Abaixou a cabeça lentamente até sentir sua testa encostar-se ao teclado. O que fizera para merecer tal castigo?
Seu primeiro namorado a traiu. O segundo a trocara por uma menina que conhecera no dia em que tiveram uma briga, vindo logo depois dando a mesma desculpa de sempre: Não acho que daríamos certo. O terceiro faleceu em um acidente de avião. O quarto... a trocou por outra também... Porque nunca dera sorte com nenhum de seus namorados? Porque eles não eram a pessoa com quem você deveria viver o resto de sua vida, era o que sua mãe lhe dizia.
Aí entra a quinta pessoa. Arrogante no começo, mas um rapaz admirável depois de um tempo. Lindos orbes dourados, longos cabelos prateados e um lindo par de orelhas no topo da cabeça. Seu nome... Inuyasha. E porque ela o detestava acima de tudo? Porque ele a encantara no momento em que pôs os olhos nele. Sabia que o amava muito, e sabia que era correspondida. Mas até aí nada demais, mas sempre existe uma pedra no caminho da felicidade. Ele já possuía alguém. Namoravam a mais de dois anos e até mesmo dividiam um apartamento. Por mais que isso a fizesse sofrer, não poderia estragar a vida que eles tinham construído até agora. A única coisa que poderia fazer era erguer a cabeça e seguir em frente.
Foi despertada de seus devaneios pelo telefone. Suspirou enquanto passava a mão pelo cabelo. Rezou para que não fosse para ela. Não queria falar com ninguém no momento.
Ouviu alguém correndo no andar de baixo e logo o telefone parou de tocar. Aliviou-se um pouco já que o barulho estava começando a lhe irritar, mas seu alívio durou pouco tempo. Logo seu irmão apareceu na porta de seu quarto dizendo que a ligação era para ela. Perguntou-se mentalmente o que fizera a Deus para merecer tal situação e levantou-se da cadeira, saindo logo em seguida do quarto. Entrou no quarto de seus pais e sentou-se na cama, pegando o telefone.
"Alô", disse tentando esconder a tristeza na voz.
"É você Kagome?", a pessoa do outro lado perguntou parecendo preocupada
"Sim, sou eu", ela respondeu levando a mão à cabeça, que começava a latejar.
"Parece triste... Aconteceu alguma coisa?"
"Não... Eu estou bem... Afinal, quem está falando?", ela perguntou enquanto deitava lentamente na cama tentando fazer sua cabeça doer um pouco menos.
"Não acredito que três anos foram o suficiente para que você se esquecesse de mim", disse tentando fazer sua voz parecer indignada.
"É você Rin?"
"Ah... vejo que não se esqueceu da prima!", ela disse em uma voz alegre.
"Porque não ligou antes? Todos estavam preocupados..."
"Sinto muito... Estava um pouco atolada. Só para começar conto-lhe que nos mudamos umas quatro vezes, e sempre depois que eu terminava de desempacotar as coisas", Rin confessou com uma voz cansada. "Eu terminei de arrumar as coisas ontem."
"Tome cuidado para que seu namorado não queira se mudar de novo", Kagome disse enquanto ria levemente.
"Não se preocupe com isso... Acho que dessa vez é definitivo, afinal nós gostamos do lugar, se bem que ele disse isso da última vez..."
Kagome reprimiu uma risada enquanto levava sua mão novamente a cabeça. Rir não era bom no momento...
"Mas... Você ligou para algo em especial ou somente para dizer que estava viva?"
"Digamos que para as duas coisas. Pois bem... Como você sabe eu saí de Tóquio faz três anos..."
"Sim... Eu me lembro que sua mãe tentou lhe convencer do contrário... Ela ficou arrasada por um longo tempo..."
"Sim, eu sei. Ela não parou de me ligar durante um mês inteiro... Depois colocou a culpa em mim pela alta conta no telefone.", Rin disse indignada só de lembrar da situação. Ouviu Kagome rir e estreitou os olhos.
"Não é engraçado, Kagome... Você não sabe o que é ficar uma hora no telefone ouvindo bronca..."
"Realmente eu não sei...", ela disse tentando fazer sua risada morrer "Mas continue contando o que você ia contar."
"Ah sim... Pois bem, como você já sabe eu e o Sesshy estamos juntos há três anos e..."
"Rin, quantas vezes vou ter que pedir que não espalhe esse apelido?", Kagome ouviu uma voz masculina e constatou que fosse o namorado de sua prima. Se não se enganava ele se chamava Sesshoumaru. Não o conhecera muito bem, afinal só o vira uma vez e foi quando sua tia estava implorando para que sua prima desistisse da mudança.
Uma pequena discussão foi ouvida no telefone por mais ou menos dez minutos até que Rin voltasse ao aparelho.
"Me desculpe Kagome... onde estávamos?"
"Quando você falou que você e seu namorado estavam juntos há três anos."
"Ah sim... Bem... Sabe, eu já tenho vinte e três anos e... Não sou mais uma adolescente tendo um pequeno romance. Faz cinco meses que aconteceu e..."
"Não acredito que você...", sua voz foi morrendo ao final da frase. Não podia ser verdade... Ela só tinha vinte e três anos. Não acreditava que ela era tão irresponsável ao ponto de engravidar antes de se casar. Afinal de contas ela nem sabia se ele era o homem certo na sua vida!
"Ele me pediu em casamento!", Rin disse com um enorme sorriso.
"Casamento!", Kagome perguntou meio desorientada.
"Sim... Casamento. O que pensou que fosse, Kagome?", ela perguntou desconfiada. Sabia que sua prima adorava imaginar coisas.
"Nada... Nada não.", ela respondeu sorrindo sem-graça enquanto pegava uma almofada e pressionava contra a cabeça.
"Parabéns Rin! Desejo-lhe felicidades!"
"Obrigada. E... A cerimônia acontecerá daqui a três meses e eu queria que você fosse a madrinha."
"Rin... Eu... Eu adoraria!"
"Fico feliz em ver que aceitou o convite."
"E quem vai ser o padrinho?"
"O irmão mais novo do Sesshy."
"Ah sim..."
"Eu vou à Tóquio no mês que vem para resolver algumas coisas. O que acha de nos encontrarmos?"
"Seria ótimo", respondeu sorrindo. Sua prima iria se casar... Não podia negar que sentia uma certa inveja dela, afinal seu maior sonho na vida era casar e encher uma casa de filhos.
"Tudo bem então. Depois eu te ligo para marcarmos onde nos encontraremos."
"Tudo bem. Até mais Rin."
"Até Kagome."
Ouviu o telefone do outro lado ser desligado e colocou o seu no gancho. Levantou da cama e saiu do quarto descendo as escadas logo em seguida. A primeira coisa que iria fazer era tomar um comprimido para que sua dor de cabeça passasse. Depois iria contar à família as novidades.
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Olhou para a mesa do café da manhã satisfeita. Nunca cozinhara tão bem na vida! Está certo que eram somente panquecas... Mas pela primeira vez na vida elas não ficaram tortas. Esse era motivo suficiente para que achasse que a mesa estava perfeita!
Pegou uma jarra de suco de laranja e colocou no centro da mesa, levando logo em seguida dois copos. Depositou os talheres ao lado do prato e olhou seu trabalho. Sorriu consigo mesma enquanto dava a volta na mesa e dirigia-se à sala.
Seu sorriso morreu quando o viu sentado na frente do computador mais uma vez. O que será que aquela máquina tinha que ela não tinha? Estava ficando desesperada! Que tipo de namorado dá mais atenção à uma máquina do que a namorada? 'O meu', pensou enquanto seus ombros caíam um pouco. Suspirou e resolveu aproximar-se. Parou atrás dele e como este não percebeu sua presença resolveu olhar o que ele fazia. Para variar estava no MSN e tinha uma janela aberta.
...Pelo menos agora me escute! Eu não quero te forçar a gostar de mim! Não quero que ouça minhas desculpas...Só desejo que não saia com um pensamento errado de mim, que crie um conceito sobre mim com base em algo que eu não pude controlar.
A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração diz:
Não faço isso.
Existem três coisas das quais não se podem voltar atrás: Uma flecha atirada, uma palavra dita e uma chance perdida diz:
Tem certeza?A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração diz:
Existem certas coisas, que nos impedem de pensar com a razão...
Não entendera muito bem a conversa, mas não se importava. Parecia que ele brigara com alguém... E sinceramente rezava para que fosse aquela menina com quem ele tanto falava! Podia ser um pouco paranóico, mas estava começando a sentir ciúmes.
Tocou-lhe o ombro no intuito de chamar sua atenção e o sentiu pular na cadeira antes de virar somente a cabeça.
"O que foi Kikyou?", perguntou mostrando leve irritação na voz.
"Eu só vim te chamar para comer alguma coisa... Você não jantou ontem, pelo menos não em casa."
"Não estou com fome", disse voltando sua atenção para o computador novamente. A ouviu suspirar e tirar a mão de seu ombro.
"E quando você está?", sussurrou tristemente enquanto abaixava a cabeça e retornava a cozinha. Ela era uma má cozinheira ou uma péssima namorada? Não entendia o que fizera de errado para que seu relacionamento chegasse a esse ponto. Sempre o tratara tão bem! Sempre se preocupara tanto com ele! Sempre esteve ali quando ele precisava! E o que recebia em troca? Desprezo e quem sabe até mesmo uma traição. Era a única coisa que podia pensar! Ele começara a sair mais de casa, encontrou em seu celular uma mensagem estranha, e a coisa mais estranha era que ele deixara seu celular em casa, sendo que isso nunca acontecera.
Passou a mão sobre os olhos tentando impedir que as lágrimas caíssem. Quantas vezes já chorara por culpa dele? Estava cansada disso... Lembrou-se então da época em que se conheceram. Estavam na oitava série quando ele entrou na escola. O professor o mandara sentar ao seu lado, e logo ficaram amigos. Andavam sempre juntos e isso fez com que a presença dele torna-se indispensável. Ele foi seu primeiro amor, e não pode descrever sua felicidade quando ele disse que a amava. Aqueles anos foram maravilhosos! Estavam sempre juntos, não escondiam nada um do outro e era reconfortante saber que seu sentimento era correspondido.
Terminaram o segundo grau e foram para a faculdade. Ela fez faculdade de advocacia e ele de medicina na área de pediatria. Estudavam muito, se viam pouco, mas isso não foi motivo para que o amor entre eles se apagasse. Alguns anos se passaram e eles terminaram a faculdade. Foi aí que decidiram dividir um apartamento. E foi a partir daí que a vida deles começou a mudar...
Fungou enquanto passava o braço sobre os olhos na tentativa de amenizar as lágrimas. Porque a vida era tão cruel consigo?
Sentou-se à mesa e pegou um dos garfos, colocando um pedaço da panqueca na boca. Mastigou lentamente e bebeu um pouco do suco. Levou outro pedaço da comida a boca e olhou para a sala. Ele ainda estava sentado em frente ao computador, mas parecia não fazer nada... Estava ali só por estar.
Suspirou enquanto bebia mais um pouco do suco. Decidira que a partir de hoje não mais prenderia sua vida a ele. Precisava de um tempo somente para ela! E qual a melhor maneira de fazer isso? Ir ao shopping! Comprar várias roupas novas, sapatos, bolsas, cintos, jóias e tudo mais que encontrasse pela frente! Depois iria ao cabeleireiro e faria uma mudança no cabelo, faria as unhas e quem sabe uma hidratação na pele. Mas isso teria de ficar somente em seus mais distantes sonhos... Pois faltava dinheiro para fazer tantas coisas.
Suspirou enquanto terminava de beber seu suco. Porque a vida era tão cruel? Nem mesmo um tempo para si mesma ela poderia ter!
Levantou-se rápido da mesa, mas teve que se sentar novamente, pois sentira uma enorme tonteira. Levou a mão à cabeça e fechou os olhos. Ficou ali por alguns minutos tentando fazer sua cabeça parar de rodar enquanto sentia seu café da manhã querer voltar.
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Guardou o último prato no armário e fechou devagar a porta deste enquanto passava a outra mão na testa. Estava fazendo muito calor o que tornava impossível não transpirar. Secou as mãos em um pano de prato e dirigiu-se à sala largando seu corpo sobre o sofá.
Fitou o teto e seus pensamentos foram para longe. Para ser mais exata foram parar em um certo meio-youkai.
'Que já é comprometido!', pensou enquanto balançava a cabeça levemente no intuito de faze-lo sair dali.
'Porque comigo?', pensou enquanto sentia seus olhos arderem, claro sinal de que estava prestes a chorar.
Sentia-se como um pequenino peixe perdido no oceano. Estava infeliz e sem forças, o que possibilitava que a água a carrega-se para onde quisesse. Mas... Encontrou uma saída! Uma mão lhe foi estendida e a fez recuperar as forças novamente! Não mais o mar lhe carregava já que aquela mão estava sempre junto a sua, ajudando-a quando precisasse! Mas tudo que é bom dura pouco... O dono da mão a puxou de volta, deixando-a sem forças novamente.
Teria que entender que Inuyasha não mais voltaria! Ele já tinha alguém com quem compartilhar o resto da vida, e ele não iria desistir de tudo aquilo somente por ela!
Uma lágrima escorreu por sua bochecha esquerda e logo em seguida outra trilhou o mesmo caminho. Em alguns segundos seu rosto já estava banhado em lágrimas e de sua boca escapavam soluços. Enterrou a cabeça em uma almofada para abafar os soluços. Não queria preocupar seus familiares com bobeiras...
Depois de tanto chorar acabou adormecendo com o rosto ainda enterrado na almofada. Pelo menos em seus sonhos ele estava ao seu lado...
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Levou a mão ao estômago quando se sentiu melhor. Respirou fundo várias vezes antes de tentar se levantar novamente. Quando sentiu que era seguro, levantou-se.
Pegou a louça e caminhou devagar até a pia para lavá-la. Ainda estava um pouco tonta e uma pequena dor de cabeça começara a incomoda-la. Terminou de lavar a louça e secou as mãos no pano de prato. Caminhou devagar até a porta da cozinha e espiou por esta a sala. Ele ainda estava na frente do computador, e novamente não estava fazendo nada. Era essa a hora! Não podia esperar mais... Se deixasse para mais tarde perderia a coragem que andara juntando por vários dias!
Inspirou e expirou devagar e caminhou até onde ele estava sentado. Novamente tocou-lhe o ombro, mas dessa vez ele pareceu não se assustar. Somente lhe virou a cabeça com um olhar irritado.
"O que foi agora, Kikyou? Eu já não falei que não tenho fome?", disse enquanto voltava a olhar para a tela do computador.
"E quem disse que vim lhe perguntar se está com fome? Você não é mais um bebê para precisar que alguém cuide de você!", respondeu irritada enquanto sentava-se no sofá. Cruzou os braços em frente ao peito e cruzou também suas pernas, balançando o pé impacientemente.
Inuyasha estranhou sua resposta. Ela nunca fora tão fria com ele... Mas não lhe importava! Provavelmente estava na TPM. Voltou sua atenção ao computador mas foi interrompido quando a ouviu tossir levemente. Suspirou e virou a cadeira de forma que o computador ficasse atrás de si. Ela tinha sua total atenção no momento.
"Vejo que estamos melhorando! Não preciso mais implorar para que você largue esse computador para me dar atenção.", ela disse em um tom sarcástico. Descruzou as pernas e colocou-as em cima do sofá.
"Se me tirou dele somente para falar gracinhas peço-te que pare! Não estou com humor para isso!"
"E me diga quando você está de bom humor?"
"Kikyou... Não acredito que me chamou para conversar sobre o meu humor!"
"Claro que não... Não perderia meu tempo conversando algo de tamanha inutilidade como essa, ainda mais com você que não me dá atenção!"
Inuyasha girou os olhos e cruzou os braços sobre o peito. Era mais uma daquelas conversas em que ele dava mais atenção ao computador e etc... Não estava com humor para essas reclamações sem sentido dela! E parecia que ela não estava melhor...
"Fale de uma vez!"
"Inuyasha... Você já mentiu para mim?", Kikyou perguntou enquanto descruzava os braços e eles caíam levemente sobre seu colo.
"É claro que não Kikyou! Porque tal pergunta?", perguntou em um tom curioso.
"Só queria saber...", respondeu indiferente enquanto abraçava seus joelhos e apoiava o queixo nestes.
"Me diga... onde você foi ontem?"
"Já lhe respondi isso. Fui ao festival do Templo Higurashi".
"Mas você nunca se interessou por festivais... porque esse interesse repentino?", perguntou olhando em seus olhos. O viu piscar e suspirar.
"Me disseram que era um local muito bom de se visitar e eu tive curiosidade... Somente isso..."
"Mas então porque não me levou?"
"Porque você vive dizendo que odeia Templos."
"E você odeia festivais, e nem por isso deixou de ir!"
Mordeu o lábio inferior enquanto a encarava. Será que ela descobrira sobre Kagome? Podia até desconfiar que ele a traíra – o que não era uma novidade ela desconfiar de tal situação -, mas com certeza não sabia quem era.
"Essa conversa tem um rumo ou é somente um bate-boca?"
"Claro que ela tem um rumo! Eu não viria até aqui somente para ter uma conversa qualquer com você! Me responda: Havia algo, ou devo dizer alguém naquele festival?"
"Kikyou... Deixe de ser paranóica! Porque acha que eu saio com outras mulheres?"
"Eu não acho Inuyasha... Eu tenho certeza!"
"E como pode ter certeza? Você foi atrás de mim por acaso?"
"É claro que eu não faria algo tão irracional!", afirmou irritada. Por acaso ele pensava que ela era burra? Que certas coisas como e-mails desconhecidos no celular e o acidental esquecimento do celular passariam despercebidas? Ele deve ter esquecido que ela é uma mulher... E que detalhes nunca são somente detalhes.
"Então porque diz que tenho outra?"
"Porque você tem Inuyasha! Não tem o porque mentir pra mim! Se acha que nosso relacionamento não está dando certo porque não vem conversar comigo sobre isso! Mas não... você prefere o caminho mais difícil, a traição! Ficar se divertindo com algumas meninas todas as noites não resolve o nosso problema!"
"E quem disse que eu me divirto com meninas todas as noites!", perguntou mostrando toda a irritação que estava sentindo em seu tom de voz. Levantou-se da cadeira e andou até ela, parando a sua frente.
"Se você não faz isso então porque sai todo dia e volta tarde da noite?"
"Já lhe disse que somente dou voltas por aí!"
"Nenhum homem sai todo dia somente para dar voltas por aí, Inuyasha! Peço-te que seja sincero comigo! Eu sou sua namorada, não uma desconhecida qualquer! Olhe nos meus olhos e diga: Você tem outra?"
Os olhos de Inuyasha encontraram-se por alguns segundos com os dela, mas logo caíram para seu queixo.
"Não tenho."
"Olhando em meus olhos, Inuyasha! Não para meu queixo!"
Levantou os olhos devagar e eles se encontraram novamente. Abriu a boca mas a fechou logo em seguida. Não iria conseguir mentir enquanto ela olhava todas as emoções que se passavam em seus olhos! Nunca fora bom em mentir para falar a verdade.
Abaixou a cabeça lentamente e fitou o chão calado. A ouviu fungar e se mexer de forma que saísse de sua frente. A sensação de que era uma pessoa desonesta voltou. Kikyou tinha razão em interroga-lo dessa maneira. Se parasse para pensar realmente andara saindo muito mais desde que Kagome passou a fazer parte de sua vida.
Ouviu barulhos em seu quarto e arqueou uma sobrancelha. Parecia que alguém estava arrumando as malas. Kikyou iria embora!
A viu voltar a sala com uma enorme mala nas mãos e se espantou quando ela jogou a mala em cima de si. Olhou para a mala em seu colo e para a namorada com o rosto banhado de lágrimas a sua frente em questão de segundos com a boca ligeiramente aberta.
"Para que essa mala?", perguntou ainda tentando acreditar no que pensava que ela estava fazendo. Rezava para que estivesse enganado.
"Para que você acha? Tudo que precisa está aí dentro... Pode ir!", disse apontando para a porta.
"Ir!"
"Foi o que ouviu... Ir! Quero que suma da minha frente e que não apareça nunca mais! Pode ficar com a sua outra que eu não me importo!"
A fitou boquiaberto. Ela estava expulsando-o? Da casa que ele pagara? Mas ela não estava errada... O errado em toda a história era ele, e teria que consertar isso depois. Por enquanto faria a vontade dela. Depois tentaria entrar em contato para resolver o problema.
Pegou a mala e andou devagar até a porta. Olhou mais uma vez para ela enquanto abria a porta e passava por esta. Seus olhos se encontraram uma última vez e ele fechou a porta, caminhando logo em seguida pelo longo corredor em direção ao elevador.
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Sua primeira meta seria arranjar um lugar para dormir, depois esperaria as coisas esfriarem um pouco e quem sabe tentaria conversar com ela.
Mas... Agora não era mais comprometido! Poderia tentar falar com Kagome e ver se dessa vez ela lhe aceitava. Um enorme sorriso surgiu em sua face enquanto imaginava ele e Kagome embaixo da Goshinboku, onde ele a pediu em namoro e ela agarrou seu pescoço gritando sim!
'Seria perfeito!', e era isso que planejava fazer. Mas primeiro teria de ir ao banco tirar um pouco do dinheiro que seu pai lhe dera para alugar um quarto em um hotel qualquer.
Sentiu algo vibrar no bolso da sua calça. Suspirou enquanto pegava o celular e atendeu sem nem mesmo ver quem ligava.
"Alô", disse no seu típico humor.
"Seu humor nunca vai mudar, não é?", perguntou com uma voz divertida. Ouviu Inuyasha rosnar levemente e sorriu.
"O que você quer, Sesshoumaru?"
"Pessoas educadas perguntam como as outras estão antes de perguntarem o motivo da ligação".
"Não venha me ensinar a ser educado! Fale logo o que quer!"
"Sim, eu estou bem, obrigado por perguntar", disse em uma voz sarcástica, o que fez Inuyasha rosnar mais uma vez.
"Mas o real motivo da ligação não é para te irritar... eu não gastaria meu dinheiro com isso".
"Então fale logo que eu tenho muitas coisas a fazer!"
"Meu irmãozinho virou um homem ocupado... Difícil de acreditar..."
Inuyasha rosnou pela terceira vez em menos de um minuto e estreitou os olhos. As pessoas o olhavam assustadas e procuravam andar longe.
"Fale logo, Sesshoumaru!"
"Não preciso dizer que faz três anos que eu e Rin estamos morando juntos, e eu pensei que já era hora de nos casarmos. Ele acontecerá daqui a três meses e eu estava pensando se você não gostaria de ser o padrinho".
"Quem é a madrinha?"
"Uma prima de Rin... mas você aceita ou não?"
"Pode ser... não tenho nada melhor para fazer mesmo..."
"Se quiser pode trazer a sua namorada também."
"Não posso... briguei com ela essa manhã..."
"Então virá sozinho?"
"Provavelmente..."
"Eu estarei em Tóquio no mês que vem, então eu lhe entregarei o convite e aproveitamos e conversamos um pouco."
"Certo... até mais!"
"Até."
Ouviu o telefone ser desligado e guardou o seu dentro do bolso novamente. Se conseguisse falar com Kagome até o mês que viria, quem sabe não poderia leva-la? Sorriu com a idéia e ajeitou a mala sobre o ombro, andando com um pouco mais de pressa. Talvez fazer as pazes com Kikyou pudesse esperar mais um pouco...
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Três meses haviam se passado. Há dois meses atrás Rin e Sesshoumaru vieram à Tóquio para acertar algumas coisas, mas Rin não deixou seu encontro com sua prima morrer! Conversaram por várias horas para contar as novidades enquanto tomavam algumas taças de sorvete.
Sesshoumaru foi até o hotel onde seu irmão estava hospedado e também conversaram bastante.
Faltando um dia para o casamento Inuyasha viajou a Kyoto para a cerimônia do irmão, e se hospedou na casa dele – a contra gosto de Sesshoumaru.
Kagome só foi no dia da cerimônia acompanhada de seus familiares. Chegaram lá com cinco horas de antecedência, e Rin já estava começando a se arrumar. Kagome resolveu ajuda-la.
"Eu pensei que você viesse ontem, Kagome", Rin disse quando viu a prima entrando em seu quarto.
"Não deu pra vir porque Souta passou mal à noite..."
"O que ele tem?"
"Não é nada demais... acho que ele comeu demais no jantar".
Rin riu um pouco e dirigiu-se ao banheiro. Ligou o chuveiro e ajustou a água em uma temperatura agradável, despindo-se logo em seguida.
"Mas já está tomando banho!", Kagome perguntou enquanto sentava na cama.
"Sim... é que se eu tomar banho depois de fazer o cabelo posso estraga-lo."
Kagome riu um pouco e olhou a sua volta. Seus olhos caíram sobre a cama onde o vestido de Rin estava estendido. Era o vestido mais bonito que já tinha visto em toda sua vida! Era branco e cheio de pérolas espalhadas. A grinalda também possuía pérolas e os sapatos eram também brancos.
No fundo sentia inveja da prima. Seu futuro marido foi seu primeiro namorado... Enquanto que ela já arranjara quatro e não conseguiu fazer nenhum deles durar muito tempo. Sem contar o pequeno caso que teve com Inuyasha... Se durou uma semana foi muito tempo... Mas foi uma semana inesquecível. Adorava seu perfume, adorava estar envolta pelos fortes braços dele, adorava mergulhar fundo em seus olhos e adorava sentir o sabor de seus lábios.
Uma lágrima escorreu por sua bochecha enquanto as lembranças tornavam-se mais fortes. Tinha de admitir que era impossível esquece-lo!
'Eu não posso ama-lo... Ele é comprometido! Não posso ama-lo... '
Soluçou enquanto abaixava a cabeça e deixava as lágrimas correrem livres pelo seu rosto. Quantos dias já passara assim? Estava cansada de derramar tantas lágrimas inúteis...
Fungou enquanto esfregava o braço sobre os olhos. Não queria que sua prima soubesse que ela estava sofrendo novamente por um garoto. Ela sempre lhe dissera que um homem não vale as lágrimas de uma mulher...
Escutou o barulho do chuveiro cessar e tentou secar os olhos. Ouviu sua prima chegar perto da porta e abaixou o corpo fingindo ajeitar seu sapato.
"O que foi, Kagome?", perguntou enquanto observava-a.
"Nada... só estou ajeitando meu sapato."
Rin deu de ombros e foi até seu armário. Tirou de lá um vestido azul de alças e o vestiu, calçando uma sandália branca logo em seguida.
"E então, como estou?", perguntou enquanto dava uma volta. Kagome olhou para ela no instante em que Rin voltou a ficar de frente para ela.
"Está linda!", respondeu tentando sorrir. Rin percebeu que os olhos da prima estavam vermelhos, assim como seu nariz. Seu olhar entristeceu um pouco enquanto se aproximava e sentava ao lado da prima.
"Kagome... porque esteve chorando?"
"Eu não estava chorando!", mentiu enquanto sorria sem graça.
"Kagome... sinto dizer que você não é uma boa mentirosa...", disse enquanto a abraçava.
"Fale para mim o que te angustia."
O sorriso de Kagome morreu e esta soluçou, logo depois deixando as lágrimas voltarem a cair. Sempre pensou na prima como uma melhor amiga e também um ombro para chorar... E ela fazia jus a esse pensamento. Sempre esteve ao lado dela quando precisou, sempre a apoiou e sempre a protegeu.
"Conte para mim... qual o problema?", Rin perguntou enquanto fazia cafuné na cabeça da prima. Recebeu um soluço como resposta e suspirou. Teria que esperar mais um pouco para saber o motivo do choro da prima. Por enquanto a única coisa que podia fazer era abraça-la e tentar oferecer conforto...
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"Tem alguém chorando...", declarou enquanto o cheiro das lágrimas ficava mais forte a cada minuto que se passava.
"Provavelmente é a mãe de Rin... Ela chorou desesperadamente quando eu trouxe sua filha a Kyoto... deve estar chorando mais ainda agora sabendo que ela vai se casar", disse enquanto espreguiçava-se. Levantou da cama e rumou ao banheiro.
"Se bem que eu não vi a mãe dela chegando...", disse em um tom um pouco mais alto enquanto ligava o chuveiro.
"Deve ser sua noiva se arrependendo de ter lhe dito sim...", brincou enquanto olhava-se no espelho e tentava colocar seus cabelos no lugar.
"Isso me afeta tanto que nem me dá vontade de responder", Sesshoumaru gritou enquanto entrava debaixo do chuveiro.
Inuyasha girou os olhos em resposta e bufou irritado vendo que não conseguia arrumar o cabelo. Passou a mão de qualquer jeito e saiu do quarto. Bateu a porta atrás de si e tentou achar a fonte do choro.
Qualquer um que o visse o chamaria de fofoqueiro, mas algo o intrigava. O cheiro das lágrimas era conhecido... assim como o fraco perfume no corredor. Não poderia ser ela... era coincidência demais... Se bem que não conseguira falar com ela nos últimos dias.
Encostou o ouvido na porta do quarto aonde vinha o som e tentou ouvir o que falavam. Eram duas mulheres que conversavam, onde uma parecia confortar a outra. Soluços e pedidos para se acalmar foi o que mais ouviu. Suspirou e afastou-se da porta. Não estava com vontade de que seu irmão aparecesse no corredor e lhe dissesse que pior que mulheres fofoqueiras eram homens fofoqueiros. Voltou ao quarto e jogou-se na cama fazendo sua cabeça ficar sobre os braços. O que lhe restava agora era esperar as horas passarem...
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As horas passaram rápido na sua opinião. Alguns minutos atrás estava apoiada no ombro da prima chorando, e alguns minutos depois estava ajudando-a a colocar o vestido. Agora faltava meia hora para o casamento começar e sua prima estava com os nervos à flor da pele.
"Cuidado com o meu vestido! Ele custou caro!", escutou Rin reclamar pela terceira vez com uma menina que a ajudava a se vestir. Kagome suspirou e olhou pela pequena janela que havia na sala. Podia ver muitas pessoas separadas em pequenos grupos de seis conversando, enquanto outras chegavam. Provavelmente quase todos os convidados já deviam estar ali. Suspirou mais uma vez e voltou a olhar a prima.
"Kagome... o que foi?", Rin perguntou enquanto a encarava. Kagome arregalou um pouco os olhos e balançou a cabeça negativamente. Estava tão claro assim que ela estava entediada!
"Eu sei que você está entediada... Um conselho pra você: Nunca se case!"
"Se até hoje eu não achei um homem com quem eu passasse mais de um ano junto não acho que irei me casar mesmo...", confessou enquanto encarava o chão. Rin mordeu o lábio inferior e olhou na outra direção enquanto sua ajudante terminava de ajeitar seu vestido. Agradeceu mentalmente quando a ouviu suspirar dizendo que o vestido estava pronto.
Sentou-se em uma cadeira que estava em frente a um grande espelho e começou a ser maquiada.
Kagome ouviu passos do lado de fora e logo bateram na porta, abrindo-a logo em seguida. Uma menina aparentando ter uns quinze anos colocou somente a cabeça dentro do aposento.
"Senhorita Kagome, o senhor Sesshoumaru a esta chamando", disse rapidamente que quase embolou as palavras e saiu logo dali. Kagome reprimiu uma risada.
"Estou indo Rin! Boa sorte!" Desejou à prima e logo saiu do aposento, seguindo o mesmo caminho que a menina fizera há poucos segundos atrás. Logo estava do lado de fora da igreja. Respirou fundo enquanto observava todas as pessoas que estavam ali. Estavam em grupos de quatro a cinco pessoas, e alguns tinham crianças puxando as barras das roupas reclamando de algo. Continuou a passar o olhar pelas pessoas até que achou o futuro marido de sua prima. Colocou um sorriso no rosto e andou entre as pessoas para chegar até ele. Este estava conversando com um outro rapaz, e só pode ouvir o final da conversa.
"Pedi que uma menina a chamasse. Ela logo deve estar aqui", Sesshoumaru disse consultando seu relógio de pulso.
Kagome cutucou o ombro dele fazendo-o virar para ver quem lhe chamava. Colocou um sorriso no rosto antes de perguntar:
"Mandou me chamar?"
"Sim... Eu queria apresentar-te o padrinho", virou-se de lado de forma que ambos pudessem se encarar. Kagome arregalou os olhos e seu coração acelerou.
"Este é meu irmão, Inuyasha. Inuyasha, esta é a prima de Rin, Kagome", falou apontando a mão como se apresentasse uma criança a outra. Inuyasha sorriu sem graça.
"Já nos conhecemos..."
"Menos mal... Bom, eu vou ver o que precisamos para poder entrar na igreja" Retirou-se de perto deles entrando na igreja logo em seguida.
"Então... você é irmão do noivo?", perguntou tentando fazer o clima ficar mais agradável. Pergunta estúpida na verdade, pensou, pois Sesshoumaru já havia dito que ele era seu irmão.
"Acho que Sesshoumaru já lhe disse isso", respondeu sarcástico. Kagome girou os olhos e olhou para qualquer lugar que não fosse ele.
Ficaram alguns minutos em silêncio, olhando-se algumas vezes, mas nunca ao mesmo tempo. Não pensavam em nada para falar então somente ficaram naquele silêncio incômodo.
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Terminou de morder seu sanduíche e tomou o último gole do suco. Colocou o copo sobre a escrivaninha enquanto voltava sua atenção ao computador. Achou um médico perto de onde morava e sorriu satisfeita. Anotou o endereço e desligou o computador logo em seguida. Levantou rápido da cadeira e rumou alegremente ao quarto. Abriu a porta do armário e ficou olhando suas roupas. Adorava escolher roupas para sair!
"Qual delas eu escolho?" Perguntou para si mesma enquanto observava as roupas penduradas nos cabides. Decidiu-se por uma blusa de alça preta e uma calça jeans escura. Caminhou lentamente até o espelho e começou a pentear seus longos cabelos negros. Esse último movimento fez lembrar-se que quase todas as noites ele sentava em frente ao espelho enquanto ela penteava seus longos cabelos prateados. Uma lágrima escorreu por sua bochecha direita enquanto mordia o lábio inferior. Não podia chorar mais... Não podia e não queria... Isso demonstrava que ela era fraca, que precisava dele para sobreviver...
Fungou enquanto passava a mão nervosamente sobre os olhos. Voltou a pentear os cabelos e amarrou-os em um rabo de cavalo alto. Sentou-se na cama e pegou uma sandália de amarrar preta, levantando-se logo em seguida. Pegou a primeira bolsa que viu pela frente e saiu do quarto em passos largos. Quanto mais tempo ficasse ali dentro mais choraria e lembraria dele. Pegou o papel que tinha anotado o endereço do médico e saiu do apartamento andando rápido. Assim que chegou em frente ao elevador este abriu suas portas permitindo sua entrada. Já dentro deste, apoiou-se em uma das paredes e escorregou até cair sentada no chão. Por mais que tentasse seria impossível esquece-lo...
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Ficaram lançando olhares um ao outro – mas nunca ao mesmo tempo – por alguns minutos, até que sem querer olharam-se ao mesmo tempo. Kagome corou e desviou o olhar rapidamente, enquanto que Inuyasha continuou observando-a. Uma hora aquele silêncio teria que acabar! Pensou em pegar na mão dela, mas faltou-lhe coragem suficiente para fazer isso.
"Kagome?" Chamou-a sem que percebesse. Quando se deu conta ela estava olhando para ele sorrindo.
"Sim?" Observou cada detalhe do rosto dele. Como um homem poderia ser tão bonito quanto ele? Era pecado dar tanta beleza para um homem só... Suspirou quando seus olhos se encontraram.
"Nada... Eu só queria ouvir sua voz..." Confessou fazendo o sorriso dela aumentar e sua face avermelhar. Ela ficava ainda mais linda quando corada...
"E eu... Queria te ver..." Disse aproximando-se um pouco do rapaz a sua frente. Era impossível resistir a ele. Seus corpos pareciam dois ímãs que se atraíam cada vez mais.
"Você... Acredita em destino?" Perguntou acariciando a face da menina. Ela somente fechou os olhos e entortou um pouco a cabeça, murmurando um porque como resposta.
"Eu acho que o destino nos uniu Kagome..." Revelou enquanto a fazia olhar para em seus olhos. Ela abriu a boca, mas fechou-a logo em seguida. Fechou os olhos e aproximou o rosto do dele fazendo seus lábios se encontrarem em um doce beijo. Inuyasha abraçou-a pela cintura fazendo os corpos colarem de vez enquanto que ela enlaçava seu pescoço e entreabria os lábios. Quanto tempo esperara para sentir o sabor dos lábios dele novamente?
Separou a boca da dela por falta de ar. Não podia negar que somente se sentia completo quando ela estava consigo. Ela fazia seu coração bater rápido e devagar ao mesmo tempo... Fazia sua respiração acelerar... Fazia ele se sentir feliz... Será que isso era amor realmente?
Não achando resposta para a pergunta puxou-a novamente para mais um beijo. A única coisa que precisava no momento era sentir os lábios dela pressionados contra os seus enquanto sentia seus braços sobre seu pescoço. Era reconfortante estar perto dela... Separaram as bocas novamente e encostou a testa na dela.
"Eu amo você..." Disse pela segunda vez a ela. Seu coração acelerou quando a viu sorrir docemente.
"Eu também amo você..." Confessou enquanto abria os olhos e encarava os dele. O viu sorrir largamente enquanto abraçava-a mais forte do que antes.
"Não sabe quanto tempo esperei para ouvir isso..." Confessou enquanto escondia o rosto nos cabelos dela.
"Mas... Você tem uma namorada que o ama e que faria tudo por você... E eu não posso estragar o relacionamento de vocês..." Disse enquanto sentia seu coração apertar-se. Por mais que não quisesse aceitar essa era a realidade, e nada poderia fazer para muda-la.
Encarou-a com o olhar triste enquanto via o mesmo sentimento nos olhos dela. Esse amor era como se fosse proibido...
"Mas eu briguei com ela faz três meses... Ela não me procurou e nem eu fiz isso... Acho que nosso relacionamento está acabado e..."
"Só venha me procurar quando tiver certeza de que está livre..." Cortou-o forçando-o a encarar-lhe colocando uma mão em seu queixo. O ouviu murmurar algo como tudo bem e seus olhos caírem para o chão.
Não era o fim do mundo... Ele só precisava esperar o casamento acabar, voltar para Tóquio e ir ao seu antigo apartamento acertar as contas com Kikyou. Terminaria de pegar suas coisas, alugaria outro apartamento e era só procura-la de novo!
Sentiu algo vibrar no bolso de sua calça. Odiava deixar o celular no vibrador, pois sempre levava um enorme susto com ele! Pegou-o irritado e nem mesmo olhou o número na tela, atendendo irritado.
"Alô!"
"Inu... Inuyasha?" Ouviu alguém chamar seu nome em um tom de voz de desespero. Arqueou uma das sobrancelhas enquanto afastava o aparelho da orelha e olhava a tela. Era Kikyou...
"Sou eu Kikyou... O que você quer?" Perguntou em um tom de voz nada amigável fazendo Kagome assustar-se um pouco.
"Eu... preciso que você venha pra casa... É urgente..." Ouviu ela soluçar do outro lado da linha e começou a se preocupar. Ela não era de chorar no telefone...
"O que aconteceu, Kikyou?" Perguntou com o tom de voz preocupado fazendo Kagome entristecer-se um pouco, virando o rosto para o lado logo em seguida.
"Eu só preciso que você venha pra casa... Não dá para explicar pelo telefone..." Ela tinha a voz chorosa e soluçava um pouco. Suspirou enquanto olhava para Kagome.
"Eu já estou indo" Desligou o aparelho e virou-se para Kagome. Sabia que ela estava triste, mas nada podia fazer. Tocou-lhe o ombro fazendo-a voltar a olhar para si.
"Avise ao Sesshoumaru que eu precisei dar uma saída...".
"Mas e o casamento?".
"Diga a ele que eu sinto muito... Mas é importante..." Afastou-se dela devagar e depois de um tempo começou a correr em direção ao seu carro. Ligou-o rapidamente e saiu em disparada em direção à Tóquio. Algo de importante havia acontecido... E tinha um mau pressentimento quanto a isso...
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Estacionou o carro e o desligou rapidamente. Saiu apressado do carro fazendo seu pé prender-se no cinto e conseqüentemente levando-o a um tombo. Praguejou alto enquanto tentava tirar o pé do cinto. Mas é como dizem... A pressa é a inimiga da perfeição. Ao invés de tirar o pé somente enrolou-o ainda mais. Rosnou e apertou sua mão direita fortemente. Contou até dez mentalmente e voltou a tentar soltar o pé, dessa vez com mais calma. Concluída sua luta com o cinto de segurança, levantou-se e fechou a porta do carro ativando o alarme logo em seguida. Correu para o prédio e parou em frente ao elevador. Este estava no sétimo andar, e descia lentamente.
"Anda... Anda..." Sussurrava enquanto olhava o marcador mudar lentamente. Logo o elevador parou no primeiro andar para seu alívio. Entrou rapidamente neste e apertou o botão de número seis, vendo a porta deste fechar-se lentamente. Os poucos segundos que ficara dentro do elevador pareceram horas. Quando ouviu um pequeno apito e viu as portas se abrindo suspirou aliviado e começou a correr pelo longo corredor. Parou na porta do apartamento e tentou abrir a porta. Estranhou esta estar aberta e a sala estar mergulhada em uma escuridão total. Passou os olhos pelo cômodo, mas desistiu e acendeu a luz. A viu encolhida em um canto enquanto um papel estava estendido sobre a mesa de centro. Andou calmamente até onde ela estava, ajoelhando-se ao seu lado.
"Kikyou?" Chamou-a baixo e somente recebeu um soluço como resposta. Suspirou e levantou-se indo em direção a mesa de centro. Pegou o papel e começou a lê-lo. A cada palavra que lia seus olhos arregalavam e suas pernas fraquejavam. Terminou de ler e piscou inúmeras vezes enquanto sentava-se no sofá. Seu rosto ganhara uma expressão assustada. O papel escorregou de sua mão e caiu no chão. Passou os olhos sobre ele novamente para ver se não estava sonhando.
Era um teste de gravidez... E dera positivo...
CONTINUA...
N/A: (entrando cercada por meus guarda-costas contratados – Inu, Kouga, Sesshy e Kyo) Er... hehehehe... Será que vocês ainda lembram de mim? (gota) Antes eu queria pedir desculpas pela demora. Eu sei que eu abusei dessa vez, mas eu realmente sinto muito. É que eu não tenho passado por momentos muito bons e quando eu estou deprimida eu não consigo escrever... Além de que eu reescrevi esse capítulo três vezes (gota)
Vou responder aos reviews agora!
RiNzInHa HiMe: Agradeço os elogios e sinto muito pela demora. Eu não gosto dela não... Pra mim a Kagome teria que tê-la deixado apodrecer naquele lago XD... Espero que goste do capítulo e que continue comentando.
Tia Hikari: XDDDD Eu sempre morro de rir com as suas reviews, tia! A Gy escreve muito bem mesmo, pena que ela pense o contrário. Manda um beijão pro tio Inu, ok? Espero que goste do capítulo!
Ninoka: Olá! Que bom que você gosta e acompanha o fic... Lembra uma história sua? Hehehehehe... Coincidências acontecem, não é mesmo? Espero que goste desse capítulo e que me desculpe pela demora
Ayame Yukane: Tia Ayame! Faz um tempão que a gente não se fala, não é mesmo? Eu odeio conversas com clima pesado no Msn... u.u... E olha que esses dias eu tenho tido bastante dessas conversas u.u... Espero que continue acompanhando o fic!
Eu: Obrigada pelos elogios, e me desculpe pela demora. Aqui está o novo capítulo e espero que goste.
Naku-chan: Não tem problema quanto a não ter lido antes, até mesmo porque eu demoro demais para postar capítulo (gota). Espero que continue gostando do fic! Beijinhos sobrinha!
CaHh Kinomoto: Oi! Tudo bem sim, e com você? XD Confesso que as vezes eu tenho pena da Kikyou nesse fic (gota)... Mas a pena logo passa XD Que bom que gostou do capítulo anterior, e espero que goste desse também.
Lara Higurashi: Olá! Obrigada pelo elogio e espero que continue gostando da história. Sinto muito pela demora mas espero que ela tenha valido a pena.
Dfiani: Olá! Que bom que gostou do fic, e espero que tenha melhorado da sua depressão. Espero que goste do capítulo.
Bia Potter: Oie! Fico feliz em saber que você gostou do fanfic, e me desculpe pela demora, mas sabe como é, a curiosidade faz as coisas ficarem ainda melhores XD
Mali Higurashi: Olá! Dupla perfeita? XD Er... Eu não acho isso XD Que bom que está gostando do fic, e me desculpe por tortura-la XD Não se preocupe que o Inuyasha com a Kikyou não fica, afinal nem eu nem a Gy apoiamos esse casal XD
Mk-chan160: Sabe... essa review me deixou bem chateada. Eu só queria deixar bem claro que eu não posso cumprir sempre os prazos para postar capítulo de fics. Eu não tenho obrigação de escrever, faço isso porque gosto, e muito menos tenho obrigação de ouvir desaforos de outras pessoas. Não me deixou nada feliz você me perguntar se eu tinha algum distúrbio por ter dado uma data e meses se passarem depois desta, mas sabe, eu não fico o dia inteiro no computador! Eu tenho minha vida, tenho que estudar muito mais que o normal já que ano que vem estarei fazendo pré-vestibular, além de que também tenho meus problemas! Enfim... Eu espero que o capítulo agrade a você.
Gabi: Olá! Tudo sim, e com você? XD Agradeço por me entender... Como pôde ver nós não desistimos do fic, é que eu andei meio sem inspiração durante um bom tempo, além de que a escola está um pouco mais puxada – segundo colegial não é nada fácil T.T – Espero que goste do capítulo!
Bom, as reviews acabam por aqui. Nossa! Foram 14 dessa vez! Foi o recorde de reviews em um capítulo! o/ Espero que tenham gostado desse capítulo e sinceramente espero não receber ameaças de morte (me escondendo atrás dos meus guarda-costas). Bom, a Gy-chan está sem internet então ela me pediu para pedir desculpas a vocês por não poder colocar uma nota aqui. Kissus!
