Nota das autoras:
Ju:
Obrigada pelas reviews. Esse capítulo é, sem dúvida, um dos meus preferidos.
AVISO PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO (Vou ser malvada): VAI TER LEMOOON! XDD
Reviews são bem vindas o/
Celly:
Onde todo mundo foi parar nessa semana? Por acaso não gostaram dos capítulos? a Ju mesmo disse, esse também é um dos meus capítulos preferidos. Mas aguardem o próximo que fica ainda melhor!
Obrigada às reviews de sempre.
Até a próxima!
Boa leitura.
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Capítulo 09 – Surpresas
Duas semanas se passaram. Duas semanas sem nenhum sinal de Afrodite e Milo. Diana era a responsável pelas informações deles, já que, com a ajuda de Saga, arranjara o novo emprego de Afrodite, em um restaurante italiano no centro da cidade. Era algo totalmente diferente do bar em que trabalhara, mas ele parecia estar gostando. "Dá pra pagar as contas e ninguém me importuna, então está ótimo.", era o que ele costumava dizer.
Milo recuperava-se lentamente do trauma que sofrera. Concordara com os conselhos de Shaka e Mu (que haviam partido para mais uma viagem) e freqüentava um psicólogo. Já estava mais confiante de que a culpa do ocorrido não havia sido sua, que as pessoas que se mostravam preocupadas não eram nocivas e principalmente, que o 'amigo misterioso' que ele secretamente gostava poderia, sim, querer algo mais do que apenas aproveitar-se dele.
Kamus.....Milo estava dentro do carro, dirigindo-se ao novo emprego e não parava de pensar no francês. Ele nunca mais o havia procurado, desde que ele dissera que não queria nunca mais nenhum homem perto dele. "Talvez tenha esquecido de mim". Era a maldita insegurança lhe atacando novamente. Não lembrava de ser tão inseguro assim antes. Antes do....não, era melhor não pensar naquilo.
Voltou para a realidade quando o carro parado atrás dele buzinava insistentemente para que ele saísse da frente ou ao menos colocasse o carro em movimento. Milo escolheu a segunda opção.
Chegou em cima da hora no escritório, ajeitando a gravata azul que contrastava perfeitamente com seu terno cinza. Às vezes, nem ele conseguia acreditar que estava trabalhando ali, como supervisor em um escritório de publicidade. Empregos burocráticos não combinavam com ele, mas depois do ocorrido, era o que lhe parecera mais seguro. E não precisava interagir tanto com as pessoas, o que lhe dava uma especial paz de espírito.
Em sua sala, a secretária apareceu logo depois que ele já começava a trabalhar, com alguns recados anotados em uma das mãos e na outra uma xícara de café. Ele agradeceu à senhora e começou a ler os recados. Eram todos de Afrodite. O amigo havia se tornado ainda mais preocupado com ele depois que ele voltara a trabalhar. Resolveu ligar para ele no horário do almoço.
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- Vamos, Saga, olha ele ali. Dite!!!
Afrodite olhou na direção da porta e fitou um dos casais mais belos que já havia cruzado aquele restaurante. Porque sim, Saga era lindo e Diana era ainda mais bonita. Estavam ambos muito elegantes, pareciam que iam a alguma cerimônia, especialmente ela, que usava um vestido marfim de seda até os joelhos e sandálias de tiras douradas trançadas por toda a perna. Saga estava de terno grafite, a gravata acompanhava o tom do vestido da namorada.
- Ora, ora! Resolveram aparecer! - Ele os cumprimentou.
- Nossa...Viemos almoçar, ainda temos um casamento para ir. -Diana disse, apressada.
- Casamento? Ué, mas se vão a um casamento, por que estão comendo antes?
- Da última vez que fomos a um casamento da minha família, quase passamos fome. Tivemos que pedir uma pizza quando chegamos em casa.... -Saga explicou.
Afrodite sorriu e levou-os até uma mesa vazia, que naquele horário era difícil de achar. Serviu-os de um ótimo vinho e uma refeição leve, se é que encontravam alguma coisa leve na culinária italiana.
- E como andam as coisas no Inferno? -Afrodite perguntou, tentando soar o mais natural o possível. Na verdade queria saber como todos estavam: Marin, Shina, June, Hyoga, Kamus, Aldebaran, Shun, Carlo....não. Ele não pensara nessa última pessoa.
- Estamos com um garçom novo, o Aioria. Aliás, Marin está namorando com ele.... -Diana começou a falar.
- E ainda teve a briga, não se esqueça do acontecimento mais legal das últimas semanas.
Diana olhou com cara de poucos amigos para Saga. Parecia que ele havia falado algo que não devia.
- Que briga? -Afrodite perguntou.
- Não é nada, Dite... -Diana tentou consertar.
- Di...ele vai ter que saber mais cedo ou mais tarde.
- Gente...
- Conte logo então, Saga. -ela disse, contrariada.
- Kamus brigou com um cara. Quase matou-o.
- Ai, meu pai! -Afrodite colocou as mãos sobre os olhos. -Quem era o coitado?
- Ele disse que era o cara que tinha machucado o Milo.
Afrodite ficou mudo, olhando para Saga com olhos arregalados.
-HEIM?! - Berrou, atraindo olhares. Mas bastou um gesto de Saga para que eles sumissem.
-Mas... Como... Ele... - E Afrodite ficou branco como papel. Apoiou-se numa cadeira para não cair. - Por que ele fez isso?!
-Não é óbvio? O senhor cubo-de-gelo, como disseram que vocês o chamam, está apaixonado.
Aquilo foi como um tapa.
-Ai, Deuses! Vou ligar pro Milo! - Virou-se para correr, quase tropeçando nas mesas, cadeiras, garçons e clientes.
-...DITE! - Mas ele já tinha sumido. - Saga... Não foi uma boa idéia...
-Deixa rolar, Di... Ele teria de saber um dia, não acha?
-...Não sei, não... - Apesar da expressão séria dela, Saga sorriu, beijando a namorada na bochecha.
-Calma, linda, vai dar tudo certo, ok?
-Aff, Saga, só você mesmo... - Virou os olhos, encostando-se no namorado, que riu apenas.
-ATENDE! ATENDE! ATENDE! - Berrou Afrodite no telefone, ao ouvir a secretária eletrônica. Milo, que estava na sua sala, ocupado no computador, saiu correndo para ver o que estava acontecendo. Pegou o telefone, trêmulo.
-O QUE HOUVE?!
-Milo, eu soube de uma coisa...
-Sobre...?
-Kamus.
E o coração de Milo disparou.
-...O que tem ele...?
-Sabe o Marco?
E Milo fechou os olhos ao ouvir o nome. Rangeu os dentes.
-Prefiria não saber... Por que tinha de me lembrar dessa maldição?
-O Kamus espancou ele.
-COMO É QUE É?! - E o fone quase caiu de sua mão.
-...Kamus disse que queria vingar você...
-Q...Quando isso aconteceu?
-Duas semanas atrás.
-DUAS SEMANAS?! E como eu só fiquei sabendo agora?!
-Kamus não te ligou porque não quer te apressar.
Aquilo soou tão lindo que fez os olhos de Milo marejarem.
-Vou até a casa dele. Não me espere hoje, Dite. Obrigado, te amo! - E desligou.
-MILO! - Berrou Afrodite, mas o amigo já havia sumido.
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Soltou um longo suspiro. Deitado no sofá, passava os canais, mas nada lhe atraía. Plantações de arroz do fim do mundo, programas de fofoca, reality shows estúpidos, videoclipes de cantoras semi-nuas... Decidiu-se por desligar a televisão, a fim de poupar o cérebro de tanta ignorância.
-Grunf. - Grunhiu, sentando-se. Pensou que, mesmo se tivesse encontrado algo interessante para ver, não iria prestar a mínima atenção. Seus pensamentos estavam sempre voltados para Milo. Suas ações sempre tinha um traço dele. Suas palavras, seus sorrisos... Tudo estava estampado em cada canto de qualquer lugar. E aquilo era terrível. Saber que o amava, saber que o desejava mais do que tudo no mundo. E saber que já não era nada.
A campainha toca. Kamus suspira, resignado. Provavelmente seria um daqueles vendedores de vassoura ou sei lá o que mais. Caminhou até a porta, ajeitando a camisa preta sem muito zelo. Abriu-a e chocou-se ao ver Milo, de terno, com a blusa de botões semi-aberta e a gravata frouxa. Teve a certeza de que ele estava correndo.
-...Milo...
-Oi, Kamus... - Ele murmurou, e Kamus estranhou sua talvez timidez. - Posso entrar?
Kamus piscou algumas vezes antes de dizer 'Claro', permitir que ele entrasse e fechar a porta atrás de si.
-...Sente-se, por favor. - E Milo obedeceu, caminhando até o sofá. Sentou-se nele, esperando que Kamus fizesse o mesmo. Sentou-se ao seu lado, preocupado em manter uma distância agradável para o outro, mesmo que sua vontade fosse bem contrária. - A que devo sua visita ilustre?
-Você bateu nele.
E Kamus arregalou os olhos.
-Quem... Quem te contou?
-Dite.
-Dite?
-É, alguém contou pra ele.
-Já imagino quem tenha sido... - Pensou logo em Aldebaran, mas descartou a possibilidade. Só poderia ter sido Diana... Ou talvez não.
-Não sei, mas isso não importa agora. - Falou, antes de respirar fundo. - Kamus...
-Fala.
-Por que você fez aquilo? - Perguntou, com uma inocência tão genuína que chegava a balançar.
-Milo... - Murmurou, olhando no fundo dos olhos azuis amedrontados. - Você ainda pergunta? O que eu preciso fazer para que você entenda?
-Entender o que? - Perguntou, suave.
-Eu gosto de você, seu cabeça dura. Desculpe-me por não ter evitado problemas, por ter sido o idiota que eu fui. Mas você sabe que eu sou assim, não posso evitar meu instinto.
Milo permaneceu imóvel, olhando-o, chocado.
-...
-Milo... Eu REALMENTE gosto de você. Não posso te dizer o quanto, é imenso demais para resumir. - E olhou para a mão dele, para tentar segurá-la entre a sua em seguida. Deu um leve sorriso quando o outro deixou que ele a tomasse, embora um pouco ruborizado. - Eu te amo. E vou continuar te amando, mesmo que você já não queira nada.
-Kamus...
-Sim?
-Você é maravilhoso. - E, com suavidade, aproximou-se com hesitação, para alcançar a boca do francês, que não deixou o beijo passar de um leve encontro de lábios, embora quisesse mais. Afastou o rosto de Milo, olhando-o nos olhos, procurando alguma dúvida. Viu muitas. Suspirou, acariciando-o.
-Obrigado, mas não sou. - Disse, num sussurro. - Se fosse, não iria embora agora para me controlar, Milo. Eu sei que você tem medo, e eu não vou forçar-lhe à nada. - Tentou erguer-se, mas Milo segurou-lhe a mão. Olhou para o rapaz, que lhe pareceu puro como um anjo.
-Kamus...
-Fale, Milo...
-Eu quero você.
Continua...
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Embora tenham vontade de nos matar, por favor, não façam isso! OO'
