Nota das autoras:
Ju: Mais dois capítulos postados de uma vez... Não se acostumem!
Tem motivo, sim. Esse capítulo é bem pequeno, e o outro, é menor ainda.
Vocês nos matariam se postássemos um de cada vez...
Bom, obrigada pelas críticas, e até a próxima! )
Agradeço à todos os coments!
Boa leitura!
Celly: Esse não deixou que postássemos no domingo e com isso vocês ganham dois capítulos! Pra matar a curiosidade, um pouco do que vocês gostam. Agradeço mais uma vez à todos os comentários, sugestões e puxões de orelha. Semana que vem tem mais um!
Beijos!
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Capítulo 07 – Confrontos
O resto do fim de semana passou como um furacão. No domingo de manhã, Milo foi liberado do hospital, passando o resto da manhã sendo paparicado por Shaka, Mu, e Afrodite. Kamus não dera sinal de vida desde que saíra do quarto do escorpiano na noite anterior.
No final da tarde, Diana apareceu no apartamento de Milo, que dormia profundamente, no sofá, com o controle remoto nas mãos. Ela desculpou-se com Afrodite por não ter aparecido mais cedo, mas tivera alguns problemas com o namorado, e também se recuperava.
- Aceita um café, Diana? -Afrodite ofereceu.
- Ah, claro, Dite.
Ele fingiu não perceber que as mãos dela tremeram quando ela segurou a xícara. Sentaram-se no outro sofá da sala, Milo ainda dormia profundamente. Afrodite não queria incomodar, sabia que o amigo estava tento pesadelos constantes com o ocorrido e qualquer tempo que ele pudesse dormir sem problemas era bom.
- Diga, Diana. Eu sei que você não veio aqui só para ver o Milo.
- Dite.... -ela pareceu sem saída, com a agilidade de sacar as coisas no ar que Afrodite tinha.
- Ande, querida. Fale logo.
- Bom, Dite....eu quero que você saiba que detesto ter que fazer isso...
- Não precisa me dizer, Di. Seu sócio não me quer no Inferno.
Diana baixou a cabeça, olhando para a xícara de café. Surpreendeu-se com o movimento delicado de Afrodite, que segurou seu queixo, levantando-o, para que pudessem olhar-se nos olhos.
- Eu entendo como isso é difícil pra você, Di. Não te culpo um único minuto. Você é e sempre será uma mulher maravilhosa.
- Dite, não queria que isso acontecesse. Eu tentei argumentar, mas ele não me ouviu...
- Ele não ouviria, você o conhece. -era impressionante a calma com que Afrodite estava recebendo toda aquela notícia.
- Você tem razão. Mas eu não posso simplesmente fazer isso com você e deixar por isso mesmo. Você é mais que um simples empregado, você é meu amigo, como todos que trabalham naquele bar. Eu vou ajudá-lo a procurar um emprego. Conheço pessoas que têm restaurantes, bares, você não ficará desempregado por muito tempo, eu prometo.
Afrodite abraçou-a. Ela realmente era uma mulher maravilhosa.
- Di...posso te pedir uma coisa?
- Claro, Dite...o que quiser.
- Pode me dar o endereço do Carlo?
Ela ficou estática. Olhava-o nos olhos, mas não teve reação nenhuma. Somente quando Afrodite assegurou-lhe que não iria até lá para matar o outro é que ela permitiu-se sorrir.
- Ele fez tudo usando você. Quero que ele faça as coisas como um homem, que ele proclama ser. Vai ter que ser cara a cara.
Diana anotou em um papel o endereço da casa de Carlo e deu a Afrodite, que leu-o por um minuto.
- Muito obrigado.
- Tome cuidado, Dite.
- Tomarei. E por favor, não avise a ele que irei visitá-lo.
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Kamus mecanicamente arrumou-se para o trabalho. Era segunda feira e ele não tinha notícias de Milo, nem dos outros. Controlou-se para não ligar para a casa dele, nem que fosse para falar com Afrodite. Aquilo o estava matando, ainda podia ouvir a voz de Milo dizendo que não queria mais ninguém, que não queria mais trabalhar lá. Aquele pensamento fez com que ele se arrepiasse. Milo, o garçom mais carinhoso, disputado, simpático e bonito do Inferno, abdicando de sua vida, do que gostava de fazer por causa de um maníaco? Aquilo não estava certo. No fundo, Kamus estava mais preocupado com si mesmo. Ele sabia que era egoísmo, mas tinha medo por não agüentar ficar sem olhar Milo nos olhos, sem lutar para não rir das piadas dele, das cantadas mal sucedidas de todos os dias. Ele tinha certeza que iria enlouquecer.
Chegou no bar, como sempre, mais cedo que todo mundo. Porém, Diana já estava lá. Ele cumprimentou-a com um aceno de cabeça, que foi devolvido à ele. Ela estava com uma aparência cansada, o que fez com que ele se aproximasse dela, com um copo de água e um sorriso amistoso.
- Você deveria levar um banho de borracha. Não servimos água aqui, Kamus.... -ela disse, tentando fazer piada.
- O expediente ainda não começou, patroa. E acho que você está precisando disso. -ele estendeu-lhe o copo. -Algum problema?
- Falei com Afrodite ontem. Estou arrasada.
Kamus gelou, se é que aquilo era possível. Ela esteve com Afrodite, então provavelmente esteve com Milo. Tentou controlar-se para não perguntar por ele, mas não conseguiu.
- E Milo, como está?
Ela sorriu, suavemente.
- Estava dormindo no sofá da sala, nem notou quando cheguei ou saí. -ela disse.
"Devia estar como um anjo....", ele pegou-se pensando.
- Ele vai ficar bem, Kamus. Em breve estará aqui com a gente novamente. -ela disse, tocando de leve na mão dele.
- Afrodite não falou nada com você?
- Falar o quê?
- Bom, quando eu fui ao hospital, no dia em que tudo aconteceu...Milo me disse uma coisa. Acho que ele não pretende fazer isso, mas nunca se sabe. Como ele disse isso só a mim, porém eu achava que ele tinha contado ao Afrodite também...
- Kamus, fala logo! -Diana falou, num tom mais alto.
- Milo pediu que eu dissesse a você que ele não quer mais trabalhar aqui depois de tudo o que aconteceu.
À Diana coube apenas esconder as mãos no rosto e baixar a cabeça.
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Decidido, parou na porta, encarando-a. Respirou fundo antes de tomar coragem e tocar a campainha.
-Mas que droga! - Exclamou Carlo, que estava fazendo a barba na hora. - JÁ VOU! - Terminou com rapidez, quase se cortando com a lâmina. Praguejando, lavou o rosto de má vontade e foi atender, vestido apenas com uma calça jeans escura. - O que... - Abriu a porta disposto a soltar um palavrão na cara do sujeito, mas emudeceu ao ver Afrodite. Os cabelos caídos pelos ombros e pela cintura lhe faziam ficar ainda mais andrógino. A calça jeans justa, os tênis simples e a blusa corriqueira pareciam estranhamente muito charmosos.
-...Posso falar com você? - Perguntou, com uma voz calma, olhando nos olhos do outro, que sentiu-se estremecer.
-Claro que não, seu viadinho. - Falou, grosseiramente, pronto pra bater a porta na cara do outro. Franzindo o cenho, Afrodite parou a porta, e, surpreendendo Carlo, deu uma pancada tão forte nela que poderia tê-la arrancado. Adentrou na casa do outro, batendo a porta atrás de si.
-CHEGA DE SER CANALHA! - Berrou, irritado. - Mas que droga, Carlo! Por que você acha que é tão bom assim? POR QUE VOCÊ NÃO PODE TENTAR SER MAIS GENTIL, PELO MENOS POR MEIO SEGUNDO?! ALIÁS, QUEM VOCÊ PENSA QUE É?! JESUS CRISTO?!
-NÃO SE ATREVA A FALAR ASSIM COMIGO, SUA BICHA! - Berrou Carlo, de volta. Quem diabos aquele sujeito pensava que era?
-Qual é seu problema? - Perguntou Afrodite, hostil. - Eu não fiz NADA com você, VOCÊ correu atrás de mim como um cachorro no cio! VOCÊ me agarrou! A culpa TODA é SUA! Não entendo porque eu tenho que perder meu emprego só porque um galinha como você acha que é o bom!
-CALA A BOCA! - Gritou, as mãos em punhos. Já havia perdido a paciência com o lindo rapaz à sua frente. - EU TE AGARREI, É? MAS VOCÊ CORRESPONDEU! VOCÊ PROVOCOU, ME ENGANOU!
-EU TE ENGANEI? PERDÃO, VOCÊ PELO MENOS SE PREOCUPOU EM SABER ALGO DE MIM ANTES?
-CLARO QUE NÃO! POR QUE ME IMPORTARIA? - Os gritos aumentavam cada vez mais, e os rostos ficavam mais vermelhos. Gesticulavam muito, um querendo impor mais respeito do que o outro.
-Ora, por que você se importaria? - Colocou as mãos na cintura curvilínea. - Caso você não tenha notado, CARLO, EU SOU UM HOMEM!
-EU JÁ SEI DISSO, DROGA!
-Então? Não acha que é o suficiente para se importar? - Falou, irônico.
-Pára de falar o que você não sabe! - Ameaçou Carlo, seco.
-Vai fazer o que? Ligar pra um bordel e pedir uma de suas amiguinhas, para que ela venha correndo pra me dar bolsadas?
-Olha aqui... - Por mais que quisesse mentir para si mesmo, não conseguia. Afrodite realmente era uma tentação. E ficava tão mais lindo com raiva...
-OLHA AQUI O ESCAMBAU! - Exclamou, numa voz tão irada que chegava a dar medo. - VOCÊ É UM PROMÍSCUO MESMO! - Berrou Afrodite, colocando o dedo à milímetros do rosto de Carlo, que cerrou os olhos. - VOCÊ É UM IDIOTA! UM GALINHA! VOCÊ ACREDITA QUE É BOM, MAS NÃO PASSA DE UM MER...
-CALA A BOCA, BIBA! - E, puxando Afrodite para si, tomou os lábios cor-de-rosa. Afrodite arregalou os olhos e tentou gritar, mas Carlo aproveitou a deixa para fazer sua língua serpentear para dentro da boca do outro. Por mais que o rapaz de cabelos longos tentasse se livrar dele, Carlo não lhe permitia. Além de manipular sua boca, segurava seus braços com força. Muita força. Afrodite, em desespero, empurrou a língua contra a do outro, numa tentativa de expulsá-la. Mas só conseguiu fazer o beijo ficar ainda mais ousado. Sem escolha, prendeu a língua de Carlo entre seus lábios e mordeu-lhe com força. Carlo soltou uma exclamação de dor, apartando o beijo e soltando Afrodite.
-Ora, seu... - E, antes mesmo de terminar a frase, foi surpreendido por um tapa de Afrodite, em cheio no seu rosto. Aborrecido, revidou com as costas da mão. - Bateu, levou.
A agressão foi tão forte que fez Afrodite cair sentado no chão. Carlo apenas fitou-o caído. Mas não havia somente ira em seus olhos. Havia também... Desejo. Aquele rapaz conseguia realmente lhe fazer perder os sentidos. Balançou a cabeça com brutalidade, tentando se convencer de que aquilo não valia a pena.
-Vai embora, Afrodite. E não volte nunca mais.
Afrodite apenas fitou-o por alguns segundos. Suspirou. Ergueu-se com a mão na face atingida, olhando friamente para o outro.
-Seu desejo é uma ordem, ó todo poderoso. - E virou-se para sair. Ao colocar a mão na maçaneta, virou o rosto para Carlo. - Só espero que possa conviver com sua consciência. Adeus.
E saiu, batendo a porta. Carlo caminhou até o sofá, se jogando nele.
-Você tá gostando dele... Seu idiota! - E deu um tapa forte na própria testa. Irado, pegou o telefone e discou um número rotineiro.
-Alô? - Uma voz sexy atendeu do outro lado.
-Alô...
-Olá, Carlo! Quem vai querer hoje?
Suspirou. Tinha de pedir alguém. Kayla? Britney? Notou que não tinha vontade alguma de fazê-lo.
-Ahn, nenhuma. Só quero dizer que vou ficar uns tempos sem pedir.
-Mas... Mas...
-Passem bem.
E desligou o telefone, chocado. Escondeu a face nas mãos.
-É pior do que eu pensava... - Murmurou para si mesmo, antes de chutar uma mesinha, fazendo-a voar e estraçalhar-se na parede.
Continua...
