III – A Perdição...

Enquanto se lembrava, Camus sorria e ao mesmo tempo sentia o coração apertar, mas decidiu não dizer nada a Milo, ele provavelmente voltaria mais tarde e lhe faria a mesma pergunta. E Camus já não sabia mais o que iria lhe responder.

Durante a noite, os dois adolescentes tinham a mente devaneando sobre uma mesma pessoa: Saga. Milo ainda sentia os lábios inchados pelo beijo e o corpo ardendo pelo desejo de tê-lo novamente perto de si. Mas, também chegava à conclusão de que desejo e amor eram diferentes e, embora não amasse Saga, embora só sentisse um carinho especial pelo mais velho; desejava-o mais que tudo àquela hora. Mais até do que Camus.

Esperou amanhecer e, como se tratava de uma quarta-feira, sabia que Saga passaria quase toda a manhã e parte da noite junto de Aiolos e do Grande Mestre, tratando de assuntos relacionados ao Santuário e também das vilas próximas. Pela primeira vez em meses, acordara cedo e já descia para a arena, treinaria um pouco naquele dia, mas era só para não se manter ocupado pensando no que faria a respeito de seus devaneios. Não esperou por Camus, se começassem a conversar logo cedo, com certeza o dia acabaria mal e não conseguiria ir em frente com seu plano. Decidiu que também não diria nada ao francês, ele poderia não gostar e isso com certeza o desencorajaria.

Os primeiros raios de sol mais quentes começavam a iluminar a arena, percebeu que alguns Cavaleiros já estavam treinando por ali há algum tempo, entre eles Aiolia e o irmão, além de Shura e Saga, que treinavam ataques com antigas armas do exército do Santuário. Saga atacava com uma lança e Shura defendia-se com um escudo. Milo parou ante a entrada, apenas observando como Saga movia-se magistralmente, com elegância e com firmeza ao mesmo tempo.

"Acordou cedo..." – uma voz fria o tirou do transe.

"Praticamente não dormi." - Milo respondeu, sem tirar os olhos da luta.

"Eu também quase não dormi. O pior é que ficarei parte da manhã e da tarde com Aiolia, Shura e Aldebaran, treinando o exército e mais tarde, liderando com eles a guarda."

"Justamente o que você não gosta, Camus!"

"Amanhã você vai liderar os treinos e a guarda..."

"É..."

Continuaram observando Saga e Shura, ambos sem assunto para prosseguir com uma conversa. Camus não conseguira dormir a noite toda, pensava que se fizesse a vontade do escorpiano – e a própria – de iniciar algo mais sério, estaria indo contra o que lhe fora ensinado por seu mestre. Passou a noite inteira pensando nas conseqüências do que esses atos provocariam, mas se esqueceu que passaria o dia liderando a guarda. Poderia ter feito isso enquanto estivesse passando horas e horas de pé treinando o exército do Santuário.

Enquanto os dois estavam perdidos em seus pensamentos, a luta entre Saga e Shura chegou ao fim e, enquanto se cumprimentavam, Shura percebeu um corte não muito fundo, mas que sangrava muito, no braço esquerdo de Saga. Imediatamente, pediu que o amigo o seguisse até a enfermaria, mas lembrou-se que o Grande Mestre lhe pediu que fizesse um favor assim que terminasse a luta, e o mensageiro do Templo já estava ali à sua espera. Saga olhou em volta, percebendo a presença de Milo e disse que este poderia ajudá-lo. Shura assentiu e partiu com o mensageiro, enquanto Saga caminhava na direção de Milo e Camus.

"Milo, poderia me ajudar com esse ferimento? Não é nada importante, mas se não der um jeito nisso, Shura não lutará mais comigo."

Milo observou o ferimento. Não parecia ser tão grave, mas sangrava muito. Olhou para Camus, que indicou que fossem a enfermaria e acabou por acompanhá-los.

"Bem, apesar de ter vindo com vocês, minha presença não é necessária por aqui, além do que a minha tarefa hoje é liderar os treinos gerais." – Camus sorriu, deixando a enfermaria.

"Bom treino, Camus!" – A voz doce de Milo o aqueceu por dentro, fazendo-o parar. Mas, antes que se virasse e corresse para abraçá-lo, apenas o agradeceu, sem virar-se.

Saiu de lá um tanto atordoado com o que acabara de sentir. Apressou-se, estava um pouco atrasado e não gostava de se atrasar para nada.

Saga sentou-se numa das muitas macas que preenchiam o espaço da enfermaria, enquanto Milo procurava por bandagens e gazes. Saga apenas observava-o; Milo sabia exatamente o que fazer e era extremamente prestativo. Sorriu, sabia que essa era mais uma das qualidades do escorpiano.

"Saga, posso estender seu braço?" – Milo perguntava antes de tocar em Saga. Apesar de ser apenas um corte, poderia estar doendo.

"Claro!" – Saga esticou o braço na direção de Milo, que olhava o ferimento, analisando-o minuciosamente. Sentou-se ao lado de Saga, esticando o braço em sua direção e com uma toalha limpa, embebida em um anti-séptico, passava-a pelo ferimento. Saga não pôde deixar de conter um gemido de dor que fez Milo rir baixinho.

"Tá doendo?"

"Sim... não, quer dizer, não." – Saga sentiu o rosto corar ante o olhar de Milo, que lhe sorriu.

"Isso faz arder, mas já passa. Segura a toalha pra mim, acho que vai precisar de pontos."

"Você sabe fazer isso, não sabe?" – Saga pareceu um tanto aterrorizado, o que fez Milo rir mais ainda.

"Está vendo isso?" – Milo colocou a bandeja de sutura em cima da maca e esticou a perna na direção de Saga, mostrando-lhe uma pequena cicatriz na altura do joelho.

"Sim..."

"Isso foi obra de uma brincadeira envolvendo Aiolia, uma espada e eu... tive que dar pontos na minha própria perna e nem doeu... portanto eu sei o que faço!" – e piscou para Saga, que riu timidamente.

Não podia dizer mais nada, nem reclamar. Ele sabia o que estava fazendo.

Milo sentou-se novamente ao lado de Saga, retirando a toalha que o mais velho segurava sobre o ferimento, pegou uma bandagem e secou o pouco de sangue que insistia em sair. Aplicou uma pomada anestésica e logo em seguida, deu apenas três pontos, fechando o corte. Aplicou outra pomada e colocou uma gaze por cima do ferimento.

"Pronto... evite molhar, senão isso vai coçar como o diabo."

"Obrigado, Milo."

Ficaram se olhando. Milo queria muito lhe dizer que ficara pensando no beijo e na vontade que teve para pedir outro daqueles. Também queria dizer que se entregaria porque era desejo puro que sentia por ele.

"Tenho que ir... O Grande Mestre nos espera pela manhã e eu tenho que colocar os trajes cerimoniais. Obrigado, Milo."

"Ah, claro. Vou treinar um pouco também. Bom dia."

Antes de sair, Saga aproximou-se de Milo mais uma vez e beijou-lhe a testa, em sinal de agradecimento. Afagou-lhe os cabelos e logo em seguida se retirou. Parecia que a tentação era muito grande se ficasse ao lado do escorpiano. Milo sentiu a mesma coisa. Colocou a enfermaria em ordem e seguiu para a arena, afim de se exercitar um pouco.

A manhã de treinamento do exército seguiu sem nenhum tipo de problemas. Algumas amazonas treinaram junto ao batalhão; eram poucas, mas suficiente para tirar a atenção de alguns mais desavisados. Dentre eles, Aiolia, que estava de olho em uma das amazonas, Marin.

Enquanto Aiolia conversava com a amazona, Camus e Aldebaran discutiam sobre o treinamento da tarde; queriam simular um ataque ao Santuário, mas achavam que parte do batalhão não estava preparado. Resolveram então que os treinamentos seriam físicos e depois usariam armas.

Na hora do almoço, seguiram então para o refeitório, e Camus vasculhava o lugar com os olhos, a procura de Milo. Em vão, já que o Escorpião não se encontrava lá. Resolveu então sentar-se junto dos companheiros para almoçar, e assim aproveitaria para informar Aiolia dos treinamentos da parte da tarde.

Longe dali, deitado perto das árvores onde costumava ficar para ter um pouco de paz, Milo descansava o corpo. Decidira estender o treinamento físico um pouco mais, agora estava um pouco cansado. A mente não parava de devanear sobre Saga e, às vezes, Camus também entrava neles. Mesmo desejando-o tanto, àquela hora era somente o desejo de ser de Saga que falava mais alto. Suspirou e se levantou, seguindo para sua Casa. Sabia que acabaria queimando todos seus neurônios tentando tirar uma conclusão sobre o assunto, mas não chegaria a nada. Só conseguia sentir o corpo pegando fogo.

Entrou em seu quarto, olhou ao redor e começou a ajeitar a bagunça, como se assim pudesse parar de pensar nos dois. Quanto mais tentava, mais sentia seu corpo pedir por alívio. Não agüentou, seguiu para o seu banheiro e enfiou-se embaixo de uma ducha fria, quase gelada.

Esperava que a água fria espantasse o desejo por sexo, mas na verdade, ela só o atiçou mais. As mãos percorriam o corpo, tocando-o e o arrepiando por inteiro. Já não estava se masturbando pensando em Camus, era em Saga que a mente viajava e era por seu corpo que Milo pedia. Ao alcançar o êxtase e, apesar de chamar por Camus, a mente o traiu, pensando em Saga.

Não dava mais para ignorar. Procuraria Saga naquela tarde mesmo.

Estava entediante liderar aquele exército, especialmente àquela tarde. Aldebaran já não agüentava mais, Aiolia tentava dobrar Shura a deixar que terminassem o treinamento por ali mesmo e, para Camus, tanto fazia qual decisão eles tomassem.

Logo, um mensageiro do Mestre chamou Shura, e disse que o Grande Mestre queria vê-lo, e que os demais Cavaleiros não saíssem de seus postos.

"Lá se foi a minha tentativa de sair daqui mais cedo... "– Aiolia resmungou.

Os comandados somente olhavam, sabiam que pagariam por isso.

A reunião do Grande Mestre só se estendera a Shura e Aiolos e, com certeza, se referia a algo que envolvia a parte dos exércitos do Santuário. Saga não fora chamado à reunião porque o Grande Mestre o incumbiu de assuntos relacionados às vilas ao redor do Santuário, algumas visitas. Mas Saga não as faria naquela semana, deveria planejá-las antes, pois também se tratavam de visitas feitas pelo Grande Mestre.

Resolveu voltar à Casa de Gêmeos, descansar um pouco. Não havia feito a sesta depois do almoço; aquela era a hora certa para pôr a mente em ordem. Iria tomar um banho rápido e descansaria por algumas horas, levantaria-se e iria jantar com os companheiros.

Desfez-se da curta túnica assim que adentrou seu quarto. Espreguiçou-se e andou felinamente até o banheiro, onde abriu a torneira do chuveiro e enfiou-se debaixo dele. A água fria caía por seu corpo, escorrendo pelos músculos definidos do abdome que eram acariciados por uma das mãos livres de Saga. A outra se apoiava na parede de azulejos brancos, onde a cabeça também descansava. Ouviu um barulho e sentiu uma presença que na hora não soube identificar; desligou o chuveiro e enrolou a toalha felpuda na cintura, indo até a entrada do banheiro e constatando que o barulho vinha da presença de Milo em sua casa. Enxugou-se e vestiu uma túnica clara, um pouco acima do joelho. Prendeu os cabelos molhados numa trança solta e seguiu descalço até onde Milo se encontrava.

"Saga? Eu... eu precisava falar com você." – apesar de decidido, estava nervoso e sentiu-se mais ainda ao ver Saga daquela maneira.

"Pois então, sente-se e conversaremos, Milo." – indicou com a mão o divã e sentou-se de frente para ele, num descanso para os pés.

"Quando esteve em minha casa e me disse que não precisava de amor... eu senti desejo... quis que você ficasse comigo aquela noite."

"Não se precisa de amor, Milo... desejo já basta." – disse, sorrindo para o garoto.

"Eu entendi isso.. e é por isso que estou aqui... estou te desejando muito, Saga. "– Milo abaixou a cabeça e levantou o olhar azul em direção a Saga. Sim, era desejo e não mais que isso.

"Me deseja tanto assim, Milo?"

"Te desejo o bastante pra me entregar à você."

Saga sentiu-se confuso. Como acabou caindo no jogo de Milo e não percebendo? Como? Não, Milo era só um adolescente cheio de hormônios, vontades e desejo, muito desejo. É claro que o queria também, mas será que Milo não se arrependeria depois?

"Milo, preciso pensar..."

"Que seja..." – o grego resmungou, deitando-se no divã e brincando com uma mecha de seu cabelo.

"Camus recusou?"

"Sabe que sim, e você mesmo se insinuou para mim... Sei que não me ama, mas eu também sei que eu te desejo, que você também está me desejando!" – olhou-o, largando o cacho que brincava antes.

Saga observou-o por alguns minutos. A pele macia, os lábios vermelhos e o perfume do corpo de Milo o enlouqueciam. Não se lembrava de quem havia começado o jogo e se perguntava como Camus podia ser tão forte se esquivando de tanta sensualidade. "É claro, Camus chega a ser tão sensual quanto Milo..."

Levantou-se, caminhou até o divã e se ajoelhou na frente de Milo. Segurou suas mãos e fez com que este se levantasse, ficando com o quadril na altura da cabeça de Saga, que começou a beijar as coxas torneadas do garoto à sua frente, logo subindo para seu tronco e levantando sua curta túnica. Percebeu que Milo estremeceu ante o contato de sua boca na pele morena, e então notou um volume entre as pernas do grego, fazendo-o rir antes de continuar a explorar o corpo à sua frente.

A boca seguiu trilhando um caminho de beijos e mordidas pelo tórax de Milo; Saga mordeu o mamilo direito, arrancando-lhe um gemido alto e cheio de prazer do adolescente, que corou de vergonha, levando a mão à boca, como se estivesse se repreendendo do ato. Saga então beijou o mamilo mordido, passando as mãos pelos braços de Milo, levantando-os e assim, podendo tirar a túnica que o escorpiano vestia. Retirou-a de Milo, que levou as duas mãos ao rosto de Saga, puxando-o para um beijo.

Inebriado... essa era a sensação que sentia ao estar com Milo. Ele agia instintivamente, não se importando com o que Saga pudesse pensar e nem com seus próprios pensamentos. Era estar com Saga que importava agora. E, para o mais velho, estar com Milo era o mais importante.

Continuou beijando Milo, desta vez mais intensamente; distribuía seus beijos pelo corpo moreno à sua frente, passando pelo pescoço, pelo tórax e chegando ao baixo ventre, livrando-se da única peça de roupa que ainda insistia em permanecer no local. Viu então a ereção de Milo, e começou a beijá-la, fazendo-o estremecer. Percebendo o tremor, Saga fez Milo sentar-se e logo deitou-se novamente no divã, ficando de quatro por cima dele, ainda dando atenção ao seu sexo. O escorpiano gemia bastante, incitando Saga ainda mais.

Quando aquela criança marota deixou de ser criança? Quando começou a ser sensual daquela maneira? Saga se perguntava enquanto atendia os desejos de Milo de não parar a felação. Não que estivesse se sentindo culpado, mas não sabia como e com quem Milo aprendera a ser daquela maneira. Com Camus? Não, o francês não era tão direto, era mais de gestos do que de palavras. A verdade era que não pararia por ali, e se tal idéia passasse por sua cabeça, faria de tudo para trancá-la no lugar mais obscuro e perdido de seu cérebro.

"Milo, me acompanhe..". – livrou-se da tentação de possuí-lo ali mesmo, de qualquer jeito, apenas saciando ambos os corpos. Segurou a mão do outro, sob protestos, levando-o dali.

Saga conduziu-o para seu quarto; a cama seria mais apropriada para ambos, já que aquilo poderia durar horas e horas. Deitou-o na cama, perdido em seus desejos de como o possuiria, tentando encontrar a melhor forma de não machucar o corpo virgem à sua frente.

"Saga, me possua, por favor... "– Obviamente, perdeu a linha de pensamento ao ver Milo com as pernas abertas, fazendo-lhe esse pedido numa voz carregada de sensualidade.

Enquanto seguia na direção de Milo, Saga pensava que este sabia como seduzir qualquer pessoa, e que realmente Camus não sabia o que estava perdendo. Ao aproximar-se da cama, observou atentamente o corpo antes de deitar-se por cima dele, beijando-o voluptosamente. Sentiu o quadril de Milo esfregando-se contra o seu, um pedido mudo de alívio. Voltou-se para o baixo ventre, atendendo o pedido de Milo: lambeu toda a extensão da ereção do grego e suas coxas. Depois desceu mais um pouco, lambendo sua entrada também. Milo apenas gemia, extasiado pela sensação.

Saga parou então para observar a expressão de prazer de Milo. Já não agüentando mais, ajoelhou-se e retirou a própria túnica sob o olhar febril de Milo, jogando-a longe. Levou dois dedos à boca, chupando-os com vontade, voltando novamente para o quadril de Milo. Colocou os dois dedos na entrada, apenas massageando-a. Quando julgou-o pronto, enfiou o primeiro dedo e, logo em seguida, sem que o outro tivesse tempo de se acostumar, enfiou o outro dedo.

Nenhum pensamento coerente passava pela cabeça de ambos, não àquela hora.

Ao ser invadido daquela maneira, Milo sente-se incomodado. A dor parecia querer rasgar-lhe aquela parte do corpo. "Dói! Dói!", queria gritar, mas a dor não era de toda, tão má assim. Mordia os lábios ao imaginar como seria quando Saga estivesse ali, por inteiro. Quando deu por si, rebolava e pedia por mais, que Saga desse mais prazer a ele. O geminiano somente sentiu o baixo ventre fisgar ao ver a cena. Poderia chegar ao clímax se continuasse vendo Milo daquela maneira.

Retirou, então, seus dedos e o penetrou de uma vez. Um grito rasgou a garganta de Milo, tirando Saga do transe, fazendo-o ver que lágrimas escorriam pelo rosto bronzeado. A dor, em contrapartida, não era nada tão grave, principalmente ao ver o lábio inferior sendo mordido, num sinal claro de prazer. É o bastante para Saga começar a se mover dentro de Milo. Começa devagar, a resistência imposta pelo anel virgem do jovem o fazendo tremer e continuar num ritmo um pouco mais forte.

Milo sentia-se num estado puro de prazer, não conseguia parar de gemer a cada estocada de Saga. Num gesto involuntário, joga a cabeça para trás, deixando o pescoço à mercê do outro grego, que beija e mordisca a pele que está sendo oferecida. Milo não sabia o que o fazia gemer mais àquela altura: seria a língua de Saga em seu pescoço ou seu membro saindo e entrando todo dentro de si?

"Mais rápido... mais rápido..."

Se a voz não fosse puro desejo, Saga poderia jurar que tratava-se de um mantra. Era como se fosse uma oração repetitiva; de repente, os gemidos foram trocados por palavras simples, mas de um sentido único: satisfação. Não pôde deixar de atender mais um capricho e, em pouco tempo, a frase fora trocada pelo som da respiração entrecortada de Milo, já sem folêgo para dizer mais alguma coisa. O corpo acima do seu continuava no ritmo frenético, denunciado pelo som dos quadris se chocando. Para Milo, aquilo soava como ópera e o ápice, para ele, acabara de chegar: espasmos sacudiam seu corpo, a respiração não seguia seu ritmo normal, o coração disparou e a pele ardia em febre.

Saga sorriu ao sentir que o orgasmo de Milo molhava o abdôme de ambos. Arrebatador.

Não satisfeito, Milo entrelaça suas pernas na cintura de Saga para que este o penetre mais fundo; o geminiano estoca o corpo de Milo mais algumas vezes e, ao senti-lo contraindo-se em seu volume, Saga não se segura mais, gozando e inundando Milo com seu líquido. Mexe-se mais algumas vezes dentro do escorpiano, gemendo junto deste e logo em seguida, cai em cima de Milo, completamente exausto.

Os tambores do final da ópera anunciam seu fim. Saga observa Milo; o corpo parece não ter vida e a expressão de luxúria esvaiu-se de seu rosto. Sorriu, acariciando a pele macia do mais novo e notando que o corpo ainda estava quente.

"Provavelmente está desmaiado. "– sorriu, acomodando sua cabeça no ombro do "desfalecido, porém feliz".

Saga sente as costas sendo acariciadas por mãos sedosas, num carinho confortante. Não percebeu que já não estava em cima do escorpiano, aliás, achou que o ato havia sido fruto da sua imaginação pela insônia que o adolescente vinha lhe causando. Virou-se, então, olhando Milo à sua esquerda, absorto em seus pensamentos e com um sorriso maroto nos lábios.

"Não vai me dizer que se arrependeu?"

"Algum tolo já se arrependeu de tal ato? Quero dizer, feito com maestria, por você?"

Saga riu.

"Não, mas sempre tem alguém que age por impulso e, depois não consegue lidar com a situação."

"Foi desejo... eu já disse." – Milo suspira. Não pensara em Camus, mas agora este vinha-lhe à mente.

"Eu sei... "– sorri, esticando a mão para tocar o rosto pueril que está a centímetros de suas mãos. Milo aproxima-se mais para receber o carinho.

"Posso te dizer uma coisa?"

"Pode... "– Saga olhava-o intrigado.

"Quando eu estava quase gozando, comparei nosso ato com uma ópera." – Milo dizia isso, sentindo o rosto corar. Não era para menos, nunca havia se sentindo assim e muito menos, dito isso à alguém. Apesar da expressão de admiração, Saga sentiu-se contente, já que poucos haviam sido tão honestos e Milo, em particular, o tirou do sério.

"Já me disseram isso... Qual ópera?"

"Fortuna... acho que é Carmina Burana... ela começa lenta e, chegando na metade, o ritmo se intensifica, um clímax. Nos final, os tambores começam rápido e vão diminuindo..."

Saga sorri novamente, dessa vez um pouco mais sem jeito, fato despercebido por um Milo sorridente.

"Você vai contar para Camus?"

"Vou, mas não agora... preciso conversar com ele, antes de mais nada."

Silêncio. Milo levanta-se da cama e, quando vai sentar-se ao lado de Saga, uma dor indiscreta arranca-lhe um gemido.

"Vai ficar assim por um tempo." – Saga ri ao ver a cara de assustado de Milo. – "Daqui uns três dias você estará melhor, não precisa fazer essa cara!"

Milo olha pela janela e vê que já está escuro. Algumas servas acendem as tochas que iluminam o caminho das Doze Casas.

"Eu gostaria de ficar mais e ser um poquinho mais experiente, mas já deve passar das sete da noite. Sei que é quarta-feira e nesses dias você janta com o Mestre..."

"Eu simplesmente perdi a hora! "– Saga procura desesperado por um relógio; ao encontrá-lo constata que está atrasado sim. Milo termina de vestir-se sob o olhar de Saga, desta vez, terno.

"Muito obrigado, Saga..." – Milo abaixa a cabeça e sente-se beijado, na testa enquanto Saga afaga-lhe os cabelos.

"Não há o quê agradecer... nada vai mudar, saiba disso."

Milo sorri. O corpo, agora saciado, não reclama mais, mas o coração, esse sim, ainda pede por amor. E só há uma pessoa que Milo quer que ofereça esse amor.

Camus não se assustou ao passar pela Casa de Escorpião e constatar que seu guardião não estava lá. Na verdade, não vira Milo desde a manhã e, mesmo sentindo que precisava falar com ele, não teve coragem de procurá-lo. Poderia ter dado uma desculpa qualquer e se ausentado alguns minutos do treino do exército, mas o orgulho e a falta da coragem não o deixaram. Olhou mais uma vez o interior da Casa e então seguiu para seu Templo.

Milo seguiu devagar pelo caminho principal das Casas Zodiacais, a dor ainda lhe tirava do sério, mas se permitia sorrir ao se lembrar da produtiva tarde que tivera com Saga. Sentia-se realizado; arrepiava-se ao se lembrar dos momentos mais intensos. Qualquer um que o visse subindo as escadas, acharia que se tratava de um bobo sorridente.

Já Saga, acabava de banhar-se rapidamente para tirar os vestígios de sexo de seu corpo; estava atrasado e com certeza, não conseguiria parar de pensar em ambos: Camus e Milo. Como ambos podiam ser ao mesmo tempo tão diferentes e tão iguais? Apesar de aparentar ser tão frio, Camus podia ser tão sensual quanto Milo e talvez fosse isso que tirasse o escorpiano do sério. Sorriu, constatando que o aquariano e o escorpiano deveriam ficar juntos. A mente, um tanto quanto devassa, se imaginou estar entre os dois. Logo após esse pensamento, repreendeu-se e saiu debaixo da água, enxugando-se e vestindo-se apressadamente e evitando pensar nos dois

Milo finalmente chegou em seu Templo. O corpo dessa vez clamava por um banho morno, já que aquela dor não passava. Seguiu para o banheiro, abrindo as torneiras da banheira de mármore branco e tirando a roupa, jogando em um canto qualquer. Olhou a banheira, com a água já quase na metade e pensou como faria para sentar-se ali. Sorriu bobo, daria um jeito. Instintivamente, seguiu para a janela do banheiro, de onde era possível se ver a parte leste das Casas Zodiacais e olhou para Aquário. Viu a luz fraca do quarto de Camus; pelo horário, o francês deveria estar fazendo suas leituras diárias. Suspirou e voltou novamente para a banheira, fechando as torneiras e entrando com cuidado na água, morna e relaxante. Ao sentar-se, mesmo com todo cuidado possível, não deixou de exclamar um ´ai!´ e morder o lábio. "Se é o preço a pagar...", pensou, sem conseguir concluir. Mas sorriu maliciosamente antes de encostar na borda da banheira.

Apesar da dor chata, o sono veio rápido. Dormiu pesadamente e acordou atrasado, repreendendo-se por dar mau exemplo aos guardas que seriam treinados por ele naquela manhã. Nem tomou café, vestiu-se e seguiu para a arena, em passos não tão rápidos, já que a dor não havia passado.

"Milo, está atrasado, cazzo!" – Máscara da Morte gritava ao avistar o grego chegando perto da arena. – "Eu tive que começar a dar o treino físico pra esses sonsos e essa semana isso era tarefa sua, seu filho da ..."

"Deixa ele em paz... Vai, você já começou, então termina! "– Aiolos interviu a favor do grego, mandando Carlo seguir com sua tarefa.

"Desculpa Aiolos, eu perdi a hora." – Milo suspira resignado, mas procura por alguém na arena.

"Algumas pessoas já treinaram e liberaram a arena... Camus estava procurando por você, ele estava treinando com Aiolia." – Aiolos diz, fazendo Milo suspirar novamente.

"Bem, eu preciso começar a treinar... obrigado, Aiolos! "– e bate no ombro do mais velho.

A verdade é que Milo não sabia como treinaria, a bendita dor não passava. Acabou por convencer-se de que aquilo era psicológico e trancafiou-a no fundo de sua alma. Aquilo funcionou por horas, até Camus o encontrar. De repente, a dor voltou.

Camus queria muito conversar com Milo; havia pensado durante a noite e concluiu que não se tornaria fraco em quebrar os ensinamentos passados durante centenas de anos pelos Cavaleiros da Ordem do Gelo e se entregar àquele que havia roubado sua sanidade... Não se tornaria fraco, apenas desertor, mas isso ficaria entre os dois; além do que não revelaria a Milo que sentia algo mais profundo por ele. Observava-o de longe e podia jurar que algo não estava bem no amigo. Não era falta de vontade de treinar, era como se Milo estivesse doente, com alguma dor. Continuou treinando com Aiolia, mas sempre observava-o de longe.

"Vamos, agora é a hora da pausa, bando de incompetentes!" – Máscara da Morte não era o mais preferido do contigente de guardas do Santuário, mas pelo menos os faziam treinar. Após o descanso dado, seguiu para longe da arena afim de descansar um pouco. Milo continuou perambulando até que Camus se aproximasse.

"Milo? Aconteceu alguma coisa com você?" – Camus se aproximou, andando lado a lado com o grego.

"Não, por quê?" – tentava disfarçar ao máximo, pois não queria parecer ridículo. Olhava o jovem à sua frente, a pele alva, as sardas que adornavam o rosto e os ombros... suspirou.

"Você está meio diferente hoje..." – Continuou caminhando ao lado de Milo, corando por sentir o olhar cheio de admiração sobre si.

Chegaram a uma parte da arena mais afastada; Milo passou as costas da mão direita pela face alva de Camus. Poderia ter se deitado com outro, mas o coração pertencia ao francês à sua frente. Camus sorriu com a carícia, era uma das poucas vezes que demonstrava que gostava desse tipo de carinho que recebia.

"Preciso te dizer uma coisa... "– Camus começou dizendo, sempre olhando nos olhos azuis de Milo.

"Pode falar!" – Milo disse, observando Camus sentar-se e recostar numa árvore.

"Milo, eu... "– suspirou, tomando coragem – "eu sei que eu não tinha argumentos favoráveis pra derrubar tudo o que você me disse, sobre se deitar comigo... eu tenho medo; não posso me envolver com ninguém e de certa forma, já estou envolvido com você. É difícil de admitir isso, mas quero saber o que mudaria se caso eu considerasse em ser seu primeiro?"

Não poderia estar acontecendo. Milo sorriu, nervoso com a situação; será que Camus estaria brincando com ele? Já não agüentava mais ficar de pé, resolveu sentar-se sob o olhar atento de Camus. Não teve jeito, por mais cuidadoso que fosse, a dor sempre estaria ali pra lembrar que havia transado com Saga recentemente.

Camus ergueu a sobrancelha diante da dificuldade de Milo. Lembrou-se que havia ocorrido o mesmo com ele... não, não, Milo era tão devoto a ele, não faria isso com outra pessoa... ou faria?

"Milo, o quê aconteceu?"

Demorou a formular uma resposta concreta, verdadeira e que não os emabaraçasse.

"Camus, é tarde... ainda sinto o mesmo sentimento por você, até mais forte; mas você já não seria o primeiro. Apesar de insistir em "fazer amor", em parte, era pra satisfazer o meu desejo... queria sim que fosse você, mas se não era sua vontade, não iria mais insistir."

Raiva, era o sentimento que sentia. Não pela pessoa à sua frente, mas por si mesmo. Não teria sido mais fácil admitir desde o começo que sentia e queria Milo do que construir esse muro que desmoronaria com uma brisa qualquer?

"Quem?"- Limitou-se a perguntar, olhando-o firmemente. Ele não mentiria.

"Saga."

Sentiu a alma gelar. Era uma brincadeira, só podia. Respirou fundo, raciocinando que não havia nada demais; Saga havia lhe dito que descobriria se Milo o amava ou se somente o desejava. Bem, de um modo ou de outro ele descobriu, não?

Silêncio. Os dois somente se olhavam, sem tirar conclusões concretas sobre como ficariam dali por diante. Sentindo-se mal, não pelo ato, mas por nada dizer, Milo aproximou-se mais de Camus, acariciando-lhe o rosto novamente. Mas, ao contrário do esperado, o francês ficou alheio à carícia de Milo, não movendo um músculo sequer do corpo, deixando-se ser manipulado, apenas. Foi o suficiente para fazer Milo se levantar.

"Eu quis saciar meu corpo. Saga estava lá, se oferecendo, me mostrando que amor é diferente de desejo... Não era você que me dizia que eu era ingênuo por acreditar que sexo e amor são iguais? E eu queria que fosse com amor se tivesse que ser com você, e não só porque eu precisava me aliviar!"

Camus viu Milo sair de seu campo de visão e, mesmo querendo correr até ele e dizer que não se importava, não o fez.

Milo não ficou muito longe dali, apenas sentou-se longe de Camus para que ambos pudessem pôr as idéias em ordem. Não se arrependera de nada, aliás, esclarecera pra si mesmo o que queria com Camus: é claro que queria se deitar com o aquariano, mas que fosse com carinho, diferente do que fora com Saga.

Camus continuava sentado, sem dar a mínima, aparentemente. Mas a verdade é que percebera que não era um simples ´gostar´; uma simples ´amizade´ que mantinha com Milo. O coração doía; era mais que uma simples paixão.

Não sabia o porquê fora levado até lá, mas seu instinto lhe dizia que algo havia acontecido. Pediu licença ao Mestre, dizendo que precisaria se ausentar por uma hora, apenas. O Mestre concedeu-lhe esta licença; para Saga querer sair assim, alguma coisa ele precisava resolver e Shion confiava nele.

Ao ver Camus estático daquela maneira, a primeira coisa que lhe veio à cabeça foi que Milo devia ter contado sobre os dois. Ajoelhou-se ao lado do francês, afagando-lhe os cabelos azuis e lisos com a mão esquerda, enquanto a outra trazia-o para junto de seu peito, num gesto de carinho.

"Foi só desejo, não foi? "– a voz chorosa do francês perguntava, antes de segurar os cabelos de Saga e se afundar em seu peito.

"Shhh, meu pequeno, você sabe que foi."

Alívio, foi o que o coração de Camus sentiu ao ouvir de Saga que fora só desejo, nada mais que isso. Soluçava, mas era abafado pelo peito de Saga, envolvendo-o e protegendo-o de tudo. Ao sentir a presença de Saga, Milo levantou-se, seguindo até onde Camus permanecera. Aproximou-se, ficando de pé perto dos dois.

"Foi só desejo, como foi comigo." – Camus disse, assim que percebeu que Milo os observava.

Choque... Se Milo pudesse definir o que sentia, seria choque. Não sentia raiva, ódio; nada. Olhava os dois ali, juntos e não conseguia falar nada; as palavras simplesmente não saíam!

"Vocês dois...?" – foi a única coisa coerente e compreensível que saiu de sua boca.

"Sim..." – Saga respondeu por Camus.

"Mas e a russa?"

"Nunca existiu... quando você começou com essa história de querer ´fazer amor´, eu fiquei com medo de me entregar e me apaixonar por você. Lembra-se daquela conversa que Aiolia iniciou, contando sobre Saga iniciar os garotos? – Milo assentiu com a cabeça - Eu fui conversar com ele... Me senti tentado a me entregar à você, mas já corriam os boatos sobre você e as servas... fiquei com medo, de não estar à sua altura. Depois, quando soube da verdade, já havia me entregado e acabei me escondendo atrás de uma máscara, não querendo me entregar por medo de me apaixonar... mais..."

"Milo, não houve sentimento além do carinho, assim como foi com você. Com os dois foi magnífico, uma verdadeira ópera como ambos assimilaram; mas meu carinho por vocês é diferente do amor que sentem um pelo outro." – Saga completou, deixando Milo sem palavras.

"Qual ópera?" – foi a primeira coisa que Milo disse, após alguns minutos de silêncio.

"Carmen, de Bizet..." – Camus disse, enxugando algumas lágrimas que insistiam em rolar pelo rosto cheio de sardas.

Saga ainda os observava. Desejo, sensualidade e inocência, eram os elementos básicos que constituiam os seres à sua frente. Era impossível não imaginá-los juntos, se completavam, era fato.

Passou mais algum tempo até que Milo se aproximou dos dois sentados no chão. A dor já não o incomodava mais, já nem se lembrava dela.

"Tenho que voltar junto ao Mestre, não posso mais ficar aqui... Se ambos foram maduros o suficiente para me procurarem, são maduros o suficiente para se acertarem..."

Ambos se olharam; Saga falava a verdade.

"É nítido que há algo entre vocês, se amam; se não Camus não estaria dessa maneira... não há razão para aceitar a sua criação como Cavaleiro do Gelo como a única verdade existente, olhe o estado em que você se encontra. Milo, amar não é só desejo, há várias coisas envolvidas além da sua vontade. Mas não deixe esse amor entre vocês se apagar, ou virar luxúria, apenas." – e levantou-se, ficando de costas para os dois, se lembrando do irmão.

"Saga... não se preocupe, vamos nos acertar. "– Milo se aproximava de Camus, sentando-se ao lado do francês, retomando mais uma vez a carícia em seu rosto.

"Que os Deuses te ouçam."

Saga os olha mais uma vez antes de partir. Estão juntos; Camus encostado no corpo de Milo, que acaricia seus cabelos lisos e sedosos. Uma carícia simples para quem olhasse, mas mais do que isso para os três envolvidos na história: Camus, aceitando os carinhos, deixava a proteção de gelo imposta a Milo derreter-se aos poucos, mas todos sabiam que a essência do Cavaleiro de Aquário seria a mesma.

Observando-os de longe, Saga se lembrou dos detalhes de ambos: a paixão que brotava de Milo, sempre arrebatadora e sincera, se entregando verdadeiramente; a sensualidade de Camus, sempre sendo escondida atrás de uma parede espessa de gelo, por mais que tentasse negar, sempre se mostrava tentador. Ambos eram perfeitos.

E, de alguma forma, foram seus.

Perdido em seus pensamentos, não percebeu a presença de Aiolos, que o observava escondido atrás de uma árvore. Ao passar por esta, Saga foi agarrado por trás e sentiu a nuca sendo beijada.

"Conseguiu dar um jeito na situação?"

"Aiolos? Não percebi que estava por perto... "– Saga sorri, virando-se para o moreno.

"Sei que todos te procuram para que você os inicie na arte do amor... e, até hoje, me pergunto como não consigo resistir à você... seu corpo, seu jeito, esse fogo..." – disse as últimas palavras sussurando-as no ouvido de Saga, fazendo-o estremecer.

"Não pode esperar? Preciso voltar..."

"Não precisa não... o Mestre te liberou pela tarde. Ao que parece, ele precisa meditar e pediu para não ser interrompido, até o começo da próxima semana... vem... "– dito isso, esticou o braço na direção de Saga, que atendeu ao pedido, seguindo junto do Cavaleiro de Sagitário, mas antes, olhou Camus e Milo pela última vez, presenciando um beijo entre os dois.

Não sabiam como levariam as coisas, mas decidiram que por enquanto manteriam o caso somente entre eles, até que tivessem a maturidade de tornar o relacionamento público.

Perceberam que se completavam e que a experiência com Saga havia feito com que descobrissem vários tipos de sentimentos antes escondidos dentro deles.

Amor; sentimento que aflorava cada vez mais em Camus, que antes sentia-se incapaz de acreditar que isso poderia existir e que se intensificava cada vez mais com o tempo.

Paixão; que queimava os corpos ao mínimo toque de qualquer um, fazendo-os ir ao paraíso de uma só vez e sempre querendo mais.

Ciúmes; coisa que era nova para o aquariano, mas velho companheiro de Milo, que se mordia ao ver seu amor com outro.

Companheirismo; já que a amizade solidificava-se à medida que o amor crescia. Eram unha e carne e assim seriam até o fim.

Milo chegou em sua casa, cansado depois de mais um dia cheio de treinos e broncas dos cavaleiros mais velhos. Queria descansar, deitar em sua cama e dormir até não poder mais. Ao entrar em seu quarto, encontrou uma carta em sua cama. Cuidadosamente, a abriu e percebeu que se tratava de uma carta de Camus.

"Milo,

Quero ter cada pedacinho teu

Cada pedaço de pele

Cada fio de cabelo...

Quero ser o alvo dos teus olhares,

A boca que você deseja beijar,

O corpo que você anseia ter.

Quero ser aquele que acelera teu coração,

Que te faz perder a razão

Sempre vou ser aquele que te cobre

e é coberto de beijos

Aquele que te acaricia

E é acariciado,

Que te possui

E é possuído...

Te amo e sei que sou amado

Te quero e quero que me queira

Te desejo e sei que me desejas...

Serei sempre seu e

Você será sempre meu!

Estou preparado... me encontre em Aquário assim que chegar...

Seu,

Camus"

Levou a carta ao peito, abraçando-a demoradamente. Logo entrou no banho e saiu rapidamente, com seu mais belo sorriso no rosto.

Camus o queria.

O tempo esperado valeu a pena; não tinha dúvida alguma que seria tão belo e prazerozo como havia sido com Saga.

Só que desta vez, o carinho era substituído pelo amor, puro e verdadeiro.

oOo

N/A: Antes que eu apanhe por promover a pedofilia, A FICTION ENCONTRA-SE FORA DA ORDEM CRONOLÓGICA DA SÉRIE!

Camus, Milo e os outros Cavaleiros que teriam 7 anos (na época que Saori nasceu), na verdade teriam 15 anos; já Saga teria 23 e Aiolos 24, considerando que o Cavaleiro de Sagitário seria meses mais velho que Saga.

Se o Kurumada pode ferrar toda a ordem cronológica, por que eu não posso confundir ainda mais?

Litha-Chan: fofa, obrigada por seus comentários e pelo apelido de ´tira-selo´ para o Saga... ameiii! kkk! Kissus pra você!

Patin: thanks for your review and sorry for not reply or even to post this new chapter early... shame on me! I really like to think that Milo was innocent at least once at his life, and why not describe Camus with an impulsive behavior? I mean, they´re teens, so much can happen when we´re talking about hormons... I loved to know that you liked and, be sure this is not the end... I´ll be back with a following story! Kisses, dear!

Bela Patty: fofa, obrigada pela sua review, vc sabe que eu adoro suas fics e é uma honra receber uma review sua! Tudo bem que eu te encho o sacopor email, mas... hihhhi! Ah sim, eles tem que ser assanhados pelo menos uma vez na vida; que adolescente - macho, kkk - não é assanhado em seus 14, 15 anos? Imagina se o Milo não iria perdoar o amor da vida dele? Espero que você tenha gostado e eu já estou escrevendo para uma outra certa fiction... Kissus!

Leona -EBM: Realmente, o Camus sempre tem que ser enrolado! Acho que é coisa de aquariano, só pode! (falou a escorpiana impulsiva!) Só uma coisa que eu sinto que vou te desapontar: a falta de um lemon entre Camus e Milo... não foi a preguiça não, foi que eu queria fazer a continuação mais caliente mesmo, uma coisa um tanto quanto adulta, até mesmo porque tem que se passar um bom tempo pra que a história fique supimpa! Milo seme? Hmmm... anotado o pedido! Beijos, fofa!

Ia-Chan: Realmente, o Saga pega tudo! Queria ser pega por ele também! hahahhaha perva mode on Bem, acho que o Milo não ficou tão mal, afinal, ele também se deixou pegar pelo Saga, nada bobo! Espero que tenha gostado! Beijinhos pra vc!

Deixa eu agradecer de coração à Lili Psiquê e a Celly M. que betaram essa fiction. Adoro conversar com vocês e muito obrigada por me aturarem no msn que só cai! Kissus pra vocês, queridas!

Obrigada pelas reviews, nunca havia recebido tantas e isso me motivou a continuar a história! Obrigada, queridas!

Posso mandar beijo pras meninas do Fórum SSD aqui? momento Xuxa aqui! Meninas, beijinhos pra vocês também!

Ah, acho que é só!

Email pra xingar, comentar ou só pra mandar um oi: ladycygnus(underline)80(arroba)yahoo(ponto)com

Beijinhos,

LadyCygnus -agosto de 2005.

Esperem, uma continuação virá... (hauhauhauua)

só posso adiantar isso:

Un, Deux, Trois...