Nota das autoras:

Celly:

Ê meninas....tudo bem, eu admito.....as ameaças, tanto por reviews como por MSN (Celly olha pro lado procurando a Lili Psiquê) estão sendo ótimas. Sádicas? Nem um pouco....é que provocar esse sentimento nas pessoas quer dizer, pelo menos pra mim, que tudo está sendo bem feito. Obrigada mais uma vez.

Bom, eu até ia agradecer e comentar cada review, mas vi que todas elas falavam sobre o estupro do Milo. Bom, meninas....nós fomos más sim...mas vamos nos redimir. Esse capítulo começa a tratar disso.....espero que gostem.

E Ju...obrigada por tudo!! Vamos colocar em prática os outros planos também! Te adoro, amiga!

Boa leitura, meninas...até o próximo domingo!!

Ju:

Olá, pessoas! Que bom saber que vocês estão acompanhando nosso fic... E gostando dele!

Quero agradecer muitíssimo aos comentários que vocês nos deixaram (Agradeço até mesmo às ameaças! hehehe)... Eles nos dão força pra continuar escrevendo... E escrevendo... E escrevendo mais!

Obrigada à todas que tiram um tempinho pra ler nosso fic... E obrigada à Celly, por tudo.

Espero que gostem desse capítulo... Ficou bem fluffy, mas ficou bem legal.

Boa leitura.


Capítulo 06 - No Hospital...

Estava andando por um pequeno corredor. Uma luz fraquinha saía de um cômodo no final do mesmo. Apressou-se, sem nem saber o porquê, até lá, constatando, com seus próprios olhos, o motivo.

Deitado em um canto do quarto mal iluminado, estava o corpo. Aproximou-se lentamente, receando o que iria encontrar.

Afastou os cabelos azulados e familiares, com um nó na garganta. Não poderia ser....manchas arroxeadas, sangue já seco, cobriam aquele rosto tão conhecido e bonito.

Segurando as lágrimas, aproximou o ouvido do peito nu do outro. Não havia batimento. Ele então estava....morto?

-MILO!!!! -Kamus deu um grito, assustando as poucas pessoas que estavam dentro do ônibus com ele.

Esfregou os olhos, cansado. Um pesadelo. Um maldito pesadelo. Até nos pesadelos agora Milo resolvia aparecer. Mas havia sido tão real....

Desceu em uma parada de ônibus que não era a que ele sempre soltava. Atravessou a rua, esperando por uma condução que o levasse até o prédio onde Milo morava. Iria tirar a sensação horrível que estava sentindo de seus pensamentos de uma vez por todas.

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- Milo está demorando... -Afrodite disse, pensativo, olhando pela janela do apartamento.

- Provavelmente não conseguiu desmarcar o tal encontro. Esse Milo.... -Shaka sugeriu, notando o ar preocupado do outro.

-Quer esperar mais um pouco por ele? -Mu perguntou, entrando no pequeno espaço que era usado como sala de jantar, com duas travessas fumegantes.

-Não. Acho melhor comermos. Shaka tem razão. É só que....não, deixa pra lá.

Jantaram sem se preocupar com Milo. Shaka e Mu contaram à Afrodite histórias curiosas sobre os encontros deles, como Milo havia juntado os dois, as viagens que já haviam feito, enfim, tudo o que ele precisava (ou não) saber para ficar ainda mais íntimo dos novos amigos.

Já passava das duas da manhã e muitas garrafas de vinho depois, quando Afrodite entrou no apartamento, ajudado por Mu e Shaka. Realmente Milo tinha razão quando falava dos vinhos que Mu escolhia. Aliás, falando no amigo, ele ainda não havia chegado. "A noite deve estar sendo boa...", Afrodite pensou, enquanto tentava se equilibrar para tirar os sapatos.

- Dite tem mensagem na sua secretária. -Mu observou.

- Deixa ouvir. Peraí. -Afrodite cambaleou até a mesinha de madeira onde ficava o telefone.

"Aqui é do Hospital Metropolitano. Estamos ligando porque esse telefone foi encontrado como sendo de emergência. Um paciente deu entrada aqui hoje à noite, o nome é Milo. Por favor, venha rapidamente. Boa noite."

Aquela notícia deixou os três rapidamente sóbrios. Saíram apressados sem trocar uma palavra.

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Kamus parou em frente ao prédio de Milo. Era irracional, ele tinha certeza. Mas enquanto sua cabeça o mandava embora, seu coração lhe dizia exatamente o oposto.

Desceu do táxi (não conseguira esperar pelo ônibus), com a consciência de que se tudo estivesse bem, Milo iria falar alguma coisa, achar margem para questioná-lo sobre seus sentimentos. Mas por outro lado, se tivesse acontecido alguma coisa.... Não, não acontecera nada, era uma bobagem.

Tocou a campainha do apartamento. Ninguém respondeu, nem Afrodite. "Talvez eles tenham saído para paquerar.", ele pensou, censurando a raiva que sentiu por um momento. Tentou o apartamento de Shaka e Mu. Mais uma resposta negativa. Lembrou-se do jantar. Era isso. Os quatro deveriam ter saído para jantar. "Ou cinco, porque o Milo saiu acompanhado daquele brutamontes..."

- Ei, bonitão! -uma vozinha fina chamou-o de um dos apartamentos do primeiro andar.

- Rania, olá! Sabe do Milo?

- Não..desde a noite mais cedo, quando ele saiu pra trabalhar...algum problema?

- Não, nenhum... -ele disse, deixando transparecer a tristeza.

- Então tá.

Kamus começou a caminhar de volta, quando resolveu fazer uma última pergunta.

- Rania...por acaso viu Mu ou Shaka?

- Ah, eles saíram a uma meia hora. Pareciam apressados. Estavam com o Afrodite. Aquele menino é uma gracinha, não acha?

Kamus não estava prestando muita atenção ao comentário que Rania havia feito. A informação que ela lhe dera era muito mais importante. Ele precisava achar Afrodite e os outros. Tentou os celulares, mas estavam desligados. Resignado e na escassez de idéias a respeito do que fazer, resolveu voltar pra casa.

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Os três entraram apressados no hospital. Afoitos, pediam informações ao mesmo tempo, a várias pessoas diferentes. Terminaram com a mesma notícia e rumaram para o andar especificado.

Sentados no corredor, aguardavam o médico. Afrodite ligara para as pessoas mais próximas, ou seja, Diana e Kamus. Não obtivera resposta do último e ficou preocupado.

- Doutor...doutor! Como ele está?! O que aconteceu?! -Mu perguntou, apressado.

- Acalmem-se, meus jovens. -ele começou, tentando acalmá-los. -Vocês são da família?

- Somos a única família que ele tem. Diga-nos como ele está, por favor. -Shaka pediu.

- Bom, ele agora está bem. Uma senhora o encontrou e ligou para a emergência. Suspeitávamos de hemorragia interna pelo estado em que ele chegou.... -Afrodite deu um gritinho e o médico parou de falar. Tocou de leve no ombro do rapaz e prosseguiu. -...mas os ferimentos eram superficiais. Demos analgésicos a ele e fizemos exames de rotina. Ele dorme agora, pelo efeito dos sedativos.

- Mas doutor, foi assalto? O que aconteceu? -Afrodite perguntou.

- Senhores, a polícia não falou com vocês ainda? -o médico devolveu a pergunta, intrigado. Diante da negativa dos três, ele respirou profundamente, antes de dizer. -O amigo de vocês foi violentado.

Os três empalideceram.

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Um Kamus agitado entrou no apartamento batendo a porta. Pendurou o sobretudo preto atrás da mesma mas nem teve tempo de sentar no sofá e relaxar, quando percebeu a luzinha da secretária eletrônica piscando, indicando mensagens. Correu até lá, apertando os botões.

"Você tem 2 mensagens."

- Oi, Kamus gatinho! Nos conhecemos no bar ontem à noite, lembra? Me liga, precisamos sair qualquer dia desses....", a voz melodiosa e feminina falou. Kamus arrepiou-se, lembrando amargamente da garota que só o deixou trabalhar em paz depois que conseguiu seu telefone.

-Apagar.... -ele disse, mecanicamente.

A segunda mensagem ele ouviu mais atentamente. Era a voz suave de Afrodite. Ele parecia....nervoso?

-Kamus, estamos no Hospital Metropolitano. Aconteceu alguma coisa com o Milo.

E desligava. Kamus ficou parado esperando mais alguma informação. Nada aconteceu. Quando se deu conta, já estava na esquina de sua rua, pegando um novo táxi.

-Milo..... -ele disse, baixinho.

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Afrodite chorava, sentado ao lado da cama de Milo. Mu e Shaka, sentados ao seu lado, tentavam consolar o amigo.

-Não foi culpa sua, Dite. - Falou Shaka, suave, acariciando de leve os ombros do amigo.

-Eu devia ter ido com ele... Ou tê-lo convencido à ir jantar... - Murmurou, entre soluços. - Eu deveria ter...

-Afrodite, definitivamente, a culpa não foi sua.

E olharam para a porta. Kamus os olhava, ofegante pela corrida.

-Mas... - Ele tentou argumentar, mas Kamus não deixou-o terminar.

-Se eu não tivesse o rejeitado, isso não teria acontecido. - Falou, num tom fúnebre. Qualquer retórica morreu na garganta de Afrodite, que abaixou os olhos. - Por isso, se ele está assim, a culpa é toda minha, que não lhe dei a atenção necessária.

-Hei, pera aí! - Mu exclamou, e todos olharam pra ele. - O Milo se declarou pra você, Kamus?

-Sim.

-...Depois de tanto tempo, tomou vergonha na cara...

-MU! - Shaka exclamou, e o outro corou.

Kamus apenas balançou a cabeça, aproximando-se da cama de Milo. Olhou-o demoradamente, antes de virar-se para os três.

-Nos deixem sozinhos, por favor.

Se entreolharam, um procurando no rosto do outro uma resposta. Afrodite suspirou e deu os ombros.

-Vamos deixá-los aqui um pouco, pessoal... - E fez um gesto com a mão, chamando-os para ir para fora. Kamus acompanhou-os com o olhar. Assim que a porta bateu, Milo falou.

-Até que enfim você veio.

E Kamus virou-se bruscamente para ele.

-Jesus, você estava acordado?

-Na verdade, sim... - Murmurou, olhando para o teto, movendo-se suavemente na cama, antes de reclamar de uma dor no abdômen.

-Olha, Milo, eu... Eu queria pedir desculpas...

-Pelo que? - Perguntou, inocente. Kamus apenas o encarou. Sentando-se ao seu lado, na cama do hospital, olhou-o dentro dos olhos.

-Você sabe. Por minha culpa, aquele idiota fez o que fez.

-Você sabe que não foi sua culpa, Kamus. - Falou, sutilmente. Kamus olhou-o, com pena. Sem a camisa, podia ver muito bem os grandes arranhões mal cicatrizados e os hematomas bem escuros. Suspirou ao ver um corte na sua face esquerda.

-Não sei, não. - Murmurou, erguendo a mão para tocar no rosto do rapaz. Surpreendeu-se quando este empurrou-se contra o travesseiro, recuando do seu toque. - Eu não vou te machucar, Milo. Só quero ver.

-...Desculpe... - Sussurrou Milo, corando, abaixando a cabeça. Kamus suspirou, envolvendo-o em seus braços e trazendo-o para perto de si.

-Não se preocupa, eu posso entendê-lo. - Sussurrou em seu ouvido, sentindo Milo arrepiar-se. - Se acalma, tá? - Pediu com sutileza, afastando o rosto do dele, admirando os lábios tentadores, agora levemente inchados.

Ergueu os olhos para admirar as orbes azuis, que estavam tão puras que nem pareciam os típicos olhos enevoados de malícia. Voltou-os para os lábios, aproximando o rosto do rosto de Milo, disposto a beijar-lhe. Tanto para fazê-lo contente, tanto para matar sua vontade.

-Não! - E Milo empurrou-o. Kamus olhou-o chocado. Ofegante, as mãos trêmulas, Milo o olhava, com os olhos arregalados. - Não... Não quero mais... - E abaixou o rosto, algumas mechas escondendo a face e o corte.

-Mas... Milo... Eu estou disposto à ser... À estar do seu lado... - Falou, mas Milo não permitiu que ele terminasse.

-Eu não quero mais ninguém, Kamus. - Suspirou, entrelaçando as próprias mãos, os olhos vazios. - Eu não posso ter mais ninguém. Me sinto sujo! - E, com os olhos marejados, olhou para Kamus. - Me sinto usado... Vadio!

-Milo...

-Não, Kamus... Por favor... - E deitou-se na cama, olhando para o teto.

-Tudo bem... - Murmurou, sutil. Sabia que não poderia exigir nada de Milo, naquele estado. Mas tinha de admitir que era realmente assustador vê-lo tão mudado. - Quer que eu fique aqui, com você?

-...Não precisa se preocupar... Dite está aqui...

-Bom... Então... Vou avisar à Diana o que houve, e pedir para ela liberá-lo por alguns dias. - Falou, indo em direção à porta.

-Peça para ela me liberar pra sempre. - E Kamus travou. Virou-se para Milo, os olhos arregalados.

-Mas, o que...?

-Eu me demito.

Continua...