Nota das autoras:
Ju:
A CELLY VOLTOU! ENFIM! O/ Obrigada pelo apoio, pessoal!
Esse capítulo aqui, sinceramente, é um dos meus favoritos por causa do final. Não se adiantem, por favor. Leiam o capítulo todo antes de ir pro final, senão, perde completamente a graça, okay?
Obrigada à todos os que lêem nosso fic, que nos ajudam e que torceram para que a Celly voltasse logo.
Obrigada à ela, também, por tudo. Definitivamente, tudo.
Boa leitura!
Celly:
Ae, finalmente eu estou de volta! Nem posso dizer o quanto é bom poder enviar os capítulos aqui de casa e ver as reações de todo mundo.
Mais uma vez vocês estão arrasando nas reviews, me deixando muito mais que contente. Obrigada mais uma vez.
Ah, claro, como não poderia deixar de ser, um obrigado especial à duas pessoas muito importantes, que aturaram meus emails melosos e me mandavam apoio, mesmo à distância. Lili e Ju, vocês moram no meu coração, de verdade!
Vamos ao que interessa....esse capitulo vai deixar muita gente contente e muita gente com vontade de nos matar. Não esqueçam, vocês não podem fazer isso, ainda temos que postar tudo até o final....ótima leitura e considerem isso nosso presente de Natal. Querem saber o que vem no Ano Novo? Cheguem até o final do capítulo e esperem pela próxima semana!
Beijocas em todas....feliz 2005!!
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Capítulo 13
-AI! - Exclamou, quase caindo em cima de um cliente. - Desculpe, moça!
-Ah... Tudo bem... - Ela disse, com um risinho.
Afrodite, envergonhado, continuou seu caminho. Foi até a cozinha, e entregou os pedidos.
-Eu vi, hein? - Giane riu. - Está nas nuvens ou o que?
-Digamos que eu tenho um encontro com uma pessoa que me trás péssimas recordações. - Falou Dite, sem graça.
Giane sorriu, pegando o pedido da mão dele e começando a juntar os ingredientes.
-Que bom que seguiu meu conselho.
-Ah, sim! Tenho que te agradecer por isso...
-Não se preocupe, fiz por gosto. - Disse, acendendo o fogo.
Afrodite sorriu novamente, antes de olhar no relógio. Sete horas.
-Meia hora pra ir pra casa. - Murmurou Afrodite, fazendo careta. - Bom, estou indo atender mais algumas pessoas. Já venho pegar o pedido da mesa sete! - E virou-se para sair da cozinha. - Mais uma vez, eu te amo! - Falou para Giane e saiu rindo.
O senhor apenas balançou a cabeça, murmurando um 'crianças...'.
Parado em frente ao restaurante, Carlo esperava por Afrodite.
Olhou para o relógio, vendo que faltava bem pouco para que ele saísse. Encostado no carro preto, não via a hora de rever o belo rapaz, que ocupou todos os seus pensamentos desde a noite anterior.
-Quem diria, hein?
E virou-se, vendo Kanon, sorridente.
-Então, conseguiu se ajeitar com ele?
-Estou tentando, pelo menos. É muito difícil.
-Pelo menos, a tentativa é boa. - Kanon aumentou ainda mais o sorriso. - Estou orgulhoso de você.
-Bá, não fique. - Disse, encabulado.
Deu um risinho.
-Bom, vou-me embora agora... À propósito, dá pra ver seu príncipe pela janela.
E Carlo olhou para a janela, conseguindo enxergar Afrodite pelos vidros transparentes. Sorria para o cliente que atendia, embora este parecesse querer muito mais. Sentiu ciúme, mas controlou-se, contando até dez.
-Não vai me dar seu telefone? - Perguntava, pela décima vez, o insistente rapaz.
-Desculpe, senhor. Já sou comprometido. - Sorria falsamente, respondendo mais uma vez.
-...Bom, se mudar de idéia, eu...
-Passe bem, senhor. - Deu as costas e saiu, indo até a cozinha de novo.
-Afrodite, seu turno acabou. - O maitre anunciou e Afrodite abriu-lhe um sorriso gigante. Correu para trocar o uniforme por uma roupa mais corriqueira.
Dez minutos depois...
-Tchau! - Acenou para os amigos e saiu, olhando para eles. Ao virar o rosto para frente, deu de cara com Carlo, numa distância perturbadora de pouco mais de cinco centímetros. Berrou, pulando pra trás. Carlo riu.
-É o segundo encontro, e a segunda vez que você faz isso.
-Eu não faria se não me assustasse... - Disse, aborrecido.
-Ah, tudo bem... Quer uma carona pra casa?
-Ahn? É... Bem... - E viu a cara de expectativa do outro. Não pôde lhe negar tal convite. - Adoraria.
Em poucos minutos, já estavam indo em direção à casa de Afrodite, ambos calados.
-Vamos sair mesmo, não é? - Carlo quebrou o silêncio, olhando para o outro, que apenas respirou fundo e assentiu. - Eu te deixo em casa e te espero terminar de se arrumar.
-...Tudo bem... - Falou, olhando para os próprios pés. Ao chegar em frente à sua casa, Afrodite olhou-o. - Eu vou demorar um pouco... - E respirou fundo. - Q...Quer entrar?
-Adoraria. - Falou Carlo, saindo do carro. Ambos foram em direção à casa, adentrando-a.
-Vou tomar um banho, pode ficar à vontade... Tem umas cervejas na geladeira... Ah, pode assistir TV ou algo assim, se quiser.
-Obrigado. - Falou, aproximando-se de Afrodite, que apenas se esquivou.
-De nada. - Falou, rápido. - Vou tomar um banho. - E correu para seu quarto.
Carlo sorriu, sentando-se no sofá, só então reparando na decoração do apartamento. Tinha certeza que a maioria das coisas ali não haviam sido compradas por Milo. Não, aquele estilo combinava muito mais com Afrodite. E ele pegou-se admirando cada pequena coisa, das flores exóticas aos porta-retratos. Fixou o olhar nas fotos em que Afrodite aparecia com um sorridente Milo, na frente do Inferno. Passou os dedos delicadamente na foto, onde ficava o rosto de Afrodite, murmurando um "Desculpe por ter te magoado."
No banheiro, Afrodite acabara de lavar os cabelos. O pensamento sempre ia buscar o homem que agora estava na sua sala, fazendo sabe-se lá o quê. Se Milo soubesse o que ele iria fazer, com certeza o reprovaria. Mas se todos tinham o direito a felicidade, ele também o tinha, e não importava com quem fosse. "Mesmo que seja com um grosseirão como o Carlo?", ele podia ouvir a voz de Milo, quando desligou o chuveiro. "Mesmo assim...eu quero tentar.", ele disse, olhando seu reflexo no espelho. Pelo menos não estava com olheiras. Enrolou uma toalha nos cabelos e colocou um roupão branco para ir até o quarto. Estava acostumado a sair nu, mas com Carlo ali era melhor não abusar. Sorriu maliciosamente quando pensamentos cretinos invadiram sua mente.
Abriu a porta do quarto e surpreendeu-se com Carlo ali dentro, vendo as fotos que ele tinha em cima da cômoda de madeira branca. Por um momento achou que era resquício de seus pensamentos, mas quando o outro virou-se para ele, olhando-o de cima a baixo e aproximando-se perigosamente, ele percebeu que tinha que fazer alguma coisa.
- Carlo...o que...o que você está fazendo aqui? -ele perguntou, quando o outro estava a poucos centímetros dele.
- Vi suas fotos lá na sala, queria ver se você tinha mais aqui no seu quarto. -ele disse, inocentemente.
- Depois...depois eu as mostro pra você, agora com licença, deixa eu me arrumar.
- Você está ótimo assim. -ele comentou, passando a língua pelos lábios.
- Cretino. -Afrodite disse, sorrindo. -Sai daqui.
Carlo sorriu e saiu do quarto, deixando Afrodite com mais pensamentos impuros.
Abriu o armário e não sabia com qual roupa sair. "Todo de preto? Ai, vai parecer que estou indo a um velório. Vermelho? Não...muito prostituta. Essa blusa é linda, mas pra dançar no Inferno, não pra sair com o Carlo". Olhou pela janela. Fazia frio, mas não a ponto de sair completamente agasalhado. "Ainda mais porque a noite pode ser quente...", ele pensou e logo deu um tapinha na cabeça, censurando-se. Fitava mais uma vez o armário e as dezenas de peças de roupa quando sorriu, tomando sua decisão.
Meia hora depois e nada de Afrodite sair do quarto. Se fosse antigamente ou com uma qualquer, Carlo com certeza já teria batido a porta e ignorado a companhia. Mas com o rapaz era diferente, ele era diferente. "A começar pelo fato de que é um homem...Deus, onde estou com a cabeça?", ele pegou-se pensando, quando sentiu um cheiro diferente no ar. Olhou para trás e constatou que era sua companhia. Estava abismado.
Afrodite estava simples, talvez aquele fosse o motivo por ele estar tão bonito. Usava calça de couro preta (que ajustava nos melhores lugares), uma blusa sem mangas também preta e pra completar, estava segurando uma jaqueta jeans escura, que dava um ar elegante àquela composição. Os cabelos estavam soltos e bem penteados e pareciam brilhar. Carlo pegou-se tentado a ignorar a noite e partir pro ataque.
- Desculpe a demora. Carlo, está me ouvindo?
- Hã? É...sim...vamos então... -ele disse, ainda atônito.
Antes de saírem, Afrodite deixou um bilhete sugestivo preso na geladeira, endereçado à Milo, que àquela hora deveria estar com Kamus. Agradeceu aos deuses por Carlo não tê-lo lido. "Hoje é você quem não precisa me esperar..."
Afrodite conhecia o caminho que estavam fazendo no carro de Carlo. Mais uma vez estavam em silêncio, como se não soubessem o que dizer um ao outro. Era impressionante como as palavras faltavam, era como se dissessem que eles deveriam partir para os beijos e deixar a conversa para depois.
Carlo abriu a porta do carro para Afrodite, que sorriu-lhe em agradecimento. Entraram no restaurante, que Dite sabia, por sua experiência como garçom, era um dos mais caros da Grécia. Se a idéia de Carlo era surpreendê-lo estava conseguindo.
O maitrê levou-os até uma mesa reservada, no segundo andar do restaurante. Champanhe foi servido sem que eles ao menos pedissem. Afrodite achava aquilo tudo ótimo, mas uma coisinha o intrigava desde que entraram ali.
- Carlo... -ele começou.
- Fala...
- Esse restaurante...
- O que tem ele?
- Está tão vazio....sabe por quê?
- Sei sim.
Afrodite olhou-o, como se esperasse que ele completasse sua frase. Carlo suspirou, tomando uma das mãos dele para si.
- Eu fechei o restaurante para a gente por essa noite.
Mais uma vez, Afrodite pegava-se de boca aberta diante da revelação do outro.
-Por Deus... - As bochechas de Afrodite ganharam uma cor vermelha, bem viva. Carlo pôde apenas dar um risinho diante disso. - Carlo, eu nem sei o que dizer... Um obrigado seria muito pouco. - Suspirou, olhando para baixo, para erguer os olhos logo em seguida.
-Não precisa falar nada. O importante é que você gostou, certo?
-Eu adorei... É lindo. - Falou, com um sorrisinho.
A luz da Lua, ao lado de fora, iluminava a mesa e o rosto de Afrodite, hipnotizando Carlo, que, num momento de devaneio, ergueu a mão para tocar nos cachos azuis belos e acariciá-los. Afrodite apenas o mirou, feliz por estar conseguindo agradá-lo daquela maneira, já que os olhos do outro estavam fixados nele.
-Carlo... - Pareceu despertá-lo. Carlo retirou a mão dos cabelos do outro imediatamente, preocupado.
-Desculpe, eu...
-Não se desculpe. - Afrodite sorriu calmamente. - Estava bom...
Carlo sorriu.
-Prometo que faço isso na boate.
-Boate? - E piscou algumas vezes, fazendo seu acompanhante achá-lo ainda mais encantador.
-Claro, depois que terminarmos de jantar... Vamos dançar?
-Eu... Ah... Gostaria bastante.
-Que bom. - Falou, a voz contente. Foi aí que Afrodite notou que ele ainda segurava sua mão.
Ficou ainda mais vermelho, e imaginou o que Carlo deveria estar pensando. Provavelmente pensaria que ele era mais um daqueles garotinhos meigos, cheios de não me toques. Mas Carlo estava muito longe de pensar algo assim. Estava adorando a companhia do outro.
Um cheiro delicioso impregnou o ar. Mas ele não poderia rivalizar com o cheiro ainda mais atrativo de Afrodite, pensou Carlo.
-Senhores? Podemos servi-los? - Perguntou um dos garçons, Carlo fez um gesto afirmativo com a cabeça. Travessas de comidas refinadas, como lagosta, camarão e outras iguarias foram colocadas na mesa. Afrodite, um tanto chocado, apenas observava à tudo.
-Que foi? - E olhou para Carlo. - Não gosta?
-Não, não! - Falou rápido. - Eu gosto muito. - Disse, com um sorriso suave, começando a se servir.
Carlo seguiu seus movimentos, maravilhado com sua delicadeza. Até o modo como comia era encantador. Educado ao extremo.
-Você me surpreende a cada minuto que passa.
E Afrodite olhou-o.
-Você consegue ser melhor a cada segundo.
E Afrodite sorriu demoradamente, procurando as palavras, sentindo novamente uma ardência nas bochechas.
-Você me deixa lisonjeado, Carlo...
-Estou dizendo a verdade. - Falou, olhando-a nos olhos. Afrodite abaixou os olhos, e Carlo pôde notar que talvez o estivesse envergonhando. - Mas podemos falar disso depois do jantar, certo?
E Afrodite assentiu com a cabeça.
Porém, alguns minutos depois, Carlo voltou a observá-lo, admirando e analisando seu rosto perfeito.
Os cabelos combinavam com os olhos, que combinavam com os lábios maravilhosos, que combinavam com a cor da pele. Enfim, não havia nada nele que não pudesse ser considerado primordial. E aquela charmosa pintinha que ele tinha? Era simplesmente adorável.
-Carlo. - Dessa vez, Afrodite não desviou os olhos da comida.
-Sim?
-Você não tinha dito que só iria fazê-lo depois do jantar? - Falou, numa voz divertida. Carlo sentiu-se envergonhado por ele ter notado sua apreciação e sua pesquisa minuciosa.
-Desculpe, é difícil resistir.
-Ah, tudo bem. - Falou Afrodite, pegando a taça de champanhe e levando-a sutilmente aos lábios rosados. Quando a trouxe de volta para a mesa, olhou para o outro. - Eu já o fiz milhares de vez essa noite, e você não reclamou. Então, não posso reclamar também.
E Carlo arregalou os olhos.
-Você o fez?
-Fiz. - E sorriu, corado. - Se importa?
-Não. - Disse, sinceramente. Adorou saber que o outro o apreciava. - Satisfeito?
-Sim, obrigado... - Falou, sutilmente, levando o guardanapo de pano sutilmente aos lábios. Carlo pediu licença, tomando-o do outro.
-Deixe que eu faço isso pra você. - Pediu. Afrodite apenas ficou parado, olhando-o nos olhos, enquanto ele se aproximou. A boca do outro estava completamente limpa, aquilo fora apenas uma desculpa para aproximar-se. Escolheu um canto ao lado da boca, onde friccionou o pano de leve.
Aproximou o rosto, pronto para tomar os lábios nos seus, mas um garçom pigarreou alto. Afrodite corou, notando o que estava prestes a fazer, e Carlo olhou irritado para o homem, censurado pelos amigos de trabalho. - Desculpe, Dite.
-Ah... Tudo bem. - Falou, respirando fundo.
-Podemos ir? - Perguntou à ele.
-Por mim, podemos. - Falou, surpreendendo-se quando Carlo se levantou e ofereceu-lhe a mão. Aceitou e foi puxado levemente para cima, indo de encontro ao peito do rapaz.
Afastou-se suavemente, com a desculpa de que precisavam voltar ao carro.
-Obrigado. - Carlo passou pelo maitrê e falou com ele, apenas movendo os lábios. O homem sorriu-lhe simpaticamente e fez um gesto com a mão.
Saíram os dois, Carlo repetindo o gesto de abrir a porta para Dite, que aceitou, dizendo que o outro era um amor. Ao entrar no carro, trancou a porta e fechou os vidros, o que Afrodite achou normal, já que era noite e era perigoso andar por ali sem proteção. Porém, ao virar-se para olhar para Carlo, surpreendeu-se com a distância entre eles.
-Mas o que... - Antes de pudesse terminar, Carlo envolveu sua cintura com uma mão, trazendo-o para perto.
-Eu preciso de um beijo. - Falou, tomando os lábios de Afrodite imediatamente, enquanto o rapaz arregalava os olhos azuis.
Não poderia negar-lhe aquele beijo, ele estando com a mesma vontade durante toda a noite. Fechou os olhos, passando os braços em torno do pescoço de Carlo, entregando-se finalmente àquele pecado. Carlo percebeu que Afrodite havia cedido e aproximou-se ainda mais dele, subindo as mãos da cintura para o rosto dele.
O beijo estava ficando mais intenso. As bocas já haviam se desgrudado e agora Carlo beijava o pescoço de Afrodite, que por sua vez deslizava as mãos pelas costas do outro, buscando, no caminho, passagem para tocar-lhe sem ser atrapalhado por aquele pedaço de tecido.
- Acho melhor irmos logo... -Carlo disse, finalmente, deixando Afrodite com gostinho de 'quero mais'.
- Também acho. -Afrodite murmurou, olhando pela janela.
Carlo sorriu discretamente, Afrodite era realmente adorável. Seria maravilhoso estar com ele durante a noite toda. Só o abandono que estivera naqueles poucos momentos ali no carro e a maneira como se completaram provava cada vez mais que seriam uma combinação explosiva.
- No que está pensando? -Afrodite perguntou, colocando a mão sobre a coxa de Carlo.
- Em você. -ele disse, sinceramente, mas sem olhar pro outro. Afrodite sorriu, corando ligeiramente.
- Que bom... -ele falou baixinho, aproximando-se de Carlo e beijando-lhe o rosto. -Também estou pensando em você.
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- Ele vai aprontar, eu sei...
- Milo, de novo essa história?
- Olha o bilhete, Kamus! Eu tenho certeza de que ele foi se encontrar com o Carlo...
- Por Deus, Milo! Eu já disse que ele é adulto...
- Mas...
- Se você falar mais em Afrodite ou em Carlo, eu juro que vou embora! -Kamus ameaçou, levantando-se para pegar a calça preta que estava jogada no chão. Milo desesperou-se.
- Não!! Não!! Tudo bem, eu fico quietinho...prometo... -ele disse, em tom infantil.
Kamus olhou-o balançando a cabeça negativamente. Voltou a sentar na cama ao lado de Milo.
- Não quero você quieto...quero você falando as coisas certas.
- Eu quero você, Kamus...agora... -Milo disse, deitando-se na cama.
- Aprende rápido, não é mesmo? -Kamus disse, cobrindo o corpo do namorado com o seu.
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A boate estava cheia àquela hora da noite, mas eles não tiveram dificuldade de entrar. Carlo conhecia o dono. Afrodite cada vez mais se surpreendia ao ver como o outro era bem conceituado pela cidade. As mulheres logo avançaram nele e Afrodite pegou-se com ciúmes dele. Pediu licença, que não foi ouvida, e caminhou até o bar, onde pediu vodka com suco de laranja.
Carlo viu-se cercado das costumeiras mulheres vulgares que sempre o acompanhavam. Por um momento deixou-se levar e ia fazer uma piada a respeito com Afrodite, quando percebeu que ele não estava a seu lado. "Mas que diabos...onde ele se meteu?", ele disse baixinho.
Não era difícil de encontrar Afrodite no meio daquela multidão. Apesar do lugar estar cheio, era fácil achar a pessoa mais bonita e com cabelos mais bem cuidados dali. E ela estava sentada solitária no bar.
- Oi.
- Por que me trouxe aqui, Carlo? -Afrodite perguntou, magoado.
- Como assim?
- Era pra jogar na minha cara que você tem todas aquelas mulheres quando você bem entende?
- Dite, eu...
- Não! Não me chame de Dite...você não tem o direito! -ele levantou a voz. -Eu vou embora!
- Espere, um minuto! -Carlo segurou-o pelo braço. Ficaram àquela distância perigosa de novo, ambos alternando olhares para os lábios e olhos um do outro.
- ...
- Você me perguntou porque te trouxe aqui. Primeiro porque é bom pra diversão e segundo porque... -ele respirou fundo. -Porque desde a primeira vez que vi você dançando com Milo no Inferno, eu o invejei. Queria ser aquele que era tocado e beijado por você.
Aquilo quebrou Afrodite. Sua expressão se suavizou e ele finalmente deu um suspiro, sorrindo levemente. Carlo sorriu também.
- Você não presta, Carlo di Angelis.... -Afrodite disse, puxando-o pela mão, até a pista de dança.
- Mamãe me fez assim, algo a reclamar? -Carlo replicou, sussurrando aos ouvidos do outro que apenas riu.
Dançavam sem se tocar muito, mas sorrindo aos extremos. Era divertido estar ali com Afrodite, onde os gestos eram mais importantes que as palavras. Ambos sorriram em reconhecimento quando "Satisfaction" começou a tocar num volume mais alto do que de costume.
Afrodite sorriu para Carlo, chamando-o com um dos dedos. Ele foi imediatamente. Passou os braços pelo pescoço do outro, abrindo as pernas dele sensualmente, colocando uma das suas entre ambas do outro. Beijou o pescoço de Carlo, sedutoramente sussurrando aos ouvidos dele:
- Você não queria saber como era? Então me acompanhe...
Carlo fechou os olhos e deixou-se ser guiado por Afrodite, que era um mestre na sedução, ele constatara. Os movimentos eram por demais sensuais e o estavam enlouquecendo. Não era nada comparado com o que havia presenciado. Estar ali, ser parte daquela coreografia... era muito melhor. Estava a ponto de explodir quando a música acabou. Afrodite terminou tudo com um beijo, claro que bem diferente do que ele e Milo trocaram na outra ocasião.
- E aí, o que achou? -ele perguntou, sorrindo. Pelas feições vermelhas e o olhar de desejo de Carlo, ele já tinha sua resposta. Mas queria, não, precisava que o outro verbalizasse.
- Foi ótimo. Mas tem um defeito.
- Qual? -Afrodite estava pronto para estapear o outro. Como ele OUSAVA colocar defeito naquela coreografia?
Carlo aproximou-se dele, percebendo que Afrodite havia ficado chateado. Sorriu levemente.
- Roupas demais. Topa repetir a performance lá em casa?
Continua...
