DIA ESTRANHO
Dias se passaram desde a aula de Quadribol. Lily e James evitavam ao máximo se falar e tudo parecia normal. Hermione fizera tudo como combinado, e assim tudo estava funcionando. James desistira de falar com Hermione sobre Julia, mas sabia que ela tinha algo a ver com tudo aquilo. Sabia que as duas também tinham um plano, mas era melhor para ele fingir que não sabia de nada. E no momento tinha maiores necessidades...
Um dia, Lily andava rumo ao dormitório da Grifinória sozinha. Não conseguia acreditar no que acabara de lhe acontecer. Nesses últimos dias James parecia bem menos arrogante e pretensioso e andava muito quieto, o que chegou a preocupá-la. "Bem, preocupar não, mas é bem estranho ele andar assim. Deve estar sentindo falta de aprontar com todo mundo e de levar suspensão" disse ela para Hermione em uma ocasião. Em parte estava certa. Ele sentia falta de Sirius, Lupin e Peter, mas nem ousava falar com Lily, pois ela provavelmente ficaria muito irritada. Isso durou por um bom tempo, no qual ele pensou na melhor maneira de fazer sua proposta, mas naquele dia, depois de uma terrível aula de Defesa Contra Artes das Trevas, ele resolveu falar, pois já tinha esperado demais. Então, os dois tiveram uma conversa. E agora ela lembrava de tudo o que ele lhe dissera:
-Lily? Posso falar com você?
Ela estranhou, mas sentiu-se muito satisfeita por ele estar com um tom de voz tão humilde. Se não conhecesse Potter certamente diria que ele ia lhe pedir algum tipo de ajuda. Isso a fez sorrir levemente, mas logo tirou a idéia da cabeça. Não era possível. Aquele garoto era James Potter. Simplesmente o menino mais arrogante que ela jamais conhecera. O menino mais popular, um dos mais desejados entre as meninas (não que ela visse algum motivo para isso. Ele tinha lá alguma beleza, mas nada que sua extrema chatice não apagasse), o mais metido! Não, certamente não era aquilo, ele provavelmente diria alguma coisa estúpida, pois nada de útil saía daquela boca. Como sentiu que demorara demais para responder uma pergunta tão simples como aquela, e como vira a cara ansiosa de James, ela sacudiu a cabeça e disse:
-Er...Claro! – no mesmo segundo se arrependeu. "Claro?" Que resposta fora aquela? Ela não devia dizer claro para as perguntas de Potter. Para nenhuma delas! "Claro" era uma das palavras que nunca, NUNCA deveriam ser usadas numa conversa com ele. Mas a besteira já havia sido feita, e agora ela se dirigia lentamente para um canto. Naquele momento se lembrou de que cantos também eram perigosos. Cantos eram lugares onde ele poderia tentar alguma manobra perigosa, e ela não teria saída. Potter a tampava. O que ela estava fazendo? Nesse momento James interrompeu seus pensamentos:
-Então, Lily, eu quero te fazer uma pergunta...
É mais um convite para sair? – disse ela lembrando-se de ser simpática e sorrindo como aquelas garotas estúpidas faziam. Aquela atitude não tinha definitivamente NADA a ver com ela, mas enfim...Tinha um plano para executar.
-Não é essa a pergunta – disse ele contendo um sorriso, pois se ele a convidasse ela iria aceitar e aquela era uma idéia muito agradável. Mas ele também tinha um plano, e estava disposto a segui-lo. Lily estranhou. Estava num canto com James Potter e ele não parecia nem um pouco interessado em tentar alguma coisa. Interessado ele devia estar, mas não tinha tomado nenhuma iniciativa. E disse com todas as letras que não queria convidá-la para sair. Ela sabia que ele também tinha um plano, mas mesmo assim...Ela tinha sorrido! Era alguma coisa...
-Então o que é, James? – ela não agüentava mais ter que ficar chamando-o pelo nome. Por que aquela conversa não acabava logo? Ela não ia conseguir ficar tanto tempo tendo uma conversa cordial com Potter.
-Evans, o assunto é sério. – disse ele chamando-a pelo sobrenome. Realmente era difícil chamá-la de Evans. Era melhor falar logo o que tinha para dizer, antes que voltasse a ser simpático e galanteador. Era muito difícil conter o seu charme, era algo que fazia parte dele. – Eu tenho um favor para te pedir.
Aquilo a deixou seriamente perturbada. Ela só podia estar sonhando! Devia estar louca, tendo alucinações, miragens! James Potter estava pedindo-lhe um favor. Aquilo realmente era um fato inédito! E ele não parecia estar brincando, estava realmente muito sério. Ela fez um sinal para ele continuar. Ele pensou por uns segundos na melhor maneira para dizer aquilo e continuou em uma voz muito grave. Por um momento Lily viu nele um James totalmente diferente. E pensou também que talvez ele não fosse tão mau assim...Se naquele momento ele tivesse convidado-a para sair ela poderia ter aceitado. De verdade. Mas as frases que ele disse estragaram completamente o momento:
-Eu preciso... – ela olhou fundo nos olhos dele. Estava realmente louca, pensou mais tarde. – Eu preciso falar com o Sirius. – Lily teve certeza de que naquele momento ela estava com uma cara transtornada e provavelmente hilária. Arregalou os olhos e abriu a boca, o que deve ter lhe dado uma expressão muito idiota.
-Você está louco, não? – ela disse muito rápido. – Falar com BlackÉ isso?
É. – disse ele incrédulo, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Não era, pensou ela! Não era normal! Era isso que ela devia esperar de Potter. Ele era realmente insano! O que ela poderia fazer? Nada. E mesmo que pudesse não o faria. – Eu preciso falar com Sirius, Remus e Peter. E você é a solução de todos os meus problemasÉ só você aceitar me ajudar!
-Como? Você ficou louco? – disse ela muito chocada com a declaração que acabara de ouvir. No momento tinha esquecido completamente de ser legal, atenciosa, o que quer que fosse! – Não adianta, ninguém nunca vai te entender! Nem o melhor psiquiatra do mundo resolveria seu problema.
-Psi o quê? Você não está falando a minha língua, Evans – respondeu ele olhando-a como se fosse ela quem precisasse de um tratamento mental. – Não importa...O que interessa é que você pode me ajudar!
-Desculpe-me, James, mas eu ainda não descobri como fazer contato com pessoas de outra época através da mente. Vou ficar te devendo essa.– disse ela sarcástica. Percebeu então que não deveria agir assim, e tentou consertar – Eu gostaria muito de ajudar, mas sabe como é...Eu não sei como!
-Mas é tão simples! Você ainda não percebeu como?
-Eu realmente não sei do que você está falando – disse ela sinceramente. – Está tudo bem com você, James? Você parece um pouco esquisito...
-Eu estou ótimo, obrigado. Mas o fato é que eu tive uma idéia. Assim como nós, eles também podem vir para o futuro. E você é a única que pode fazer isso acontecer. Traga-os para cá!
-Como? – ela não acreditava no que estava ouvindo. Aliás, não acreditava em nada daquilo. Devia ser sonho. Não, era sonho. Só podia. Tudo dizia isso. Primeiro: ela dissera "claro" para Potter. Segundo: estava num canto com Potter. Terceiro: Potter não tentara nada. Quarto: Ela pensou em sair com Potter. Quinto: Potter lhe pedira ajuda. Sexto: Potter realmente parecia pensar que ela traria seus amigos alucinados para o único lugar onde ela estava praticamente em paz. Sétimo: Ela estava conversando com Potter há mais de meia hora. Mas o que veio a seguir foi a prova final de que aquilo não era real – Claro! – "Claro?" Palavra maldita! Era já a segunda vez que ela lhe atrapalhava! A verdadeira Lily nunca responderia isso. Trazer Sirius e companhia para lá? Que idéia fora aquela? Não havia resposta possível. Ou melhor, havia: Lily estava louca. Tentou desfazer a burrada, tentou xingá-lo e dizer que preferia a morte a chamar os Marotos para o futuro, mas a voz não saiu. E mais: ela não podia fazer isso! Que raiva estava sentindo daquele plano estúpido! E antes que ela conseguisse recuperar a habilidade de falar, James deu-lhe um beijo no rosto e disse muito feliz:
-Sabia que podia contar com você, Lily! – Ele se esqueceu de ignorá-la, afinal ela ia trazer seus amigos! Era fantástico! Ela continuou muda – Nos encontramos hoje às 19:00h no dormitório, certo? IRemuss buscar o resto dos Marotos.
Então ele foi embora, deixando-a parada como uma estátua. Alguns alunos do segundo ano olharam para ela com curiosidade, mas aquilo não a abalou. Esquecendo-se completamente da aula, dirigiu-se ao dormitório da Grifinória a passos lentos. Enquanto caminhava, pensou que talvez não fosse uma idéia tão má ir para o passado de novo. Assim podia buscar também suas amigas. Lily gostava muito de Hermione, mas sentia falta das colegas da Grifinória. Certamente não traria todas, pois Sharon Jackson realmente a irritava, mas pelo menos suas duas melhores amigas, Meg e Vicky, viriam. Era óbvio que ela não ia ficar sozinha com Black e companhia no futuro...Aquilo seria demais para seus nervos, e ela definitivamente precisaria de apoio moral para continuar sendo gentil com James Potter...
Sentou-se numa poltrona do salão comunal e esperou os outros chegarem. James não estava. "Deve estar na aula", pensou. Então ela lembrou-se: não tinha ido para a aula. Pensou em se levantar para pegar o resto de Transfigurações, mas alguma coisa a prendeu na cadeira e ela não estava nem um pouco a fim de lutar contra forças misteriosas. Pegou um livro que Hermione tinha deixado em cima da mesa e começou a folhear. Sentiu muito sono, deixou o livro onde tinha pegado e fechou os olhos. Quando acordou já eram mais de seis horas. Isso a deixou extremamente preocupada. Logo teria que buscar Black, Lupin e Pettigrew. Tudo o que ela não queria fazer! Ainda não se conformava. Como dissera "sim" para aquela proposta totalmente sem pé nem cabeça? Suspirou. Ainda tinha a esperança de que tudo aquilo fosse um sonho. Afinal, ela tinha acabado de acordar, não?
Mas assim que se convenceu de que tudo aquilo não era real, James entrou radiante pelo retrato da Mulher Gorda. Harry, Hermione e Ron pareciam muito felizes também. Não havia dúvidas. Ela não havia sonhado. Obviamente James tinha contado que Sirius viria com seus outros amigos, era o único motivo possível para tamanha felicidade. Será que ela era a ÚNICA pessoa ali que tinha consciência de que Black era um ser completamente insano? Aparentemente sim, pois todos se sentaram alegremente. Lily se sentiu muito mal por ter acabado de acordar. Além de ter perdido mais de uma aula o seu estado devia estar deplorável. Sabia como ficava depois de acordar. Apenas uma palavra: patética. Ajeitou os cabelos e tentou desamassar a roupa. Levou alguns minutos para fazer isso, e em seguida começou a prestar atenção na conversa. Estavam todos animados, conversando sobre Quadribol. James dava umas dicas para Harry e Ron prestava muita atenção. Hermione estava quieta. De repente perguntou:
-Hoje vocês vão buscar Sirius?
-E Aluado e Rabicho também! – disse James animado.
Hermione balançou a cabeça. Disse em uma voz séria:
-Mas...Se não me engano – começou ela com a certeza de que estava certa, como quase sempre acontecia – foi Rabicho quem...Quem foi o culpado pela morte de vocês dois. –apontou para Lily e James.
Todos ficaram quietos por um instante. Hermione analisou a expressão de todos e viu que não havia se enganado em nada. Ninguém tinha pensado nisso. Lily foi a primeira a sair do estado de choque e fez um discurso muito brava. Disse que não ia trazer para o futuro o cara que a mataria, e que os amigos de James (com a exceção de Lupin, que era um cara tranqüilo) eram uns idiotas que não mereciam a consideração de ninguém (ela tinha a obrigação de ser simpática com Potter, mas não com seus amigos dementes e mentalmente perturbados!). Que não traria ninguém para o futuro e que se fosse para o passado seria só com um objetivo: deixar James lá. Ou de preferência em alguma época mais Remusta, acrescentou ela (a essa altura ela não se conteve!). Disse também que ia buscar quem ela quisesse e acrescentou que iria trazer duas de suas melhores amigas. Todos pareceram animados, pois Harry conhecia os Marotos, mas não as amigas da mãe. Quando ela finalmente parou para tomar um pouco de ar, James falou de modo divertido:
-Ela me ama!
Aquela declaração a deixou furiosa e ela desistiu de falar. Apenas sentou, cruzou os braços e bufou. Harry não sabia se dava risada da atitude da mãe ou se ficava sério, pois de fato, não ia suportar conviver com Rabicho. James, que estava rindo, voltou a pensar em seu dilema. Hermione ainda estava concentrada, tentando arrumar uma solução para o problema e Ron apenas suspirou e disse:
-Não tem solução.
Harry concordou com a cabeça, mas James tomou a decisão final:
-A gente traz o Sirius e o Remus pra cá. O Peter fica. – ele disse. Ao ver a cara de Lily, que dizia com todas as letras que não ia buscar ninguém continuou – Não discuta comigo, Evans. Nós vamos. E não faça essa cara de chateada, viajar comigo é sempre um prazer...
Ela concordou. "O dia já está muito estranho mesmo. Nada hoje me surpreende", pensou. "Além disso, estou precisando das minhas amigas aqui. Só elas entendem que Potter é um safado". Chamou James e colocou a mão no ombro dele. Girou algumas vezes o seu Vira-Tempo e de repente uma fumaça roxa os envolveu. Antes de irem, Lily gritou:
-Voltamos ainda hoje!
-Com Almofadinhas e Aluado! E só depois de bater muito em Rabicho!
-E com as minhas amigas, não se esqueça, James! – disse Lily.
E então eles sumiram. Os três sentaram-se nas poltronas. Ron disse:
-Agora é só esperar!
-""-
Já era tarde quando Hermione levantou-se e disse que ia dormir. Ron já dormia há um bom tempo no sofá, enquanto Harry tentava manter os olhos abertos. Que demora! Os três estavam esperando há muito tempo já. "Devem estar batendo no Rabicho", pensou Harry com satisfação. Nesse mesmo momento, quando Hermione se preparava para subir, uma fumaça roxa apareceu novamente no salão comunal. No meio dela estavam James, Sirius e Lupin, divertindo-se como loucos, duas meninas desconhecidas e Lily, que parecia muito aborrecida, porém feliz por estar com duas de suas amigas. Quando a fumaça se dissipou, eles puderam ver todos claramente. Hermione achou Sirius muito bonito, e Harry teve a impressão de que Sirius, grande conquistador, teria tentado alguma coisa com ela se não tivesse sido proibido por Lily de fazer qualquer coisa. Harry percebeu o que a mãe queria dizer quando falava que os Marotos eram muito barulhentos. Mas ele estava tão feliz que não se importava nem um pouco de acordar toda a Grifinória. Ron acordou com o barulho e Hermione, que estava quase dormindo, se animou muito rápido. As duas meninas estavam sorrindo e olhavam tudo parecendo animadas. Todos se sentaram e Sirius perguntou:
-Esse é seu filho, Pontas? – parecia realmente curioso.
É! Não é a minha cara? Menino de sorte! – ele começou a rir e Lily fez uma cara de brava enquanto resmungava algo que Hermione jurava ser: "pretensioso..."
-Não diria isso, Pontas! – disse Sirius sorrindo – Teria mais sorte se tivesse nascido como eu! – e virando-se para Harry, Ron e Hermione, perguntou – Eu tive algum filho?
-Acho que não... – disse Hermione – Mas tem uma menina muito simpática que se chama Catherine Black na Lufa-Lufa...Acho que pode ter algum parentesco!
É uma pena para as garotas dessa época! Foram privadas de alguém como eu! –acrescentou dando o seu melhor sorriso. Todos (menos Lilyé claro!) riram – Mas você acha que ela é da minha família? – Hermione pensou um pouco e disse que não, então Sirius disse – Então não tem problemas se eu ficar com ela! – os Marotos riram e Lily apenas bufou.
Lupin, que era o mais tímido, perguntou educadamente:
-Soube que vou ser seu professor...
É mesmo, e o melhor que já tivemos – disse Harry. Hermione e Ron concordaram
-Aluado sempre foi o mais inteligente e esforçado! Não me espanta que ele tenha virado professor – disse Sirius rindo.
-E não se esqueça: trate bem do meu filho! Espero que você tenha dado notas boas pra ele, meu caro Aluado! – continuou James.
-Isso com certeza! – disse Ron, lembrando-se de que Lupin tinha sido muito bom com todos eles. Só não conseguia pensar que aquele garoto fosse o mesmo cara que lhe dera aulas.
-Pontas, meu amigo, eu nunca te decepcionaria! – respondeu Remus.
Hermione olhava com simpatia para as duas garotas, e então perguntou:
-Não vai nos apresentar suas amigas, Lily?
-Ah, claro! – disse ela sorrindo – Essa é Victoria – apontou para a menina à sua direita, que sorriu e os cumprimentou – E essa é Margareth. – ela também sorriu e disse:
-Por favor, me chame de Meg! Margareth é tão feio...
-Nada em você é feio, Meg... – disse Sirius sorrindo.
-Acho que essa cantada é velha, Black. – disse Victoria friamente, porém sorrindo.
-Não precisa ficar com ciúmes, Vicky, você também é linda! – Sirius deu-lhe uma piscadela, o que fez Harry sorrir. Sirius era exatamente como imaginava! – Mas então, vamos ao que interessa, Pontas! Você acha que vou me dar bem na nova Hogwarts? Já que nenhuma delas me dá bola... – perguntou Sirius fazendo cara de cachorro abandonado e provocando mais uma onda de risinhos.
-Claro! Essa escola tem potencial – respondeu James sorrindo.
-Pois é, James, você nem liga mais para mim, não é mesmo? – disse Lily. Sirius, Lupin e as duas meninas a olharam boquiabertos, mas Lily e James fizeram alguns sinais para seus amigos, dizendo que explicariam tudo mais tarde.
-Só estou dizendo a verdade, Evans – todos viraram-se para ele com cara de dúvida, mas ninguém respondeu nada.
-O que vocês fizeram com Peter? – disse Ron mudando sabiamente de assunto.
É mesmo, o que fizeram? – perguntou Hermione.
Sirius sorriu satisfeito, como sorrira quando quase matara Peter no terceiro ano. Até mesmo Lupin deu um sorriso um tanto quanto maldoso, o que deixou Hermione preocupada. Passou-se um minuto. Os Marotos pareciam saborear o momento. Lily também parecia muito satisfeita, com certeza havia sido uma lição bem dada. Para o espanto de todos foi ela quem falou:
-Ah, não fizemos nada demais... – todos perceberam o sarcasmo na sua voz. Harry, Ron e Hermione estavam muito curiosos. – Para começar treinamos todos os feitiços que conhecíamos nele. Acredite: foram muitos. James usou 213, Sirius usou 207, Lupin usou 185 e eu usei 170.
-Depois – continuou Sirius – todos nós batemos nele. Durante mais ou menos duas horas. E, por incrível que pareça, Lily ajudou.
-E ela é muito forte – disse Lupin.
-Obrigada! – respondeu Lily sorrindo.
-Então – foi a vez de Lupin falar. – O fizemos se transformar em um rato e o jogamos no cabelo de Snape. Nos vingamos de dois de uma vez! Peter saiu cheio de graxa!
-Essa parte a gente assistiu! Foi o máximo! – disse Vicky rindo. Harry simpatizou muito com a menina, e concordou que a cena devia ter sido hilária.
-Depois de ter aula com Snape ele parece pior e mais seboso do que nunca. Isso é possível. Aliás, a teoria de que os narizes crescem quando se fica mais velho é verdadeira. Snape é a prova viva do que eu digo! – disse James olhando para a cara incrédula de Sirius. E então continuou, fazendo uma voz fingida de pena –Daí ficamos com dó dele. E lhe demos um banho...No lago da lula gigante!
-Um rato no lago da lula gigante! – Harry riu.
-Sim – disse Sirius animado – deve estar lá até agora! Vamos ver se ele sobrevive para matar alguém!
-Harry – disse Lily mudando de assunto – Será que você poderia nos mostrar algumas fotos? De nós...
-Boa idéia, Lily – disse James – Até poderia ser minha! – ele riu gentilmente da cara dela.
Harry disse que sim e trouxe o álbum que Hagrid lhe dera no primeiro ano. Colocou-o na mesa de centro e todos viram as fotos. Nelas aparecia Sirius, muito bonito antes de ir para Azkaban (o que rendeu uma série de comentários arrogantes e novas risadas), Lupin, e Lily e James casados e felizes. Ela sorriu e disse com lágrimas nos olhos:
É parece que nós vamos ser felizes...Quem diria...
Ele abraçou-a e disse sorrindo:
-E quem não seria feliz ao meu lado?
-De fato me parece impossível ser infeliz ao lado de um Deus grego como você! – disse ela sorrindo debilmente. Mas de fato ela parecia bem contente naquelas fotos...
Harry também mostrou uma foto mais recente de Sirius, que saíra nos jornais dos bruxos. Pensou em escondê-la, mas acabou mostrando. Sirius estava perplexo, e as únicas palavras que conseguiu articular foram:
-Não pode ser eu! Eu estou...Feio! – todos riram.
Depois de um tempo todos se calaram. Quando o silêncio começou a ficar constrangedor todos começaram a subir. Sirius, Lupin, Vicky e Meg dormiram na sala ("Se uma de vocês quiser dormir comigo, eu tenho medo à noite...", disse Sirius sorrindo), iam avisar Dumbledore que estavam ali na manhã seguinte. Lily dormiu rápido. Apesar de tudo, não fora tão mal buscar os dois. Agora ela tinha as amigas! E ainda pôde se vingar de Peter. E mesmo seu futuro ao lado de James, que antes lhe parecia tão pavoroso agora não era tão ruim...
N/A: Primeiro, eu queria dizer que a Erika é muito inteligente! Adivinhou a idéia! Eeee! Bem, obrigada pelos comentários! Ah, vocês com certeza devem estar achando que eles não podem mudar o passado e descobrir que o Peter é do mal, mas calma, tem solução pra tudo! Isso não vai mudar o curso da história não, podem ficar tranqüilos! Bjos, e comentem! Ah, só mais uma coisa! A Catherine Black é homenagem a uma amiga minha muito fofa mesmo!
