Por quanto tempo, eu ficarei assim? – Perguntou angustiado, agora realizando em sua mente o que aquilo significaria.
- Por quanto tempo ele quiser. Até que você receba seu chamado. De qualquer forma, caso ele não te queira por mais de um mês, ele mandará alguém, talvez eu mesmo, te fazer a ordenha.
- A o que?
- Não se preocupe com isso agora, ele costuma gostar dos novatos.
A cara de Andrews era de uma completa angustia, ele estava sendo reduzido a um animal.
- Depois desse terrível período de adaptação, você aprenderá a se manter puro em pensamento. Livres da masturbação e do sexo com nossas mulheres e com todas as outras vadias com que estávamos acostumados nós aprendemos a conviver com os rigores da castidade forçada. É uma questão de tempo. – Falou tentando animar o outro, mas não obteve nenhum resultado.
A porta do quarto se abriu, e Andrews não pode acreditar.
- Vicenzo, o mestre tem visita. – Era Edwart Sauter, ninguém menos do que o braço direito do ministro da magia. Só que ao contrário dos trajes formais que Andrews estava acostumado a vê-lo, ele agora trajava apenas uma cueca quase transparente, seu membro estava livre e Andrews não pode deixar de sentir inveja.
Vicenzo nem sequer respondeu, apenas saiu ventando para atender quem quer que fosse.
Edwart adentrou o cômodo, percebendo a pasma expressão de Andrews.
- Você também é? – Falou, parecendo confortável com sua posição e com que estava vestindo. Edwart já era "propriedade" de Lucius a mais de dois anos, e de um jeito que Andrews ainda não era capaz de entender, obtinha seu prazer daquilo. A verdade é que encontrara naquela situação uma oportunidade para vivenciar sua tendência gay e masoquista que estavam reprimidas até então. – Eu não poderia adivinhar que alguém como você, tivesse algo a esconder. – Comentou.
- Eu não tenho na verdade, não estou aqui por mim... – Ele respondeu perplexo.
- Que pena! – Debochou indiferente. – E então, ele já deve ter te dado um bom trato não é? – Andrews nunca suportara Edwart, achava-o arrogante, inescrupuloso, mas ouvi-lo falar daquela forma era um verdadeiro choque. – Queria ter visto. Deves ter gemido como um bebê.
Andrews trincou os dentes e fechou os punhos.
- Que foi? Vai me bater, inspetor? – Riu. – Faça isso, e eu com certeza conseguirei uma autorização expressa pra fazer o que quiser com esse seu corpinho.
- Você é nojento. Tão nojento quanto...
- Cuidado com o que diz novato! – O outro o interrompeu sério. – Nem em suas maiores crises de ódio, ouse proferir algo contra ele. Você não faz idéia do quanto ele pode ficar sentido. – E gargalhou.
OoO
- Onde está aquele sádico? – Perguntou a bela e arrogante mulher assim que Vicenzo chegou a sala.
- Não fale assim de meu senhor.
Ela sorriu. – É por isso que eu não tenho pena de vocês, seus vermes, vocês se humilham, aceitam calados o que ele impõe. Eu preferiria a morte a passar por algo desse tipo.
- O que você deseja, Bellatrix? – Vicenzo desconversou.
- Chame esse doente para mim, preciso conversar seriamente com ele.
- Vou ver se ele pode lhe atender.
- Ele pode, tenha certeza.
Vicenzo retornou a sala em pouco tempo.
- Ele irá recebê-la. Me acompanhe!
OoO
- Eu já lhe disse que não a quero por aqui, não disse! – Disse Lucius sentado na cama, tendo a suas costas, um homem negro a lhe massagear e beijar-lhe o ombro descoberto.
- Eu não quero menos do que você ter que vir até esse lugar imundo, mas temos assuntos para tratar.
- Que assuntos Bella? Lord não convocou ninguém ainda e eu sei que não existe outra ação programada... – Falou recebendo um drink de um jovem nu, que como agradecimento levou um leve beliscão nas nádegas.
- Podemos conversar em outro lugar Lucius, não acho que devemos tratar disso em presença dessas aberrações...
- Saiam! – Ele ordenou e os dois imediatamente obedeceram. – Agora diga, o que há de tão grave, para te fazer vir até aqui?
- Nós precisamos fazer algo para reparar o fiasco da última missão, Lucius.
- Não me diga? – Ele debochou.
- Mas você não parece ter a menor pressa! Parece ter todo o tempo do mundo para se lambuzar com esses inúteis.
- Lord sabe sobre minha coleção Bella, ele autorizou-me. Tente disfarçar seu ciúme.
- Não seja ridículo. E ele só lhe permitiu essa graça porque você lhe era útil, um dos melhores, merecia ser premiado, mas com seu serviço decaindo dessa maneira, duvido que sua diversão dure muito tempo.
Lucius se irritou.
- Qual sua grande idéia, afinal, senhora Lestrange!
- Precisamos pegar um daqueles malditos. A ordem de Dumbledore, precisa sentir o poder do Lord das trevas.
Lucius virou um gole grande de seu drink.
Oi oi gente! Por favor, deixem mais reviews, me deixem idéias... Bom saber que tem gente lendo, melhor aindasaber que tem gente gostanto.
watashinomori e A.S.N.S.H Muuuuito Obrigada: )
Beijocas!
Cella Monny.
