Imbranato
Autora: Christine Waters
N/A1: Harry Potter e companhia não pertencem a mim... infelizmente. Eu não ganho nada com essa história, só diversão e um eventual estresse. Quem ganha dinheiro com eles é J.K. Rowling, que teve a idéia primeiro e hoje é podre de rica.
Uns com tanto... outros com tão pouco... oh, vida cruel.
Capítulo 1:
Ron Weasley:
Certo, eu não vi isso.
Eu não vi isso.
EU NÃO VI ISSO!
Quem é que o Malfoy pensa que é! Está junto com o Harry a menos de uma semana e no terceiro dia já...
Tudo bem, eu vou me acalmar. Respirar fundo... Respirar fundo...
ELE FEZ DE NOVO! AHHHHHHHH!
Filho de uma elfa desgraçado! Dando essas cenas no café da manhã! Coitado do Harry, ele está vermelho de vergonha! Mas quem não estaria vermelho se seu namorado ( por Merlin, namorado! ) passasse a língua no seu pescoço enquanto você toma seu café da manhã?
E duas vezes!
As minhas mãos latejam para ir lá dar uma surra naquele sonserino desgraçado...
Mas aí Hermione me joga um feitiço. E Parkinson... bem, ela é bem capaz de me matar.
Tudo bem, eu vou me controlar e tentar comer mingau tranqüilamente, olhando para o outro lado para não ver Malfoy abraçado ( não, a palavra melhor seria agarrado ) com o Harry. Oh, Merlin, como ele pode fazer isso... às vezes não penso se o Malfoy não jogou um Imperius nele ou algo pior. Mas a cara do Harry de satisfação é genuína mesmo... por Morgana ...
Eu sei que existem gostos para tudo e todos. Mas porque, de todos os bruxos e bruxas do planeta o Harry teve que escolher justo o Malfoy? O Malfoy!
E pensar que a 3 dias atrás as coisas estavam tão normais... Eu, Harry e Hermione de um lado e Malfoy e Parkinson de outro. Mas, é claro, Eros teve que agir para perturbar e virar de cabeça para baixo as coisas, usando Mione e aquela sonserina com cara de buldogue desgraçada como cupidos. Agora, Harry e Malfoy estão agarrados do outro lado da mesa enquanto Hermione conversa animadamente com aquela múmia ! Elbereth, elas estão conversando! Conversando! E há três dias elas só faltariam se atacar...
E o mais assustador é que ninguém parece tão profundamente abismado quanto eu. Quer dizer, todo mundo ficou horrorizado no primeiro dia, claro. Harry Potter e Draco Malfoy, que no dia anterior só faltava se matarem, agora eram... namorados. Namorados. Oficial mesmo, com mãos dadas e tudo mais que a cerimônia manda. Não faltaram olhos arregalados e sussurros conspiratórios por onde eles passavam ( agarrados, claro). Sério, acho que tirando eu, a pessoa que ficou mais surpresa com os dois foi a Parvati, que só faltou desmaiar quando eles entraram no salão juntos. Sem contar as inúmeras garotas que entraram em depressão quando souberam que os dois melhores partidos de Hogwarts estavam juntos.
Mas no dia seguinte a escola já se acostumara com a cena bizarra, e os dois não enfrentavam mais do que alguns sussurros ainda incrédulos com a situação. Inclusive o Snape ( o Snape! o Snape! ),que não fez nenhum comentário sobre o fato de Harry e Malfoy sentarem juntos na aula de Poções. Sua máxima exclamação de espanto foi uma milimétrica levantada de sobrancelha esquerda. E só. Apenas reclamou quando os dois começaram a descuidar da Poção de Cura para ficarem juntos ( leia-se altos amassos nas últimas carteiras da sala).
Afinal, Hogwarts já viu coisa mais bizarra, quando ele começou a sair com a professora Sibila. Eca.
Agora, nesse café da manhã, todos estão conversando normalmente, como se fosse um fato comum do cotidiano Pasifae Parkinson e Draco Malfoy sentados à mesa da Grifinória, sendo que Parkinson está conversando com Hermione como se fossem amigas desde sempre, e Malfoy está sentado abraçado a Harry, observando-o como se ele fosse a coisa mais fascinante do mundo (e, ocasionalmente, lambendo seu pescoço).
Parece um sonho. Ou melhor, um pesadelo, daqueles que parecem demorar horas para terminar.
Mas esse já dura 3 dias.
O Harry está cego, só pode. Essa cara dele de... sei lá... felicidade... não vai durar muito tempo. Não com o Malfoy.
Aposto como esse rolo deles não dura nem uma semana.
Ok, agora eu vou comer o meu mingau tranqüilamente, fingindo que nem o Malfoy nem a sua fiel escudeira cara de buldogue estão na mesa da Grifinória.
Argh.
Tudo bem, eu vou respeitar os gostos alheios para companhias. È uma coisa que minha mãe me ensina desde que eu tinha uns 5 anos de idade.
Mas se o Malfoy lamber o Harry de novo, eu juro que mato ele.
ELE LAMBEU!
AGORA É QUE EU MATO ESSE SONSERINO DESGRAÇADO!
Pansy Parkinson:
Opa, perigo no ar.
O Draco também não tinha que ficar lambendo o pescoço do seu namoradinho. Eu bem que avisei para ele não, digamos, marcar território dessa forma. Primeiro, abraçando o Harry onde quer eles estivessem, da aula de Feitiços ao almoço.
Desnecessário.
Depois, beijos um pouco mais quentes que o recomendável na aula de Poções. Se o professor Snape não fosse diretor da nossa casa...
Agora, lambidas no pescoço?
O Weasley já tinha agüentado tudo, mas essa foi demais pro coitado. Depois que o Draco lambeu pela terceira vez o pescoço do amiguinho dele, ele ficou vermelho como um rabanete e com uma cara de fúria de meter medo até em Você-Sabe-Quem, se ele ainda fosse vivo, claro. Temo o que poderia ter acontecido a Draco se Hermione não tivesse levantado quase correndo para acalmar o cabeça de fogo.
Mas eu avisei ao Draco para não provocar o Weasley dessa forma... Aquele cara é uma bomba incendiária imprevisível. Se o Draco o irritasse, Ronald realmente não ia se incomodar em nocauteá-lo, mesmo que ele fosse o namorado do melhor amigo.
Afinal, antes de ser o namorado de Harry Potter, Draco Malfoy é um sonserino. E é exatamente assim que Weasley o vê desde que eles tinham 11 anos de idade. Às vezes os dois parecem dois crianções implicando, isso sim. Que coisa ridícula. Falta aos dois uma coisa chamada civilidade.
Também o Ronald não colabora. Ele deveria tentar esfriar aquela cabeça quente dele. Afinal, por Morgana, até mesmo aquela irmã pentelha dele já trata bem o Draco e eu!
Se bem que pela expressão dela, acho que sua vontade era de nos matar.
Ah, Weasleys. Você pode conviver com eles durante anos e eles ainda te surpreendem. Ou não.
Acho que a Granger conseguiu acalmar o Ronald. Sua expressão de fúria já diminuiu um pouco, embora seu rosto ainda esteja vermelho como seus cabelos.
As habilidades diplomáticas de Hermione são incríveis mesmo. Ela daria uma boa sonserina.
Espera aí, o que é que eu estou falando?
Hermione Granger:
Ai, essa foi por pouco...
Por que diabos o Malfoy tinha que ficar lambendo o Harry?
Estou começando a achar que foi simples e pura provocação ao Ron todos os espetáculos que ele anda dando.
Primeiro, logo no primeiro dia de namoro oficial, ele fica abraçado com o Harry todo o dia, desde o café da manhã até o jantar.
Na frente do Ron.
Tudo bem, essa passava com a justificativa que ele estava apaixonado e que não queria se desgrudar do Harry.
Depois, ele fica dando beijos cinematográficos no Harry durante a aula de Poções.
Com o Ron a duas carteiras de distância.
Tudo bem que ele sabia que nada ia acontecer com ele, se dependesse do Snape e sua famosa neutralidade quanto se trata dos alunos da Sonserina. Mas até a Parvati, aquela puta da Parvati, ficou impressionada pelo beijo, sinal que ele deve ter sido realmente... bem, realmente impróprio para o local.
Essa não tem paixão que justifique. Foi exibição mesmo. Podia ter dado aqueles amassos em algum lugar mais reservado.
Agora, essa de lamber o pescoço do Harry. Não uma vez, mas três vezes.
Com o Ron a 6 lugares de distância.
Pura provocação, não tem desculpa. Enquanto eu acalmava o Ron, o Malfoy estava morrendo de rir no seu lugar, enquanto Harry praticamente se afundava na mesa de vergonha. Mas acho que ele também estava rindo do ataque de fúria do amigo.
O Harry também... se ele ouvisse só a metade do que eu digo, essa cena do Ron poderia ter sido evitado.
Mas com o Draco do lado, ele não ouve nada, exceto o que o namorado disser, claro.
Oh, Elbereth... Eu e Pansy temos que conversar com esses dois. Quando nós armamos para eles ficarem juntos, nós não imaginávamos que eles... bem, que eles iam dar tanto na vista. Eu acho que eles estão levando muito a sério a bandeira " Tentar recuperar o tempo perdido".
Resultado do exibicionismo dos dois: eu tive que levantar e quase correr para evitar que Ron partisse o já machucado nariz empinado do Draco. Claro, porque Ron não ia se importar com o pequenino detalhe que, agora, o Draco é o namorado do Harry.
Não ia mesmo. Para Ron, antes de ser namorado do Harry, Draco é um nojento sonserino.
E isso nunca vai mudar. Bem que Ron avisou que não tratar o Draco melhor agora... mas eu achei que ele ia ter um pouco de bom senso e utilizar-se de civilidade com o Malfoy.
Doce ilusão. O Ron vai ser sempre o Ron cabeça-quente-odeio-aquela-fuinha, e o Draco vai ser sempre o Draco nariz-empinado-odeio-aquele-cabeça-de-rabanete. Quem sabe que com o tempo eles comecem a se aturar.
Preciso ter uma conversa muito séria com Harry e Draco. Nada garante que um dia eu não consiga segurar o Ron durante aqueles showzinhos exibicionistas deles. E quando isso acontecer, não vai ser uma amizade de 7 anos com o Harry que vai segurar o punho dele em encontro com a cara do Draco.
Ai, quero nem pensar.
Harry Potter:
Tudo bem, essa não foi legal.
Nenhum um pouco legal.
Tudo bem que o Draco lambendo meu pescoço era constrangedor, mas era extremamente ... hum, interessante.
Mas o que ele estava fazendo não era tão indecente a ponto de o Ron parecer que ia matar alguém!
Ou seria?
Bom, não me pareceu.
Está certo, talvez nós tenhamos passado um pouco do ponto. Talvez Draco tenha passado um pouco do ponto.
Primeiro, essa mania de ficar me agarrando em qualquer lugar que estejamos juntos, da aula de Poções à Trato de Criaturas Mágicas. Tudo bem que eu adoro o Draco, mas... realmente às vezes esse excesso de carinho dele é meio chato.
Pelo menos em público.
Segundo, na aula de Poções. Ao contrário do que Hermione disse, eu não dei um showzinho exibicionista. Eu realmente não percebi que:
1- Eu estava passando dos limites.
Bem, isso eu reconheço. Se até a Parvati – a Parvati!- falou que nós passamos dos limites, é porque... nós passamos dos limites.
2 -O Ron estava ficando roxo.
Isso não tinha como eu perceber, por Elbereth! O Ron estava a duas carteiras de distância!
Mas, segundo Hermione, toda a classe ouviu os ruídos estranhos que ele fazia com a garganta enquanto seu rosto mudava de cor. Mas, tirando nas aulas e nos deveres de casa, eu não posso levar a Hermione realmente a sério.
Ela fala, por exemplo, que eu fico surdo quando estou com o Draco. Que coisa mais absurda.
Fala sério.
3 – Que a minha poção estava começando a derramar.
Bem, eu nunca fui um primor em Poções, mesmo...
Mas hoje foi diferente. Quando o Draco começou a lamber meu pescoço, eu percebi que o Ron estava ficando vermelho como os cabelos. Bem, eu realmente tentei falar com o Draco, mas depois ele lambeu meu pescoço pela segunda vez, e aí... As coisas saíram um pouco da minha vontade.
Depois que o Draco passou a língua em mim pela terceira vez, eu só vi o Ron ficando com uma expressão de raiva mortal e depois Hermione correndo para impedi-lo de vir para o lado em que eu e Draco estávamos, enquanto Pansy dava risinhos disfarçados.
Tudo bem, a mesa do café da manhã talvez não seja o melhor lugar para lamber o namorado, ainda mais três vezes, mas o Ron está exagerando. Quando ele apareceu abraçado com a Luna no ano passado eu não fiquei vermelho ou/e roxo e fazendo ruídos com a garganta todas às vezes em que eles se beijavam.
Ok, essa foi uma comparação péssima. Tudo bem que a Luna diz umas coisas que ninguém entende ocasionalmente, mas ela nunca foi a minha pior inimiga de colégio, que, no dia seguinte, era simplesmente a namorada do meu melhor amigo.
Agora eu me encontro numa situação difícil. De um lado, o Ron, meu amigo desde a primeira vez que eu embarquei para Hogwarts. Do outro lado, está o Draco, que é... meu namorado. E ele é tão adorável...
Ai, eu acho que estou começando a ficar muito apaixonado por ele.
Isso é perigoso.
Draco Malfoy:
Uau! Eu sei que eu sou ótimo, mas dessa vez eu me superei.
Ok, eu assumo, eu lambi o pescoço do Harry só para ver de que cor a cara do Weasley ia ficar. Eu apostava no roxo, mas... pelo visto hoje ele resolveu variar e ficou da cor de um tomate.
Foi engraçado.
Pensando bem, acho que a cara do Weasley foi um brinde. O melhor mesmo foi a cara do Harry quando eu lambi o pescoço dele 3 vezes.
Ele fica tão adorável quando está vermelhinho... diferente daquela cara horrível de vou-estrangular-você do Weasley. O idiota pensa que mete medo em mim. Panaca.
Mas ao contrário do que Pasifae possa dizer, eu não estou fazendo isso para provocar o Weasley ! Pelo menos não tudo.
Um, se eu vivo agarrado com o Harry, é pelo único e exclusivo fato de que eu realmente gosto dele. Se eu fico junto dele do café da manhã até o jantar, é porque eu estou tentando recuperar os malditos anos que eu fiquei longe dele. E eu ficaria agarrado a ele com o Weasley do lado ou não. Eu não me importo se aquela coisa está a dois metros ou a dois quilômetros. Diferentemente do que Granger e Pansy acham, eu não fico abraçado com o Harry só para ver a cara de fúria do cabeça de fogo. Isso vem como um bônus adicional.
Falando em Granger e Pasifae, as duas estão bem alegrinhas no meio da mesa, conversando como se fossem melhores amigas desde sempre. Na verdade, elas não parecem amigas, parecem...
Ah, esquece.
Ontem, segundo Harry, Granger deu nele um esporro fenomenal pelo seu suposto show exibiconista comigo na aula de Poções. Isso é completamente absurdo, pois:
1 - Para começar, a única pessoa que tem direito a dar esporro no Harry sou EU. Se bem que ele é tão gracinha que eu acho que nunca vou precisar disso.
2 - Nós não estávamos dando show exibicionista na aula de Poções!
Nós já havíamos terminado de picar, fatiar, separar e todo o diabo dos ingredientes da poção e estávamos apenas esperando cozinhar. Como não tínhamos nada para fazer durante isso, resolvemos namorar um pouco, já que não nos beijávamos desde o café da manhã uma hora atrás, ou seja, uma eternidade.
Ok, nós podemos ter passado um pouco do limite, Mas ninguém devia estar espionando os amassos alheios, nem aquela tal Parvati, nem a Granger, nem a Pansy e muito menos o Weasley. Nós estávamos no fundo da sala, não incomodávamos ninguém... São fofoqueiros, isso sim.
Eles deviam arrumar bocas para beijarem, assim não ficavam invadindo a privacidade dos outros.
Bando de encalhados.
Se bem que a última coisa que a Parvati e o Weasley são é encalhados. Parvati é a maior... deixa eu ver... lambisgóia da escola desde Cho "Galinha" Chang, e olha que superar o recorde daquela chorona é difícil. Já o Weasley sai com aquela retardada da Luna Lovegood a um ano, então ele definitivamente não está encalhado. Mas que ele possui um gosto duvidoso...
Ok, eu não vou discutir preferências. Talvez aquela tal de Di-Lua beije bem.
Pelo visto o Weasley se acalmou agora. A namoradinha loira de cabelo sujo parece que veio da mesa da Corvinal para consolá-lo, enquanto ele provavelmente xinga todos os Malfoys desde Morgana. Não que eu realmente me importe. Nada do que ele me disser ou fizer me atinge, afinal eu finalmente estou com Harry, depois de muitos anos escondendo meus sentimentos. Não vai ser um ciúme imbecil dele que vai me derrubar agora.
Afinal, Malfoys são perfeitos. Combinados com Potters, são deuses.
N/A2: E então? Como está? Uma droga? Uma maravilha? Podre? Um clássico do slash? Continuo ou deleto?
Eu só vou saber se vocês deixarem reviews...
