CAP 08 - A ópera do amor.

Severo se recuperou em três dias, sua mãe foi buscá-lo no hospital, um dia após chegar do hospital já tentava ficar de pé no quarto, sua mãe chegou preocupada falando.

Filho vai se deitar!

Não mãe já estou bom!Eu preciso avisar a Giulieta pra ela vir aqui!

Filho, mas e seu pai!

Dane-se! Ele não chega agora! Traz a Fedora aqui mãe, vou escrever pra Giulieta vir me ver.

Tá bom filho, mas volta pra cama volta! - Victória saiu e minutos depois ela voltou trazendo Fedora, Severo estava com o bilhete pronto colocou na coruja e ela voou até a sacada do quarto de Giulieta a coruja ficou parada lá a dona da carta não estava no quarto ainda, minutos depois ela entrou no quarto pegou a coruja e leu o bilhete olhou em direção ao quarto de Severo o viu lá e acenou. Logo ela apareceu no quarto dele falando.

Que bom, que já voltou! Senti fala de um amigo pra passar trote, apertar campainhas e sair correndo. Severo a olhava ela estava linda trajando um vestido curto azul marinho tomara que caia cheio de desenhos de flores com sua costumeira sandália alta. A mãe de Severo havia chegado no quarto com um prato ela havia feito para ele uma sopa de legumes.

Giulieta querida! - Victória sorriu para ela que retribuiu.- Olha Severo sua sopa! - Victória deixou o prato no colo de seu filho saiu e deixou a porta somente encostada. Giulieta olhava espantada para o quarto escuro do amigo e falou.

Você não fica triste? Seu quarto é tão escuro.

Eu gosto de cores escuras. - Severo terminou rapidamente seu prato de sopa e colocou no criado-mudo ao lado da cama.

Puxa! Mas é que é tão triste bem deixa pra lá eu vou pegar um livro pra ler pra você! - Giulieta foi até a estante acima da escrivaninha e lá pegou um livro que estava colocado de forma diferente dos outros, ela puxou abriu aonde havia um marcador e leu "Sacrifício de Mestiços e Trouxas", ela ficou espantada ao ler aquilo olhou para a cara de Severo que também fazia uma cara de espanto e ela falou.

Você não mexe com isso...Mexe?Onde você conseguiu esse livro? - Giulieta deixou o pesado livro cair no chão.

Nãoooooo!...eu...eu...leio pra saber... pra saber me defender futuramente! - Severo a olhou e pensou que tudo ali havia acabado afinal ela não ia querer conversa com ele depois disso ela continuou olhando ele fixamente e foi em sua direção, Severo achou que ela ia lhe dar um tapa ou algo parecido, mas ela o abraçou e bem forte quando ele gritou um fraquinho.

Aíiiiii! - E colocou a mão na barriga.

Eu achei que você ia embora ou me bater por causa do livro.

Severo! Bater em você? Claro que não! - Ela olhou preocupada.

Mas joga esse livro ele não é bom! Só tem coisa que não presta! Promete pra mim que joga?

Eu vou jogar, pode deixar! - Giulieta sentou-se ao lado de Severo pos suas mãos no rosto dele e acariciou e em seguida foi em direção aos cabelos dele. Enquanto ela o olhava o desejava mais, estava cada dia mais apaixonada por ele, e teria que ter coragem para contar mesmo que ele não quisesse nada com ela. Severo enquanto era acariciadoele sentia o calor lhe subir, sentia uma vontade enorme de abraçá-la e beija-la de tomar seu corpo e beijar cada parte dele.

Giulieta ficou mais alguns minutos ali, falou para Severo que quando ele melhorasse, eles iriam visitar o Teatro Municipal da cidade que ficava quase no centro da cidade. A mãe dele voltou para o quarto depois que Giulieta foi embora e começou a falar.

Está melhor filho?

To! Acho que amanhã já posso andar melhor, vou chamar a Giulieta pra o nosso passeio!

Você gosta dela não é mesmo?

Gosto, mas acho que ela não gosta de mim do jeito que eu gosto dela. Mas eu sei que ela vai acabar gostando, ela vai ser minha ela querendo ou não! - Victória se espantou com o que ele disse, esse tom de voz a fazia lembrar de Homero.

Calma filho não é assim também, se ela gosta de você como um amigo é um direito dela! Eu sei de um jeito pra você saber, se ela gosta e você ou não! Severo olhou a mãe com cara de interrogação e perguntou.

Como? - A mãe dele continuou.

Quando vocês estiverem sozinhos olhe, mas olhe bem nos olhos dela se eles estiverem brilhando muito quando ela olhar pra você então ela gosta de você.

Ah é? Vou fazer isso então. - Severo se ajeitou na cama.

É filho, os nossos olhos são as janelas da nossa alma, se você olhar os olhos de uma pessoa você sabe tudo que ela sente, se sente amor ou ódio, bom preciso descer. - Victória beijou a testa do filho e saiu do quarto, deixando o filho mergulhado em pensamentos, Severo adormeceu sonhou que estava dançando com Giulieta uma música romântica, ele tentava a todo custo olhar em seus olhos mas ela não deixava estava com seu rosto virado, Severo dizia em vão para ela olhar pra ele, de repente ela o empurrou e começou a rir da sua cara, ao lado dela estava seu pai e os marotos que riam também.Severo acordou com um barulho, estava assustado e suado quando viu sua mãe sentada em sua cama com a janta.

Que houve?

Não foi nada mãe, nada.

No dia seguinte depois do almoço, Severo já estava em perfeitas condições de caminhar nem parecia que tinha levado a surra que levou, ele estava todo arrumado a seu modo.Trajava a mesma roupa de sempre calças pretas como os sapatos e camisa cinza escura de manga curta, estava ansioso pelo passeio no Teatro Municipal no centro da cidade, além do Teatro iam dar uma volta em outros lugares no centro da cidade também. Quando estava pronto fixou em seu pensamento "Olhar nos olhos dela", "olhar nos olhos dela". E foi até a casa da vizinha chegando lá foi recebido pela empregada Tina e pela mãe dela que com um gesto pediu para ele entrar na sala e perguntou.

Então você é o Severo Snape o vizinho aqui do lado? - Sonia o recebeu sorridente.

Sim, sim senhora! - Severo reparou que Giulieta se parecia com a mãe tirando a cor dos olhos e viu também que a roupa de Sonia era bem colorida, Sonia vestia uma espécie de bata africana e tinha em seus cabelos varias tranças e continhas.

Eu me chamo Sonia sou mãe da Gilulieta. - Sonia deu uma risada e abraçou Severo falando.

Muito prazer! Mas e você está melhor?

Estou, estou.

Minha filha me falou que você passou mal com intoxicação alimentar.

É fiquei muito mal senhora! - Senero sorriu amarelo.

É tem que tomar cuidado com alimentação principalmente no verão! - Sonia disse sorrindo para ele.

É com certeza senhora! - Sonia o interrompeu falando.

Ahhh! Olha aí! Julinha! - Giulieta estava muito bonita trajava um longo vestido creme com detalhes florais e alcinhas o vestido vinha até um pouco mais abaixo dos joelhos, ela tinha os cabelos soltos e alisados, e usava a costumeira sandália alta que tinha a mesma cor do vestido, ela usava também óculos escuros e carregava uma bolsinha cor creme e Severo pensou "Como vou olhar nos olhos dela?".

Severo, oláaa! - Disse Giulieta animada. - Quer almoçar?

Não...Não eu já almocei, obrigado! - Na verdade Severo não havia almoçado direito comeu muito pouco.

Bem então vamos! - Giulieta foi à direção a mãe falando. – tchau mãe! - E deu nela um beijo.

Cuidado os dois! Você tá levando mapa né Julinha?

To mãe, to!.

Tá certo! Bom filha tenho que voltar pro Jornal!.

Os dois andaram em direção a um ponto, ficaram parados lá quando Julieta falou.

Pra ir lá a gente vai ter que pegar um ônibus o número dele é 45Q1E East Garden, esse deve passar no Centro e no Teatro, o que você acha melhor ir ao Teatro depois no centro? Ou primeiro no centro depois pro Teatro? - Severo não prestou muita atenção ao que ela havia dito só pensava em quando ela ia tirar aqueles óculos pra que ele pudesse olha-lá, e pensou novamente "Será que ela colocou de propósito?", o ônibus chegou Giulieta pagou à passagem Severo ficou envergonhado, mas nada podia fazer ele não tinha dinheiro de trouxas. Durante o trajeto ele ficou maravilhado ali dentro, pois nunca tinha andado de ônibus ficou curioso também com o dinheiro dos trouxas.Chegaram no centro de Liverpool em meia hora, andaram animadamente e pararam na porta de um lugar chamado Cavern Club que estava fechado e havia uma placa com os dizeres: Fechado para reformas reabrirá em breve. Giulieta fez uma cara triste e falou.

Que pena que tá fechado eu queria tanto conhecer aí dentro!

O que tem lá dentro Giulieta?

Os Beatles.

Beatles? Que é isso?

Aquela banda que te falei lembra?

Aaaaahhh! Tá! A banda trouxa que você gosta.

É eles tocavam aqui!

Pode deixar um dia quando você for à casa de novo a gente escuta um disco deles. - Giulieta abriu a bolsa e tirou um espelhinho.Os dois saíram da porta do Cavern Club e foram em direção a uma loja de artigos orientais, Giulieta parou na vitrine da loja e arregalou seus enormes olhos azuis e falou.

Nossa que lindo! - O vestido na vitrine era azul ciano com detalhes dourados na plaquinha de preço se lia £80 libras. Ao acabar de olhar a vitrine eles foram caminhando para uma lanchonete, para a sorte de Severo era uma lanchonete de bruxos chamada "Pumpikin Juice" ele falou para Giulieta.

Pode deixar que eu pago nossos lanches, faço questão. Os dois sentaram e fizeram seus pedidos ela apenas um copo de suco de abóbora, Severo havia pedido duas grandes panquecas de carne de javali e delicia gasosa, ao fundo da lanchonete havia uma jukebox trouxa funcionando e tocando uma música lenta e romântica. – É bonita a música, é de banda trouxa?

Não, é dos Elétricos Ecléticos, Hummm! Precisamos vir aqui mais vezes antes de terminar as férias é uma delícia esse suco aqui, quer um gole? - Giulieta percebeu que Severo não havia almoçado bem, pois ele comia grandes pedaços da panqueca.

Não, obrigado e você quer um pedaço da panqueca? Um pouco de delicia gasosa?

Não, quero não obrigada! Bem vendo no mapa o Teatro fica perto daqui, deve ficar a uns dez minutos.

Posso ver o mapa e o dinheiro trouxa? - Pergunto Severocom curiosidade.

Pode toma! - Severo pegou o mapa olhou e não entendeu nada e pensou como Giulieta que era nova na cidade conseguia se guiar por aquilo olhou também o dinheiro que tinha o desenho de uma mulher com uma coroa na cabeça e tinha um valor escrito cinco libras exatamente.Ele foi interrompido em sua curiosidade quando ela perguntou.

Será que seu pai sabe?

Sabe o que?

Que a gente tá passeando... E se ele ver a gente?

Não vai ver, ele trabalha o dia inteiro no Ministério em Londres só vem na hora do almoço e no fim do expediente.

Ufaaaa!Que ótimo! - Giulieta falou aliviada. Severo terminou seu lanche e fez questão de pagar tudo no total foram 10 sicles os dois rumaram para o Tetro Municipal Queen Victória chegando lá ela comentou.

Esse Teatro tem o nome da sua mãe Victória!

É mesmo, é bonito aqui e quantas estátuas! - Severo olhou maravilhado.

É, vamos entrar? - Giulieta segurou as mãos dele.

Sim! Vamos! - Severo entrou curioso, dentro do teatro havia um grande cartaz escrito "Ópera: Othelo de Shakespeare com tenor Kevin Jones e a soprano Adriana Tzankora – apresentação dias 29,30 e 31 de Julho".

Uma ópera vai ter uma aqui Severo! Será que eles já estão ensaiando?

Bom não sei...é? - Severo não sabia o que responder. Giulieta ficou observando as grandes galerias do teatro e falou.

Deve ter um jeito de ver os ensaios, vem comigo! - Ela o puxou e os dois foram andando pelas luxuosas galerias do teatro que tinham esculturas e quadros antigos de pintores trouxas famosos e no chão um carpete verde. Severo se lembrou dos quadros da escola, mas a diferença era que aqueles não se mexiam. Chegaram até a platéia e viram algumas pessoas no palco cantando e Giulieta falou.

Nossa! To emocionada! Essa história do Othelo é muito bonita e ao mesmo tempo muito sofrida. - Ela disse olhando através dos óculos escuros.

Sobre o que fala a história? - Ele perguntou enquanto os dois se sentavam em um dos camarotes de luxo na parte superior do teatro.

Sobre amor, inveja, traição ela é assim Othelo era um nobre mouro, era da minha cor ele hehehe! Que se casou com Desdemona que vivia em Veneza, os dois viveram felizes durante um tempo, mas tinha alguém que tinha inveja dessa felicidade, o nome dele era Iago, Iago falou que Desdemona estava traindo Othelo com Caio o que era mentira e ele acreditou nessa mentira, e no fim ela morre inocente.

Que trágico! - No palco um dos cantores soltava a voz.

Ela canta bem! - Severo olhou admirado.

Canta! Deve ser a tal de Adriana do cartaz lá fora! - Ela suspirou e falou novamente. - Eu me lembrei do meu avô, ele tocava numa orquestra o violino que eu tenho era dele. Olha lá embaixo a orquestra ensaiando. - Giulieta explicou sobre todos os instrumentos. Severo tentou prestar atenção, mas estava ansioso para que Giulieta tirasse os óculos. E então seu pedido foi atendido Giulieta tirou os óculos escuros a fim de coçar os olhos, depois que coçou guardou eles na bolsa. Então Severo a olhou e viu os olhos dela brilharem como na noite em que estavam na varanda da casa dela ela também viu os olhos dele brilhando se aproximaram.Giulieta se encheu de coragem e começou a falar segurando nas mãos dele.

Severo eu...Eu! - Quando ele a interrompeu dizendo.

Eu sei! - Suas bocas se uniram num longo beijo, um delicioso beijo ao som da música que a orquestra tocava. Os dois se sentiram nas nuvens era muito bom tudo aquilo era como se somente eles dois estivessem ali e mais ninguém, Giulieta sentia o calor da boca de Severo e ele sentia a maciez da boca de Giulieta. Ambos nem sentiram a música acabar quando voltaram a si ouviram ao fundo uma voz masculina falando – Por hoje é só! Ensaio terminado!

Vamos embora? - E sorriu para Severo.

Vamos! - Os dois saíram de mãos dadas felizes, quando ela falou.

Faz um tempão que eu queria te dizer, mas...Faltava-me coragem sabe, um medo tão bobo de você não me querer como namorada eu... - E foi interrompida por Severo.

Eu sabia que você ia ser minha! - Os dois riram e Giulieta falou..

Que bom que você sabia!Por que eu não conseguia mais olhar pra você, e ficar sem te beijar! Sentir-te! - E riram felizes, minutos depois andando pela cidade eles mais uma vez se beijaram em uma praça cheia de estatuas e ela alegre falou.

Meus pais começaram a namorara assim numa ópera, quando ele foi pra Veneza.

E ele olhou nos olhos dela?

Deve ter olhado sim, por que dizem que os nossos olhos... - E foi interrompida novamente por Severo.

São, a janela de nossa alma... - Ele completou.

É! Meu amor!

Repete o que você disse?

Meu amor! - E foi a vez dele.

Meu amor!