Cap IV - Sexo x Amor.

Quando Sirius voltou para casa, já era noite. Ele, assim como James e tantos outros, fizeram de tudo para encontrar novos rastros ou novas pistas da testemunha que Peter havia perdido de vista, mas nada conseguiram. Sentia-se impotente e desanimado nessas horas. Dois de seus colegas de ordem haviam sido seqüestrados numa missão, aquela hora deviam estar sendo torturados, isso se já não estivessem mortos e ele nada podia fazer.

Se não fosse pelo ânimo de James, com certeza já teria desistido de tudo aquilo. Invejava a capacidade altruísta do amigo, ainda mais em certos dias, em que a idéia de que aquela guerra apenas o fazia perder, o invadia. Perdera o irmão, perdera a tranqüilidade, a chance de dormir normalmente, perdera Remus ou a possibilidade absurda de poder se envolver e se apaixonar por outra pessoa.

Sirius estava com raiva, raiva da vida, raiva da grave falha de Peter e raiva, muita raiva de Voldemort.

Abriu a porta do apartamento, que tinha a estrutura parecida com um loft e as velas prontamente se acenderam iluminando o local. Jogou-se no grande sofá e se deixou ficar, até que uma coruja invadiu o ambiente e pousou na mesinha de centro. Ainda deitado, pegou o pequeno bilhete que ela trazia em sua pata e leu: "Espero que você não se incomode! Você precisa relaxar um pouco, encare como um presente. James." Sirius não teve sequer tempo para entender, a campanhia tocou naquele mesmo instante, fazendo-o levantar. – James, que foi que você me arrumou dessa vez? – Perguntou para o ar, preocupado.

Abriu a porta e de todas as surpresas que poderia ter, aquela não era exatamente desagradável.

- Vicky?

- Oi Sirius. – Respondeu sorrindo a sexy morena apoiada na lateral da porta.

- Que foi que James lhe disse hein gata? Pra te fazer vir até aqui... – Falou já num tom malicioso ao reparar as pernas dela expostas. A mulher que vestia uma mini-saia preta com uma blusinha rosa e calçava uma bota preta que ia até o joelho, se aproximou, e com os lábios quase colados nos dele, sussurrou:

- Que você estava sentindo minha falta. É verdade?

Sirius concordaria com qualquer coisa aquela altura. Seus instintos básicos não saciados desde sua briga com Remus, dois meses antes, agora berravam.

- A mais pura.

Os dois se beijaram ali mesmo.Sirius fechou a porta com o pé já que as mãos estavam bastante ocupadas alisando o perfeito corpo feminino e abrindo o zíper da saia que caiu no chão. As mãos dela enquanto isso, trataram de lhe arrancar a camisa e agora ela arranhava suas costas, o deixando louco.

Sirius não tinha nada contra mulheres, na verdade gostava muito de transar com elas, sempre fora um jovem meio tarado em verdade e por essa razão gozava de certa experiência no assunto, sabia como as deixar no ponto certo. Mas era só isso. Com mulheres ele fazia sexo, com homens, com seu único homem, ele fazia amor.

Arrancou a blusa da garota, depois com maestria tirou-lhe o sutiã, e desceu lentamente, primeiro beijando seu pescoço, depois seu colo, até alcançar o primeiro seio, ali se deteve por algum tempo, lambendo, chupando e mordiscando o bico, fazendo-a gemer. Primeiro um, depois o outro e então subiu novamente.

Victória era uma velha conhecida, dos tempos em que ele e James, dois adolescentes, ainda desbravavam o submundo bruxo. A mulher não era uma garota de programa ou coisa do tipo, era apenas alguém que gostava muito de ter prazer. Sirius já tinha estado com ela algumas vezes, Tiago apenas uma, a única vez em que traíra Lílian, um segredo muitíssimo bem guardado.

Com o corpo colado no dela, ele a virou de costas. Agora beijando sua nuca, deixou sua mão se infiltrar pela frente da calcinha fazendo-a soltar sons que ele adorava ouvir.

Os contados anteriores tinham sua utilidade, ele já conhecia algumas de sua preferências e sabia exatamente como trata-la; ela a mesma coisa.

Tocou-a pacientemente por algum tempo, ouvindo-a dizer todos os tipos de sacanagens que se diz nessas horas e quando percebeu que ela estava a um passo de gozar interrompeu a massagem. Ela implorou por mais.

- Agora é a minha vez. – Ele disse e depois conduziu sua cabeça até a altura de sua cintura.

Já ajoelhada ela abriu o zíper da calça dele, e antes de qualquer coisa acariciou por cima da cueca o membro ereto. Chupou-o com desejo, enquanto ele mordia o lábio num misto de agonia e prazer.

Ele a mandou parar, ela se levantou sorrindo. Ele então a conduziu até o sofá, a virou de costas novamente e praticamente a colocou de quatro.

- Eu é que estava sentindo sua falta... – Ela confessou.

- Silêncio. – Ele brincou, dando-lhe uma palmada.

- Mas eu só disse que estava sentindo sua falta. –Ela repetiu sorrindo, querendo sentir de novo o peso daquela mão. Ele sabia disso e não se omitiu. Deu-lhe um novo tapa, dessa vez forte e ela se calou louca de tesão.

Ele a penetrou, ela então berrou, gemeu, ele puxava seus cabelos, alisava suas costas e esforçou-se para retardar oclímax. Assim os dois gozaram apenas meia hora depois.

Exaustos permaneceram minutos largados, ele no chão, ela no sofá. Um silêncio mortal no ar.

- E agora, o que vamos fazer? – Ela iniciou.

- Eu preciso dormir. – Ele respondeu friamente, já estava doido para que ela fosse embora. Com o orgasmo uma onda de culpa o havia invadido, e se Remus soubesse daquilo? Eles não estavam juntos, mas Remus não estava com outra pessoa...E se estivesse? Mil perguntas o invadindo.

- Ok! Eu entendi. Eu vou embora então. – Falou a mulher, mas ele ignorou seu tom de irritação. Ela recolheu suas coisas, vestiu a roupa e ele apenas se levantou ainda nu para abrir a porta.

- Tchau, Vicky. Desculpa, é que eu realmente preciso acordar cedo amanhã.

- Tchau Sirius. – Ela respondeu visivelmente inconformada, ele nunca a havia dispensado daquela forma.

Fechou aporta, recolheu suas roupas, também jogadas por ali e subiu a fim de tomar outro banho. Entrou no chuveiro, a água fervendo lhe trouxe certa paz, mas a imagem de Remus em todos os cantos não tardou em eliminá-la.

Lembrou-se então de como aquele sentimento que agora o feria tanto, começara. Uma combinação de preocuparão, de afeto e de admiração que um belo dia se juntou a uma desesperada atração. Não saberia precisar a data, mas se lembrava com muita clareza de todo o processo.

Para Remus não tinha sido nada fácil aceitar aquele sentimento. Sentia-se ainda mais punido, ainda mais diferente das demais pessoas no mundo. Mas Sirius o convencera, o mostrara que não havia nada de anormal naquilo, afinal ele também sentia-se atraído por outros garotos com bastante frequencia. Se envolveram com incrível naturalidade, como duas almas que se reencontram mas ainda assim, por meses trocavam apenas beijos atrapalhados e apressados pelos cantos do castelo. Eram novos demais, tudo era quase como uma brincadeira. Até que Sirius tivera sua primeira mulher e Remus não pode disfarçar seu ciúmes, chorava de raiva escondido, não queria dividi-lo.

Os amassos então começaram a ficar mais quentes, mais demorados. Mas por mais que Sirius insistisse Remus exitou por muito tempo em ir além disso.

Até que numa sexta feira a noite, os quatro inseparáveis amigos decidiram tomar banho no banheiro do terceiro andar que sempre ficava vazio. Tiago e Pedro acabaram antes, um estava ansioso para reencontrar com Lílian e o outro desesperado de fome, doido para ir jantar. Assim, sem que planejassem, ficaram a sós. Sirius foi quem despiu-se primeiro, entrou de baixo da água e lavou-se enquanto o outro apenas o observava.

- Você não vem? – Ele disse.

Remus sorriu em dúvida, aquele sorriso puro como o de um bebê.

- Você não precisa ter medo.

Ele topou. Sirius não saberia descrever a emoção daquela imagem. Seu objeto de desejo nu e disposto em sua frente. Era um sonho que se realizava.

Se acariciaram por horas em baixo daquela água. Remus confessava seus desejos e suas fantasias e Sirius sentia-se realmente honrado por povoar os pensamentos mais secretos do outro.

Sirius quis, mas sabia que devia ser ele o primeiro a enfrentar aquele maravilhoso e difícil rito de passagem. Assim, a certa altura, apoiou-se na parede do box e pediu que Remus o penetrasse. Chorou de dor, mas deliciou-se com o prazer de seu amado. Curtiram seus corpos ainda mais, depois Remus o chupou no chão do banheiro, e apesar de sua inexperiência ele sentira um prazer que nunca sentira commenina nenhuma.

Já era tarde, e então tiveram que trocar de roupa e correr para o dormitório. James e Peter estranharam a demora, mas mais do que isso, estranharam os sorrisos e as caras de felicidade dos dois quando voltaram.

Mas eles nunca souberam Sirius não suportaria ver desapontamento no rosto de James, tinha certeza de que o rapaz jamais aceitaria tal fato. Sempre estiveram juntos desde então. Quase nove anos de amor secreto.

Mas agora tudo era diferente. Remus não o queria mais.

- É para o seu bem! – Disse lhe pouco convincente

- Eu já sou homem o suficiente pra decidir sozinho o que é bom pra mim. E eu quero você, eu desejo você... – Tudo inútil.

O dia seguinte a notícia de que Remus havia se oferecido pra trabalhar infiltrado próximo a alguns comensais. Sirius agora até admitia que tinha exagerado em sua reação. Quebrara naquela noite ao menos metade dos móveis da casa de Remus. Uma discussão como nunca haviam tido. Deixou o destruído apartamento e bebeu tudo o que tinha direito. Não podia acreditar, aceitar que aquele era o fim.

James foi quem o encontrou largado no meio de uma rua deserta, após horas de aflição e procura.

Ouvira poucas e boas do amigo na manhã seguinte e teve que se contentar em não ser bem tratado por ele por algum tempo, ainda mais porque não quisera lhe contar a causa de tamanha bebedeira.

Mas James esqueceu, e Sirius ainda tentou novamente dissuadir Remus daquela decisão.

- Eu já estou decidido, Sirius. Nada me fará mudar de idéia!

- Mas você me deve uma explicação!

- Eu não te devo nada. – Foi assim que Remus encerrou aquela conversa dois meses antes do reencontro daquela manhã.

- Não precisava ser assim! – Berrou Sirius na solidão de seu quarto.- Não precisava.


Dois capítulosde uma vez hein, eu mereço ou não mereço um montão de reviews? huahuahua!

Narcisa Le Fey, um beijo especial pra vc moça!

Cella Monny